Capítulo 02

Cameron Morgan era ruiva. Tinha os cabelos na altura dos seios e olhos verdes profundos. Era magra e tinha aproximadamente 1,70 m.

Não parecia que ela estava caçoando de mim.

- Escola de espiãs? – perguntei em choque. – Você tá zoando comigo?

Ela virou, fazendo com que sua saia levantasse um pouco. Que lindo, o uniforme é curto...

- Tire suas próprias conclusões – disse enquanto se dirigia a uma máquina de doces.

- Isso é hora de comer doces? – falei já começando a ficar irritada.

- Fique calma Renesmee... É tudo parte do plano.

Um barulho foi ouvido. Todas as garotas se viraram para Cameron.

- Cam, – disse uma garota se aproximando – sua mãe ainda não desativou o alerta vermelho, o que você está fazendo? – sussurrou para Cameron.

- Não se preocupe Jen, está tudo de acordo com o planejamento da comandante.

- Está bem então, Cam. É só que as garotas mais novas estão assustadas, sabe, nenhuma novata nunca foi direto para o subsolo 2, nem as garotas do segundo ano o conhecem.

- Novamente: Não se preocupe, Jennifer, ela será uma de nós. Além disso, ela está no terceiro ano – com isso, ela seguiu por uma passagem bem iluminada aonde anteriormente estava a máquina de doces.

- Mas, o que... – gaguejei.

- Eu te falei: “Tire suas próprias conclusões”.

Paramos na frente de um espelho, do qual saiu uma estranha luz vermelha que apontava em minha direção.

- O que caralho...

- É apenas um scanner de retina, Renesmee. Precisamos cadastrá-la em nosso sistema, ao contrário, não poderá participar das aulas de Op. Sec.

- Quem disse que eu vou querer participar?

- Operações Secretas é a única maneira que você tem de sair daqui de vez em quando, exceto pelos passeios, mas eles são raros.

Aquilo me chocou. A ficha finalmente caiu: Eu estava presa na Academia/Reformatório...

- Está bem. Faça.

A luz passou por meus ilhós. Cameron digitava rapidamente num teclado que aparecera do nada.

- Prontinho! – disse fechando o teclado. – Cadastrada no sistema. Quer conhecer aqui? É, literalmente, a parte mais secreta daqui da escola. É bem legal.

- Que seja... Qualquer coisa para sair daqui.

Cameron abriu a porta/espelho e entramos no que parecia ser um elevador. Descemos por aproximadamente 20 segundos em uma velocidade estranhamente rápida. A porta se abriu.

A sala era o oposto do resto do resto do prédio, ela era totalmente tecnológica. Mesas de alumínio, um grande computador no fundo da sala, pequenos notebooks em todas as mesas, centenas de livros...

- Uau...

- Precisava ver lá nos Estados Unidos... O senhor Solomon fez uma bela mudança.

- Calma, tem uma dessa nos Estados Unidos?

- A Academia Gallagher original fica lá. Mas escolas para espiões existem no mundo inteiro. Estamos espalhados pelo mundo – disse sentando-se no computador principal. – Nos EUA, estamos sob a fachada de uma escola para garotas superdotadas.

- Mas, teoricamente, vocês são superdotadas. Qual é! Vocês falam 10 línguas...

- 14, na verdade – falou me interrompendo.

- Que seja! Vocês sabem quatro tipos diferentes de lutas, são super nerds em tecnologia...

- Mas, como você sabe de tudo isso?

- Eu fiquei quase 15 minutos sozinha na sala da sua mãe, você queria que eu fizesse o que?

- Como eu disse antes para minha mãe: Você vai dar uma ótima Garota Gallagher.

“Cammie, você está ai?”

A voz vinha dos alto-falantes que preenchiam que preenchiam as paredes da sala. De repente, uma imagem surgiu na tela.

- Você está atrasada, Cameron.

- Sinto muito – falou ela sentando-se e apontando para mim. – Houve um imprevisto.

- Oh! Não tinha percebido nossa amiguinha...

- Amiguinha o caralho!

- Ela chegou hoje, Bex – disse Cameron, fazendo sinal para que eu ficasse quieta.

- Então como?

Cameron disse algo silenciosamente para “Bex”, até mesmo com minha audição de meia-vampira não consegui entende-las!

- Ah! – falou a garota na tela virando-se para mim. – Seja muito bem-vinda, Renesmee.

- Obrigada... – respondi.

- Bex, Rebecca na verdade, mas pode me chamar de Bex.

- Prazer.

- Então, Bex, onde estão Liz e Macey? – perguntou Cameron.

- Na biblioteca pesquisando. Não é porque você foi embora que vamos parar de procurar o que precisamos.

- Vocês conseguiram mais alguma coisa?

- Sim, te mandei pelo BlackBerry.

- O celular funciona aqui?! – perguntei surpresa. – Finalmente uma notícia boa!

Peguei meu BlackBerry Gold e liguei para Joe.

- O que você está fazendo?! – perguntou Cameron.

- O que você acha? – respondi de maneira rude. – Ligando para o meu namorado para que ele possa me buscar!

- Renesmee, o celular não... – sua frase sumiu no ar quando descobriu o que eu ouvia.

“Este celular se encontra fora de área, por favor entre em contato com...”

Não terminei de ouvir a mensagem. Joguei meu celular para algum canto da sala. Ouvi um barulho de coisa se amassando e saí da sala.

- Renesmee, volte aqui! – gritou Cameron.

Corri “os mais rápido” que pude em direção ao meu quarto, não me importando com qualquer uma que entrasse na minha frente.

Abri a porta e peguei as minhas malas. Vi de relance um uniforme como o que Cameron usava em cima de uma das camas. Ouvi passos vindos da escada, mas não me importei. Abri a janela e olhei para baixo. “Um humano não sobreviveria a essa queda”, pensei.

A porta do quarto se abriu e Cameron entrou.

- Renesmee, o que você...

Rosnei para ela. Meu lado de vampiro falou mais alto.

- Mas, o quê? Renesmee, se você pular, não vai sobreviver.

- Vou sim. Eu não sou como vocês, Cameron.

- Então, o que você é, Renesmee? O quê?

E foi aí, que eu desmaiei.