Vira Tempo, Uma Nova História. escrita por Felipe_S


Capítulo 4
Capítulo quatro: Enquadrando-se.


Notas iniciais do capítulo

Antes de qualquer coisa, um esclarecimento: Eu sei que quando Snape estava no sétimo ano, Bellatrix, Narcisa e Lucio já haviam se formado, contudo, resolvi ter licença poética e dizer que Bellatrix possui a mesma idade de Snape e que Narcisa é mais nova. Só esclarecendo mesmo. ^^



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- Lily, você tem que parar de achar que tudo que acontece neste castelo é culpa do James, sério. – Marlene disse severa enquanto remexia em seu malão – Mérlin! Dorcas, você viu onde coloquei meu livro de defesa contra as artes das trevas? – gritou para a amiga, a qual se encontrava no banheiro do dormitório.

- Lene, ela não vai lhe escutar, está tomando banho. – a ruiva suspirou, deitando-se em sua cama – Nós duas sabemos perfeitamente que a Dorcas fica incomunicável quando está na banheira. – suspirou. Uma hesitação começou a nascer nas entranhas de Lily, afinal, era necessário responder as provocações da amiga acerca do Potter, contudo, uma discussão, nesse momento, era a última coisa que a ruiva desejava. Chegou a cogitar ignorar o fato, mas, ao olhar para seu distintivo de monitora da Grifinória, teve a certeza, tinha que esclarecer para Lene, de uma vez por todas, que ela não implicava com o moreno – E, a propósito, não coloco sempre a culpa no Potter – disse séria, enquanto fitava o dossel de sua cama – Ele mesmo faz esse favor para mim. Que culpa eu tenho se aquele trasgo sempre está metido em confusão? – McKinnon riu com ironia, provocando um arquear de sobrancelhas por parte de Lily – Ah, Marlene, por Mérlin! – a ruiva levantou-se, sentando-se em sua cama, enquanto fitava a amiga que ainda remexia em seu malão – Não vai me dizer que a ceninha que vi hoje na aula de poções não era o que parecia. – a ruiva aumentou o tom de voz ao perceber que a amiga virou-se para ela tentando interrompê-la – É, muito bem pensado, como não vi isso antes? É óbvio que o coitado do Potter não gritou ou ameaçou a sonserina porque a maquiavélica quis ensiná-lo, ou porque aquela bruxa das trevas estava insatisfeita com sua presença. É claro que não é isso – Lily ironizou, aumentando cada vez mais seu tom de voz ao perceber uma possível intromissão por parte de Lene, arrancando um suspiro de desaprovação da morena, a qual voltou a remexer em seu malão – Você tem toda a razão, Marlene, o santo Potter só estava defendendo a honra de alguma donzela, honra esta que aquela sonserina que NÃO CONHECE NINGUÉM devia estar insultando. Realmente, Lene, essa sua teoria tem muito mais sentido. – disse sarcástica, enquanto cruzava os braços, sustentando um olhar de desafio para a amiga.

- Lily Evans, pare de ser orgulhosa como um hipogrifo em época de cópula e admita, uma vez na sua vida, que talvez você esteja errada! – Marlene virou-se para a ruiva, esquecendo-se completamente do livro que procurava para a aula seguinte – Não sei o que aconteceu exatamente naquela sala, mas, uma coisa eu garanto: James Potter não tem o perfil de homem que fala naquele tom com qualquer mulher que seja! – suspirou, levando uma das mãos à testa, massageando-a – Lil’s, por tudo que é mais sagrado, não tire conclusões precipitadas, talvez, eu disse talvez – disse erguendo as mãos ao ver que a amiga pretendia interrompê-la – aquela tal de Granger tenha feito ou falado algo que o irritou, não podemos culpar o coitado sem saber qual foi o comportamento da menina, Lily.

- Ah, claro. – ironizou – Essa sua acusação contra a índole da Granger nada tem em comum com o fato do Black estar de quatro por ela. Ciúmes, Marlene?

- Isso não tem nada haver com aquele imbecil, Evans! – disse apontando o indicador para a ruiva, a qual não se intimidou com o olhar colérico que recebia da morena.

- Não, suponho que não. – Lily disse no tom mais sarcástico que conseguiu colocar na voz.

- Lene, esqueci de lhe devolver o livro de defesa contra as artes das trevas que você me emprestou. – Dorcas disse sorridente enquanto abria a porta do banheiro – Ops, o que foi que aconteceu desta vez? – a loira perguntou em um clássico tom materno de reprovação, obtendo como resposta um silêncio perturbador – Marlene McKinnon e Lily Evans, Black ou Potter, qual dos dois foi o motivo da briga agora? – suspirou cansada.

**

- Recapitulando o plano mais uma vez – Hermione dizia enquanto ela e os amigos andavam pelos corredores do castelo – Ronald, não quero ouvir nenhum muxoxo, isso é sério! – disse ríspida sem sequer olhar para o ruivo – Enquanto eu e Harry estivermos na aula de feitiços, Ron e Ginny vão estar na aula de defesa contra as artes das trevas – a morena parou em frente à sala na qual os grifanos permaneceriam – Como esta vai ser nossa primeira aula separados – suspirou – recomendo que tentem se enturmar, algo que eu e Harry tentaremos fazer no melhor estilo sonserino possível:  com indiferença.

- Você quer que sejamos indiferentes? – Ron perguntou incrédulo – Mas é impossível se enturmar na Grifinória desta maneira! Na Sonserina pode até funcionar, mas, aqui? Mione, por Mérlin, acho que esse excesso de verde que você está usando está começando a danificar suas memórias. – o ruivo disse em tom de censura.

- Ronald, cale essa boca, por favor – Ginny disse ríspida, cortando uma possível réplica da Granger – Ela e Harry serão quem agirá com indiferença. – revirou os olhos – Nós dois, caríssimo legume insensível, agiremos como nós mesmos. – disse sorrindo – Bem, na verdade, – murmurou – acho melhor eu agir como eu mesma e você agir como outra pessoa, uma pessoa com cérebro de preferência. – Ginevra disse com descaso, tornando as orelhas de Ron vermelhas – Ah, Harry, - a ruiva virou-se para o namorado – nada de sequer olhar para uma sonserina, você sabe muito bem que tem uma ruivinha muito nervosinha por aqui, não sabe? – disse marota, enquanto colocava os braços envoltos no pescoço do loiro à sua frente – Posso saber o que você está esperando para me beijar, Lestré? – disse fingindo indignação.

- Nada, minha ruivinha – Harry respondeu com um sorriso maroto, puxando a menina para um beijo apaixonado. A última coisa que o loiro lembrou-se de ter ouvido antes de aprofundar o beijo foi um grito indignado de Ron, algo como “Ei, vocês dois, eu ainda estou aqui! E, Harry, nós ainda temos que ter aquela conversa!” e um sonoro “Cale a boca, Ronald” dito por Hermione.

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- Severo, você escutou o que essa nova sonserina disse para o Potter, para deixá-lo daquela maneira? – Bellatrix disse com um sorriso nos lábios enquanto treinava a execução do feitiço dado por Flitwick – Postura de uma comensal, ela, definitivamente, possui.

- Black, não seja tão prepotente. – Snape disse em seu habitual tom frio – O Lord das Trevas é o único capaz de determinar a pessoa que possui, ou não, postura e perfil para se juntar a ele em sua nobre causa. – o moreno disse enquanto executava com perfeição o feitiço proposto pelo professor – E, a propósito, não, não faço ideia do que foi dito naquela bancada.

- Eu sei que o Lord é o único capaz de julgar, Snape. – a morena disse irritada – Contudo, acredito que falar com o ele acerca dos novatos seja uma boa ideia, fiquei sabendo que o tal de Lestré não quis conversar com a nojenta da Evans. – sorriu ao imaginar a cena – Pelo que parece, ambos os novatos possuem os mesmos ideias que todos nós. Sem falar no asco que temos em comum para com esta escória de sangues-ruins que temos neste castelo.

- Acabei de lhe dizer que o Lord é quem toma as decisões, Black. Contudo, acredito ser de extrema valia que passemos a observar os novatos, seremos recompensados caso sejam bons seguidores. Aliados nunca são desnecessários. – Severo disse com indiferença, deixando um sorriso de satisfação no rosto da morena ao seu lado.

**

- Ron, por Mérlin, erre o patrono. – Ginny murmurou para o irmão, o qual fora chamado pelo professor para demonstrar o feitiço para toda a turma.

- Er, professor – o ruivo gaguejou – essa seria minha primeira experiência com um feitiço desta magnitude, o senhor realmente espera que eu consiga realizá-lo? – Ron disse escarlate, tendo como resposta um sorriso bondoso de um homem loiro de olhos castanhos à sua frente.

- Senhor Whezzy, tenho quase certeza que ninguém nesta sala será capaz de realizar o patrono em uma primeira tentativa, ou ainda nesta aula. – Joseph Scrinbet disse em alto e bom som, deixando claro para todos a complexidade do feitiço. Com um floreio de varinha, o homem afastou todas as carteiras da sala, deixando o espaço ideal para a aula. Virou-se para Ron e murmurou – Sei de sua capacidade, assim como sei da de sua irmã e seus amigos. – sorriu ao ver a cara de incredulidade de Ron – O diretor me comunicou, então, não aceito fingimento quanto aos seus conhecimentos, entendido? – o loiro fitou o ruivo, com suas sobrancelhas arqueadas, obtendo como resposta um acanhado “Entendido, senhor”.

  Ron virou-se para a turma, sentia as orelhas vermelhas como nunca estiveram antes. Buscou olhar para a irmã, a qual fitava Sirius meio encabulada. Aparentemente, o maroto estava, mais uma vez, jogando seu charme para cima da ruiva. Ginny parecia deslocada, sem saber como sairia, de maneira sutil, das cantadas do maroto. Sorriu com a rara postura desconcertada da irmã.

- Senhor, Whezzy, por favor... – Joseph disse encorajando o ruivo, tirando-o de seus devaneios.

- Expecto Patronum! – um cão de raça Jack Russel Terrier irrompeu da ponta da varinha de Ron, começando a correr em volta de si mesmo, como se buscasse o próprio rabo, deixando todos da sala, inclusive Scrinbet, estupefatos.

**

- Harry, dois sonserinos estão nos fitando. – Hermione murmurou séria enquanto realizava a atividade pedida pelo professor.

- Não era isso que queríamos, Mione? – o loiro respondeu, erguendo a cabeça, procurando sobre quem a amiga falava.

- Harry, seja discreto, temos que ser indiferentes, esqueceu? – ralhou com o amigo, sem perder o foco da aula.

- Senhorita Granger, excelente trabalho! – Flitwick disse entusiasmado – Temos a primeira aluna a conseguir realizar um Aguamenti com perfeição! Vinte pontos, muito merecidos, para Sonserina. – o professor disse, implicando em uma postura de desdém por parte de Hermione, a qual lançava olhares superiores para vários alunos que nem sequer chegavam perto de realizar a tarefa.

- Posso saber que olharzinho é esse? – o moreno vociferou irritado – Hermione, você nunca foi de se gabar desta maneira!

- Este olhar, Harry – a garota sorriu de canto – é o nosso passaporte para dentro do seleto grupo de Lord Voldemort.

**

- Quem aquela novata pensa que é? – Marlene vociferou, mirando Sirius e Ginny, arrancando um rolar de olhos de Lily – Não acredito que, com um namorado como o Lestré, ela ainda fica dando mole para os outros alunos. Definitivamente, ela é uma piranha!

- Lene, isso que identifico seria ciúmes do Black? – a ruiva perguntou divertida.

- Lógico que não! – a garota respondeu indignada – Como se eu fosse sentir qualquer coisa por aquele cafajeste! Dorcas, pare de rir! Não tem graça nenhuma, sério.

- Sinto lhe informar, Marlene, mas, você sente tanto ciúmes do Black quanto a Lily do Potter. – a loira disse abafando uma gargalhada com as mãos.

- É, isso mesmo. – Lily disse firme – Ei, eu não sinto ciúmes de ninguém, senhorita Meadowes!

- Você acabou de admitir, Lil’s! – Lene disse sarcástica.

- Exato, ela acabou de admitir o amor, correspondido, diga-se de passagem, que vocês duas sentem. Lene, nem tente me interromper. – Dorcas disse séria, enquanto cruzava os braços.

- Não sei o que a Lene iria dizer, mas – Lily perdeu a fala ao notar o patrono de Ron – Por Mérlin, Dorc’s, Lene, o novato, realmente, conseguiu realizar um patrono corpóreo em sua primeira tentativa? – a ruiva disse boquiaberta.

- Ain, que cachorrinho mais lindo, Ronald! – Marlene gritou animada, deixando um ruivo com as orelhas muito vermelhas.

**

- No jantar, Bellatrix, eu já lhe disse! – Snape disse impaciente enquanto saía da aula de feitiços, rumando ao salão principal.

- Devíamos falar com eles antes, Snape! – vociferou – Eu, uma legítima Black, tendo que receber ordens de um mestiço, francamente! – Bellatrix disse meio a gargalhadas, fazendo com que o estudante a sua frente parasse de andar, virando-se contra a garota, apontando-lhe a varinha.

- Escute bem, Black – Snape cuspiu o sobrenome da garota – Antes um mestiço do que membro de uma renomada família sangue puro cujo primogênito capaz de dar continuidade à mesma é um traidor do sangue, ou você esqueceu-se do seu amado priminho? Não perca tempo discutindo comigo, Bella. – desdenhou – O Lord das Trevas foi quem me deixou no comando, então, faça-me o favor de se comportar como um digno membro dos Black, não como uma louca. Precisamos causar boa impressão para persuadi-los. Se confirmado o talento dos novatos, traçamos um plano. – Severo disse frio, deixando uma Bellatrix com um sorriso sombrio para trás. Tudo daria certo, Voldemort exterminaria toda escória do mundo mágico e não mágico.

**

- Aquele ruivo é um aparecido! “Que cachorrinho mais lindo!” Por Mérlin, eu teria vergonha de ter um patrono daquele. – Sirius murmurava de péssimo humor enquanto jantava no salão principal.

- Almofadinhas, não queria ser eu ter que lhe lembrar algo meio óbvio, mas já que você não pensa, ainda vou fazer um favor a você e lhe dizer uma verdade. – James disse displicentemente enquanto cortava um pedaço de frango em seu prato como se buscasse fôlego para um discurso ensaiado – Black, use o cérebro, sua forma animaga é a de um pulguento – murmurou com ironia – qual forma você acredita que seu patrono terá? – O moreno disse sério, fazendo o amigo arquear as sobrancelhas – Acredito que uma forma que “você teria vergonha de ter” não é mesmo? – disse divertido, arrancando uma risada estridente de Peter e um revirar de olhos de Remo.

- Nunquinha, caríssimo Pontas! – Sirius disse estufando o peito – Seria a de um cachorro grande, veloz, mordaz, enfim, um cachorro MÁSCULO. Não algo fofinho e desengonçado!

- É, afinal, nada mais másculo que um amontoado peludo de pulgas, realmente, Almofadinhas, você tem toda razão!

- Eu sei que sim, sempre tenho razão – disse com o máximo de egocentrismo possível, arrancando um revirar de olhos de James – Se bem que, como você está insinuando, eu possa estar errado. – disse fingindo pensar – Lógico, você está certo Pontas! – Sirius disse causando um sorriso convencido no rosto do moreno – O patrono do Wheezy nem é tão vergonhoso assim, certeza que terá um pior... Tipo... Deixe-me pensar... Tipo o seu! Ter um patrono na forma de veado deve ser muito vergonhoso... Mas, Pontas, veja pelo lado bom: você, pelo menos, poderá sair do armário e admitir todo seu amor platônico pelo Ranhoso! – Peter engasgou com o suco de abóbora que bebia, enquanto Remo abafava uma risada e James parecia não se importar.

- Terminou a piadinha? – o moreno disse com um bocejo forçado, causando um arqueio de sobrancelhas por parte de Sirius como resposta – Agora, como havia dito, como excelente amigo que sou, lhe direi o óbvio que você se recusa a visualizar: Você só odeia o loirinho e o ruivinho por causa de uma certa morena de nome Marlene McKinnon, codinome, Sirius ciumento, conhece, caro Almofadinhas?

**

- Por que você é tão estúpido, Ronald? – Ginny gritava com o irmão na sala precisa, a qual mantinha a mesma aparência desde a última reunião – Eu só lhe pedi para errar, ter dificuldade! Mas, nãããão, o nosso herói tinha que mostrar para o mundo que era capaz de fazer um cachorro prateado correr atrás do próprio rabo. Pelas cuecas, meias e luvas de Mérlin, Ronald, com o que você estava na cabeça para fazer isso, dar tudo a perder? – a ruiva bufava de irritação, enquanto o menino à sua frente tinha a cabeça baixa, os olhos pregados no chão – RONALD, RESPONDA! O QUE VOCÊ TINHA EM MENTE AO FAZER SEU VIRA-LATA DAR O AR DA GRAÇA? – Ginevra estava à beira de um colapso nervoso, ela voltara tanto tempo no passado, não se lembrava quem eles precisavam salvar, contudo, sentia que a paz estava ameaçada, dependendo todo o mundo bruxo apenas dela e de seus amigos. Erros não podiam acontecer, não erros tão infantis como o que seu irmão cometera.

- Ginny – o ruivo murmurava envergonhado, ainda fitando o chão – o professor me disse que sabia de tudo, sabia da nossa capacidade e que não aceitaria corpo mole.

- Ronald... – a ruiva sussurrou com compaixão – Ele tentou ser simpático, tentou passar segurança a um aluno novo. – suspirou – Agora o estrago já foi feito e não poderemos mais esconder nossos conhecimentos mágicos. Não adianta chorar sobre a poção derramada – abraçou o irmão, o qual retribuiu murmurando um singelo pedido de desculpas – Ron, vamos falar com Mione e Harry e, tenho certeza, eles saberão como reverter isso ao nosso favor.

- Sem falar que temos que nos enturmar ainda. – o ruivo suspirou cansado.

- Você já é sucesso, Roniquinho, afinal, “seu cachorro é uma gracinha!” – Ginny ironizou, usando um tom de voz extremamente esganiçado.

- Ah, cale a boca. – disse vermelho – Espere até o Harry descobrir que o Black não lhe dá sossego. – riu ao ver uma careta no rosto da irmã. – Mas, deixo claro, ainda conversarei com ele sobre essa decisão de namorar minha indefesa irmãzinha.

- Ah, claro. Você conversará com ele da mesma maneira que abraça aranhas. Faça-me rir, Roniquinho. – disse marota enquanto corria do irmão, rumo ao salão principal para o jantar.

**

- Harry – Hermione murmurou enquanto se servia com um pedaço de torta – Estamos sendo observados, então, seja mais arrogante que nunca.

- Certo. – o loiro assentiu – Mas, err... O que você sugere, Mione? – perguntou apreensivo.

- Aja como se não se importasse com nada. Acho que podemos conversar sobre algo em tom despreocupado. – sugeriu incerta.

- Tipo o quão desprezível é a presença de sangues-ruins nesta escola, Mione? – Harry perguntou em um tom de voz alto, arrancando risos de canto de vários sonserinos.

- S-ss-sim. – disse acanhada – E aquela aula de poções então? – fingiu asco – Nunca vi tanta escória reunida.

- Pelo menos seu parceiro é um sangue-puro. – suspirou – Serei obrigado a trabalhar com uma sangue-ruim. – disse meio a uma careta.

- Traidor do sangue você quer dizer, aquele Potter é um amante dos trouxas. – revirou os olhos.

- Foi por isso que ele fez aquele escândalo? – Bellatrix disse com um sorriso nos lábios, a menina acabara de chegar à mesa, com Severo em seu encalço – Tudo por que você disse a verdade sobre a imunda da Evans? – a morena perguntou ansiosa, arrancando um olhar de reprovação de Snape e um sorriso de canto de Harry e Hermione.

-Não sabia que esta escola estava infestada de fofoqueiros. – o loiro desdenhou, desconcertando a morena. Snape esboçou um sorriso com a reação.

- Queiram desculpar a Black. A sanidade dessa maluca está se esvaindo. – disse com desdém – Contudo, devo dizer que o entusiasmo dessa idiota para com a visão de vocês sobre os trouxas é compartilhado pela minha pessoa. Devo confessar que poucos falam tão abertamente sobre o asco que possuem dessa gente miserável. Prazer, chamo-me Severo Snape.

- Você disse Black? – Hermione arqueou as sobrancelhas, mirando Bellatrix – Você é parente do Black, do grifano imbecil? – a morena perguntou fingindo incredulidade, desaparecendo com o sorriso da menina à sua frente.

- Infelizmente, sim. – disse com frieza – Milênios de tradição e honra jogados no lixo por aquele idiota. Ainda terei o prazer de acabar com sua vida. – disse fria. Snape mirou-a com ódio, agora ela se expusera demais, não tinham confiança o suficiente nos novatos para deixar transparecer seu caráter assassino.

- Faz muito bem com isso. – Harry disse com um sorriso debochado – Não recuperará a honra da sua família, mas, pelo menos, amenizará a vergonha. – disse presunçoso.

**

- Fale agora que estou implicando com a garota,Lily! – Lene disse sarcástica – A Granger está conversando com a Black. Aposto que o assunto principal é sobre seu sangue. – suspirou – Mas, como a novata é uma santa, muito provavelmente ela deve estar ensinando à Bella como se comportar como uma pessoa senil.

- E se for sobre o meu sangue mesmo? – a ruiva revirou os olhos – Deixem falar o que quiser. Cão que ladra, não morde.

- Mas, diferente da Black, não vi a Granger ladrando. – Dorcas ponderou – Ela não me parece o tipo de garota que fica apenas no papo, sinto que ela é do tipo que age. – a loira disse enrijecendo a testa, enquanto fitava as costas de Hermione.

- Por Mérin! – Lily bufou frustrada – A Lene falar besteira e descobrir conspirações irreais é normal, mas, até você, Dorcas? Acho que fazer NIEM’s de adivinhações está começando a afetar seu cérebro.

- Nem começa, Lil’s – Meadowes deu de ombros – Já disse que detesto runas e aritmancia, sem falar que adivinhar o futuro me possibilita dar muitas gargalhadas, testo minha criatividade e ainda prevejo o futuro – riu com a cara de incredulidade da ruiva – O posicionamento dos restos de torta em seu prato, Senhorita Evans, me mostram que um certo moreno, de olhos castanhos e ego imensurável conquistará seu coração. – disse em tom dramático, fingindo seriedade.

- Por Mérlin, Dorc’s, ó grande profeta! – Marlene disse com uma das mãos na testa – Por favor, observe meu resto de suco de abóbora e veja meu futuro. – a morena entregou seu copo para a loira observar.

- Chega de brincadeirinhas infantis, façam o favor. – Lily disse ríspida, tomando o copo da mão de Dorcas – E parem com suposições e brincadeiras de péssimo gosto, não aceito sequer pensar na possibilidade de me casar com o Potter. – disse levantando-se da mesa, devolvendo o copo para a Meadowes.

- Onde você vai? – a loira perguntou arqueando as sobrancelhas – Você tem que escutar minha previsão sobre o casamento o casamento de Marlene Black. – disse irônica.

- Pode ir me devolvendo meu copo, sua charlatã! – Lene disse pegando o objeto das mãos de Dorcas – Preveja seu casamento com o Remo, isso se um dos dois se mexerem para algo acontecer. – a morena disse ríspida, levando ao rosto da loira um sorriso triste.

- Ótima previsão, Marlene. – Lily disse seca, sentando-se ao lado de Dorcas – Por que você não nos agracia com mais alguma fala idiota de sua pessoa? – perguntou mirando a moreno com um olhar de desaprovação.

- Bem – McKinnon disse constrangida – prevejo que uma certa grifana idiota pedirá desculpas para sua belíssima amiga vidente. – suspirou – Só não sou capaz de prever se tal aluna será perdoada.

- Prevejo que ela já está, Lene. – Dorcas disse rindo, indo em direção a amiga para abraçá-la.

**

- Olha, Almofadinhas, a ruivinha está vindo para o salão comunal. – Peter disse entusiasmado, apontando para a menina que corria com um riso divertido, Ron vinha logo atrás, com uma cara de extremo cansaço.

- Ela não está correndo, está? – Remo disse receoso, não gostaria de agir como monitor naquele momento. Suspirou aliviado ao ver que Lily estava à mesa e poderia resolver o problema.

- Lógico que está! E sorrindo ainda! – Sirius disse em seu tom mais convencido – Aposto que está vindo me dizer que terminou com o Lestré e resolveu me dar uma chance, o pulguento aqui seduz geral. – disse com malícia.

- Ah, sim, como seduz. – James revirou os olhos – Diga-me então, Senhor Sedução, por que a ruivinha está correndo em direção à mesa de Sonserina?

- Bem posso ter me enganado – disse envergonhado, espantando os marotos com o fato de cogitar estar errado – Ela não deve ter terminado com o loirinho ainda. – disse como se fosse óbvio.

- Ah, claro. – Remo deu de ombros, sendo surpreendido por uma ruiva com olhos verdes que rumava, com determinação, em direção à Ginny e ao Harry.

- Prevejo barraco. – Sirius riu malicioso – E não qualquer barraco, barraco de ruivas gostosas!

- Cale a boca, seu pulguento! – James vociferou, indo atrás de Lily com apreensão.

**

- Harry! – Ginny gritou, surpreendendo ao loiro e o restante da mesa de Sonserina – Nem me esperou para o jantar, hein seu namorado desnaturado. – disse marota, dando um selinho no loiro.

- Vim com a Mione, você entende, não é? – perguntou apreensivo, recebendo como resposta um sorriso.

- Então esse é o motivo pelo qual você saiu correndo, Ginevra? – Ron disse enquanto bufava devido ao esforço físico.

- Não mandei você me seguir. – a ruiva disse enquanto abraçava Harry.

- Ron, pare de ser tão ranzinza – Hermione disse – Ah, Ron, Ginny, estes são Bellatrix Black e Severo Snape. – a morena disse com um sorriso, esperava que os amigos tivessem tido sucesso em se infiltrar meio aos grifanos, assim como ela e Harry obtiveram.

- Ah, muito prazer. – Ron disse envergonhado, recebendo como resposta um aceno de cabeça de Snape e um revirar de olhos de Bellatrix. O ruivo virou-se para Harry – E, você, Lestré – pigarreou, assumindo um tom mais formal – ainda temos que ter uma conversa sobre seu namoro com minha irmã!

- Ronald... – Ginny revirou os olhos.

- WHEZZY! – Lily gritou, chamando a atenção de todos no salão comunal – É contra as regras correr dentro deste castelo. – disse em tom profissional – Contudo, não lhe aplicarei uma detenção por ser uma aluna nova. Então, fica o aviso. – esboçou um sorriso e piscou para Ginevra.

- Me descul... – Ginny ia dizendo envergonhada, quando Harry a interrompeu.

- E quem você pensa que é para avisar minha namorada, Evans? Alguma autoridade? – disse com desdém. Bella e Hermione riram com a provocação, enquanto Ginny, Ron e Snape miraram o chão, preferindo não participar do diálogo.

- Exato, Lestré, uma autoridade! – disse com um sorriso de triunfo – Sou monitora chefe e... – a garota fora interrompida por uma gargalhada debochada de Harry – Qual a graça, Lestré? Acha que não tenho capacidade para tal cargo? – vociferou indignada.

- A graça, Evans, - disse o nome da ruiva com asco – é o fato de esta escola rumar a um buraco. O diretor deve estar com algum problema para permitir que uma pessoa como você tenha autoridade.

- O que você quis dizer, Lestré? – James disse colérico. Todos se surpreenderam com a presença do maroto ali, exceto Hermione, a qual vira o moreno se aproximar. Intimamente, a Granger tentava convencer a si mesma que permitir um confronto entre pais e filho não era tão doentio como soava. Tudo era por uma boa causa, por mais que doesse permitir, por mais imunda que se sentisse, era necessário. – Seja homem e diga às claras! – Potter disse colérico, mirava Harry com extremo nojo.

- Acho que todos aqui entenderam. – desdenhou – Mas, já que vossa senhoria assim deseja, direi ao seu amor platônico àquilo que todos pensam, mas não dizem por pena. – mirou Lily com um olhar de asco, enfurecendo ainda mais o moreno – Achei graça no fato de uma sangue ruim pensar ser uma autoridade.

- Como se atreve? – James gritou colérico – Vou lhe mostrar quem é o imbecil que pensa ser uma autoridade, ah se vou! – o moreno vociferou, indo em direção ao loiro, pretendendo dar um soco no sonserino. Contudo, com uma rapidez invejável, Harry realizou um feitiço estuporante não verbal, surpreendendo a todos, lançando o maroto contra as paredes do salão principal.

- Vejo que além de ser um traidorzinho desprezível de seu sangue, age como um trouxa. Potter, você é patético. – Harry disse com escárnio.

- POTTER, LESTRÉ, OS DOIS, PARA MINHA SALA, AGORA! – McGonagall gritou enfurecida com a briga ocorrida. – Nunca estive tão desgostosa em toda minha vida! Menos cem pontos para Grifinória e Sonserina. Sem reclamações, Potter. – Minerva mirou os dois alunos com extrema decepção – Os dois, agora, para minha sala!


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Notas finais do capítulo

Mais um! :)Comentem e digam o que acharam, por favor!