Temporis escrita por LunaPadyBlack


Capítulo 1
Prologo


Notas iniciais do capítulo

Eu acabei de postar essa fic no ff.net com um nota gigantesca, mas resumindo: eu não vou poder postar sempre (ano de vestibular cheio de provas e simulados -.-''') e eu quero saber a curiosidade de vcs sobre os personagens, quem vcs acham que são os pais e talz



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Prologo

“Tudo aquilo que eu temia

se tornou real

Tudo aquilo que eu combati

se tornou minha vida”

- Fell On Black Days

(Soundgarden)

Futuro – Data desconhecida

Num deserto do norte do continente americano, antigamente conhecido como Deserto de Sonora, um adolescente loiro de aproximadamente 17 anos, protegido por algumas falhas da montanha onde se encontrava, observava a chuva e o céu escuro com os olhos perdidos.

Tal adolescente não estava ali a toa, aquela era sua casa, um abrigo criado no interior de uma montanha para humanos e antigos herois tentarem se proteger e escapar das garras do inimigo que havia dominado o planeta muitos anos atrás. Aquele abrigo era o único lugar que ele se lembrava de ter estado em toda sua vida – com exceção, é claro, de quando saia pelo deserto em busca de suprimentos.

Um som estridente em alta frequência cortou o ar sobrepondo o som da chuva e o adolescente na montanha cerro os dentes e fechou as mão em um punho fincando as unhas na pele clara e ligeiramente acinzentada dele. Aquele barulho era extremamente irritante, parecia alguém riscando as unhas em um quadro negro bem do lado de seu ouvido.

Numa montanha distante figuras negras começaram a se reunir e os olhos verde claro, antes perdidos na paisagem, se focaram na mancha negra se formam do à distancia. Aqueles eram os seres alienígenas que haviam dominado a Terra sem que ninguém conseguisse impedir.

Garfield – ou Gar -, o garoto da montanha, sabia muito bem a história, os adultos do abrigo faziam questão de contar como tudo aconteceu: “Para vocês crianças não pensarem que nós não tentamos lutar.”, era o motivo que um dos habitantes do abrigo dava. Um belo dia a invasão foi anunciada sem mais nem menos por uma raça alienígena, eles diziam que os humanos não mereciam o planeta que tinham e, sem mais explicações, poucos minutos depois pessoas que transitavam na rua e que - tirando a pele extremamente branca - pareciam completamente normais, começaram a ter a pele coberta por uma substância liquida que parecia metal na cor negra acinzentada, formando, em poucos segundos, uma espécie de armadura. Aqueles eram os Inanisianos infiltrados.

Os dias passaram, exercito, policiais, civis e super herois de todas as partes do mundo tentavam combater juntos aquela ameaça, e estavam conseguindo... até que naves chegaram trazendo mais deles. Esse foi o fim.

Mesmo com a ajuda que receberam dos tamaranianos por um tempo, com a armadura praticamente impenetrável dos Inanisianos, a super força e a grande quantidade, foi fácil para eles matar e amedrontar boa parte dos humanos. E depois que os satélites foram destruídos e a frequência a rádio invadida tudo piorou, e os humanos que não eram achados e mortos, passaram a montar e se esconder em abrigos subterrâneos ou de difícil acesso, o mesmo acabou valendo para os super herois depois de mais algumas tentativas de resistência

Foi dessa maneira que o mundo se isolou e foi dominado.

Hoje em dia o único trabalho dos Inanisianos era terminar de limpar a Terra de humanos e ocupá-la para habitação deles. Algum dos humanos ainda tinham esperança, mas no caso do abrigo em que Garfield viviam, boa parte estavam na expectativa e tensão imaginando o dia que eles seriam descobertos, afinal de contas, as patrulhas Inanisianas estavam cada vez mais próximas.

As orelhas de Gar se contraíram ao ouvir o que pareciam ser gritos abafados pela chuva vindos da área onde a massa negra estava e ele sentiu uma formigamento de sentimentos que logo desapareceram, eles provavelmente haviam encontrado outro abrigo. Uma vontade súbita de ir até lá e matar todos daquela mancha negra com um leve toque de sadismo e muita tortura se abateu sobre o adolescente, mas foi logo aplacada pela imagem de uma mulher de pele cinzenta, cabelo roxo e olhos ametistas.

Essa mulher era a mãe de Garfield, ela havia morrido muitas primaveras atrás. Pouco antes de dar o último suspiro nos braços do melhor amigo, um xará de Gar, ela havia feito que o adolescente, na época uma criança, prometesse que viveria o quanto pudesse, e Garfield sabia que se se dirigisse àquela mancha negra na montanha, ele não poderia honrar a promessa feita sua mãe. Garfield pensava que se algum dia fosse quebrar a promessa que fez a mãe, seria por um bem maior.

Um suspiro saiu dos lábios deles. Sua mãe havia sido uma pessoa muito boa, ele não entendia porque ela tinha ido atrás daquele idiota do qual ele havia herdado o nome por homenagem... na verdade ele sabia, só não queria admitir. Garfield tinha raiva daquele homem, pois, ainda que indiretamente, ele era quem havia causado a morte de sua mãe e, poucas estações depois, tentado matar a própria filha que havia ido visitá-lo – a imagem de uma criança de oito ou nove anos com uma enorme marca de garras nas costas e uma mordida no ombro fez Garfield estremecer novamente. Se não fosse por consideração a Lihn, Albus e Gaia, e porque sua mãe ficaria decepcionada, Garfield já teria matado aquele homem, pelo menos era assim que ele costumava pensar.

No fundo, Garfield achava que sua mãe já estava decepcionada com ele, com tudo que ele já havia feito, com os instintos... assassinos... é, assassinos que ele tinha em relação a certas coisas. Instintos que não importava o quanto ele tentasse combater, não conseguia se livrar.

- Gar? - uma voz feminina vinda do buraco escuro que era uma das         entradas do abrigo fez com que o adolescente se assustasse um         pouco.

- Mar'i – ele respondeu reconhecendo a presença de uma adolescente         que saia do buraco

Olhos verde claro se encontraram com o verde esmeralda que tinha a área branca dos olhos parecendo brilhar com uma luz meio esverdeada no escuro, marca dos genes tamaranianos da garota.

- Você esta diferente. - ela disse

- É – Gar respondeu e olhou para um anel cinza puro em seu dedo         mindinho.

Silêncio.

- Posso sentar? - Mar'i perguntou apontando para o chão perto de         Gar.

- Hun? - Gar olhou para o chão e percebeu que estava ocupando todo o         espaço disponível – Claro.

Depois de se acomodarem o silêncio reinou, mas não um silêncio ruim, e sim um silêncio confortável. Boa parte do que se passava na cabeça de um passava na cabeça do outro, as mesmas perguntas sem respostas. Mar'i sabia o que Gar havia planejado para o futuro, ela havia começado com a ideia inicial em uma conversa a toa, e depois as coisas acabaram se tornando mais séria, até virar um plano real.

-Tem certeza de que quer fazer isso? - Mar'i perguntou ainda         observando a paisagem.

- Sim, eu não quero que o mundo fique do jeito que está. Eu quero         minha mãe de volta, eu quero que você tenha sua família de         volta, assim como Albus. - Gar deu uma pausa – Caramba, eu quero         até que o pai de Lihn fique bem. Que todos do abrigo tenham uma         vida normal em uma mundo normal, sem aliens tentando... na verdade         conseguindo dominar o mundo. Não me importa o que eu tenha de         fazer para conseguir isso.

Por um momento os olhos de Mar'i ficaram tristes ao se lembrar da mãe que fora levada embora a força pelos tamaranianos e do pai, que por culpa das obrigações com o abrigo, mal tinha tempo para ela.

- Você sabe que as coisas vão mudar muito, não é?

Garfield observou o deserto, a mancha negra da montanha distante se desfazendo. Um vento frio percorreu a área onde os dois estavam sentados agitando os cabelos longos e negros de Mar'i e trazendo um cheiro metálico para o nariz de Garfield.

- Sim.

Mar'i continuou a fitar a paisagem também olhando para a mancha negra que se desfazia inconsciente do cheiro que os sentidos de Garfield haviam detectado.

- Você sabe que talvez nós deixaremos de existir quando você         voltar. - essa foi mais uma afirmação do que pergunta.

Garfield fez menção de balançar a cabeça num sim, mas parou, ele sabia que Mar'i sabia a resposta. O vento soprou novamente. Aquela era a última noite que Garfield passava no futuro.

“Tudo aquilo que eu temia, se tornou real. Tudo aquilo que eu combati, se tornou minha vida”

Os olhos verde claro se fecharam.

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Notas finais do capítulo

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