Jasmine preparava um café reforçado na cozinha enquanto os outros três se arrumavam. Estava distraída quando ouviu um oi sussurrado em seu ouvido. Virou, deparando-se com o olhar perfeito e o sorriso ingênuo que tanto lhe encantava.

- Oi Bill.

- Jasmine, o que vai fazer mais tarde? – o moreno perguntou um pouco inseguro.

- Ah, não sei. Quem decide o que vou fazer é a Ash, que sempre tem algum programa. Por quê? – ela já podia deduzir o que viria a seguir.

- Porque – Bill se ajeitou, passando uma das mãos sobre as mechas baixas do cabelo e desviando o olhar brevemente. – se você não for fazer nada... – sorriu torto achando engraçadas suas próprias ações. – Você quer jantar comigo?

- Quero. – ela afirmou seguidamente.

- Sério? – então sorriu um tanto feliz.

- Sim.

- Então está combinado. Vou pedir para buscarem você e assim que eu sair da entrevista nós vamos. Pode ser? – questionou vendo a ruiva afirmar. – Obrigado.

- Pelo que? – Jasmine franziu a testa num gesto de estranheza.

- Por aceitar.

Ashley entrou no cômodo indo até Bill e Jasmine, cumprimentou a amiga que logo voltou à preparação do café.

- Bom dia Bill. – e beijou-lhe o rosto rapidamente.

- Bom dia. – retribuiu, saindo em seguida em busca do irmão.

- Então Jasm, o que vamos fazer hoje? – Ashley escorou-se ao lado da outra, que sorriu timidamente. – Terá uma fes...

- Desculpa Ash, mas não vai dar. – interrompeu Jasmine, vendo a amiga estranhar. – Bill me convidou para jantar com ele.

- Ah, então ok.

- Não vai ficar chateada? – perguntou enquanto colocava as coisas sobre a mesa.

- Claro que não Jasmine. – Ashley riu contidamente da pergunta. – Eu não estragaria isso por nada.

- É, eu sei.

Logo os Kaulitz entraram na cozinha e todos se sentaram para tomar o café.

Ao terminarem, se despediram de Jasmine e foram até o carro de Ashley, entraram e partiram para o hotel. Após chegarem ao destino, se despediram da morena que deu partida rapidamente.

**

Já eram 18h00 e Ashley estava parada diante o guarda-roupa, olhando todos seus vestidos, tentando escolher um para usar. Tudo bem que ela não via a menor graça em sair sem a amiga, mas também não curtia ficar sozinha em casa. E Jasmine, muito provavelmente, se sentiria culpada em saber que ela não havia saído em pleno domingo como sempre fazia, embora não tivesse nada a ver com isso, já que Ashley que cuidava dos programas das duas.

Por fim, optou pelo vestido soltinho de um preto básico, cheio de brilhos que fazem toda a diferença durante a noite. Sim, esse é bem apropriado.

Tirou-o de dentro do móvel, jogando a peça sobre a cama. Dirigiu-se até o tumulto de caixas para escolher o que calçar, mas antes que começasse sua busca, sentiu o vibrar constante dentro do bolso. Puxou o celular, atendendo-o.

- Alô? – disse inclinando a cabeça para o lado, apoiando o aparelho entre o ombro e o ouvido, enquanto abria algumas caixas.

- Ash, é o Tom, tudo bem com você? – ele questionou um pouco desinteressado, e não é pra menos, há poucas horas que se encontraram.

- É, – a morena arrepiou-se ao ouvir a voz do de dreads do outro lado da linha, sorriu achando-se boba. - tudo e você?

- Tudo. – respondeu rapidamente. – Então, você está sabendo do Bill e da Jasmine. Certo? – e pareceu meio atrapalhado; envergonhado.

- Sim.

- Bem, nós poderíamos sair, não? – pronto, ele pediu, agora era só esperar a resposta. – Só pra não ser um domingo jogado fora.

- Ah Tom, eu ia numa festa hoje, se você quiser ir comigo... – e mesmo por telefone, Ashley envergonhou-se ao imaginar o provável sorriso formando-se nos lábios tão desejáveis do louro.

- Quero, quero sim. Me passa o endereço e nos encontramos lá, porque tenho uma entrevista junto com Bill e só poderei ir depois. – e sua voz pareceu bem mais animada.

- Então, ‘ta.

**

- Por que não disse a verdade? – o moreno perguntou ao irmão que saía do estúdio ao seu lado.

- Porque eu não quis. – Tom deu de ombros, sem interessar-se.

- Eu não entendo você. – disse Bill, revirando os olhos e estendendo as mãos para cima num gesto de desistência.

- Ah Bill, - o louro parou de andar, assim como o outro gêmeo. – chega de confusão. – e sorriu ao perceber que com aquelas mínimas palavras, o moreno havia entendido o porquê de sua mentirinha. – Até amanhã. – e virou-se para o carro que havia alugado naquela tarde para não depender sempre de um motorista.

- Aonde você vai? – Bill questionou mais alto, impedido o mais velho de entrar no automóvel.

- Comemorar. – e mais uma vez Tom sorriu, mas desta vez o seu sorriso típico malicioso.

- Ah, - o moreno meneou a cabeça negativamente, permitindo que o gêmeo partisse. – Até então.

Bill caminhou apressadamente até a limusine que o aguardava logo ali. Confessava que podia ser um exagero toda aquela produção: limusine, o restaurante e tudo mais. Mas não se tratava de qualquer garota, era Jasmine, a sua garota, ou o que ele desejava tanto que ela fosse.

Segurou o puxador da porta, abrindo-a, e entrando sem demora. Avistou os belos olhos castanhos acompanhados de um sorriso largo, embora tímido, da moça que segurava delicadamente a taça com champagne.

- Um brinde ao Bill. – e ergueu a taça, tentando parecer o mais confiante possível, algo difícil de ser diante o sorriso lindo que Bill abrira ao ouvi-la.

- Não Jasmine, - o moreno segurou em seu punho erguido, abaixando cuidadosamente para que o conteúdo da taça não derramasse. Olharam-se fixamente, quase sem piscar, talvez por medo de que se o fizesse, perdessem algum mínimo detalhe. E ainda sorrindo, Bill continuou: - a nós dois.

[...]

Chegaram ao restaurante de uma fachada elegante. Saíram do carro e, um ao lado do outro, entraram no estabelecimento. O vocalista havia reservado uma mesa à parte, não queria dividir aquele momento com os desconhecidos que enchiam aquele lugar. Assim, caminharam até a reserva. Bill, cavalheiro como costumava ser, teve que puxar a cadeira para Jasmine se sentar. Podia soar um pouco “antigo” aquelas atitudes, e provavelmente Tom riria muito se o visse, mas Jasmine se encantava por esse jeito tão único dele.

- Eu ‘to amando estar com você. – Jasmine não pode deixar de comentar enquanto limpava a boca com o guardanapo.

- E eu mais ainda. – o moreno bebericou o liquido na taça.

Se olharam por alguns minutos, tímidos e sem palavras. Uma forte lufada de ar saiu dos pulmões de Bill e, ainda incerto, ou temendo as reações de sua acompanhante, aproximou seu assento do dela. Jasmine percebeu a aproximação, e sentiu o coração pulsar mais forte dentro do peito. Eram inexplicáveis seus sentimentos, o que o moreno a fazia sentir com gestos tão simples. Para alguns tão imperceptíveis, e para ela totalmente inesquecíveis.

- Jasmine, - pronunciou, passando os lábios um no outro, umedecendo-os, e hipnotizando a ruiva que não sabia se olhava nos olhos ou nos lábios do moreno. – Eu... Eu... – gaguejou, esfregando as mãos frias uma na outra, e pondo-as entre as coxas cruzadas em baixo da mesa. Pigarreou, tentando não parecer tenso, fracassando totalmente nisso. – Estou me sentindo um completo idiota. – e sorriu brincalhão embora triste por não ter dito o que realmente queria.

- Por quê? – Jasmine perguntou, vendo distorcer-se uma careta engraçada no rosto de Bill.

Ele suspirou profundamente, tentando escolher entre pedir ou agir de uma vez. Tanto almejava os lábios da jovem, desde que se viram, mas tinha medo de perdê-la novamente. Ela, talvez, não sentisse mais o mesmo que ele, ou ainda nunca tivesse sentido.

Ainda confuso em seus pensamentos, sentiu todos fugirem e se esconderem nos mais diversos cantos de sua mente ao surpreender-se com os lábios da ruiva tocando os seus. Piscou algumas vezes, sem distanciar-se, e seu corpo tremeu num arrepio que só sentia na infância, quando os mesmos lábios tocavam os seus. Jasmine moveu minimamente os lábios, implorando por uma ação do outro, e assim Bill o fez. Apoiando uma das mãos no rosto da ruiva, e a outra em sua cintura, o vocalista pressionou cautelosamente seus lábios nos dela, num simples selar, e adiantou-se num beijo mais intenso após percebê-la dar passagem para isso.

Jasmine sentiu no mesmo instante o metal dentro de sua boca, tocando sua língua de um jeito tímido. Suspirou entre o beijo, sentindo o ar fugir-lhe naquele instante. O moreno parou, distanciando-se um pouco.

- Desculpa. – ela disse tímida, sentindo o calor em suas bochechas.

- Eu que deveria pedir desculpas por não ter feito isso antes.

E após um sorriso vindo da parte dos dois, voltaram a reiniciar o beijo. Era como se ela lhe desse asas, e de mãos dadas, voassem até os mais altos céus. Inexplicavelmente perfeito.