(N/A: Leiam ouvindo:

http://www.4shared.com/audio/gF2wTs6N/06_OneRepublic_-_All_Fall_Down.htm)

Pov Lizzie

Acordei numa cama macia – Will devia ter me trazido até a casa dos Salvatore, já que eu podia ouvir os leves murmúrios de Stefan e Elena saindo na garagem. Ainda estava bastante cansada- era isso que dava ser sequestrada e logo depois encher a cara... Ainda de olhos fechados, eu rolei um pouco na cama e... Ai meu Deus! Que perfume bom era esse?

Me inclinei um pouco na direção que o cheiro era mais forte e esbarrei em algo.

-Ah! - Eu engasguei de susto e abri os olhos: Damon estava confortavelmente deitado ao meu lado na minha cama e sorrindo pra mim sedutoramente.

-Acho que errou de quarto: O de Elena é pra lá e o de Katherine é no outro corredor. - Falei apontando as direções com a cara emburrada. Por que ele tinha que ser assim? Por que não me deixava em paz? Seria bem mais fácil esquecê-lo.

-Não errei, não. Quem eu procuro está exatamente aqui. - Ele sussurrou, chegando mais perto de mim, seus lábios a poucos centímetros dos meus. Eu levantei, ficando sentada e nos afastando.

-Damon, eu posso até parecer frágil e inocente às vezes, mas eu acho melhor que você pare com isso: Você não vai querer conhecer meu lado mau. - Eu ameacei séria.

-Mas e quanto a noite em que fui procurar Klaus? Eu pensei que você...

-Eu só não queria que você se machucasse. Eu não falei nada sobre querer ser sua mais nova distração. - Eu o interrompi, cruzando os braços e com uma expressão desafiadora. Não ia deixar Damon me usar como ele usava todas.

-Mas você me beijou. -Ele provocou, cruzando os braços, me imitando.

-Não. Você me beijou. E mesmo assim... Foram só beijos... - Eu corrigi, dando de ombros.

A expressão irônica de Damon mudou de repente para uma intensa, seus olhos azuis ficando hipnotizantes. Ele respirou fundo e pesadamente, como se o que ele fosse falar fosse algo muito difícil e eu me assustei – Desde quando Damon Salvatore era tão hesitante?

-Bom, pra você pode ter significado pouco, mas foi importante pra mim. Você é especial, Lizzie. Eu nunca me senti tão bem com alguém como me sinto com você. Ma se você prefere esquecer tudo isso, tudo bem... Sabe de uma coisa? Não devia nem estar dizendo isso mesmo... - ele terminou mau humorado e levantou da minha cama, indo em direção a porta, mas antes que ele a abrisse, eu praticamente me materializei na sua frente. Eu ainda estava em choque, ainda não conseguia encontrar o significado daquelas palavras, apenas sabia que não queria deixar ele ir.

Meu rosto com toda certeza deixava transparecer minha surpresa. Eu queria ser cautelosa em relação aos meus sentimentos por Damon, mas as palavras inesperadas dele me desarmaram.

Fiquei parada na frente dele até que minha mão - por vontade própria – levantou e, hesitante, tocou o rosto dele, que continuava sério. Então, eu fiquei na ponta dos pés e alcancei a boca dele num beijo tímido.

Damon me envolveu em seus braços, me puxando pra ele e me levando de volta a minha cama, me colocou em seu colo. Minhas mãos foram para o cabelo negro e macio dele e, com um pouco de força, eu o puxei, fazendo sua cabeça se voltar pra trás e separando nossos lábios. Ele me olhou surpreso.

-Não... Não vou ser... o brinquedinho... de ninguém... de novo. - Eu arfava, minha respiração muito rápida, me fazendo cortar a frase em pedaços estranhos.

Pra minha surpresa, Damon apenas riu torto e beijou carinhosamente a ponta do meu nariz. Pousou a testa dele na minha e suspirou.

-Argh... É mesmo uma droga se sentir tão vulnerável... Mas lá vai: - Ele se afastou um pouco de mim e me encarou sério. -Lizzie, eu estou apaixonado por você. E não, não estou mentindo. - Ele terminou ainda me fitando intensamente.

Eu fiquei olhando pra ele com os olhos arregalados e a boca aberta, parecendo uma perfeita imbecil. Eu não sabia o que pensar, as palavra dele não conseguiam fazer sentido na minha cabeça. Eu estava seriamente cogitando a ideia de que seres alienígenas abduziram o verdadeiro Damon e colocaram um clone-versão-romântica no lugar...

-Dá pra falar alguma coisa?! - Ele reclamou. Não, esquece... É o Damon mesmo. Mas ele disse que estava apaixonado? Por mim?

Um sorriso começou a se formar em meu rosto.

-Sério? - Eu perguntei rindo feito uma idiota, o que pareceu acalmá-lo e ele assentiu sorrindo um pouco.

Eu voltei a colar nossos lábios, dessa vez de modo mais urgente. Desabotoei a camisa preta dele e a abri, minhas mãos passeando por seu peito. Damon liberou meus lábios, beijando o meu pescoço.

-E você? - Ele perguntou, me deixando confusa. - Eu acabei de me declarar aqui! Você não tem nada pra me dizer? - Ele repreendeu, sorrindo.

Eu afastei só um pouco nossos corpos, continuando no colo dele e o fitei seriamente.

-Damon... - Eu suspirei séria, só pra fazer suspense. Ele franziu os lábios com raiva e eu ri. A raiva dele aumentou.

-Damon Salvatore... Como eu poderia não me apaixonar por você? - Eu emendei rindo da cara de alívio que ele fez.

-Você é má, garota.... -Ele falou rindo e voltando a me beijar, me girou, fazendo com que eu deitasse na cama, ele estava em cima de mim, apesar de eu não sentir seu peso. Damon passou novamente os lábios pro meu pescoço e de repente se afastou.

-Você cheira muito bem... - Ele reclamou e eu abri os olhos: Damon estava com o rosto transformado. Eu rapidamente entendi: Meu cheiro o deixava com sede, mas é claro que deixaria...

-Ah! Vá em frente. - Eu o impeli, fechando novamente os olhos. - Me morda.

-Não. Isso te deixa fraca. Da ultima vez você foi sequestrada. -Ele discutiu. Eu coloquei as mãos em seu pescoço e o puxei pra mim.

-Faça, por favor. - Eu pedi.

Ele cedeu e baixou o rosto para me u pescoço e voltou a beijá-lo, dessa vez descendo até o ombro e subindo de nov, dando algumas mordidinhas. E então, ele me mordeu realmente. Eu arquejei um pouco ao sentir e enlacei meus dedos em seu cabelo, o impedindo de parar.

Eu sorri docemente quando comecei a sentir novamente aquela ligação entre Damon e eu, dessa vez mais forte. Os sentimentos dele ficaram explícitos pra mim e, só aí, eu pude realmente saber que ele realmente me amava. Será que ele também podia sentir o que eu sentia?Infelizmente, ele parou e voltou ao normal.

Tentei me levantaram pouco para alcançá-lo, mas quando tentei, caí de volta na cama. Dessa vez eu tinha mesmo ficado fraca.

-Desculpe. A culpa é sua, você sabe... Quem mandou ter um sangue tão bom? - Ele brincou me pegando novamente no colo e me envolvendo em seus braços. Eu mostrei a língua pra ele e ele riu.

-Você quer uma bolsa de sangue? - Ele verificou. Eu descansava a cabeça no ombro dele e isso me deu uma ideia bem melhor.

-Sabe, Damon... A base de um relacionamento é saber compartilhar... -Eu murmurei, meu rosto se transformando. Ele deu um sorriso malicioso.

-Meu Deus, Lizzie... Você vai se aproveitar da minha boa vontade?! - Ele repreendeu tentando parecer horrorizado, mas seu sorriso ainda estava presente.

-Sem duvida alguma, querido. Olho por olho... - Eu disse enquanto inspirava o perfume do pescoço dele e o mordi.

O sangue de Damon tinha um gosto peculiar – e não só por ele ser um vampiro, com certeza. Eu já havia provado o sangue de Will e eles eram bem parecidos, com certeza parecidos do mesmo modo com que o de Stefan seria: eles eram parentes e eram descendentes dos vampiros originais, o que os fazia mais fortes.

Eu já estava me sentindo bem melhor, apesar de ter bebido bem menos que Damon. Tirei minhas presas de seu pescoço e o fitei, ainda transformada. Ele afagou meu rosto e eu abaixei minha cabeça, pensando em qual era a minha aparência: um monstro com a boca suja do sangue de Damon. Ele pôs a mão em meu queixo e voltou a erguer minha cabeça e sorriu pra mim.

-A vampirinha mais adorável que eu já vi. - Ele comentou acariciando minha face, que já estava voltando a o normal.

Eu cobri a distancia entre nossos rostos, encostando a ponta do meu nariz no dele, sorrindo. Ele me beijou apaixonadamente, e eu retribui a altura, mas parei ao sentir o gosto que o meu sangue e o dele formou em nossas bocas. Era muito forte!

-Você sentiu? -Ele perguntou sorrindo. Eu assenti.

-Viu? Somos bons juntos em todos os sentidos. -Ele falou, parecendo quase presunçoso e me deu um selinho, lambendo os lábios em seguida.

-Sabe que isso deveria ser nojento, né? - Eu falei rindo e enrugando o nariz com nojo.

-Já passei dessa fase. - Ele deu de ombros, beijando meu rosto e pescoço.

Eu aproveitei que sua blusa já estava aberta e me livrei dela de uma vez, a jogando no chão do quarto. Ele riu do meu olhar cobiçoso: Damon era perfeito...

Ele voltou a me beijar novamente, eu contornei seus lábios com a minha língua, sentido a maciez enquanto ele retirava minha blusa. Ele sorriu malicioso e me deitou na cama, distribuindo beijos pela minha barriga e colo, até chegar novamente aos meus lábios. Sua mão contornou minha perna até o tornozelo e a encaixou em sua cintura.

Eu arfava a cada toque de Damon, a cada respiração e ele também não estava exatamente alheio – Seus olhos azuis queimavam mais que nunca e me incitavam a continuar.

Aqueles olhos azuis me fizeram lembrar de outros olhos azuis. O momento era inapropriado, mas minha maldita consciência começou a agir no momento em que eu lembrei de Will. Não era certo que eu fizesse isso com Damon sem antes esclarecer as coisas com Willian. Não era bom nem pra um, nem pra outro.

Não era realmente uma boa hora pra pensar naquilo. Damon agora abria meu sutiã, mas eu o parei, o olhando apologeticamente.

-Ainda não. - Eu sussurrei pra ele, que me olhou desapontado. -Eu não posso. Não agora, Damon.

-Me sinto tentando seduzir uma garotinha... - Ele reclamou emburrado.

-Desculpe se frustrei suas expectativas. - Eu murmurei envergonhada por parecer tão imatura. Sério, essa droga de parte boazinha dentro de mim me irritava à vezes... Eu queria apenas jogar tudo pro alto e fazer o que eu queria, mas não conseguia machucar Will... Não depois de saber que ele não me deixou por querer. Fechei meus olhos e sentei na cama, passando os braços em torno das minhas pernas.

Eu apenas fiquei lá sentada e de olhos fechados esperando que ele fizesse como Will quando ficava aborrecido comigo: Apenas virasse as costas e fosse embora. Por isso, estranhei quando senti seus braços ao meu redor.

Ele devia estar me achando uma complexada, imatura e infantil... Ótimo! As lágrimas de humilhação começaram a cair,sem que eu as pudesse controlar.

-Ei, o que foi? -Ele falou, notando minhas lágrimas e me puxou para seu peito. Eu me abracei a ele, me aproveitando do sentimento de segurança que eu sentia sempre que ele me tocava.

-Desculpe, Damon! É que está tudo tão confuso... Eu ainda não posso ir tão longe... Agora olha pra mim: Chorando que nem uma criança birrenta! - Eu reclamei, fazendo um biquinho involuntário. Ele riu, me dando um breve selinho.

-Uma vampira/bruxa de 200 anos chorando e fazendo biquinho: Definitivamente legal. - Ele afirmou rindo e me fazendo rir também, sem querer e eu dei um tapa no ombro dele.

-Sério, Lizzie. É estranho, mas eu não me importo nadinha de esperar por você. Você deve estar cansada, também... Ser sequestrada é bem cansativo.. - Ele terminou pensativo e eu sorri de orelha a orelha.

-Ai meu Deus! Romântico e compreensivo?! É mais do que eu mereço! - Eu disse teatralmente agradecendo aos céus e Damon riu.

-É,mas não acostuma...Isso é só porque eu não quero te deixar escapar. - Ele falou piscando pra mim. Eu estava começando a me sentir cada vez mais cansada e acabei bocejando.

-Você precisa descansar. - Ele murmurou levantando, mas eu segurei a mão dele.

-Você vai embora? - Eu perguntei com o tom mais desolado que tinha e que eu usava pra derreter os corações.

-Você precisa descansar. - Ele repetiu em explicação.

-Mas eu quero ficar com você... Você não pode ficar aqui comigo? -Eu disse com voz de choro. Ele me olhou cauteloso.

-Claro. - Ele assentiu.

-Que bom! - Eu festejei, minha expressão mudando drasticamente para a alegria. Ele riu, balançando a cabeça.

-Que criaturinha mais manipuladora! - Ele repreendeu e eu dei de ombros, admitindo.

Ele deitou na minha cama e eu não perdi tempo. Pus meu rosto em seu peito e respirei fundo, sentindo o perfume inconfundível de Damon. Logo adormeci, pela primeira vez em muito tempo, verdadeiramente feliz.