Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 29
Capítulo 29: Annabeth nos surpreende


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!
PS: (Aqui estou eu, agora, dia 10/05/17 revisando isso e pensando: como vocês aguentavam minhas notas iniciais? Não que tenha mudado muito).
PS2: Nesse capítulo, as partes em negrito e itálico são da música "Crazier" da Taylor Swift, recomendo que ouçam antes ou durante o capítulo. No próprio capítulo, antes dos trechos da música aparecer, o link do áudio da música no Youtube está embutido na palavra 'cantar', basta clicar que irá abrir a página.



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Percy’s POV

Depois do almoço, Annabeth, Bryan e eu pegamos nossas mochilas, que continham tudo o que um semideus precisa para uma missão, embora eu tenha certeza que a mochila de Annabeth possuía muito mais do que o necessário.

Logo nos dirigimos para a frente da Casa Grande. Argos já nos esperava diante do carro. Ele colocou nossas mochilas no porta malas enquanto nos despedíamos de Quíron.

 — Espero que consigam resolver essa missão. – disse Quíron lançando um olhar significativo para Annabeth, mas eu não podia dizer o que esse olhar significava. E eu odiava isso!— Tenham cuidado.

Ao dizer isso ele deu um abraço em cada um de nós e um mais apertado em Annabeth. Eu sabia que ele a via como uma filha e aquele abraço só demonstrava isso.

Bryan, Annabeth e eu logo entramos no carro preto, que saiu do Acampamento o mais rápido possível.

Após um longo percurso de carro, me lembrei de duas coisas.

Primeira: eu havia deixado o carro de minha mãe aos pedaços no meio da estrada na última sexta-feira e nem ao menos sabia o que havia acontecido com ele, bem, provavelmente Quíron deve ter ligado para o reboque, já que me dissera que estava tudo bem. Ao menos, eu esperava que ele tivesse feito isso.

Segunda: como faríamos para ir ao Mundo Inferior? Eu, sinceramente, achava melhor irmos pela passagem do Central Park, só não sabia como a abriríamos, já que essa passagem necessitaria de música. E pelo que eu sabia, nenhum de nós era filho de Apolo.

 — Hum... Annabeth? – ela estava muito focada olhando para frente e segurando seu cordão do Acampamento, coisa que fazia quando estava nervosa ou pensando. No caso, ambos.

 — Sim! – disse ela se virando e olhando para mim.

Por um momento me senti meio bobo. Olhar para seus olhos cinzas tão intensos fazia eu esquecer o que tinha para falar.

 — O que você quer, Percy? – perguntou ela após alguns segundos sem que eu pronunciasse uma única palavra.

Sacudi a cabeça levemente, tentando lembrar o que eu queria.

 — Nós vamos ao Mundo Inferior pela entrada do Central Park, não é?

Ela assentiu.

 — Sim, é o meio mais fácil e mais rápido.

Bryan nos olhou sem entender nada.

 — As passagens para o Mundo inferior ficam aqui? Nos Estados Unidos?- perguntou meio assombrado.

 — Sim! – respondemos Annabeth e eu.

 —  Assim como o Olimpo. – completei.

 — O-Olimpo? Tipo... Onde acontecem as reuniões dos deuses? – Annabeth confirmou com um aceno de cabeça – Estão me dizendo que fica aqui? Nos Estados Unidos da América? Onde?

 — Bem, o Olimpo fica no 600º andar do Empire State. – eu falei como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo e me lembrei de quando tinha 12 anos e recebera a mesma informação que agora dava ao Bryan. Eu ficara tão em choque na época.

 — E o Mundo Inferior tem duas entradas. – disse Annabeth, com um ar de sabe tudo, o que ela era mesmo – A principal, que fica em Los Angeles, e uma secundária que fica no Central Park, conhecida também como a passagem de...

 — Orfeu. – completou Bryan.

Annabeth e eu nos entreolhamos. Ele sabia bastante coisa, isso estava me irritando. Annabeth me lançou um olhar do tipo: “isso só prova que temos que contar o mais rápido possível que a mãe dele era uma semideusa filha de Atena e que, sendo assim, Atena é sua avó”. Ou algo parecido.

 — Exato. –  foi apenas isso que saiu de sua boca.

— Mas, pelo que eu me lembro, não seria necessário música para abrirmos essa passagem? 

— Sim. – eu disse – Só que não sei como conseguiremos isso, acho melhor falarmos com Grover ou...

O carro parou, Argos já abria o porta malas e tirava nossas mochilas. A viagem fora mais rápida do que eu esperava. Ou talvez, nós havíamos ficado tempo demais calados e pensando.

 — Vamos sair. –disse Annabeth descendo do carro.

Estávamos na rodoviária, era o ponto onde Argos sempre deixava os semideuses. Demos um adeus para ele, que correspondeu ao aceno e entrou no carro,  indo embora.

 — Agora estamos por nossa própria conta. – eu disse – Vamos para o Central Park.

Acabamos pegando um dos típicos táxis amarelos de New York para ir ao nosso destino.

Bem, a escolha do táxi fora unanime, mesmo sendo mais caro, nenhum de nós queria pegar um metrô e ficar chamando mais a atenção de monstros, isso estava fora de questão, já que estávamos indo para a terra dos mortos. Por isso é que havíamos juntado nossos dólares para pagar um táxi até o Central Park.

 — Obrigada! – disse Annabeth ao taxista enquanto descíamos do carro.

 — É aqui! – disse olhando para a paisagem do Central Park que me era tão familiar.

Caminhamos um pouco parque adentro até pararmos diante de uma rocha, que na verdade era a porta de Orfeu.

 — Então! É aqui? É essa rocha? –perguntou Bryan.

 — Sim, só não sei como vamos abrir. – eu havia passado o caminho tentando arrumar uma forma de entrar ali, mas a verdade é que eu não era bom com instrumentos ou com música em si.

 — Por que você não canta?

Annabeth e eu fizemos uma careta. Ela, assim como eu, sabia que eu não tinha nenhum dote musical.

 — Não sou bom nessas coisas. – disse olhando para Bryan– Por que você não canta?

Foi a vez dele fazer uma careta.

 — Não sou bom cantor, mas se tivesse algum piano por aqui...

 — Você toca piano? - Annabeth parecia surpresa.

— Sim, não sou o melhor pianista do mundo, mas acho que poderia ajudar.

 — Bem, o problema é que não temos nenhum piano a pelo menos 100 metros de distância. – disse eu. — Mas poderíamos falar com Grover, ele é um bom flautista, só não sei onde podemos encontra-lo e...

 — Percy, só os deuses sabem onde Grover está e não temos tempo para procurá-lo.

 — Verdade. -uma nostalgia me atingiu, eu sentia saudade do (agora) homem-bode — Bem, se a gente ao menos tivesse um celular ou algum aparelho pra reproduzir música, talvez servisse.

Annabeth revirou os olhos e Bryan lamentou por não estar mais em posse do seu smartphone.

 — Um reprodutor de música não adiantaria porque a música precisa ser executada por quem deseja entrar no Mundo Inferior. Mas não precisamos nos preocupada, eu sei quem pode fazer isso. - disse Annie.

 — Conhece alguém que cante? Ou toque algo?- perguntei.

 — Sim, na verdade, esse alguém sou eu. – ela disse séria.

Bryan e eu nos olhamos e, acho que pela primeira vez, rimos juntos. Não sei por que, mas me parecia hilária a ideia de Annabeth cantando, e acho que para ele também.

Annie olhou para o chão por um momento, antes de levantar a cabeça e nos olhar ameaçadoramente.

 — Por que estão rindo? – perguntou ela. De repente fiquei preocupado com a adaga que ela tinha no bolso, já que parecia que Annabeth estava prestes a esfaquear alguém, nesse caso, Bryan e eu. - Acham impossível que eu cante bem?

Rapidamente negamos com a cabeça.

 — Não, é só que... – começou Bryan- É difícil imaginar você, Annabeth, cantando algo.

No mesmo instante fiquei com pena dele, ele não tinha noção de com quem estava brincando.

 — Então vocês dois acham que eu canto mal? – perguntou arqueando uma sobrancelha.

 — Ei! Não me coloque nesse plural, Annabeth. – disse levantando as minhas mãos como se me rendesse - Eu só ri porque nunca te vi cantar e a ideia me pareceu...

 — Hilária? – sugeriu Bryan.

Definitivamente, ele não sabia onde estava se metendo.

 — Você pode não ter dito nada, mas riu, Perseu Jackson. - engoli em seco quando ela disse meu nome todo— Que saber, é melhor calarem essas bocas. Não temos tempo para discutir, eu vou cantar e é melhor ficarem quietos e não rirem, senão...

Ela não precisava completar a frase, seus olhos ameaçadores já me davam uma ideia do que aconteceria conosco.

 — Pode deixar. – dissemos Bryan e eu.

Annabeth nos encarou por mais alguns segundos antes de: corar, respirar fundo e fechar os olhos fortemente. Então, ela começou a cantar

"I'd never gone with the wind
         Just let it flow
         Let it take me where it wants to go
         'Til you open the door there's so much more
         I'd never seen it before
         I was trying to fly but I couldn't find wings
         But you came along and you changed everything"

(Eu nunca fui com o vento
        Apenas deixava fluir
        Deixando isso me levar onde quisesse ir
       Até você abrir a porta, havia muito mais
       Eu nunca havia visto isso antes
       Eu estava tentando voar, mas eu não conseguia achar asas
       Mas você veio e mudou tudo)

Annabeth começou uma música que era vagamente familiar para mim, mas não conseguia lembrar quem cantava a música em sua versão original. Também não me importava, pois Annabeth cantava perfeitamente bem. Se anjos existiam, eu tinha certeza que eles deveriam soar assim quando cantavam.

Eu ficara impressionado com a forma com que ela cantava, era incrível! Era como se ela cantasse aquilo para alguém, só esperava que esse alguém fosse eu. E mesmo com ela de olhos fechados, era impossível não admirá-la.

Eu ficara tão impressionado que nem repara minha boca aberta. Eu estava de queixo caído, só por ouvi-la cantar. E pelo canto de olho pude reparar que Bryan também estava de queixo caído.

"You lift my feet off the ground
        You spin me around
        You make me crazier, crazier
        Feels like I'm falling and I, I am lost in your eyes
        You make me crazier, crazier, crazier"

(Você tira os meus pés do chão
        Você me faz girar
        Você me deixa louca, louca
       Sinto como se estivesse me apaixonando e eu estou perdida em seus olhos
       Você me deixa louca, louca, louca)

Annabeth abriu um pouco dos olhos, somente uma fenda, e me olhou. Eu praticamente estava paralisado enquanto a ouvia cantar. Não digo isso por ela ser minha namorada, digo por ela realmente cantar muito bem.

"I've watched from a distance as you made life your own
        Every sky was your own kind of blue
        And I wanted to know how that would feel
        And you made it so real
        You showed me something that I couldn't see
        You opened my eyes
        And you made me believe"

(Eu vi você à distância enquanto você fez sua própria vida
        Todo céu tinha o seu tom de azul
        E eu queria saber como é sentir isso
        E você fez isso tão real
       Você me mostrou algo que eu não podia ver
       Você abriu meus olhos e você me fez acreditar)

 Annabeth voltara a fechar firmemente os olhos e nem reparava que algumas pessoas que passavam ali perto a olhavam admiradas, todas encantadas.

"You lift my feet off the ground
        You spin me around
        You make me crazier, crazier
        Feels like I'm falling and I, I am lost in your eyes
        You make me crazier, crazier, crazier"

(Você tira os meus pés do chão
        Você me faz girar
        Você me deixa louca, louca
       Sinto como se estivesse me apaixonando e eu estou perdida em seus olhos
       Você me deixa louca, louca, louca)

Não sei por que, mas enquanto a ouvia senti urgência em ter seus lábios nos meus, queria poder tocá-la e abraça-la. Vê-la e ouvi-la assim estava me enlouquecendo.

"Baby you showed me what living is for
        I don't wanna hide anymore
        Oh oh

You lift my feet off the ground
        You spin me around
        You make me crazier, crazier
        Feels like I'm falling and I, I am lost in your eyes
        You make me crazier, crazier, crazier"

(Amor, você me mostrou para o que a vida é feita
        Eu não quero me esconder mais
        Oh oh

Você tira os meus pés do chão
        Você me faz girar
        Você me deixa louca, louca
       Sinto como se estivesse me apaixonando e eu estou perdida em seus olhos
       Você me deixa louca, louca, louca)

Annabeth finalmente abriu os olhos e deu de cara comigo e Bryan de queixos caídos.

Nos analisou atentamente e depois olhou a passagem já aberta, a verdade é que já havia aberto fazia tempo (sim, eu havia percebido isso), mas eu não queria atrapalhar Annabeth cantando.

— Você foi incrível, Annabeth! – sem conseguir me segurar, fui até ela e a beijei.

Foi um beijo delicioso, eu estava mesmo precisando sentir seus lábios nos meus, ainda mais que podia ser a última vez que nos beijávamos, já que podíamos não voltar lá de baixo.

Ao nos afastarmos, percebi que ela estava vermelha até as orelhas, não que eu devesse estar muito diferente.

— Você foi realmente perfeita, Annabeth! – disse Bryan se aproximando e a olhando milimetricamente.

Definitivamente ele quer me tirar do sério. Eu estava quase achando que poderíamos nos entender, mas ele estava querendo algo com Annabeth, e por isso eu estava pensando seriamente em deixá-lo no reino de Hades.

— Obrigada! – disse ela ainda corando – É melhor entrarmos logo, antes que a passagem se feche.

Antes que ela entrasse segurei sua mão e a impedi de prosseguir.

— Desde quando você canta? -perguntei, legitimamente curioso.

— Acho que desde sempre. Por quê? - perguntou franzindo a testa.

— Você nunca me contou sobre isso, nunca sequer cantou na minha frente.

Ela sorriu, como se estivesse se deliciando com o fato de eu ter amado vê-la cantar (considerando que eu havia rido quando ela cogitou a ideia pela primeira vez).

— Tem muita coisa sobre mim que você não sabe, Cabeça de Alga. – ela piscou e fez questão de fazer as honras ao ser a primeira a passar pela passagem de Orfeu.

Bryan riu.

— É melhor irmos, Harpper, antes que eu decida acabar com você.- disse o empurrando.

— Você não conseguiria. – disse ele convicto.

— Veremos isso depois. – disse sorrindo – Primeiro, iremos falar com Hades.


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Notas finais do capítulo

Leitores queridos, obrigada por tudo!
Apena uma observação antes de eu ir: a música originalmente presente nesse capítulo era "Beautiful Eyes" da Taylor Swift, mas, durante a correção e edição atual (10/05/17), optei por mudar pela música "Crazier", também da Taylor. Espero que gostem.