Eles estavam na cama vendo televisão.

SS: Eu sempre tive pena dos monstros.

GG: Então é melhor desligar antes que eles suguem seu oxigênio - ele sai.

Sara pega o controle e encontra uma carta com o seu nome, começa a ler.

Sara

Nossa separação foi estranha. Eu não sei
porque eu acho tão difícil expressar meus
sentimentos por você... Mesmo que estejamos distantes,
posso ver você tão vividamente quanto se você estivesse
aqui comigo... Eu disse sentirei saudades, e eu sinto.
(Shakespeare) pode expressá-lo melhor que eu.

Entre minha vista e meu coração estabeleceu-se um acordo
E agora cada qual faz a outro um favor
quando meu olho está faminto por um olhar,
Ou meu coração almejando amar com suspiros que ele mesmo abafa,
com o retrato do meu amor a minha visão entra em festa,
E ao banquete esboçado convida o coração:
De outra feita, o meu olho é o hospede do coração,
E em seus pensamentos de amor colabora:
Assim, seja por teu retrato ou por teu amor,
Estás, mesmo longe, presente sempre ainda comigo:
Pois não está mais distante que o alcançe dos meus pensamentos,
E eu estou unindo a eles e eles contigo;
Ou se eles dormem, teu retrato na minha vista
Desperta meu coração para a alegria de vista e coração.

Ela não estava acreditando no que lia, Grissom adorava Shakespeare, sabia todos os sonetos, as citações e as histórias. Ele estava comparando o romance deles com aquele lindo soneto. Grissom tinha dificuldade em demonstrar o que sentia, ele sempre dizia que a amava, mas ainda assim continuava sendo o Grissom. Sara não se importava, ela gostava do jeito dele, até achava fofo.

Porque ele não me enviou? – pensava

Ela olhou pra onde ele tinha saído, não sabia se perguntava ou não, mas chegou a conclusão de que não resistiria.

Se levantou e foi atrás dele, ele estava sentado em sua sala, ela ficou parada na porta, estava tão distraído que demorou um momento pra perceber que ela estava ali.

GG: Hey ! pensei que tinha ido dormir?

SS: Eu ia, mas é que eu achei uma coisa.

Ele a olha intrigado até perceber a carta nas mãos dela.

SS: Gil... por que você não me mandou?

Grissom havia sido pego de surpresa, não sabia o que dizer.

GG: Sar, não tem importância.

SS: Por favor, me diz - ela faz um biquinho e ele suspira.

GG: Eu achei que não era suficiente.

SS: Como assim? - ela não estava entendendo. Ela se aproxima dele.

GG: Sara - suspira dinovo – nada que eu escreva ou diga vai ser capaz de descrever o amor que eu sinto por você.

Sara fica imóvel, estava emocionada, ele estava sem jeito, tentava não olhar pra ela, ele sempre ficava assim quando se abria demais, Sara o deixava sem ação. As lágrimas dela queriam sair, mas ao ver como Gil estava tratou logo de mudar de assunto, não queria deixá-lo sem jeito.

SS: E então, o que você tá fazendo, apontou pra maquete em cima da mesa.

GG: Vem cá – fez sinal pra ela sentar no seu colo, e ela o fez – To fazendo uma maquete do laboratório.

SS: UAU! Ta muito bom – eles começam a se encarar – Queria te mostrar uma coisa – ele levanta a sombrancelha e ela sai, volta um minuto depois com uma carta antiga nas mãos.

GG: O que é isso – ela senta de frente pra ele.

SS: É uma carta que eu te escrevi quando você foi embora de São Francisco.

Ela entrega a carta pra ele e ele lê.

GIL

Primeiramente, gostaria de te agradecer por tudo que você me ensinou, você foi o melhor professor que eu já tive.

Também queria dizer que eu amei todos os momentos que a gente passou juntos, eu sei que foi loucura, mas é assim que a vida é feita não é? Embora você não se pareça do tipo que faz loucuras fico feliz por ter confiado em mim, porque eu confiei em você desde o primeiro momento.

Eu não sei se vou voltar a te ver, mas te desejo tudo de bom, espero que a gente se encontre um dia. Obrigado por tudo.

Sara Sidle

GG: Porque você não me enviou – ele a encarava.

SS: Essa fala é minha – ela fica séria – Eu não tive coragem, você era meu professor, eu era só uma aluna. Você era um homem, tinha uma carreira e eu era só uma menina começando a vida.

GG: Você ainda é uma menina - ele faz biquinho e ela faz cara de braba.

GG: Minha menina – ela sorri pra ele.

SS: Eu acho que vou deitar.

GG: Boa noite.

SS: Você não vem?

GG: Vou terminar por aqui.

SS: Depois não reclama se eu acabar dormindo – ela dá uma piscadela pra ele e sai.

Ele levanta a sombrancelha, olha pra maquete, olha pra porta e não pensa duas vezes, vai atrás dela. Chegando no quarto a encontra deitada, ele deita ao lado dela.

GG: Sara! Você ta dormindo? – pergunta no ouvido dela.

SS: Não – ela vira pra ele e dá um sorriso.

GG: Eu te amo.

SS: Eu te amo mais.

E assim eles passam a noite, com muitos beijos carícias e amor muito amor.

FIM