Draco entrou rindo baixo no quarto de sua irmã. Estava tão empolgado que não conseguia conter o riso bobo. Chegou bem perto de Mary, que dormia como anjo, e contendo o riso, começou a gritaria:

- ACORDA MARIA! – Ele riu mais ainda ao ver sua irmã pular até o outro lado da cama e cair no chão. – VAMOS, TÁ NA HORA DA SENHORITA ENTRAR PRO QUINTO ANO, VAMOS MARIA VAMOS!

O quarto estava escuro, mas a claridade entrava pela porta e pela janela, o que permitia os dois de se conseguirem se enxergar.

Mary Jo se levantou com a mão na testa, já que havia batido a cabeça de leve no guarda-roupa quando estava se levantando. Estava com uma breve dor de cabeça e tudo estava girando, mas conseguia avistar seu irmão em um canto de seu quarto, rindo como doido.

Ela avançou com raiva para cima de seu irmão e os dois caíram no chão fazendo um barulho estrondoso. Draco bateu a cabeça no chão, mas continuava rindo, e Mary continuava com raiva.

- MAS DRÁCULA, EU PEDI DESCULPAS PELO TAPA, SEU CRETINO! – Agora era a vez de Mary gritar. E ela gritava distribuindo tapas em seu irmão, que desviava de todos ou segurava a mão de Mary.

Draco ficou por cima de sua irmã, não agüentando mais receber tapas da mesma. Deixou-a inerte, segurando seus pulsos com as mãos. Mary ficou quieta e um silêncio enorme se instalou no quarto.

E então ele foi se aproximando dos lábios de Mary. Ela estava imóvel e sua cabeça parecia estar em um lugar bem distante. Ela só fixava o olhar em Draco e sua boca estava semi-aberta, com as bochechas vermelhas.

Eles estavam com os rostos tão próximos que Mary podia sentir a respiração ofegante de Draco batendo em sua pele. Mas então eles ouviram passos no corredor e logo levantaram.

- O que está acontecendo aqui? – Era Narcisa, de roupão e com o cabelo preso em um coc, com alguns fios soltos. Ela riu. – Vocês são mesmo bobos. Só sabem discutir. Vamos, vão se arrumar, daqui a pouco vocês vão para Hogwarts. – E saiu do quarto.

- Tá louco viu. – Mary disse e riu depois. – Quase morri do coração. Ouviu a Narcisa, né, Drácula? Vamos, vamos, saia do meu quarto e vá se arrumar! – Ela exclamava enquanto empurrada Draco com as duas mãos em sua costa.

Draco já estava no corredor, mas voltou ao quarto para puxar sua irmã pela cintura e terem seus rostos próximos novamente.

- O Drácula, isso já está ficando estranho, você não acha? – Ela sussurrou, fazendo seu irmão se arrepiar. – Eu não sei se eu quero continuar isso... É sério Draco, é errado e-

Mary foi interrompida por um beijo. Draco a beijava com urgência, queria que ela desistisse da idéia de desistir dele.

- Mas eu gosto de você. – Ele disse depois de sair do beijo. E então ele saiu do quarto e foi para o seu, para se arrumar para ir para Hogwarts.

Mary fechou a porta de seu quarto e colocou a mão na testa pensando “ai meu Merlin, esses jovens estão perdidos” e foi tomar banho. Depois se vestiu com o uniforme de Hogwarts e arrumou seu cabelo com uma tiara preta que continha um laço dourado em cima.

Estava levando o malão para fora do quarto quando avistou Riff, e o mesmo disse que levaria o malão dela para baixo. Mary agradeceu e desceu as escadas para ir a cozinha tomar o café da manhã.

Lucius não estava à mesa, Draco estava com uma cara feia e Narcisa parecia ser a única ali que estava achando tudo isso normal. Mary resolveu não perguntar nada, mas estava sentindo falta do pai.

O café da manhã ocorreu em silêncio, o que estava incomodando Mary. E então eles foram para a estação de trem. Draco e Mary não trocaram nenhuma palavra desde o “mas eu gosto de você” que havia deixado Mary chocada.

Eles foram junto à plataforma nove e meia, mas logo se separaram, já que Mary avistou Anne e Gina conversando animadamente. Draco não esperou a irmã e logo atravessou o muro para chegar à plataforma.

Mary cumprimentou as amigas e depois, quando nenhum trouxa estava olhando, elas atravessaram o muro e entraram no Expresso Hogwarts. Logo pegaram uma cabine vazia e lá ficaram – comendo muitos feijãozinhos de todos os sabores – até chegar em Hogwarts.

Depois do salão principal e a entrada dos novos alunos, Mary e AnneGina ficaram conversando na sala comunal da Grifinória, já que Anne resolveu ir se deitar logo que chegou, e as outras duas estavam sem sono.

Então depois resolveram ler. Aos poucos os alunos iam subindo para seus dormitórios, esvaziando a sala.

- Ei... – Gina chamara Mary, que lia um livro. Estava tão fixada no conto que nem havia reparado que na sala só restava ela e a amiga. Mary olhou para Gina, para ela continuar a falar. – Você gostou do meu irmão, o Fred, não gostou?

- Se eu gostei do Fred? – Mary repetiu e suas bochechas ficaram vermelhas. – Ah, sim, ele é um cara legal.

- Não estou falando disso, Mary. – E riu ao ver a amiga tímida. – Eu vi como você ficou depois do Fred ter beijado sua mão.

- É que... É-É que... – Mary gaguejava ao tentar encontrar uma resposta para a amiga. Acabou pegando uma almofada e afundando seu rosto nela.

Gina resolveu deixar para lá ao ver que a amiga não iria responder de um jeito ou de outro. Então subiram para os dormitórios, se aconchegaram em suas camas e dormiram.

No dia seguinte, ao final do dia, Mary já estava quase enlouquecendo. Havia saído nos jornais que a nova Malfoy já estava freqüentando a mansão Malfoy, e praticamente Hogwarts inteira estava falando sobre isso.

 E como se já não bastasse, alguns iam perguntar a Mary era verdade que os Malfoy a torturavam, se era verdade que o Draco a fazia de escrava e se ela era uma comensal da morte.

E Draco estava sendo bombardeado de comentários ao respeito de Mary. Alguns iriam até ele só para elogiar sua irmã – de jeito estupidamente sem educação – e também era obrigado a enfrentar “Tá pegando a loirinha gostosa né?”

E na verdade, estava. Passado. Mas de qual quer jeito, ele não gostava dos comentários – que achava nojentos – sobre sua irmã.

Mas para Anne era divertido, já que todos leram o “E o tamanho do meu salto-alto é maior do que o seu pinto, tá? E eu estou usando tênis!” que Anne lançara ao repórter baixinho e todos iam até ela para elogiar a criatividade para a resposta.

O resto dos dias se passou completamente normal. Às vezes Mary e Draco se encontravam pelos corredores da escola, mas não trocavam muitas palavras além de “bom dia” “boa tarde” “boa noite” e “tudo bem?”

Como Anne era muito preguiçosa, não acompanhava Mary em seus passeios por Hogwarts a tarde para ir à biblioteca ou ver a lula gigante, então Mary sempre chamava Gina e as duas iam se tornando mais amiga cada vez mais.

Não que Anne havia sido deixada de lado. Não, longe disso. Anne sempre estava junto nas aulas, quando iriam estudar e quando ficavam até duas e meia da manhã na sala comunal da Grifinória, nos finais de semana, lendo e falando sobre contos de romance.

As três estudaram muito juntas, e acabaram todas se saindo extremamente bem nos N.O.M.’s, o que deixara Narcisa extremamente orgulhosa de sua filha.

Anne iria passar as férias na casa de sua avó, o que deixou Mary sem idéia do que fazer nas férias. Sua amiga iria passar as férias em uma cidade trouxa do interior e, aparentemente, Mary iria mofar dentro da mansão Malfoy, somente trocando cartas com Anne.

Na volta para casa, no trem, Mary suspirava ao olhar pela janela. Parecia triste, e realmente estava mesmo. Não queria passar as férias sem fazer nada.

- Ei, Mary. – Gina a tirou de seus devaneios. – Você não quer passar as férias em casa?

Mary abrira um sorriso enorme. Essa fora a melhor proposta que havia recebido! Ficaria muito feliz em passar as férias com sua amiga ruiva e, provavelmente, iria se divertir muito. Afinal, Harry, Ron e Hermione estariam lá também e seria empolgante passar as férias com eles, juntamente aos gêmeos Weasley. Mary fechara seu sorriso rapidamente e arregalara os olhos com as bochechas rubras ao pensar nos gêmeos Weasley. Não, nos gêmeos Weasley não. No Fred Weasley.

- Seria ótimo, Gina, obrigada. – Ela tornou a sorrir. – Eu vou adorar passar as férias com você! Mas bem, você sabe né, eu tenho que ver com a Narcisa e tal.

- Ah, sim, tudo bem! – Gina sorriu. – O Fred vai adorar ver você lá. – E tentou segurar o riso, só que não conseguiu, e assim fez Anne rir também.

Mary começou a rir e disse “como vocês são bobas” com a voz abafada já que escondia seu rosto com as mãos.