Eu estava sem palavras. Enquanto andava pelos corredores da Mansão, com a Patchouli levitando do lado para confirmar que não tinha sido culpa minha, eu ficava cada vez mais constrangido: até mesmo as empregadas fadas tiveram o número do sutiã aumentado! As fadas! Tentei limpar minha mente, mas não pude deixar de imaginar algumas das personagens mais famosas com um certo volume em suas camisas. Meus pensamentos impuros foram apagados logo que cruzei uma esquina e recebi um livro na cara. Koakuma veio correndo em minha direção e começou a me esganar e gritar.

-COMO ASSIM VOCÊ FAZ ISSO COM ELAS E NÃO COMIGO?! SEU PORCO PERVERTIDO DE UMA FIGA!!

Esqueci de dizer que algumas fadas que gostaram da “mudança” estava puxando a Koakuma, tentando separar suas mãos do meu pescoço. Quando elas conseguiram, eu pude perceber que, de todas as ocupantes, apenas ela não tinha sofrido a “transformação”. Remilia chega logo depois que as fadas conseguem conter Koakuma, e também estava, digamos, “alterada”.

-Posso saber quem foi que fez isso? – Remilia diz, tentando manter a calma e se segurando para não fazer a Gungnir.

-Não foi ele. – Patchouli pousa e se prosta em minha frente. Não sabia que ela poderia deter Remilia num combate.

-Sério? E quem foi?

-EU TENHO PEITOOOOOSS!!! – Flandre passa correndo, também “alterada”.

-Provavelmente foi outro participante do Torneio. – eu levanto e vou até a Koakuma. – Não é culpa minha. Eu gosto de você do jeito que é.

Koakuma fica vermelha e amolece. As outras fadas a soltam e eu a abraço. Por mais bizarra que fosse a situação, uma pequena cena romântica poderia acontecer. Erro meu. Koakuma me aperta, quase quebrando minhas costelas e diz num tom sinistro:

-Eu vou com você. Esse maldito vai PAGAR!!!

Meu corpo não era tão forte na época, então até a Patchouli poderia me dar uma surra se quisesse.

O grupo consistia de mim, que não sabia magia nem usar Danmaku, Koakuma, que estava 10 passos abaixo de Patchouli em questão de magia, e Sakuya, que deveria estar animada com a possibilidade de poder matar alguém maligno. Fomos primeiro para a Vila Humana e depois seguiríamos para o Templo Hakurei. Esqueci de dizer que Sakuya não havia sido afetada pelo “evento”. Ou talvez até tivesse sido, eu nunca vou saber se ela usava enchimento ou coisa parecida.

-Seria mais fácil se alguma de vocês duas me ensinassem a voar. Ficar pendurado é ruim demais! – como eu não sabia voar, Sakuya estava me carregando pelos braços.

-Ayaya, o que temos aqui! – Aya vem voando como um foguete e nos alcança – Parece que temos mais um novato por aqui! Qual o seu nome?

Nome? Eu passei por isso tudo e nem nome eu dei pra elas?

-Err, Leo... Tsubaki.

O nome que mais uso em meus personagens de RPG se provou útil agora.

-Certo, e o que veio fazer aqui? Está de passagem? Tem alguma coisa a ver com o combate que está acontecendo na Floresta da Magia?

-Que combate? – Sakuya entra na conversa.

-Dois forasteiros estão usando magias bizarras e altamente destrutivas por lá. Parece que não precisam de Spell Cards e, ei!

Ouvindo isso, Sakuya faz uma curva e acelera o máximo que pode para chegar a tempo na Floresta da Magia. Sem tempo, podemos ver várias explosões e árvores sendo arrancadas do solo. Nós pousamos um pouco distante para não chamar a atenção e nos aproximamos furtivamente, Sakuya mais que eu e Koakuma.

-NÃO VAI FUGIR DE MIM, DA ZE!

Eu estou ficando cada vez mais maluco aqui, só pode ser! Marisa e Alice, ambas com seios gigantes, estavam tentando acertar uma dupla de adolescentes que tinham os cabelos mais artificiais que eventos de Cosplay que já vi, um vermelho e um azul. Também notei que duas pequenas luzes seguiam cada um dos garotos, uma vermelha e uma azul.

-O que que você tem na cabeça, Sebastian! – grita o de cabelo vermelho.

-Mas foi ela que pediu, Manoel! – grita o de cabelo azul. – Quer saber? – ele para de correr e se vira – Eu vou encarar!

A pequena luz azul fica perto do tal Sebastian, que está falando algo baixo.

-Sakuya-sama, - começo a falar olhando para frente – eles dois são parti... Cadê ela?

Sakuya tinha dado um salto tão alto quanto silencioso. Sebastian não percebeu e recebeu uma faca na coxa direita, fazendo-o se abaixar antes que um laser da Marisa o acertasse em cheio.

-Koakuma, vamos ter... ELA TAMBÉM?!

Koakuma começou a voar e lançou uma rajada de Danmaku na direção do Sebastian caído ao chão. Antes que fosse atingido, várias bonecas apareceram na frente dele e receberam o impacto, sacrificando-se por ordem de sua mestra.

-Que tal vocês se CONTROLAREM! – eu me levanto e grito para as quatro, que me olham de forma tão assustadora que eu volto a me abaixar no arbusto.

Sebastian está no chão, segurando sua coxa e impedindo que a faca saia e comece a jorrar sangue do buraco que vai sobrar. A luz azul aumenta de tamanho e se torna uma fadinha de roupas e cabelo azuis.

-Vocês não vão machucar o papai da Undine! Vão embora! – a fadinha está de braços abertos na frente do infeliz caído.

Ao longe, percebo Manuel e uma fadinha de roupas e cabelos vermelhos observando a cena por detrás de uma árvore. Vamos pensar, se Shikieki da Sala Escura disse que eu recebi o Pacto de Sylph e Sebastian tinha uma fada chamada Undine, o Manoel deve ter uma chamada Salamander, ou algo parecido. O estranho é que a minha Sylph não apareceu comigo na Mansão Escarlate...

-Vocês não tem para onde fugir! Desfaçam isso AGORA! – Alice está realmente furiosa.

-Tá bem, tá bem, eu desfaço! – diz Sebastian, todo encolhido. – Só me ajudem com essa faca!

-Depois que você desfizer isso. – Sakuya está olhando pra ele, praticamente com cinco facas em cada mão.

-Não faça isso papai! Você vai desaparecer se desejar mais uma vez! Eu não quero te perder! – Undine abraça Sebastian e os dois começam a chorar.

Manoel sai de seu esconderijo.

-É verdade! Deixem que eu desfaço! – ele grita de lá. – Não vai ter mais graça se ele desaparecer!

Será que pedir por sua fadinha custa um desejo? O que foi que Sebastian desejou antes de ser atingido por Sakuya? Ele vai mesmo desaparecer?