Tudo estava perfeito. Estava eu e minha namorada curtindo o final de um ano eletivo sem monstros, sem Deuses, sem nada nem ninguém para encher o nosso saco. Paz, finalmente paz. Annabeth segurou minha mão com uma força que achei desnecessária, o que indica que estava com medo ou preocupada.  

— O que foi? — Perguntei a ela.

 —Estou preocupada —, eu não disse? — Eu sempre tenho essa sensação quando volto para o acampamento. Não é nada de mais cabeça de alga. — Sim, ela ainda me chamava de cabeça de alga e sim, eu ainda chamava-a de sabidinha, era como um apelido carinhoso de namorados.

Estávamos em um parque, e ao nosso redor os passarinhos cantavam alegremente. Minha sabidinha se virou e ficou me encarando com aqueles lindos olhos cinza, então me aproximei devagar para um beijo, e ela correspondeu. Toquei em seus lábios devagar e aos poucos fomos aumentando a velocidade. Até que paramos por alguns segundos para recuperar o fôlego e voltamos a nos beijar novamente.

Continuamos assim por alguns minutos até que somos interrompidos por um barulho muito alto vindo de um colégio ao lado do parque. Problemas. Estava bom de mais para ser verdade. Corremos até lá, mais um meio sangue em apuros, provavelmente. Chegando lá a cena nos paralisou. 

Um garoto, mais ou menos de minha idade, com uma cicatriz em forma de raio na testa estava lutando com um monstro. Até ai tudo bem, mas o que nos surpreendeu foi o fato de que sua arma era uma varinha. Logo pensei que isso iria virar uma espada, um arco, não sei, qualquer coisa, mas não. Ele falava algumas palavras sem sentido como "crucio" QUE DIABOS É CRUCIO? E saiam faíscas verdes. 
               — Quem são vocês? —disse o menino com um raio na testa— e porque meus poderes não atingem essa coisa?  

     — Poderes do tipo, bruxo?             

     — Vocês são trouxas?             

     — Trouxa é a sua mãe, animal.        

    — Não trouxa de trouxa, é trouxa de não ser bruxo, entende? E se quiser me ajudar com monstro, porque sabe, ele está atrapalhado.

—ah, claro. — disse eu com um pouco de raiva, porque o modo como ele falou soou rude. Destampei a minha caneta que se transformou na contracorrente, e ataquei o monstro. Ele não teve chance nem de contra-atacar, foi um golpe perfeito em sua barriga.

— Quem são vocês? E o que era aquilo? —perguntou ele confuso.

— Essa é annabeth, minha namorada —dei ênfase no “minha namorada” para deixar bem claro— e eu sou Percy Jackson, somos meio-sangues ou semideuses, como preferir. E aparentemente você também é um.     

— Um semi o que? 

—Semideus, metade humano metade Deus. Somos o resultado de quando um deus se apaixona por um mortal —, falando nisso, lembrei que minha namorada estava ao meu lado e envolvi meus braços em sua cintura. —Sim cara, os deuses ainda existem. 

—Mas eu sou um bruxo! Harry potter, o menino que sobreviveu. —O monstro afetou o cérebro dele? Ah, mas eu me esqueci, que diabos ele faz com uma varinha?

 Ele começou a contar sobre o castelo Hogwarts, Voldemort, suas aventuras, como seus pais morreram e ele sobreviveu, e sobre os bruxos. Então contamos a ele como era o acampamento, sobre Cronos, algumas aventuras, Deuses e meios-sangues.        

De repente aparece uma menina de cabelos ruivos correndo em sua direção. Cara, ela era muito bonita. Mas continuando, ela abraçou Harry Potter, e deu-lhe um leve beijo em seus lábios. Annabeth me lançou um olhar mortal, porque me viu olhando para ruiva com cara de bobo.       

— Eu só tenho olhos para você sabidinha. — falei baixinho. Ela tentou segurar, mas não conseguiu reprimir um sorriso.     

 — Essa é a minha namorada, Gina Wesley. — ela cumprimentou Annabeth e eu com um beijo na bochecha. — Pequena, esses são Percy e Annabeth.        

— Prazer — sua voz era suave, quase como um canto, o que me fez ter vontade de dormir.     

Fez-se um silêncio mortal, e para quebrá-lo falei: 

 —Então Harry, acho que sua mãe era uma meio-sangue, e acho que das aventuras que você teve, não conseguiu matar alguns monstros porque eles só são feridos com bronze celestial, e não com feitiços — Annabeth reprimiu uma risadinha — mais alguém conseguia ver os monstros "invencíveis"? — agora eu tive vontade de rir.     

— As únicas pessoas que acharam que eu não estava ficando louco foram Hermione e Cedrico, mas ele está morto.     

—Encontre essa Hermione em 8 horas, acha que consegue?         

 —Em menos de 5 minutos eu consigo, vou aparatar.

Eu ia perguntar o que era aparatar, mas quando o vi, tinha desaparecido com a namorada. Pensei que eu e Annabeth teríamos um tempo para namorar, mas um segundo depois eles voltaram com uma menina de cabelos ruivos, encaracolados e armados, bonita, não como Gina e Annabeth, mas muito bonita.    

 Contamos a Hermione tudo, ela não fez perguntas, apenas ouviu atentamente. Depois de conta-lhe tudo, ela finalmente começou a questionar.               — Mas como a mãe do Harry pode ser uma deusa se ela está morta? E como minha mãe é uma deusa se eu estava falando com ela há minutos a trás?             — Eu não sei. Temos que conversar com o Quíron.    

 — Quem é Quirón? — Perguntou Hermione desconfiada.     

— Diretor de atividade no acampamento — respondeu Annabeth antes que eu respondesse.     

— E como iremos para o acampamento? — perguntou Harry. Será que ele sabia que existia carro? Idiota.     

— De carro, como qualquer pessoa normal. — respondi a ele.   

 — Podemos aparatar com vocês. Bom, é o seguinte. Vocês vão se sentir meio tontos e enjoados. Gina, você leva Percy — eu senti meu rosto ficar vermelho— e Hermione leve Annabeth.      

Em seguida Gina posicionou-se ao meu lado e senti sua mão macia e... Suada? — Ela estava nervosa? — segurar as minhas.

Em um segundo estávamos na sala destruída pelo monstro e no outro em frente ao acampamento. Estava morrendo de dor de cabeça e enjoado, mas não era nada de mais. Passamos pelo portal normalmente, mas Gina não conseguiu.