Meus Contra-acasos escrita por MikaDM


Capítulo 26
Tentando Colocar a Cabeça no lugar


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora...Sei que tem muita gente curiosa
kkkkk'
Espero que gostem.
Boa Leitura.



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# Matheus

  Eu estava parado, sem camisa e todos na minha sala estavam olhando para mim. Meu melhor amigo estava rindo da minha cara e eu podia ver várias pessoas com pena de mim. Mas não era isso que estava me deixando arrasado. Não mesmo.

  Cindy e Diego estavam parados olhando para mim com um sorriso debochado no rosto. Estavam felizes por terem tido sucesso no plano. Eles com certeza tinham conseguiram acabar com minha reputação. Mas isso nem era o pior.

  Todas as atenções estavam voltadas para mim até que alguém soltou um grito festeiro e a musica voltou a tocar fazendo o resto das pessoas se esqueceram de mim e voltarem a dançar. Eu apenas fiquei ali parado, tentando compreender o que tinha acontecido comigo. Agora, minha reputação parecia tão fútil, na verdade, tudo parecia meio fútil para mim, o time, as garotas, as festas, a beleza...

 – Você caiu em sua própria vingança. – disse Otavio com um sorriso nos lábios. Se fosse outra hora eu iria parti pra cima dele, mas, naquele momento, nem Otavio poderia me tirar do sério.

  Tentei recuperar o raciocínio e subi para meu quarto. Me deitei na cama sentindo o cheiro do perfume de Helena. Isso fez meu coração doer. Era tão estranho que, pela primeira vez na vida, eu sentia dor por uma garota... Agora eu sabia que nenhuma dor física era pior que aquilo.

 – O pior é que você tem toda razão Otavio. – disse para mim deitando na cama. Fiquei deitado me lembrando de tudo que tinha acontecido naquela noite, de como dançar com Helena me fez enxergar que eu estava apaixonado por ela, de como meu coração martelava em meu peito quando ela estava em meus braços naquela cama. Era estranho como eu não me sentia chateado por tudo aquilo ter sido um plano.

 – Parecia tudo tão real... – disse passando uma das mãos no rosto. – Não poderia ser tudo fingimento. – disse deixando minha voz ecoar pelo quarto vazio.

  Escutei uma batida na porta.

 – Pode entrar. – disse mesmo sem vontade de falar com alguém. Uma garota ruiva e muito bonita entrou no quarto. Eu fiquei observando-o até ela se aproximar de mim e se deitar ao meu lado.

 – Oi. – disse ela sorrindo eu também sorri, mas não a reconheci. – Eu achei super bonito sua declaração para aquela garota. – começou ela. Eu senti meu peito bater um pouco mais forte. – Ela é uma idiota por não ter aceitado ficar com você. – disse a garota ruiva segurando uma de minhas mãos. Eu não senti nada com seu toque, nem ao menos desejo. – Se você quiser, eu posso ficar aqui com você. – disse ela mordendo o lábio com cara de desejo. Isso normalmente me deixava excitado, mas não fiquei.

 – Pode ficar se quiser. – disse a ela. Nesse mesmo instante ela me beijou e eu correspondi, mas não senti nada, nem prazer com aquele beijo.

  Ela começo a tirar a própria roupa e depois a minha também. Eu fiquei parado esperando sentir alguma coisa, mas não conseguia. Ela voltou a me beijar e eu me entreguei. Imaginei Helena comigo naquele quarto mais cedo. Era incrível como eu sentia um desejo descomunal por ela. Um desejo que nunca tinha sentido por nenhuma outra garota.

  Eu olhei para a garota ruiva e vi o rosto de Helena. Parei na mesmo hora.

 – O que foi? – perguntou ela.

 – Eu não posso! – disse a ela me afastando. Ela me analisou por alguns segundos.

 – Ela não ti mereci! Não vale a pena ficar assim por causa dela. – disse ela me abraçando. Ela tinha toda razão, eu não iria ficar assim por causa de uma garota, não mesmo! Mesmo que eu estivesse sentindo coisas que eu nunca tinha sentindo. Eu não poderia ficar arrasado por alguém que não me queria. Eu era o mais bonito, o mais popular e o garoto que todas as garotas desejavam.

 – Você tem toda razão! Ela não vale à pena. – disse beijando mais uma vez a garota ruiva que apenas sorriu e retribuiu o beijo. Nós ficamos nos agarrando e passamos a noite juntos. Naquele momento eu tinha tomando a decisão de esquecer Helena para sempre, de esquecer toda aquela loucura... E eu já sabia como faria isso.

 # Helena

  Eu tinha todos os motivos para dizer que não estava apaixonada por Matheus. Poderia até dizer para o mundo todo que não sentia nada quando ele me beijava. Mas eu não podia mentir para mim mesma... Isso eu não podia, mas eu não fazia a menor idéia de qual era a verdade. Como eu poderia não mentir para mim mesma se não sabia qual era a verdade?

  Eu estou apaixonada por ele? – perguntei-me, mas eu sabia que essa não era a pergunta. Ele era tão diferente de mim, mas era o único que quando sorria me fazia sentir borboletas no estômago... Mas eu ainda o odiava. Odiava seu jeito de achar que o mundo girava ao redor dele e que ele podia ter tudo que queria a hora que quisesse, eu odiava quando ele fazia aquela coisa com os olhos e que me deixava fascinada... Argh. Eu odiava tanta coisa nele, mas ao mesmo tempo sentia uma coisa tão intensa, tão verdadeira entre nos dois.

 – Fiz a escolha errada. – disse passando a mão no rosto.

 – O que você disse? – perguntou Tocha parando no sinal.

 – Nada. – disse tentando sorrir para ele. Ele estava tão calado no carro que eu até tinha me esquecido que ele estava ali.

 – Já está melhor? – perguntou-me ele dando partida assim que o sinal abriu.

 – Acho que sim. – falei tentando parecer confiante.

  O resto da viajam tinha sido em silêncio. Eu seguia com meus pensamentos me martirizando por, talvez, ter feito a escolha errada ou talvez eu só não estivesse preparada para aquilo... Talvez eu não estivesse preparada para assumir meus verdadeiros sentimentos e, além do mais eu me sentia usada. Senti uma raiva subindo em meu peito ao lembrar a aposta de Matheus e Otavio. Não! Definitivamente eu não poderia está apaixonada por um idiota que apostava esse tipo de coisa, mas eu também não ficava para trás, afinal eu tinha entrado em um plano para conquistar e acabar com a reputação de Matheus.

 – Ele tem razão. Nós dois erramos. – disse em um sussurro que Tocha não escutou. Matheus tinha razão, mas todas as vezes que eu pensava na maldita aposta eu me sentia usada. Se eu também não o tivesse usado eu estaria me sentindo péssima, mas nesse sentido nós estávamos empatados... Um tinha usado o outro e vice-versa.

 – Chegamos. – disse Tocha parando o carro em frente a minha casa.

 – Obrigada! – disse a ele abrindo a porta do carro para sair, mas antes de sair ele puxou meu braço me fazendo voltar a sentar no banco.

 – Eu vi toda aquela confusão... E sei que era você que estava no quarto com Matheus naquela hora. – disse Tocha olhando para mim. Eu senti meu rosto arder de vergonha. – Tudo bem. – falou ele tocando em minhas bochechas com a mão gelada ao perceber meu constrangimento. – Eu não sei o que você tem com o meu sobrinho, mas eu não quero que se machuque. Eu gosto muito de você Helena. – disse ele se aproximando mais de mim.

 – Eu... Eu não tenho nada com seu sobrinho. – falei tentando não gaguejar com sua aproximação repentina. – E eu também gosto muito de você Tocha. – falei sincera. Eu gostava muito de Tocha, ele era um grande amigo e, às vezes, fazia eu me sentir muito especial.

– Eu conheço o meu sobrinho e sei que ele não... – ele pensou por um momento tentando achar a palavra. – não é flor que se cheire. – disse ele suspirando.

 – Eu já disse que não tenho nada com seu sobrinho! – falei virando os olhos.

 – Tudo bem. Não vou insistir! Mas se quiser falar sobre qualquer coisa pode falar. Eu vou está aqui pra te escutar. – disse ele com um sorriso acolhedor.

 – Obrigada. – disse abraçando-o. Ficamos daquele jeito por alguns minutos. Ele acariciava meu cabelo e eu me senti acolhida em seus braços.

 – Acho melhor você entrar. – disse ele em meu ouvido. Eu levantei a cabeça e nossos olhos se encontraram. Ele me olhava de uma forma terna. Nós estávamos tão perto que ele não precisou mover a cabeça em minha direção para nossos lábios se encontrarem. Seus lábios se chocaram levemente com os meus moldando nossos lábios em um perfeito encaixe. Era um beijo calmo, acolhedor.

 – Helena. – ele sussurrou afastando nossos lábios. – Não podemos fazer isso! Eu não posso fazer isso com você. Não posso me aproveitar do seu estado fragilizado. – disse ele como se estivesse falando com uma criança. Eu não sabia o que tinha dado em mim, mas eu sabia que tinha gostado daquele beijo.

 – É melhor você entrar. – disse ele beijando minha testa. – Outra hora nós conversaremos. – falou ele me soltando dos seus braços. Eu suspirei relutante, mas sai do carro batendo a porta.

  Cheguei à porta da minha casa e vi o carro dá partida me deixando sozinha. Fiquei ali por um tempo.

O que eu tinha acabado de fazer? O que tinha sido aquele beijo? E pior, como eu poderia ter gostado de ter beijado ele? – Pensei preocupada antes de entrar em casa.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Não fiquem assustadas com o beijo de Tocha e Helena... Ela só está confusa, fragilidade, passando por um momento difícil e Tocha está ao lado dela nesse momento... Mas quem sabe não rola um sentimento? Vamos esperar pra ver xD
Tocha x Matheus
kkkkkkkkk
Bjão
E não se esqueçam dos Reviews...