Capítulo 11

PÍÍ! PÍÍ! PÍÍ!

Meu despertador começou a tocar. Tirei minha cabeça debaixo do cobertor pra olhar.

06h00min AM!

Mas que droga, primeiro dia de aula. Acho que não tem coisa pior. Meu despertador ainda estava tocando e eu com preguiça de desliga-lo.

–Edward! Acorde! Você tem aula filho. Sua irmã já acordou e só falta você! Levante! – minha mãe falava da porta enquanto batia na mesma.

–Já acordei mãe! – respondi alto o suficiente para ela ouvir.

–Ok! Se arrume e desça para tomar seu café! – ela falou já descendo as escadas.

Aff... Aula. E ainda, além das odiosas aulas, ainda tinha Tânia. Ela não larga do meu pé. Tudo bem que nós ficamos algumas vezes e depois namoramos por um tempo, mas já faz mais de seis meses que terminei com ela e ela não desiste de jeito nenhum.

Levantei da cama indo em direção ao banheiro para tomar meu banho e, já dentro do chuveiro, voltei a pensar nas férias.

–Mais uma vez ela não apareceu. – suspirei.

Desde que Bella foi morar com os avós, quase nunca a via. Ela só vinha nas férias quando não estava viajando, ou seus pais não iam ate lá. E algumas das vezes que veio, eu estava viajando.

Só sei que a vi pouco nesses últimos anos.

No total, acho que só a vi umas quatro vezes, e em todas elas, ela era sempre distante, mal me olhava ou falava comigo. Apenas um “olá Edward” ou “tchau Edward” por educação.

Eu senti falta dela, muita na verdade, tanto que cheguei a perder um ano na escola, logo depois que ela se foi.

Vi ela linda com seus 12 anos, quando veio passar as férias de verão aqui; aos 15 anos em sua linda festa de aniversário em que ela convidou meus pais e minha irmã e consequentemente, eu tive que ir. Ela estava deslumbrante naquele dia, mais linda do que nunca.

Meses mais tarde também a vi na festa de 15 anos da Ally e mais tarde, com 16, nas férias, quando fomos fazer um acampamento entre famílias.

Ela era sempre distante e fria, nunca dirigindo a palavra a mim. Às vezes eu a pegava me observando enquanto conversava com minha irmã, apenas de longe, e sempre desviava o olhar logo depois.

Depois do acampamento, ela parou de vir de vez, não sei por que, mas talvez seja por causa da Tânia que pareceu do nada e, como na época ela ainda era minha namorada, tive que ser carinhoso e dar atenção para ela.

Nós terminamos logo após o acampamento. Não queria a iludir, pois eu não a amo e achei injusto continuar com ela mesmo assim. Mas ela ficava implorando para voltarmos e que não se importava se eu não a amava, porque ela me amava o suficiente pelos dois. Ou seja: muito drama. Mas acabei cedendo e acabamos reatando.

Mas dessa vez foi em definitivo, não iria mais voltar com ela, e disse isso a ela não sei quantas vezes, mas ela não desiste. Já estou de saco cheio.

Então, aos meus 17 anos, era o solteirão mais cobiçado da escola. Antigamente até teria me aproveitado disso, pois era meio galinha (n/a: sei só meio né Ed?), mas desisti dessa vida. Agora era um moço direito. E apesar da minha fase galinha, muito pegador, ainda era um romântico nato. Só não tinha a garota certa ainda. Mas fazer o que, é a vida...

Terminei meu banho rápido antes que minha mãe viesse de novo me chamar. Voltei para o quarto indo direto para o closet. Não sei por que, mas estava com a sensação de que algo importante ia acontecer então era melhor ficar bonito. (N/A: como se fosse difícil) Peguei um jeans escuro, uma blusa polo e meu tênis Nike. Quando estava pronto , fui pra cozinha tomar meu café. Chegando lá, todos já tomavam o café da manhã.

–Bom dia.

–Bom dia meu filho! Você demorou! – minha mãe disse enquanto me servia panquecas e suco de laranja.

–Como você é lerdo hein maninho? Até eu me arrumava mais rápido! – Ally já tirou com a minha cara a essa hora da manhã.

–Não sou eu que acordo cinco da manha pra me arrumar apenas pra escola. – respondi secamente.

–É claro, eu tenho que ficar linda! – ela já está me enchendo.

–Não vejo diferença nenhuma!

–O que? Retire o que disse seu... – agora ela estava nervosa.

–Parem já vocês dois! – Meu pai sempre ali pra colocar ordem.

Terminei de tomar o café e levantei já indo para a garagem, mas antes de passar virei pra falar:

–Você vem anã? Eu já estou indo! – voltei a sair.

–Anã é a sua avó! – eu ouvi a resposta e depois o xingo da minha mãe.

–O que é isso filha? – D. Esme estava indignada! Eu, dando risada, respondi.

–Se não percebeu ela é sua avó também! – eu estava me divertindo muito.

–OMG! Eu xinguei a vovó! Desculpa vovó! Foi sem querer! – ela lamentava e se desculpava enquanto corria pra garagem onde eu já estava ligando o meu lindo e amado volvo. – Tchau mãe! Tchau Pai! – ela ainda gritou entrando no carro.

–Assim vou ficar surdo! – reclamei saindo com o carro em direção à escola.

Ela apenas me olhou emburrada, e depois desviou para o rádio em busca de uma musica legal.

Fomos o caminho todo até a escola sem nenhum comentário da parte dos dois, só não foi um completo silencio porque ela achou uma estação de rádio em que estava tocando a musica On The Floor da Jennifer Lopez.

Chegando ao estacionamento, parei na minha vaga de sempre logo depois saindo do carro e, assim que a Ally saiu, apertei o alarme o trancando. Não tive nem tempo pra virar quando senti um corpo se chocando às minhas costas. Fiz uma careta e vi que Alice também. Eu sabia quem era: Tânia!

–Eddie! Meu amor! Meu lindo! Gatinho que saudade de você! Nem me ligou durante as férias! Eu achei... – ela não parava de tagarelar e eu já estava ficando irritado. Essa menina não se toca não?

–Não sei por que achou que eu ia te ligar, se você não lembra, não temos mais nada. – disse seco, o que eu mais queria era me afastar dela nesse momento. O tempo debaixo do chuveiro pensando no meu anjinho me fez ficar no limite com a Tânia. Não estava a fim de ouvir suas conversas sem assunto e suas tentativas de voltarmos a namorar.

–Ai Eddie! Porque está falando assim comigo? Eu pensei que tínhamos algo especial! – ela já fazia drama de novo. Sério, eu não estava a fim de ver isso de novo.

–AI GAROTA SE TOCA! VOCES JÁ ERAM! TERMINARAM! ACABOU! JÁ FAZ MAIS DE SEIS MESES CARAMBA! – Ally berrou na cara dela. Alice nunca gostou de Tânia, e agora era pior pelo drama que ela sempre fazia perto de mim. Bom, viva a minha maninha! Ela fez o que eu não teria coragem de fazer, já que apesar da minha irritação, ainda sou educado e cavalheiro.

–Quem você pensa que é para... – a interrompi no meio da fala.

–Vamos Ally, vamos sair daqui.

E assim fizemos, fomos em direção à porta da escola onde estava o Jake, um amigo nosso entre outros colegas de classe, já que como repeti um ano, fiquei na classe da Alice. Infelizmente Tânia, por não ser a pessoa mais inteligente desse mundo, acabou repetindo também, ou seja: estamos na mesma sala! Que inferno.

Estávamos conversando animados só esperando o sinal bater quando ouvimos um barulho de motor, e pelo som, era potente. Olhamos todos ao mesmo tempo, na verdade a escola parou pra ver o carro desconhecido. Era um Porshe 911 preto, muito lindo.

Estava babando no carro quando ouvi Jacob dizendo:

–É a nova aluna! Pelo que descobri ela está no nosso ano e acabou de se mudar de Nova York. – ele estava se achando só porque sabia tanta coisa e os outros não sabiam de nada. – Só espero que seja gostosa, porque essa escola ta precisando.

Todos riram da fala do Jake, eu até teria rido também, mas do nada veio uma sensação estranha. Eu fiquei nervoso, meu coração acelerou um pouco e eu queria desesperadamente ver quem era essa nova aluna.

Todos aguardavam a mesma coisa, todos queriam ver essa nova aluna, a escola inteira olhava para o Porshe preto estacionado no meio do estacionamento, na verdade, a dois carros de distancia do meu.

O motor foi desligado e vimos à porta se abrir e saltos pretos saírem do carro. Foi apenas segundos depois que vimos uma linda morena, de corpo escultural saindo do carro e trancando o mesmo.

A garota usava um bustiê preto, uma calça jeans justa, sandálias pretas, alguns acessórios prateados e uma linda maquiagem leve. Ela era toda linda. Uma deusa. Ela era de estatura média, mas tinha pernas longas e definidas. Fui subindo o olhar pela sua barriga aparentemente inexistente e seus seios fartos, o pescoço alongado e delicado, o pequeno queixo, a boca carnuda e suculenta, o nariz arrebitado, os cabelos cor de mogno tão sedoso e brilhoso e finalmente, seus lindos olhos castanho, exatamente a cor de chocolate derretido, eles brilhavam e tinham uma profundidade surpreendente, além de serem enigmáticos.

Ao olhar em seus lindos olhos, me lembrei de Bella. Essa garota tinha o mesmo cabelo e os mesmos olhos que o meu anjinho. Devia ser só coisa da minha cabeça por ter pensado na Bella quando acordei.

Continuei olhando fixamente pra garota que vinha na nossa direção. Será que ela vai falar comigo? Ou com algum de nós? Obvio que não Edward – briguei comigo mesmo pelos pensamentos idiotas – ela só está querendo entrar na escola.

Ela andava sensualmente, seu caminhado lento e as reboladas hipnotizantes me deixaram mais ansioso para conhecê-la. Ela era realmente gostosa, só de olhá-la me sentia mais nervoso, estava com o coração disparado, as mãos suando e não parava de mexer no cabelo. Para eu estar tão nervoso, ela devia ser importante!

Ela estava cada vez mais perto e, olhando bem, parecia meio nervosa com tantos olhares sobre si. Ela estava à apenas alguns passos de mim quando me olhou nos olhos e parou. Seus olhos se arregalaram em reconhecimento e eu estava pasmo ao olhá-la tão de perto, eu a conhecia de algum lugar, mas de onde? Ela deu um pequeno sorriso ao ver meu rosto embasbacado e voltou a andar em direção à escola.

Quando passou na frente de Jacob, este assoviou para ela que apenas ignorou e continuou sua sedutora caminha para dentro sumindo logo depois de virar para o corredor da secretaria.

Eu ainda continuava pasmo, parado no lugar sem nem piscar.

Quem era essa garota? Como se chama? Porque eu sinto que a conheço e porque ela era tão parecida com a Bella?

Eu não sabia a resposta de nenhuma dessas perguntas, mas eu ia descobrir, a se ia!