– Pai, o que eles estão fazendo aqui? –  eu odeio o Vinicius, até um certo tempo achei que ele era o amor da minha vida, fazia tudo por ele, me humilhei demais, e ele só brincou com os meus sentimentos. 

– Eles não estão tendo aula ainda e me pediram para passar um tempo aqui, como conheço a família deles e sei que são de confiança!– continuei emburrada, meu pai deu de ombros. – Eu achei que você iria gostar, além do mais quem é que vive reclamando de ficar sozinha em casa?

 –  Fernando, da próxima vez me pergunta antes. Mas pode deixar eles ficarem! –  dei as costas pro meu pai e já estava indo para as escadas quando ele segurou meu pulso.

–  Isso não é jeito de falar comigo mocinha, só por isso você vai ter que levá-los para todo lugar que você for com exceção da escola! 

Subi correndo para o meu quarto, me joguei na cama e chorei feito uma bebezona, chorei com raiva, de tudo, que ódio, arg. Peguei no sono, a raiva era tanta que nem me importei de não ter almoçado.

Acordei com alguém batendo na porta, olhei o a hora no meu relógio que ficava em cima da cabeceira, nus já são 19:00 horas, dormi demais. Levantei esfregando os olhos e abri a porta, era o Vinicius, tentei fechar a porta mas ele foi mais rápido.

–  O que você quer? – falei tentando ficar o mais calma possível.

–  Vim pedir desculpas. –  ele sorrio torto e se aproximou mais de mim, o que estava tentando fazer?

– Humm, por que isso agora? –  mesmo o odiando não conseguia desviar do seu olhar, um misto de sentimentos brotaram em mim, não conseguia agir e muito menos pensar direito.

–  Porque eu descobri o quão idiota fui com você, e é verdade que só se da valor quando perde, porque eu percebi que eu... eu amo você Nat!

– Eu, eu não... – o que é isso? eu devia dar um tapa na cara dele por tudo que me fez, por que não consigo? será que ainda estou apaixonada por ele? Não!

– Xiiu, não precisa falar nada. – ele me fitou de um jeito muito fofo, seus olhos encaravam os meus, só desviavam para olhar para o meu queixo, ou a minha boca, ele vai me beijar? Bate nele!

Uma parte do meu cérebro queria correr, ou bater, a outra queria e precisava estar ali, desejava e ansiava pelo beijo, pelos lábios dele. Ele se aproximou mais, tanto que podia sentir sua respiração, suas mãos tocaram o meu rosto, seus dedos passeavam pela minha bochecha deixando um rastro de dormência.

– Me perdoa! – ele sussurrou as palavras tão docemente no meu ouvido que eu quase me desmanchei ali mesmo. E então seus lábios tocaram os meus, um beijo lento e delicado, foi a melhor sensação que eu já experimentara, os lábios dele eram tão macios.

– Para! – interrompi o beijo mesmo que contra a minha vontade, eu não podia, eu o odeio, não poço ser tão burra a ponto de cair feito um patinho outra vez. – Sai do meu quarto por favor. – dei um meio sorriso.

– Tudo bem, mas agente ainda precisa conversar.

Ele saiu do quarto e eu me joguei na cama. Concentra Natalie, concentra, você não pode se apaixonar por ele de novo, não pode!

O telefone tocou e era a Lika, contei tudo à ela, o que me deixou bem mais aliviada. Tomei um banho quente e longo, deitei na cama e apaguei outra vez.