Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 58
Capítulo 58: Um amigo nos traz McLanche


Notas iniciais do capítulo

Oiii! Leitores lindos, pacientes e que deixam muitos reviews para essa autora, tudo bem? * tentando bajular para que vocês esqueçam o atraso, superatrasado da fic*
É, a bajulação provavelmente não deu certo. Realmente me desculpem, mas meu colégio decidiu ferrar com a vida social que eu não tenho, e ,marcou trabalhos, feiras e provas, tudo para esse mês (poxa, justamente o mês de níver da fic! affs!). Ou seja, o que eu mas faço em casa é estudar e fazer trabalho!
Mas vocês querem é saber da história, isso sim!
Capítulo dedicado a linda e maravilhosa Lady Annie! Obrigada linda! Você me deixou muito feliz, sua recomendação me emocionou muito!!! (PS: se achar o capítulo fraco, desculpa, mas é que eu realmente estou atarefada aqui, se achar esse ruim, faço um melhor depois).
Bem, é isso! Leiam as notas finais! E muito obrigada a todos!



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Annabeth’s POV

Não sei dizer ao certo quanto tempo fiquei apagada, no entanto, aquela escuridão na qual eu me encontrava, em algum momento havia virado um sonho. Na verdade, como você bem sabe, sonho de semideus, muitas vezes acaba sendo um pesadelo, e nesse caso, meu sonho era um pesadelo.

Eu estava em uma espécie de caverna, mas não posso ter certeza disso, era como se um véu cobrisse meus olhos, como se a névoa que atinge os mortais também estivesse me atingindo, como se algo não quisesse que eu descobrisse o que ali estava acontecendo.

— Minha, minha senhora!— gaguejou o que me parecia ser a voz de um homem, pois era uma voz forte, quase antiga. Mas era o tipo de voz que você nunca pensaria em ouvir gaguejando, e ouvir aquilo soou estranho – Eles conseguiram pegar a primeira parte da espada. Aracne falhou!

As batidas do meu coração aceleraram. Ele estava falando de nós, de Bryan, Percy e eu!

Eu já sei disso!— disse uma voz cortante, aparentemente feminina, mas que fez meu corpo inteiro arrepiar, era uma voz muito antiga, como se fosse dos tempos antes dos deuses – Na verdade, eu imaginava que eles fossem conseguir pegar a primeira parte, só não imaginava que seria a filha de Athena que mataria Aracne. Isso sim foi uma surpresa um tanto quanto interessante.

Eu tentei olhar para a direção das vozes, mas tudo que pude ver foi alguém curvado, de joelhos, como se fizesse uma reverência.

Se a senhora já sabia que eles venceriam, por que enviou Aracne para lá? — perguntou a voz masculina.

Porque já estava na hora de ela morrer, a volta dela foi um erro!- a voz antiga disse, como se culpasse o homem pela volta de Aracne - Fora que isso serviu para mostrar a aqueles semideuses que essa missão não será fácil, eles ainda serão meus pequenos peões!

Novamente meu coração reagiu ao que eles falavam, falhando uma batida, e interiormente, eu estava revoltada. Quem aquela voz pensava que era? Nós, peões dela? Em que planeta?

Claro que nossa visitante parece discordar do que eu digo. Não é mesmo Annabeth Chase? — disse a voz antiga, meu coração parou de bater por um segundo e minha respiração ficou entrecortada, mas eu ainda não conseguia ver quem falava isso, só sabia que deveria sentir medo – Mas não se preocupe, você verá o quanto eu estou falando sério, logo, logo você verá isso!

— A garota está aqui? – perguntou a voz masculina, e eu pude ouvi-lo puxando a espada.

Ela está, mas nada de feri-la, fui eu que a trouxe aqui! É apenas um sonho, ela nem consegue nos ver direito.

Por que você me trouxe aqui? – perguntei, cada vez enxergando menos, cada vez vendo as coisas através de um véu mais espesso.

Te trouxe aqui para fazer uma proposta.- disse a voz antiga falando... em minha mente? Sim, ela estava no meu sonho, e ainda por cima falando em minha cabeça - Você pode se juntar a mim Annabeth, você pode ficar do meu lado, servir ao meu exército, me ajudar a destruir os deuses, poderá construir um novo mundo, uma nova era. Será poupada da dor, da perda, da morte, e poderá trazer Percy Jackson com você! Basta escolher ficar do meu lado, trazer a espada para mim e lutar por mim. Se fizer isso será poupada de tudo que seu futuro aguarda, toda dor. Tudo que está escrito para sua vida será esquecido.

Definitivamente, quem quer que ela fosse, não batia bem das ideias, eu jamais iria me juntar a alguém que quisesse acabar com o mundo, acabar com a Era dos deuses, acabar com tudo que conheço. Mesmo que eu pudesse reconstruir o mundo, eu nunca faria isso. Querer mudar tudo a minha volta era meu defeito fatal, eu não iria cair nessa história.

— Nunca! – disse eu firmemente – Eu nunca trairia os deuses, nem minha família e amigos! Eu não sei quem é você, mas pode ter certeza de que nunca conseguirá acabar conosco, nem com os deuses! Cronos já tentou isso, e nós o derrotamos!

— Você que sabe, mas saiba que essa sua decisão é muito tola para uma filha de Athena! Saiba que as parcas fizeram um destino nada bom para você Annabeth, nem um pouco. Seu futuro é incerto, depende de muitos fatores, se ficasse ao meu lado, eu poderia impedir que muitas coisas acontecessem, mas se quer ficar do lado mais fraco e quem sabe morrer prematuramente... Então pode ficar com seus amigos, no entanto, é melhor avisar que correm perigo. Eu posso estar fraca, mas a cada dia eu me recupero. E quanto a Cronos, saiba que o que ele fez em New York, não chega nem perto do que eu farei com o mundo! Ele era um fraco, se deixou derrotar por crianças!

Meu coração estava ficando apertado, aquela voz assustadora estava ali, perto de mim, me dizendo que eu teria um destino incerto, que poderia ter uma morte prematura, mas dizia aquilo como se não desse muita importância. E dizia também que estava prestes a destruir o mundo! Por mais que eu quisesse acreditar que ela mentia, eu podia sentir apenas por sua voz que ela era mais poderosa que Cronos. Que estava disposta a acabar com tudo!

— Quem é você? – perguntei – Faz ameaças mas não se revela, não conta quem é. E ainda espera que eu acredite em você?

Você sabe que o que eu digo é verdade Annabeth, pode sentir isso! Eu me ocuparei de fazer com que vocês não consigam realizar essa missão, posso estar fraca, mas tenho meus servos! E quanto ao meu nome, não se preocupe, quando for a hora você saberá! No entanto, já está na hora de você acordar! Mas antes, quero que saiba que sou capaz de ver cada movimento de vocês, cada passo. Não se esqueça!

E antes que eu pudesse perguntar mais alguma coisa, eu já não estava mais na caverna, a verdade é que podia sentir a grama embaixo de mim.

Meus olhos se abriram, ficando escancarados, e eu sentei tão rápido que tudo a minha volta girou.

— Annabeth! – sussurrou Percy aliviado pegando minha mão e segurando meu braço com delicadeza– Graças aos deuses você acordou!

Olhei para ele. Seu cabelo preto estava bagunçado, jogado em várias direções. Sua pele estava um pouco suja, mas ele não possuía machucados, e sua roupa estava basicamente acabada. No entanto, Percy não parecia incomodado com nada disso, digo isso porque tudo que vi em seus olhos verde mar foi preocupação, preocupação comigo.

Sorri ao olhar seus olhos, era impossível não reagir a eles, parecia que tinham algum tipo de efeito sobre mim.

Olhei ao redor, lentamente as imagens a minha volta começaram a fazer sentido. Eu estava sentada na grama e (ao que me parecia) antes de me sentar, estava deitada com a minha cabeça apoiada em uma mochila, um lençol sobre mim. A minha volta muitas árvores, o local estava pouco iluminado, mas eu podia ver Percy perfeitamente bem, ele estava sentado ao meu lado, suas sobrancelhas franzidas.

— Você está bem? – perguntou segurando minha mão – Demorou para abrir os olhos, ou até para se mexer, e quando o fez pareceu assustada. O que houve?

Percy segurava minha mão, eu continuava a olhá-lo, mas não sabia o que dizer, aquele sonho... Não fora nada bom, e quem quer que fosse aquela voz antiga, ela parecia realmente poderosa, parecia disposta a acabar com o mundo. Eu precisava contar aquilo para Percy, mas não sabia como, e na verdade, não achava que ali, sozinhos, de noite, fosse o melhor lugar para se falar sobre aquela voz quase maligna. E eu também não conseguia entender o por que de ela querer a espada de Athena!

— Está tudo bem Percy! – disse eu, embora minha cabeça estivesse doendo um pouco e meu corpo estivesse dolorido – Eu só fiquei assustada por conta de um sonho. – antes que Percy pudesse me perguntar sobre o sonho, me toquei de algo – Mas, onde estamos? E onde está Bryan?

Percy, que me encarava com seus olhos verde mar, ainda parecia preocupado comigo.

— Estamos no Constitution Garden, um pouco depois do Monumento a Washington, resolvemos ficar aqui até você acordar, como não sabemos onde será nosso próximo destino, Bryan e eu concordamos em economizar. E assim encontramos essa parte afastada do parque... Fizemos uma espécie de acampamento, assim não teremos que procurar um hotel, fora que, os hotéis mais próximos, não me parecem nada legais. – Percy fez uma careta- E aproposito, o Bryan está logo ali! – disse ele apontando para uma árvore ao nosso lado, Bryan estava dormindo, deitado na grama, a cabeça apoiada na mochila. – Ele ficou extremamente exausto depois da nossa luta, e confesso que eu também!

Pude sentir minha testa ficando franzida, mas mesmo assim me recostei na árvore que estava atrás de nós.

— Então por que está acordado? – perguntei já ficando preocupada com o Cabeça de Alga, olhando-o bem, ele parecia exausto.

Percy, que estava sentado ao meu lado, virou seu rosto para o meu, colocou uma mecha do meu cabelo atrás da orelha e acabou com a distância que havia entre nós, me dando assim um beijo suave e doce, e isso fez com que eu me esquecesse do que havia acabado de perguntar.

— Por que você ainda não havia acordado Sabidinha, e eu estava ficando preocupado, pois havia te dado néctar e ambrosia, por causa dos seus ferimentos, e você continuava dormindo. – respondeu ele após o beijo, ainda segurando minha mão.

Olhei ao redor novamente, e dessa vez reparei que ali próximo havia uma espécie de trilha, que provavelmente nos levaria de volta a parte iluminada do parque. Logo depois olhei para meu corpo, bem, os aranhões haviam sido curados, mas enquanto eu me mexia, ainda podia sentir a dor das picadas que Aracne havia me dado.

— Ai! – disse após mexer meu braço, as dores da picada que ainda podiam ser sentidas, doíam com mais intensidade quando eu mexia os braços.

— O que houve? – perguntou Percy já ficando em alerta – Onde está doendo?

Eu não pude evitar sorrir.

—Nada de mais Cabeça de Alga, só uma pequena dor nos braços, as picadas de Aracne fazem isso, mas é suportável!

— Mesmo assim é melhor você tomar mais um pouco de néctar e ambrosia! – disse ele se esticando para pega sua mochila.

Sorri novamente, Percy ficava um fofo quando estava preocupado. Mas ele tinha razão, era melhor tomar o néctar e a ambrosia, a dor nos braços estava começando a ficar forte.

Lentamente, tomei o néctar e comi a ambrosia que Percy me deu. Depois de eu ter tomado o alimento dos deuses, Percy passou braço protetoramente por cima dos meus ombros, me fazendo ficar mais perto dele. Obviamente, eu me aconcheguei em seus braços.

— Já está melhor? – perguntou ele.

— Sim, já estou melhor. – disse, mas isso se devia mais a eu estar nos braços do Percy do que ao néctar e a ambrosia. Com ele assim, perto de mim, eu até havia me esquecido do meu pesadelo. – Percy, só uma dúvida, quanto tempo eu fiquei apagada?

Olhei para cima, meus olhos encontrando com os de Percy.

— Bem, são quase duas da manhã! Então você ficou apagada por três horas! – disse ele simplesmente, me dando um beijo na cabeça.

— Tanto assim?

— Sabidinha, você passou por cima do seu medo, lutou contra milhares de aranhas, venceu Aracne. Eu confesso que fiquei preocupado porque você não se mexeu em nenhum momento, no entanto, isso não foi dormir muito. Ou você acha que dormiu muito? – disse ele sorrindo.

— Sim, acho! Ainda mais porque você não dormiu!

— Alguém precisava ficar de guarda! – disse Percy sorrindo, dando de ombros e me fazendo ficar mais perto dele.

— Ok, talvez você tenha razão. E antes que eu te mande dormir, me responde: o que aconteceu depois que eu cai na grama? – perguntei me virando para ver a expressão de Percy.

— Depois disso Bryan e eu nos soltamos das teias, o que não demorou muito, já que após a morte de Aracne as teias pareceram mais frouxas. Eu te tirei do chão, te peguei no colo e te trouxe para cá.

Impressão minha ou Percy sorriu como se esperasse que eu o agradecesse?

— Só você que me trouxe para cá? O Bryan não te ajudou a me carregar? – indaguei.

— Não, ele ficou com as mochilas, ou você acha que eu ia deixar ele te pegar no colo?

Eu tive que rir.

— Algum problema nisso?

— O que não faltam são problemas nisso. – murmurou Percy, antes que eu pudesse dizer algo ele voltou a falar: – Mas então, eu não ganho um beijo por ter te pego no colo e ter de trazido para cá? Foi algo muito importante o que eu fiz, não foi?

— Não sei se você merece, se bem que... Realmente foi muito importante o que você fez! Fora que você fez aquela parede de água durante a luta, então acho que merece!– disse dando um selinho no Percy – Obrigada Cabeça de Alga! – disse me afastando minha boca da dele, e dando um pequeno sorriso travesso - Agora acho que também devo dar um beijo no Bryan, sabe como é, ele que fez surgir o raio que dizimou as milhares de aranhas!

Obviamente eu estava provocando Percy, e o mesmo logo fechou a cara.

— Rá, rá, muito engraçadinha você!

— Eu sei, fazer o que, é um dom! – coloquei o lençol de lado e me sentei no colo de Percy, uma perna minha de cada lado do seu corpo, meu rosto ficando a centímetros do seu – Sabe, acho que eu também mereço um beijo, afinal, fui eu que matei Aracne e impedi que ela fizesse de você e do Bryan a janta dela.

— Eu não deveria te dar beijo nenhum depois da piadinha sobre beijar o Bryan. – disse Percy diminuindo um pouco da distância entre ele e eu – Mas eu realmente não posso dizer não ao que você pede!

Novamente nos beijamos, um beijo doce e calmo. Logo as mãos de Percy estavam em minha cintura, me puxando mais contra seu corpo, minhas mãos seguravam seu cabelo (ainda bem que a dor nos braços já estava melhor), mas mesmo assim o beijo estava calmo, nada que fosse passar do limites, até porque não queríamos passar do limites e além do que, estávamos em um parque! Aposto que teríamos ficado mais um pouco daquele jeito, não fosse uma coruja ter passado por cima de nós e ter dado uma bicada no ombro de Percy.

Nós nos separamos e eu não pude evitar rir.

— Definitivamente nem sua mãe e nem as corujas ,que são símbolo dela, gostam de mim! – reclamou Percy.

Eu ri mais ainda.

— Ao menos você pode ter certeza que uma certa filha de Athena gosta de você.

— Sério? – perguntou Percy fazendo cara de pateta – Quem?

Bati na cabeça dele com o máximo de força que pude.

— Eu, seu bobo! – disse, fazendo com que Percy risse da minha cara.

— Eu sei! – disse ele sorrindo – E aproveitando que você já está melhor, a ponto de me bater, e aproveitando também que estamos “sozinhos”. – Percy fez aspas no ar e olhou pelo canto de olho para Bryan – Eu quero te perguntar uma coisa que me intrigou o dia inteiro, eu até pensei em perguntar no ônibus, mas Bryan estava por perto.

— Pergunte! – disse dando de ombros, mas ainda em seu colo.

— De manhã, você me disse que teve um sonho, perguntou por uma camareira e tudo. Eu queria saber que sonho foi esse que te deixou tão estranha quando você acordou.

Instantaneamente pude sentir meu rosto ficando extremamente vermelho.

— Eu prefiro não falar sobre isso! – disse eu brincando com a ponta do meu cabelo, evitando olhar para os olhos de Percy – Foi um sonho estranho, mas real, eu ainda estou tentando entende-lo, assim que eu conseguir entende-lo eu te explico ok?

Acho que Percy notou que eu não iria falar nada, levantou minha cabeça e me obrigou a olhar em seus olhos.

— Tudo bem, mas me conte quando entende-lo okay? – assenti com a cabeça – Até por que eu também tive uns sonhos estranhos hoje, um que eu não me lembro e outro que eu lembro mais do que queria.

Percy fez uma careta.

— Que sonho foi esse? Esse que você lembra. – disse eu curiosa, saindo do colo de Percy e me sentando de frente para ele.

— Você não vai gostar nada dele...

E Percy me contou que sonhou com Hera, que eles estavam no Olimpo. Me contou que ela dissera sobre todos terem um medo, de que Phobos também deveria ter um, ou ao menos algo que o irrite. O que era irônico, devido Phobos ser o deus do medo, e o deus do medo, ter medo de algo, me parecia uma ideia impossível! Bem, mas essa não foi a parte que me deixou mais chocada, o que realmente fez meu sangue ferver foi saber que foi Hera que colocou aquele “livro do Percy” na biblioteca!

Eu simplesmente queria matar Hera.

— Ela ama estragar a minha vida! Parece que tem prazer em fazer isso! – disse eu irritada, mas isso logo se atenuou, assim que vi que Percy estava extremamente cansado – Mas acho melhor deixar você dormir Cabeça de Alga!

— Não, eu estou bem! – disse ele, bocejando em seguida.

— Sei, você está é cansado! E eu já estou bem, estou melhor e posso ficar de guarda por um tempo, depois eu acordo o Bryan e trocamos. Agora durma Cabeça de Alga, temos muito o que fazer amanhã, é melhor você descansar.

— Ok! – disse Percy, vendo que não iria me vencer – Eu vou dormir, mas só porque estou muito cansado.

Como se para confirmar o que dizia, Percy bocejou novamente.

— Boa noite Cabeça de Alga! – disse sorrindo enquanto encostava a cabeça na árvore e mexia no cabelo de Percy.

— Boa noite Sabidinha! – sussurrou ele se deitando, a cabeça sobre meu colo, e fechando os olhos.

Fiquei um tempo daquele jeito, mexendo no cabelo dele e olhando o seu rosto, sua feição tão calma enquanto dormia, parecia um anjo. Em pouco tempo reparei que Percy já estava dormindo, sua respiração desacelerada e serena, mas mesmo assim continuei a fazer carinho em seus cabelos.

Olhei lentamente para meu namorado, eu realmente amo pensar isso! Não pude evitar de sorrir ao olhar seu rosto e logo depois ver que ele usava o cordão prateado que havia lhe dado. Sorri e depois olhei minha própria pulseira, a que ele havia me dado, o pingente de tridente brilhava na escuridão. Voltei a brincar com o cabelo de Percy, relembrando tudo o que passamos até chegarmos ali, tudo o que vivemos e ainda iríamos viver, quer dizer, isso se saíssemos vivos dessa missão.

Eu sei, eu sei, vida de semideuses nunca é fácil, e a maioria nem chega a maior idade, e mesmo que eu sempre tente bloquear meus vislumbres de um futuro com Percy, isso as vezes era impossível. Eu tentava bloquear essas imagens que vinham em minha mente, imagens de – quem sabe, um dia - termos um futuro juntos, e transformar o que temos em algo que dure muitos, muitos anos. Sacudi a cabeça, lá estava eu, de novo pensando nisso. Eu não podia me dar ao luxo de pensar em coisas assim, ainda mais quando eu não sabia se estaria viva amanhã, ainda mais quando o que eu pensava parecia impossível, considerando a vida que temos.

Para desviar esses pensamentos, olhei pelo canto de olho para Bryan, que dormia tranquilo sob uma árvore, ele parecia estar tendo algum pesadelo, pois seu rosto possuía uma expressão franzida.

Não sei quanto tempo eu fiquei ali, olhando para os garotos e também para as estrelas que brilhavam no céu. Olhando-as, não pude evitar de pensar em todo aquele dia, em meu sonho tão real, em nossa visita esquisita ao Olimpo, nossa luta contra os cavalos infernais, nossa viagem até Washington e também nossa luta contra as... Argh! Aranhas! Não pude evitar de pensar em como estava com raiva de Hera e também pensei em meu pesadelo. Quem seria aquela voz? Para que precisava da espada de Athena?

Suspirei, eu precisava descobrir isso, precisava contar para os garotos, só não sabia como. E ainda tinha que arrumar uma forma de contar a Percy sobre meu sonho, aquele em que quase passamos dos limites.

Senti-me ficando vermelha só de lembrar daquilo tudo! Sacudi a cabeça tentando dispersar a ideia.

— Parece que vocês conseguiram a primeira parte da espada! – disse uma voz familiar ao meu lado, e isso me fez pular no lugar, no entanto, Percy (que estava no meu colo) nem se mexeu.

Ao olhar quem era, não pude evitar suspirar, aliviada. Eu não esperava encontrar com ele ali, não eu não esperava, mas até que fora uma boa surpresa.

Ei! Eu ainda não acabei! Ou você pensa que sou Percy ou Bryan para terminar uma narrativa assim, sem contar quem apareceu?

— Que susto! Mas oi Nico! – disse eu sorrindo um pouco, enquanto voltava a me endireitar e mexer nos cabelos de Percy – O que faz por aqui?

— Estava procurando por vocês, vim pelas sombras! – disse ele se sentando ao meu lado- Acho que tenho uma pista sobre a segunda parte da espada.

Nico estava um pouco diferente do habitual, seu cabelo preto estava quase na altura do ombro, mas não era isso que estava diferente nele, ele não estava usando apenas vestes pretas, ele usava uma blusa branca, calças jeans pretas e uma jaqueta preta. Bem, a novidade não era apenas a blusa branca, mas o fato de Nico carregar uma mochila nas costas.

— Uma pista sobre a segunda parte da espada? – perguntei olhando fixamente para Nico.

— Sim! – disse ele – Enquanto estava no Mundo Inferior, descobri algumas coisas... Não muito, mas ouvi alguns servos de meu pai comentando sobre uma luz dourada que saia da Ponte Golden Gate, em São Francisco. E bem, pelo que eu soube, foi exatamente na mesma hora em que vocês pegaram a primeira parte da espada.

Franzi a testa.

— Como você sabe a hora que pegamos a primeira parte da espada?

— Bem, eu tenho minhas fontes. – disse Nico, desconfortável coçando a cabeça.

Olhei-o, erguendo a sobrancelha.

— Talvez eu estivesse olhando vocês. – sussurrou ele, mas ao meu olhar logo continuou – Ok! Eu realmente estava bisbilhotando a batalha de vocês!

Eu deveria ter achado aquilo estranho, mas Nico era como um irmãozinho para mim, e eu simplesmente podia ver em seus olhos que ele falava a verdade.

— Sendo assim, será que a parte da espada está lá, em São Francisco?

— Há uma probabilidade de que sim! – disse Nico – Mesmo assim, é melhor do que nada.

— Você tem razão Bafo de Cadáver! - disse sorrindo – Isso é melhor do que nada! Ajuda saber que eu não enfrentei aranhas assassinas atoa!

Nico riu.

— É, fiquei “sabendo” disso também Annabeth!- disse ele fazendo aspas no ar, a verdade é que ele provavelmente ficara era vendo, ou pedindo para algum fantasma ver - Meus parabéns, não deve ter sido uma luta nada fácil!

— E não foi. Mas vencemos! – disse eu – No entanto, não muda o fato de que eu ainda não suporto aqueles seres asquerosos!

Fiz uma careta e Nico riu mais ainda da minha cara. Eu não sei o que teria perguntado a seguir, porque nesse instante meu estômago roncou, e só ai me toquei de que não havia comido nada desde o café-da-manhã.

— Ah! Já ia me esquecendo! – disse ele tirando a mochila do ombro e a abrindo – Trouxe alguns lanches para vocês. Sei que provavelmente vocês trouxeram algo para comer, mas nada melhor para repor as energias do que Mc Lanche Feliz!

Eu ainda brincava com o cabelo de Percy, quando Nico tirou de sua mochila uma embalagem vermelha, com um grande M amarelo no meio. Eu não via aquilo há algum tempo, mas meu estômago reagiu assim que eu a vi.

— Você comprou isso para gente ou era para os fantasmas? – perguntei intrigada enquanto pegava o meu sanduíche.

— Bem, era para os fantasmas, mas eu achei que seria melhor aproveitado se vocês comessem! – disse ele coçando a cabeça.

Dei de ombros, eu não ligava se aquilo era comida de fantasma, o que me importava era que eu precisava comer algo para acabar com a minha fome.

— Annabeth, você tem algum plano para essa missão? – perguntou Nico enquanto eu mastigava um pedaço de hambúrguer.

Quando eu terminei, olhei para ele com a sobrancelha erguida.

— Nico, durante esses dois anos você ainda não aprendeu? Eu sempre tenho um plano!


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Reviews? Recomendações?
Viram o título fez sentido, e aposto que desde o título vocês sabiam quem era esse amigo! kkkk
Então, terá um capítulo MUITO mas MUITO especial, daqui há... Hum.. No máximo 5 capítulos! E será para esse tal capítulo que terá o sorteio, em que o vencedor poderá ler antes de todos.
Enfim, deixa eu ir lá, tenho que responder reviews! (tão atarefada que nem isso fiz, desculpa gente!).
Ah! Alguém ai gosta de PLL? Porque tipo, eu estou feliz que voltou e eu AMEI o primeiro capítulo da terceira temporada!
Beijos e obrigada a todos!
PS: eu acabei de acrescentar isso aqui, porque acabei de ler isso no Wikipedia, eu não sei se é verdade, mas faz sentido... Leiam: http://pt.wikipedia.org/wiki/The_Mark_of_Athena , a parte da sinopse, segundo parágrafo! Por que será que Athena quer vingança? Alguém sabe? *mais curiosa aindaaaaaaa!!*