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Pov Elena

Eu sei que você sofreu
Mas eu não quero que você se esconda
Está frio e sem amor
Eu não deixarei você se negar

Respire fundo, Elena. Vai dar tudo certo.

A minha tentativa de me acalmar estava falhando miseravelmente, mas mesmo assim tentava me convencer que estar a ponto de desmaiar não ajudaria quando eu visse Stefan. Ao meu lado, Lizzie me acompanhava silenciosa – Ela não estava de acordo com que eu fosse na tumba, mas ela sabe que não pode me negar isso. De acordo que a distancia entre Stefan e eu diminuía, meu coração acelerava de um modo alarmante. Realmente, preciso me acalmar.

Paramos em frente a tosca entrada da tumba e um silencio tenso nos assolou. Lizzie olhou significativamente pra mim e assentiu, me incentivando. É agora.

Eu quero reconciliar a violência no seu coração

-Stefan? - Perguntei fitando a sombria escuridão, um segundo se passou até que eu começasse a ouvir passos vagarosos. Stefan apareceu, aquelas feições nunca demonstraram tanta frieza e isso me machucou.

-Vá embora. - Ele disse sem nem ao menos olhar em meus olhos, sua voz raivosa me fez pensar em recuar, mas ao contrario do que meus instintos mandavam, dei um passo a frente.

-Lizzie, você poderia nos deixar sozinhos por uns instantes? - Pedi, sem nunca deixar de encarar Stefan.

-Tem certeza Elena? - Ela perguntou hesitante, eu apenas assenti em resposta e ela suspirou. -Estarei lá fora. Se precisar, é só chamar.

-Obrigada. - Agradeci e logo eramos só aquele homem frio que estava na minha frente e eu.

-Certo. Vamos conversar. - Afirmei. A coragem que eu já não sabia que tinha me inundando. Stefan apenas me fitou com o ar indiferente.

Eu quero reconhecer que sua beleza não é só uma máscara

-Não temos nada pra conversar. Eu quase te matei. Eu ia sugar cada mísera gota de sangue do seu corpo. Ponto final. - Ele disse vagarosamente, de um jeito ameaçador. Me aproximei ainda mais para mostrar que não tinha medo.

-Eu não me importo com o que você está dizendo, Stefan. Você parou. Não estava sob controle, mas mesmo assim você parou. Mesmo que Damon e Lizzie não aparecessem, você já tinha parado não ia me matar. - Declarei certa do que estava dizendo. Ele soltou uma risada de escárnio.

Eu quero exorcizar os demônios do seu passado

-Você não entende? Todo momento em que estivermos a sós, você estará correndo perigo. Eu vou acabar te matando. - Ele disse tão firme quanto eu. Minha respiração dava alguns solavancos enquanto eu tentava reprimir os soluços que acompanhavam minhas lágrimas.

-Não, Stefan! Você não vai! A culpa foi minha! Eu que te ofereci meu sangue! - Eu praticamente gritei, minha voz estranhamente saindo como uma súplica.

-Vá embora, Elena. - Ele disse bruscamente.

-Não. Eu vou ficar e te ajudar. - Eu disse, tocando a barreira invisível entre nos.

-Elena vá! - Ele voltou a dizer, dessa vez mais sério.

-Stefan, eu quero ficar. Eu te amo e quero ficar com você. - Teimei. Por instantes, a máscara indiferente dele caiu e eu pude ver o Stefan que eu conhecia e amava. Meu Stefan. Mas, logo ele era aquele ser sombrio novamente, agora com uma expressão muito, muito zangada.

-Já disse pra ir embora! - Ele gritou, a fúria explicita em seus olhos, que se tornaram negros. Dei um passo pra trás.

Eu quero satisfazer os desejos secretos em seu coração

-Elena? - Lizzie aparaceu do nada. Eu olhei pra ela e depois pra Stefan, aturdida.

-Tire ela daqui! - Stefan gritou novamente e Lizzie começou a me puxar.

-Não! Stefan! Por favor! - Eu gritava e me debatia enquanto Lizzie me rebocava sem nenhum esforço. Ela me soltou quando estávamos um pouco afastadas e me abraçou, enquanto eu desmoronava, soluçando.

-Eu sei, eu sei... Ele não está bem, Elena. É melhor dar um tempo a ele. -Ela dizia, enquanto afagava minhas costas.

-Ele nem ao menos quis falar comigo! - Choraminguei no ombro dela.

-Deixe-o sozinho um tempo. Ele precisa se organizar. - Ela aconselhou e eu assenti, ainda não conformada.

-Vamos pra casa. Tudo vai se ajeitar, você vai ver.- Ela falou, me levando até o carro dela.

Eu não estava desistindo, mas tinha que admitir que Stefan não queria mesmo me ver e isso doía mais que tudo. O que mais eu poderia fazer, a não ser dar a ele o que ele queria?

Você engana seus amores dizendo que é mal e divino
Você pode ser um pecador
Mas a sua inocência é minha

Pov Lizzie

Levei Elena pra casa, querendo desesperadamente fazer ago por ela, que estava sofrendo tanto. Porém, o caso de Stefan era algo que somente ele poderia resolver – Dessa vez, eu não poderia interferir, mas prometi a mim mesma que tentaria ajudar Elena o quanto me fosse possível. Ela era minha amiga. Estacionei e fomos até porta, mas parei ao sentir uma presença familiar.

Aqui vamos nós...

-Will. - Saudei, fitando a floresta, onde ele apareceu dentre as árvores.

-Oi Elizabeth. Vim ter aquela conversinha... - Ele falou de braços cruzados.

-Eu... Hã... Elena, você vai ficar bem sozinha? - Eu perguntei para a garota chorosa, que rolou os olhos, assentiu e entrou.

-O que quer conversar? - Perguntei, indo até ele, que se virou pra mim e me encarou.

-É mesmo verdade... Você e o Salvatore marrento? - Ele perguntou me olhando de um jeito estranho. Credo! Parecia que ele tinha virado meu pai agora! Assenti, levantando uma sobrancelha.

-Bom, isso é ruim. Você não pode ficar com ele. - Ele declarou, os olhos em fendas.

-Por que não? -Indaguei, cruzando os braços de maneira petulante.

-O cara é um idiota! - Ele respondei, como se fosse óbvio.

-Francamente, eu acho que isso quem deve julgar sou eu. - Respondi ríspida. Ele soltou uma risada.

-Confie em mim. Ele não é bom o suficiente pra você. - Ele falou me encarando, seus olhos me deixando tonta. Pisquei várias vezes pra me livrar da sensação.

-Desculpe, Will. Eu agradeço muito por tudo o que tem feito e por se preocupar comigo, mas estou com Damon agora. -Eu falei me afastando.

-Vamos ver quanto tempo vai levar pra que ele encontre outro brinquedinho. Até lá, eu vou estar aqui esperando você dizer que estava errada e eu certo. - Ele disse sorrindo de um jeito irônico e eu estremeci. Ele riu um pouco, como se eu já estivesse admitindo que ele estava certo e respirou fundo.

-Bom, vou indo... Muitas coisas pra fazer, garotas inocentes esperando pra virar lanchinho... -Ele murmurou apressado e, com um último sorriso zombeteiro, se foi.

Pov 3° pessoa

Stefan sentou impaciente em uma pedra irregular que havia se desprendido da parede – Fruto do ataque de fúria que o assolara logo depois que Elizabeth havia levado uma Elena quase em choque dali e tentou, mais uma vez organizar os pensamentos embaralhados.

Ele podia estar confuso sobre tudo, mas sabia que seu amor por Elena não era algo do qual ele podia duvidar – Ele a amava e exatamente por isso, sabia que era o melhor pra ela que ele ficasse o mais distante possível. Ela ficaria triste e magoada, mas ao menos continuaria viva.

Talvez se ele apenas conseguisse desaparecer, tudo ficaria melhor. Talvez Elena acabasse por ficar com Damon.

Stefan estremeceu. Suas tentativas de convencer a si mesmo de se afasta r dela eram tão desesperadas quanto fadadas ao fracasso.

Um som de passadas leves e rítmicas o despertou: Alguém se aproximava- Uma mulher, ele pôde adivinhar, pelo som do salto alto. A mulher abriu a velha porta de madeira e os raios de sol que batiam nas costas dela o fizeram estreitar os olhos. Só um segundo depois, ele conseguiu discernir quem era a tal mulher, mas ele não acreditava em que os seus olhos viam: Não pensou que a veria novamente.