Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 5
Capítulo 5: Matamos um ciclope em New York


Notas iniciais do capítulo

Pessoal desculpa pela demora, é que aconteceu um monte de coisas e nem deu para postar o capítulo. O computaor deu problema, estava em semana de testes e agora tenho a semana de provas. Mas em compensação este capítulo é o maior que eu já escrevi até aqui. Espero que gostem. Beijos.



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Annabeth’s POV

Eu não tinha chance alguma contra aquele ciclope. Não sozinha!Não ferida!
     "Calma Annabeth, pensamento positivo. Que os deuses me ajudem! Mãe se estiver aí, pode me dar uma ajudinha aqui? Por favor?"— foram meus pensamentos enquanto eu tentada avaliar a situação.
— Não vou te fazer esperar, você irá morrer rapidamente, nem vai sentir. Além do que, estou com muita fome. - disse o ciclope enquanto se aproximava.
     Agora podia vê-lo melhor. Ele era jovem, isso era visível pelos seus 2 metros e meio de altura; seus dentes eram de um tom horrendo de amarelo; seu grande olho preto e assustador estava fixo em mim e parecia enxergar tudo muito bem, ao contrário de Polifemo,
— Pois então vai morrer com fome! Eu sei lutar e tenho armas para isso.
    Tirei a faca do bolso. Porém, faltava algo...
    Me xinguei mentalmente, havia esquecido meu boné do Yankees dentro do meu armário, no meu quarto do colégio. Bem, se eu só tinha uma faca era com isso que eu ia lutar.
     O ciclope se aproximava. Eu tinha pouco tempo. Decidi fazer a mesma coisa que fizera há 9 anos. Quando ele chegou perto o suficiente, achando que eu estava fraca, enfiei a faca no seu pé e a puxei quase que instantaneamente.
—Ai! – ele urrou de dor, caindo no chão. — Sua peste!
    Mesmo fraca me levantei e saí correndo. Bem... o plano era sair correndo, mas na verdade eu saí foi mancando.
     Eu precisava encontrar Percy, precisava de ajuda. Sim, eu precisava de ajuda embora nunca fosse admitir isso em voz alta, porque, a verdade é que eu ainda tinha medo de ciclopes. Não era igual ao meu medo de aranhas, mas... Não sei, havia algo sobre eles (com exceção de Tyson) que me fazia lembrar o quão impotente eu fora anos atrás.
— Annabeth, não me deixe! Me ajude!- disse Percy atrás de mim.
    Cometi o erro de olhar para trás, a voz de Percy me encheu de emoções. Uma mão agarrou meu pé.
    O ciclope havia me enganado, fingido a voz de Percy, lido minhas moções e lembranças. E eu, de idiota, caí no truque.
    “Que idiotice Annabeth! Não é porque Tyson é um bom ciclope que todos têm que ser. E você, melhor que todos, deveria saber disso.”— pensei.
— A comida gosta de brincar? - perguntou, me segurando de cabeça pra baixo com se fosse um saco de presunto.
     Dei uma facada em seu olho, mesmo assim, ele não me soltou.
— Mãe, por favor, me ajude! – sussurrei implorando.
    Do nada o ciclope me largou no chão e deu grito de dor.
“Essa foi rápida” pensei “Obrigada, mãe!”
    Olhei em volta, agora repara o que acontecera. Um garoto, aparentemente da minha idade, havia enfiado uma espada na barriga do monstro. E continuou atacando, até que o ciclope pegou-o pela perna ( da mesma forma como fez comigo), o garoto tentou acerta-lhe no olho, mas o monstro havia aprendido a lição, e lançou a espada pra longe.
— Dois meios-sangues. Hummmm... que delícia. E um deles é um filho dos três grandes! Que sorte a minha!- o ciclope gargalhava.
    Espera ai, ele disse que um de nós era FILHO de um dos TRÊS GRANDES? Então...
    Eu não pude pensar muito. O ciclope estava distraído, peguei a espada caída e a enfiei com tudo na sua cabeça e deixando-a lá. Em seguida, num ímpeto de adrenalina misturada com raiva, esfaqueei seu olho com todas as minhas forças.
    Devagar ele foi soltando o garoto e em um PLOFT caiu no chão, morto. Logo depois foi a minha vez de cair no chão, fraca.
— Está tudo bem com você?- perguntou o tal garoto estendendo a mão para mim.
    Pela primeira vez pude me concentrar nele e observar sua fisionomia. Ele possuía olhos de um azul elétrico incrível, cabelos lisos entre o louro e o castanho claro e pele branca, embora ela estivesse um pouco queimada de sol. Usava roupas comuns: camisa azul, calças jeans e Converses pretos. Ele era bonito, muito bonito. O tipo de garoto que você esperava ver nas capas de uma revista e que faria as garotas suspirarem.
    Ele esperava uma resposta.
— Mais ou menos – segurei sua mão para me levantar — A minha cabeça está sangrando, a minha perna está doendo... Nada que um pouco de néctar e ambrosia não curem.

— Néctar e ambrosia? - ele parecia confuso.

— É, o alimento dos deuses que, em poucas doses, pode nos curar de certos machucados. 
— Ahn, entendi. Mas acho que você vai precisar de ajuda pra chegar em casa. – ele olhou para minha cabeça. — O ferimento parece sério.
— Eu não vou pra casa, pois minha casa é em São Francisco – retruquei chateada. Se tem uma coisa que eu odeio é passar por coitadinha — Eu moro no colégio. E mesmo assim, não precisa se preocupar posso ir sozinha.
    Para confirmar que estava bem andei uns passos, mas acho que o ferimento em minha cabeça era mais sério do que eu imaginava, pois logo me senti tonta e quase caí. Quase, porque o garoto me segurou antes de me esborrachar no chão.
— Sei! Pode ir sozinha. - seu tom era de sarcasmo – Até parece!
    Ele me sentou no chão e em seguida fez o mesmo.
— Vamos sentar por um minuto.
— Se eu demorar mais tempo vou perder mais sangue e...
— Fique calma, um minuto sentada não faz mal a ninguém. E se você levantar agora vai desmaiar.
    Eu queria lhe explicar que se perdesse mais sangue algo de pior aconteceria comigo do que desmaiar. No entanto, eu tinha algumas perguntas para fazer e sentar realmente melhorou minha tontura.
— Eu sei que é um meio-sangue, sei que me salvou, mas não qual é o seu nome. - disse recostando a cabeça na parede.
— Digo o mesmo de você. - ele riu - Meu nome é Bryan, Bryan Harpper.
   O garoto ficou me fitando. Olhei nos seus olhos, podia sentir a eletricidade deles.
— O meu nome é Annabeth Chase.
— Annabeth? Que nome incomum. Lindo, mas incomum. – corrigiu-se rapidamente.
— É eu sei. - disse suspirando. Eu queria saber mais sobre Bryan, saber de quem era filho, como havia parado ali. Mas ao mesmo tempo queria ver Percy, queria ouvir sua voz, sentir seu toque...
    Depois de um tempo em silêncio, resolvi fazer uma pergunta.
— Eu sei que acabamos de nos conhecer, mas estou curiosa. Você sabe quem é seu pai olimpiano?
— Ahn?- ele parecia ter sido arrancado de devaneios – Ah! Não sei, minha mãe só pôde me contar que eu era filho de um deus, me explicar o por quê de ter acontecido tantas coisa estranhas na minha vida. Não disse quem é meu pai.
— Por quê? Ela não queria que você soubesse ou ela mesma não sabia?
— O quê?- ele parecia irritado – É claro que ela sabia quem era, Annabeth.
— Alguns deuses não contam sua identidade para...
—Mas minha mãe sabia!- disse me interrompendo.
— Então por que não te contou? Só pode ser esse o motivo.
    Ele era filho de um dos três grandes e eu tinha um palpite de quem. Aqueles olhos me lembravam...
— Não, Annabeth, não foi esse o motivo. – disse tristemente.
— Espera! Você disse que ela “sabia”. - acabara de notar uma informação importante - Então ela...
— Ela morreu há três semanas.
    Meus deuses! Ele tinha perdido a mãe logo após nossa guerra, há menos de um mês, e eu acabei tocando no assunto.
— Eu... Eu sinto muito. - disse sinceramente - Desculpa ter tocado neste assunto.
— Não, não. Tudo bem é só que... Eu não quero falar sobre ela.
    Bryan desviou o olhar. Ficamos em silêncio novamente.
— Vamos! Você precisa de um médico. - ele passou a mão por minha cintura e colocando meu braço sobre seu ombro. Fez isso tão rapidamente que nem pude protestar. – Ou vai negar que precisa de ajuda, filha de Atena? – disse nos levantando.
    Olhei para ele completamente confusa. E eu odiava ficar confusa.
— Como você sabe? – perguntei, me apoiando pesadamente sobre ele.
— Seus olhos e sua inteligência. – ele sorriu, mas seus próprios olhos demonstravam preocupação. – Posso não saber muito sobre mitologia grega, mas a deusa da sabedoria sempre foi a minha preferida.
    Foi impressão minha ou ele deu uma piscadinha? Enrubesci ao notar que sim, ele havia piscado para mim.
— Vamos tenho que encontrar meu namorado. – fiz questão de colocar em evidência que era comprometida.
— Não! Primeiro temos que ir a um hospital. Tenho certeza de que você vai precisar de mais do que desse néctar e ambrosia para se curar. 
    Bryan olhava para minha cabeça, parecia desapontado.
— O ferimento vai precisar de alguns pontos, Annie. Posso te chamar assim?
     Assenti, ainda meio confusa e intrigada com aquele garoto.
— Pode sim. Mas nada de hospital, teríamos que dar informações demais.
— Então...
— Eu conheço uma ótima médica, filha de Apolo, que mora aqui perto. Assim podemos ir nela, mas primeiro eu tenho que ver o Percy...
    Bryan me olhava como se fosse me fuzilar. Espera aí! Era eu que costumava olhar para as pessoas daquele jeito.
— O que foi?
— Será que você pode se preocupar consigo mesma por um segundo? Seu namorado não vai fugir.
    Revirei os olhos. Ele tinha razão e eu realmente não estava me sentindo bem, então, o melhor a fazer era ouvi-lo.
—Ah! Está bem! Eu falo com Percy depois.
     Estávamos começando a andar quando Bryan parou repentinamente.
— Se você quer tanto falar com ele, por que você não liga para ele? – sugeriu
    Olhei em seus olhos.
— Porque se eu ligar uma centena de monstros virão nos atacar, como aconteceu com aquele ali. – apontei para o ciclope. – Mas não se preocupe, é para isso que existe a M.I.
— O quê? – perguntou, seus olhos azuis elétricos confusos.
    Revirei os olhos. Me lembrava de quando expliquei o mesmo ao Percy.
— Mensagem de Íris. Uma forma de comunicação muito eficaz e que os monstros não interceptam. Basta um dracma de ouro...
    Parei no meio da explicação, algo atrás de nós se mexia. Bryan e eu nos viramos bem a tempo de ver o ciclope se mexendo.
— Não é possível! Esse bicho não morre? – perguntou Bryan.
— É muito difícil matar um ciclope, precisamos lutar!
    Sabia que não seria de muita ajuda numa luta, mas iria tentar.
— Você não pode, está fraca. Eu luto sozinho. – disse firmemente.
— Está maluco? Você não é nada meu para me dizer o que eu devo ou não devo fazer. Além do que, não sou nenhuma criancinha indefesa.
— Eu te ajudei ainda pouco, então posso dizer que sou seu amigo, e para sua informação, você está agindo como uma criancinha.
    Fiquei meio perturbada. Ele tinha razão, depois do que aconteceu éramos amigos, mas eu não estava agindo feito criança.
— Poupe-me. Vamos lutar ou ficar discutindo?
— Pelo visto não vou conseguir te convencer a ficar de fora da luta. Então... Lutar é claro!
    Bryan deu um sorrisinho de lado.
    O ciclope se levantou, estava vindo em nossa direção.
— Seus pirralhos! – disse ele – Vão me pagar pelo que me fizeram e a primeira a sofrer será a menina!
    Ele estava a 4 metros de distância, chegaria logo, e eu não poderia lutar por muito tempo, morreria em questão de minutos. E mesmo estando a beira de um final muito infeliz, o meu pensamento vagou para Percy.
    “Saiba que te amo, Cabeça de Alga!”.
    Pensar nele me deu mais força para lutar.
    Pelo canto de olho pude ver que Bryan olhava furiosamente para o monstro, que agora estava a apenas 2 metros de distância, parecia fuzilá-lo com o olhar. Em seguida, um enorme barulho veio dos céus, um raio acertou o ciclope em cheio, pulverizando-o no mesmo instante, da forma como costumava acontecer em desenho animado.
     Um raio? Num entardecer tão claro, sem nuvens?
    Meu cérebro girava, as engrenagens funcionando. Aqueles olhos... Agora eu tinha certeza! Bryan era filho do olimpiano mais importante, senhor dos céus e pai de Thalia.
     Bryan era filho de Zeus.


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Notas finais do capítulo

E aí gostaram? Pois eu amei escrever este capítulo!
O próximo será com o ponto de vista do nosso amado Percy.
Não me abandonem agora que a história está, finalmente, começando pra valer.