- F-Foi o que? – Mary perguntou, arregalando os olhos e se virou para Fred novamente, apoiando seu corpo no cotovelo. Foi surpreendida por mais um selinho, e riu depois.

Mary apoiou sua cabeça na barriga de Fred e ali ficaram conversando. Conversaram sobre Hogwarts, música, as aventuras de Mary e as aventuras de Fred. Conversaram sobre as doideiras que Fred e Jorge faziam em Hogwarts, conversaram até sobre feijãozinhos de todos os sabores.

Até que os dois ouviram um chamado e algumas batidas na porta.

- Mary? – Era Gina que perguntava, do outro lado da porta.

Mary Jo levantou rápido e foi até a porta.

- RUIVA! CARALHO! RUIVA! – Mary exclamou. Ouviu alguma coisa vinda de Fred como “sua roupa está toda suja, loira”, mas resolveu não responder. – AI MEU MERLIN ABRA ESSA PORTA AGORA, GINERVA WEASLEY!

Logo em seguida Gina abriu a porta rindo e murmurando algo como “calma, não precisava chamar pelo nome todo”, mas Mary acabou ignorando. Atrás da ruiva estava Harry, Ron, Hermione e Jorge se acabando de rir, principalmente Jorge.

Mary xingava Jorge mentalmente. “Mas que ruivo filho de uma puta. Seu filho de uma puta. Foi fazer isso comigo mesmo, seu filho de uma puta? Mas é muito filho de uma puta mesmo. Com todo respeito, é claro, Molly... Mas teu filho é um filho de uma puta.”

Mary se jogou nos braços de Gina em um abraço apertado. Depois apontou o dedo na cara de Jorge e começou a falar “foi ele Gina, esse filho da puta, foi ele que nos trancou aqui, esse ruivo maléfico!” fingindo choro.

Mary se limpou dando tapas na roupa, ainda resmungando sobre Jorge ser o gêmeo malvado. Fred pegou a garrafa de plástico e também se limpou com alguns tapas na roupa, e então subiram para a sala, para brincar de verdade ou desafio.

Mary estava imaginando que um jogo de verdade ou desafio seria aventura de mais por aquele dia, mas foda-se. Sentaram-se em um círculo e começaram a rodar a garrafa. A garrafa foi parando lentamente e parou apontando para Fred e Hermione.

O jogo foi indo e indo. Perguntas feitas e somente alguns desafios, já que a idéia de optar por “desafio” começou a soar mal depois de Jorge desafiar Harry a comer uma minhoca. E é claro que Mary, Gina e Hermione tamparam seus olhos e começaram a gritar “que nojo, que nojo!”

A garrafa parou apontando para Jorge e Mary. Jorge tinha um olhar desafiador, ou seja: Mary sabia o que estaria enfrentando. Estava com medo do que Jorge perguntasse, estava com medo de que poderia ser a pergunta, e estava com medo de revelar algo comprometedor.

- Verdade ou desafio, pequena Malfoy? – Jorge disse, com um sorriso maroto nos olhos.

- Desafio. – Mary tinha seu sorriso mais desafiador do que o olhar de Jorge.

- Desafio a pequena Malfoy a beijar meu irmão, Fred.

Mary arregalou os olhos. Estava com uma imensa vontade de rir, já que ri quando fica nervosa. Queria espancar Jorge naquele momento. Certo, já tinha beijado Fred antes, mas na frente de tanta gente, seria um pouco estranho. Mary estava tímida, com as bochechas todas vermelhas.

Fred e Mary estavam lado a lado. Ah meu Merlin, o que Mary iria fazer agora?

- Desafio aceito. – Mary disse.

Fred se curvou sobre Mary, tampando a visão dos outros do rosto da garota. Os lábios dos dois se tocaram e as borboletas fazendo cócegas no estomago de Mary voltaram. Fred sentia algo parecido, também. Só não admitia porque seria meio estranho dizer que ele estava sentindo borboletas no estomago, não é?

Eles resolveram se afastar antes que ouvissem algum pigarreio interrompendo os dois. Fred voltou a se sentar onde estava antes e Mary estava com a cabeça baixa, escondendo as bochechas vermelhas. Estava tão tímida.

E Fred? Fred estava sentindo uma imensa vontade de sorrir. Estava feliz e também estava morrendo de vergonha. Mas bem, continuava com sua postura e se ousasse aparecer um único traço vermelho em seu rosto, seu irmão iria atormentá-lo pelo resto do dia.

O jogo continuou e as meninas nem se atreveram a pedir por desafio novamente. Bem, esse jogo tirou o tédio deles nessa tarde.

Foram se enjoar da brincadeira lá pelas 17h00min. Mary resolveu tomar um banho. Pegou suas roupas e uma toalha e entrou no banheiro que havia no quarto de Gina. Tomou um banho muito relaxante e depois se vestiu, secou os cabelos e desceu as escadas, já que havia ouvido alguém gritando seu nome.

- Alguém me chamou? – Mary perguntou, chegando a sala. Vestia uma saia preta cheia de bordados e uma blusa branca com uma caveira preta estampada nas costas.

- Fui eu, querida. – Molly disse vindo da cozinha. – Vamos, o café da tarde está pronto. Vamos lanchar querida. Você deve estar faminta. E o jantar só sai às oito.

- Ah, claro. – Mary sorriu e foi até a cozinha. Juntou-se ao Harry, Hermione e aos Weasleys e começaram a comer.

Depois da refeição Mary resolveu subir ao quarto para escrever algo para seu irmão. Talvez Draco estivesse muito mal, e isso a preocupava de mais, afinal, era seu irmão. Subiu as escadas e tirou de sua mala um pedaço de pergaminho e uma pena. Sentou-se em uma mesa e pôs-se a pensar no que iria escrever. Não tinha ideia alguma.

Olhou pela janela do quarto e o céu estava alaranjado. Estava se pondo e o céu estava realmente lindo.

Estava ventando um pouco e isso lhe dava arrepios. Pegou um casaco na mala, já que optou por não fechar a janela, já que quando anoitecesse, Nougat voltaria para sua gaiola.

- Ei, loira. – Ouviu uma voz masculina a chamando, e quando olhou para porta avistou um Fred um pouco sorridente. – Posso falar com você?

- Ah, pode. – Ela respondeu, optando por escrever para Draco depois. Guardou o pergaminho e a pena e acompanhou Fred para fora da toca.

Eles se sentaram no gramado e ficaram observando o céu de cor mista. Fred não sabia como quebrar aquele silêncio, então Mary foi falando:

- Então... O que queria falar comigo? – Perguntou sorrindo olhando para o ruivo.

- Nada. É que eu queria ver o pôr-do-sol com você. – Fred respondeu e a face de Mary Jo mudou de duvidosa para tímida e com um sorriso bobo estampado no rosto.

Olhou para baixo e começou a entrelaçar os dedos em uma tentativa de fazer o nervosismo ir embora.

- Mary.

- O que? – Ela levantou a cabeça e foi surpreendida com os lábios do ruivo tocando os dela.