Um homem levava uma garota loira em seu colo. Para muitas pessoas ali, aquela era apenas uma típica cena de um casal de namorados, mas quem quisesse ver de verdade, veria uma bela menina, dopada por um homem, que talvez tivesse segundas intenções.

Em outro lugar ali, quatro amigos estavam angustiados pelo sumiço de duas amigas, entre eles, os namorados das vitimas.

- Percy Jackson, se você andar mais uma vez, eu juro que eu te mato!

- Silena querida... MINHA NAMORADA TÁ SEQUESTRADA!

- Percy, entende uma coisa: ninguém sabe se ela está. Talvez tenha saído para tomar um ar!

- Você sonha muito, Silena.

- Até você, Nico?

- Dá pras duas menininhas parar?

- E a sua namorada, Charles? Ela é o quê?

- Ela já é menina, Percy. E nesse caso tá parecendo mais forte que os dois.

Uma menina se debatia, tentando se soltar. Tentativa em vão, já que estava amarrada com fortes cordas após tentar ligar para Annabeth.

- STEPHANIE, ME SOLTA!

- E o que vai fazer eu te soltar? Você vai se unir a sua amiguinha! Meu irmão acabou de me ligar, aquela sua amiga, Antabeth, né? Então. Ela acabou de ser, como se diz, sequestrada.

- Não, não. Por favor, Stephanie. Solta ela. Deixa-a voltar pra casa! Não faz nada com ela.

- Então você vai ficar ai. Bem quietinha. Se você não ficar, adeus Antabeth. Entendeu?

- Sua desgraçada. Como você consegue ser assim?

- Você me ensinou, princesa negra. Agora você vai ficar ai, bem quieta. Escutou? Não vai falar. Eu não quero ouvir a sua voz. Antes...

Stephanie caminhou até Thalia e deu um soco em sua bochecha. Na verdade, era para ter sido no nariz ou na boca, mas Thalia foi mais rápida.

- Sabe o que eu deveria fazer? Ir até aquele hotelzinho que você está e ir consolar o Nico. Tadinho! Não merece uma namorada como você. Dizer também, que você fugiu com o meu irmão. Ele vai cair direitinho!

- Não vai mesmo.

- Claro que vai! Eu tenho provas, pequena.

- Qual a sua deficiência, Stephanie?

- Ei Thalia... Você já se deitou com o Nico?

- Sua vadia!

- Eu sabia. Não tem capacidade nem pra isso?

- Some daqui, Stepha... ANNABETH!

Um homem entrou com uma garota pálida no pequeno quarto que Thalia estava.

- Tha...

- O que você quer com ela, seu idiota?

- Ah nada! Na verdade, eu quero que o seu namorado venha aqui te procurar. Dai eu posso mata-lo. Seria ótimo, certo Thalia? Seriamos só eu e você.

- Porque você não vai procurar outra idiota que caia nos seus planos, imbecil? EU NUNCA vou ficar com você, entendeu? NUNCA!

Stephanie, que estava próxima de Thalia, deu um tapa na face da menina.

- Você pode me bater, mas nunca vai conseguir mudar minhas ideias!

- Por ora, vou ter soltar, Thalia. Vá ajudar sua amiguinha, ela precisa. Agora com licença, eu tenho um garoto para mentir.

- Vadia... – Thalia rosnou.

- Não é assim que se fala, pequena Thalia. Ou eu não te solto.

- Argh. Solta logo.

Stephanie foi até Thalia e a soltou, empurrando a menina contra a parede e Stephan soltou Annabeth. Thalia teve tempo de conseguir segurar Annabeth, fraca e quase inconsciente.

- Amiga, o que fizeram com você? Porque você não me obedeceu quando eu disse para você não vir? Annie!

- De-descu-culp-pa.

- Fica quietinha, tá? Vou pegar água que eu tenho aqui pra você.

A loira fez que sim com a cabeça, enquanto a morena se levantava para ir até o pequeno bebedouro que ali tinha.

- Toma, Annie.

A menina esticou as duas mãos, e conseguiu pegar o copo. Thalia estava preocupada com Annabeth, pensava muito em Nico, e sabia o que ele e Percy estariam passando, mas sabia que o melhor, era que os mesmos não fossem procurá-las, pois saberia o que iria acontecer. Definitivamente, Stephan estava louco. De amor ou de ódio ninguém sabe. Mas que estava louco, com toda a certeza.

Noutro lugar, a campainha tocou. A única menina da casa no momento, saiu correndo, esperando que fosse noticias boas de suas amigas. A mesma não se enganou, ou talvez parcialmente. 

- Ol... O que você está fazendo aqui, garota?

- Que modo perfeito de atender a porta... Silena, certo?

- Onde está Thalia?

- Onde está quem? Thalia? Por que tudo que acontece em relação àquela menina é minha culpa?

- Não sei... Deve ser porque você sempre quis se vingar dela?

- Belo argumento, menina. Mas não é isso. Eu vim fazer uma visitinha ao Nico. Eu soube que Thalia desapareceu por Dan, que também veio culpar-me pelo sumiço da sua amiguinha. A culpa não é minha. Não. Não mesmo.

- Não minta, Stephanie. Você não engana mais ninguém com essa máscara de boa moça.

- Boa moça? Não posso nem tentar ser legal?

- Isso não cola com você.

- Uau. Está falando igual à Thalia. Ficar muito tempo com ela dá nisso.

- Ao contrário dessa sua repugnante presença, eu gosto da presença da minha amiga. No caso, das minhas amigas. O que você e esse desgraçado do seu irmão fizeram também com a Annabeth?

- Eu repito: A culpa não é nossa se Annabeth e Thalia sumiram algumas horas atrás.

- Eu não disse nada sobre a hora que a Annie nem Thalia sumiram.

- E-eu...

- Não adianta mentir. Eu sei que você está com elas. ONDE ELAS SÃO?

- EU NÃO ESTOU COM NINGUÉM, SUA MALUCA. NÃO ESTOU. VOCÊ QUER QUE EU DESENHE?

- VOCÊ ESTÁ SIM. VOCÊ ESTÁ! ONDE MINHAS MELHORES AMIGAS ESTÃO?

- Ei! Que gritaria infernal é essa? O que ela está fazendo aqui?

- Ela veio “te visitar”, Nico.

- Eu não preciso de visitas, Stephanie.

- Só um abraço então? Pra valer a visita?

- Eu não quero um abraço seu.

- Só um, Nico!

- Se eu falar que não você vai insistir, então...

Stephanie se aproximou de Nico. O menino sentiu um cheiro que reconhecia de longe. Um cheiro que apenas uma pessoa muito conhecida continha. Fora o colar que Stephanie possuía: O colar que Nico havia dado para Thalia.

- Cadê a Thalia, Stephanie?

- O quê?

- Cadê. A. Minha. Namorada?

- Por que acha que eu estou com ela?

- Achar? Ah não. Claro que não. Eu NUNCA acho nada. Eu TENHO certeza. A única pessoa que tem esse perfume, é Thalia e esse – Nico apontou para o colar – colar pertence à Thalia. Única e exclusivamente a Thalia. E não adianta falar que tem igual, ou sei lá, porque esse fui eu quem mandou fazer para ela.

Todos olharam impressionados para Nico e sua forma de dedução. O menino, quando queria, era muito inteligente.

- Tá bom. Vou levar você até elas. Vocês ganharam.