Uma Vida em 24 Horas escrita por July Carter


Capítulo 1
Capítulo 1 - Único


Notas iniciais do capítulo

Bom... essa one ia ser para os dias dos namorados mas não aguentei a ansiedade. Espero que gostem, fiz com muito carinho.



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        A cada dia que passava a minha saúde piorava, eu sentia minha vida ser tomada de mim aos poucos a cada remédio que tomava eu via meus cabelos caírem e minha beleza se diluir como se fosse maquiagem. Hoje eu me arrependia por não ter aproveitado a minha vida como deveria. Me arrependia por ter sido fraca e não ter recusado o meu vicio, fraca por não ter lutado por quem eu amo.

“ – Isabella Swan – falou o doutor devagar  – Você só tem 24 horas de vida, sinto muito. “

      Abalada? Não, eu já esperava por isso. Há 5 meses descobri que tinha uma rara e grave doença, meu corpo tentava destruir ele mesmo.  E pelo visto estava se saindo muito bem. Eu estava cansada de lutar contra algo inevitável. Sabia que mais cedo ou mais tarde eu morreria. Afinal esse é o destino de todos, estamos aqui para isso. Nascer, crescer, se desenvolver e morrer. É o ciclo inevitável da vida. Infelizmente eu não cheguei a me “desenvolver”. Nasci, mas não vivi.

- Bella? – perguntou Alice entrando no meu quarto, Alice era minha melhor amiga e minha cunhada, ela estava com oreilhas no rosto. Bom... ela sempre está mas agora elas estão mais marcadas. Se assim posso dizer.

- Oi. – falei sorrindo. As melhores partes do dia era quando Alice ou Edward estavam aqui. Alice geralmente vinha de manhã e a tarde ficar comigo e Edward sempre a noite. Ambos largaram a escola para cuidar de mim e eu claro fiquei muito agradecida por isso.

- Você está pálida. – ela comentou sentando na ponta da minha cama.

- Eu sei. – sussurrei cabisbaixa, não sabia ao certo como dar a noticia que iria morrer em poucas horas para Alice, principalmente para Edward.

- E então? O que o médico lhe disse? – perguntou.                  

- Só tenho mais 24 horas de vida. – falei olhando para baixo, não queria ter que encara-la.

Quando levantei meu olhar Alice me encarava com os olhos arregalados, estava soluçando mas lágrimas não saiam de seus olhos.

- Edward sabe disso? – perguntou entre soluços.

- Não consegui contar isso para ele. – admiti. Como iria contar para ele que nossos planos haviam sidos ameaçados? Ou melhor, que não iriam acontecer?

Alice estava diferente, não parecia a mesma Alice, parecia está pensando em algo importante mas eu sabia que se perguntasse ela não iria me dizer. Afinal ela sempre fora assim.

- Vamos sair um pouco. – ela falou um pouco animada e eu a encarei incrédula.

- Como? – perguntei. – Caso você não tenha percebido estou a beira do caixão. – falei tranquilamente.

- Isabella Swan, se esse é o seu ultimo dia vamos fazer ele fazer ele valer a pena. – Alice aprontava algo mas eu não sabia o que era.

- Tudo bem. – resmunguei me levantado da cama, eu estava meia zonza por isso caminhei devagar até o banheiro.

   No banheiro peguei a minha escova e penteei meus cabelos tranquilamente, tirando todos os embaraçados. Em seguida prendi meu cabelo em um rabo de cavalo mal feito,  coloquei um vestido preto confortável e fiz uma maquiagem de leve para que eu não ficasse tão pálida. Sai do banheiro e olhei para Alice que continuava sentada na cama imóvel.

- Está linda. – ela falou sorrindo ao me ver.

- Confesso que há um certo tempo não me sinto tão confortável.

- Estou aqui para faze-la feliz.

Alice pegou minhas malas com uma certa facilidade e juntas nos dirigimos a porta do hospital. Caminhamos rapidamente em direção ao carro.

- Outro? – perguntei olhando o brilhante carro estacionado.  Era um carro prata com bancos de couro. Um carro que eu nunca iria comprar nem dirigir.

- Não, esse carro é da Rosalie. – Rosalie era a irmã mais velha do Edward, tinha todos os tipos de carros imagináveis. E digamos que não ia com a minha cara, achava que eu era mais uma das garotinhas que queriam se aproveitar do seu querido irmão, mas o que ela não sabia é que eu amo mesmo o Edward. O amo mais do que minha própria vida.

- Ah. – foi a única coisa que respondi. A família de Edward era a mais rica da cidade, ao contrário da minha. Eu era filha do xerife da cidade sobrevivia com o único salário mínimo do meu pai. E a mesada que minha mãe me fornecia. A família de Edward estava pagando meu tratamento, eu sempre seria grata a isso. Minha família nunca teria condições de pagar.

Fiquei perdida em meus pensamentos por um longo tempo, quando me dei conta já estava na casa dos Cullen. Eu e Alice saímos do carro e andamos em direção a casa, rapidamente Esme abriu a porta e veio me abraçar.

- Minha querida, bem vinda de volta.

- Obrigada, como vai dona Esme? – perguntei.

- Bem e você?

- Bem na medida do possível. – sussurrei.

- BELLINHA! –gritou Emmett vindo me abraçar. Emmett era um cara grande, confesso que tinha um pouco de medo quando o conheci, mas o que tinha de grande tinha de idiota, era uma verdadeira criança, super legal.

- Hey grandão. – falei um pouco sufocada mesmo assim sorrindo.

- Bella? – falou Edward aparecendo do topo da escada, ele estava sem camisa e se posso dizer super sexy. Suspirei ao ver ele se aproximar de mim, ele me abraçou com força e eu comecei a chorar. Me arrependi naquele momento de ter perdido todo esse tempo, de ter perdido toda a minha vida, por ter deixado escapa-la.

    Minha vida poderia ter sido melhor, eu poderia ter uma casa cheia de filhos e em seguida viriam meus netos. Sorri ao imaginar Edward ao meu lado com seus cabelos grisalhos e eu ao seu lado com rugas mas nós dois sorriamos na minha imaginação. Nesse momento meus soluços aumentaram e Edward me abraçou com um pouco mais de força tentando me acalmar.

- Shii amor, calma. – ele sussurrou limpando as minhas lágrimas.

- Eu vou morrer Edward. – chorei mais ainda, apoiei meu peso nele, senti meu corpo ficar um pouco mais fraco. Edward passou seus braços por minha cintura tentando segurar todo o meu peso, todos nos olhavam. Alice falou algo que não consegui entender com Jasper.

- Vamos para o meu quarto. – Edward falou me pegando no colo e me levando para o seu quarto em seguida. Ele caminhava devagar em direção ao quarto, a cada passo que ele dava eu sentia uma náusea. Encostei minha cabeça em seu peito e senti seu cheiro. Ele me acalmava. Era um cheiro bom, me fazia bem.

    O dia passava rapidamente quando me dei conta já era duas da tarde, Esme trouxe algo para mim comer mas Edward não saia do meu lado.

- Edward? – perguntou Carlisle entrando no quarto.

- Sim papai. – respondeu.

- Posso falar com você um instante? – perguntou.

- Claro. – ele sorriu e Carlisle saiu do quarto. – Já volto amor.

     Edward saiu pela porta atrás de Carlisle e logo um vazio tomou conta do meu peito.

PDV EDWARD

   - Já sabe o que irá fazer? – perguntou Carlisle sentando-se na mesa do escritório.

- Sinceramente? Não sei o que fazer. – respondi.

- Você tem que se decidir. Ela está piorando a cada minuto que passa. – falou levantando-se e indo em direção a estante onde pegou um livro de medicina qualquer.

- Fale para Alice arrumar as coisas. – respondi saindo do escritório.

    Poderia ser egoísta da minha parte mas eu não conseguiria viver sem ela. Há 125 anos fui transformado em meio a crise de gripe espanhola que matou meus pais e destruiu minha vida. Carlisle me encontrou a beira da morte, havia muitos doentes e poucos médicos, estava um verdadeiro caos. Não notaram quando meu corpo sumiu, assim Carlisle me transformou.

Há um ano encontrei Isabella, da minha parte foi amor a primeira vista. Começamos a namorar mas eu nada disse sobre minha natureza. 5 meses descobrimos que ela possuía uma grave doença o que degradava seu corpo aos poucos, suas células sofreram um mutação que fazia com que as mesmas destruíssem seu próprio corpo. Me dirigi ao quarto de Bella que estava imóvel na cama.

PDV BELLA

   Edward havia saído do quarto a um bom tempo eu já estava ficando entediada. Senti pequenos calafrios em meu corpo e depois uma pontada do peito o que fez eu me ficar sem ar.

- Edward. – tentei sussurrar em vão.

Meu corpo estava sendo puxado para a escuridão. E em seguida apaguei.

- Bella? – perguntou Edward passando a mão pelo meu rosto.

- Cheguei no quarto e você estava apagada. – ele deu um meio sorriso.

- Está chegando minha hora Edward. – falei baixinho, eu sentia meu corpo quente, meu coração já não batia tão rápido quanto antes.

- Não fale isso. – ele sorriu.

As horas passavam rapidamente, muito mais do que eu desejava..

Edward não saíra mais do meu lado, eu estava sentindo meu corpo ficar cada vez mais fraco, meus olhos se fechavam cada vez mais. Logo uma pontada de dor eu senti em meu abdome o que me fez gemer de dor.  Ali percebi que minha vida estava fugindo pelas minhas mãos, que estava na minha hora de partir. 

- Eu te amo. – sussurrei com o pouco de energia que ainda me restava.

- Eu também te amo. – foi a ultima coisa que ouvi, logo a escuridão tomou conta de tudo e eu só deixava a dor me tomar. 

     A dor ficava cada vez mais forte, eu não tinha força para nada, não conseguia me mover muito menos abrir meus olhos. Logo senti algo cortando minha garganta, gritei de dor. Comecei a sentir meu corpo queimando, tudo doía. A dor estava pior do que antes, queria implorar para me matarem mas não conseguia abrir a boca.

- Me desculpe. – ouvi Edward sussurrar ao meu lado. Queria perguntar o motivo do pedido das desculpas, queria perguntar o motivo da dor. Mas se eu abrisse minha boca gritaria.

 .........

     Não sei por quanto tempo senti essa dor, só sei que não aguentava mais. Eu estava com os olhos fechados e imóvel, a dor começou a sessar das pontas do dedos e lentamente todo meu corpo parou de queimar, ouvi a batida do meu coração acelerar e depois como se fosse mágica ele parou. Talvez assim fosse a morte, calma e dolorosa.

- Bella? – ouvi a voz de Edward e abri meus olhos lentamente.

- Oh meu Deus. Como você está linda. – falou Alice se aproximando de mim.

- O que aconteceu? – me assustei com a minha voz e me sentei rapidamente, eu estava mais rápida do que o normal.

- Bem vinda a sua nova vida. – Edward falou sorrindo e se aproximando de mim, pegou minha mão e me ajudou a me levantar da minha cama.

“ Minha vida foi tomada de mim, mas por um milagre consegui retornar a mesma.

           Quando você achar que tudo está perdido, haverá uma luz no fim do túnel. “          

Fim


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Reviews? Recomendações? Serão bem vindas; rs