BELLA

Nosso coração precisa de amor, assim como nossos pulmões precisam de oxigênio. (Livro, desafio de amor).

Era mais fácil agora falar de Jacob para Antony, a dor ia se esvaindo, o tempo estava sendo bondoso comigo, claro que ainda pensava nele, sentia pena, pois agora sei que é doente e precisa urgentemente de ajuda, hoje depois de três meses entendo que ele me amava sim, mesmo que meu psicólogo diga o contrario realmente acredito nisso, afinal só tinha a mim, já que sua família nunca o apoio em nada, infelizmente seu medo de me perder anulou tudo que o redimia perante meus olhos e coração, agora estamos nós dois quebrados e sofrendo, sei que ele sofre, seus e-mails cheios de insultos nada mais é que uma forma de descarregar suas frustações e meu maior medo é que quando ele descobrir, cair na real que desta vez eu não voltarei, enlouqueça e faça besteiras irreversíveis contra seu próprio bem estar.

Enquanto Bella se preocupava com Jacob e o fato dele arruinar sua própria vida, ele maquinava uma maneira de tê-la de volta e mal sabia ela que ele estava disposto a tudo para alcançar seus objetivos, não se importava em eliminar quem tentasse impedi-lo, iria até o fim, pois não podia viver sem ela.

Um arrepio percorreu meu corpo e o coração disparou em meu peito, um pressentimento ruim nublou minha alma, respirei fundo, resolvendo não me encabular, com certeza é ansiedade pelo meu primeiro dia de trabalho.

Nem acreditei quando recebi o telefonema do reitor da Universidade me convidando para ministrar aula de literatura inglesa, confesso que não esperava, aceitei na hora, era o que eu precisava para recomeçar minha vida, mesmo que ainda não consiga ler os clássicos romances e escreve-los, este foi o primeiro passo e acredito que logo vencerei mais uma barreira e assim até conseguir vencer todos os meus medos.

Sai de casa encontrando Antony a minha espera. Toda vez que olho para ele agradeço a Deus por ter o colocado em meu caminho, não sei o que teria sido de minha vida seu meu porto seguro, pois isso que ele é.

O mesmo sentimento que sentia na infância ainda existi, mas agora é mais intenso, não sei explicar o que é, mais é algo que me faz bem, ilumina minha alma e alegra meu coração, gosto de estar na presença dele, sonho como ele todas as noites, um sorriso brota em meus lábios todas as vezes que sua imagem vem em minha mente, preciso vê-lo todos os dias, não me canso nunca de sua presença, dói pensar em me afastar de novo, desta vez em não consigo, só se isso contribuir para sua felicidade, neste caso eu faria.

_ Oi.

_ Voce devia estar trabalhando, certo? ¬¬_ Falei em tom de acusação.

_ Só vim deseja-la uma boa sorte. _ Ele disse me puxando para um abraço terno.

                Abracei-o de volta, era tão simples estarmos juntos, ficarmos tão a vontade que as pessoas ao nosso redor até interpretavam mal, mas não havia malicia era natural.

_ Obrigada meu anjo. _ Falei me afastando para olhar em seus olhos.

                Antony me fintou por alguns segundos interruptos, havia algo em seu olhar que desconhecia, mas ao mesmo tempo me agradava.

_ Vou indo, tenho uma agenda cheia hoje. _ Ele disse desviando seu olhar, se afastando.

_ Nos vemos a noite então.

_ Hoje não posso, Tânia vai jantar lá em casa.

_ Ok! Então nos vemos amanhã na consulta.

_ Te ligo mais tarde para saber como foi. _ Antony disse já dentro de seu carro.

                Fiquei observando-o até seu carro dobrar a esquina, senti uma angustiazinha estranha, mas ignorei entrando no meu carro indo rumo ao meu futuro.

Edward

                Dias se passaram, meses e cada dia fica mais difícil estar perto de Bella sem gritar o quanto a amo e a quero, me controlo, pois sei que ela ainda não esta preparada para ouvir isto e que um passo em falso e a perco mais uma vez, não suportaria isso, por isso me conformo com o pouco que recebo um abraço, um olhar, um sorriso, tudo tão verdadeiro que a momentos é como se ela me amasse e não tivesse a mínima ideia disso.

                O dia passou rápido, trabalhei muito, mas foi bom, pensei menos em Bella e esqueci-me do jantar com Tânia, não estou com um pingo de paciência, nem disposição para escutar seus sermões de “você não esta nem ai para mim”, “passa todo seu tempo com essa Bella”, a verdade é que estou de saco cheio, preciso acabar com isso logo antes que a machuque com essa minha vida complicada, todo jeito é impossível esquecer a Isabella, vinte anos de separação não fez isso, não adianta continuar com um relacionamento que esta destinado a fracassar.

           Em casa passei mais de uma hora no chuveiro protelado meu encontro com minha namorada, meus pensamentos voaram e mais uma vez me perdi nos olhos, no cheiro, no sorriso, no abraço quente e reconfortante de Bella, tentei resgatar a sensação de seus lábios no meu quando demos nosso primeiro beijo, mas já faz tanto tempo que é quase impossível.

                O banheiro estava todo esfumaçado quando desliguei o chuveiro, vesti uma causa de moletom e uma camiseta e antes de descer para jantar, peguei meu celular e liguei para casa de Bella, mas ninguém atendeu frustrado desci sem um pingo de entusiasmo, mas isto logo mudou quando meu campo de visão estava ela, sentada no chão da sala de estar juntamente com Emmet, Rose, Alice e Jásper jogando cartas, não pude esconder minha animação e um sorriso involuntário surgiu em meu rosto.

_ Boa noite família! _ Falei me aproximando.

_ E ai mano, junte-se a nós, vamos começar uma nova partida. _ Emmet disse.

_ O que estão jogando?

_ UNO. _ Alice disse.

_ Oi. _ Bella cumprimentou-me assim que sentei ao seu lado.

_ Olá! Como foi seu dia? _ Perguntei.

_ Foi perfeito.

_ Fico feliz que tenha dado tudo certo em seu primeiro dia.

_ Obrigada.

_ Porque não me disse que vinha?

_ Nem eu sabia, meu pai chegou em casa mais cedo com esta novidade.

_ Vamos parar de conversa fiada e vamos começar logo este jogo. _ Emmet disse animado.

                Tudo estava tão tranquilo, podia ouvir meus pais conversando com Charlie na cozinha enquanto jogávamos, era como se tivéssemos dez anos de novo. Bella sorria descontraída, nem um vestígio de tristeza havia em seus olhos, mas algo em sua feição mudou no momento que Tânia entrou na sala.

_ E ai cunhadinha junte-se a nós. _ Emmet gritou.

_ Nem morta eu participo dessa coisa ridícula, vocês deviam se envergonhar, estão parecendo um bando de crianças selvagens, podia ouvir vocês gritando lá de fora.

                Um silencio mortal tomou conta da sala, antes de Alice abrir a boca.

_ Isto é típico de pessoas que teve uma infância maravilhosa e apreciam relembrar momentos felizes como esse, coisa que você não teve.

_ Menos Alice, ok. _ Falei me levantando.

_ Oi Ed, estava com saudades. _ Tânia disse beijando-me.

_ Como tem passado? _ Perguntei tentando parecer interessado.

_ Estou bem, obrigada.

                Tânia grudou em mim com demonstrações de afeto que não era muito típico dela. Durante o jantar todos conversavam animadamente, menos eu, um desanimo sobrenatural se apossou de mim, para piorar Bella estava a minha frente conversando naturalmente com Rose, como se já a conhecesse a uma década, é incrível como ela se encaixa perfeitamente no meio da minha família, coisa que minha namorada nunca conseguiu.

                Despedi-me de Bella e Charlie e fui para meu quarto seguido por Tânia que logo estava agarrada em mim, assim que fechei a porta.

Retribui seus beijos e deixei ser levado pelos desejos carnais, mas no fim me sentia um lixo, pois Bella não saiu de minha mente em nenhum momento e ali vendo Tânia dormir satisfeita por caricias falsas tomei a decisão que estava mais do que na hora de acabar com esta palhaçada, logo ao amanhecer terminaria tudo com ela.