Momentos de Percy J. e Annabeth C. [Em Revisão] escrita por Nicolle Bittencourt


Capítulo 11
Capítulo 11: Javalis são ótimos maratonistas


Notas iniciais do capítulo

E a minha maratona começa! Hoje já postei um capítulo, e amanhã tem mais!
Beijos, vou parar de atrapalhar a leitura de vocês.



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Annabeth’s POV

— Javali de quê?– perguntou Percy

Revirei os olhos. Por que Percy era tão... Percy?

— Pelo visto você não tem lido os livros de mitologia que Quíron pediu né? – disse segurando minha faca – Esse javali vivia no alto Monte de Erimanto, que ficava no noroeste de Arcádia, ele sempre descia o Monte, atacava e devastava as vizinhanças, matando muita gente. Era gigantesco e de grande ferocidade, e mesmo assim o Rei Euristeu quis que Hércules o capturasse vivo.

— Esse foi o quarto trabalho de Hércules. Não foi? – disse Bryan

Virei-me, olhando para ele e procurando a fera ao mesmo tempo.

Bem, a notícia ruim era que aquele animal estava chegando perto. A boa é que fiquei surpreendida com o que Bryan disse, embora não transparecesse muito.

— Isso mesmo!- olhei para ele– Finalmente alguém que leu sobre a mitologia grega.

— Li algumas coisa na escola, mas, como Hércules o matou? – perguntou Bryan

Olhei para Percy e vi que ele também queria saber.

— É uma história meio longa, mas resumindo: ele desacelerou o javali levando-o para a neve. Entretanto...

— Nós não temos neve aqui. - disse Percy – Estamos em pleno verão.

O Cabeça de Alga olhou para mim.

— Alguma ideia, sabidinha? – Perguntou.

Mordi o lábio inferior. Meu pensamento ia a 500 km por hora.

— Sempre! – disse – Temos que levar Bryan pro acampamento primeiro, e depois fazer a fera correr até ficar cansada, é a única forma de vencê-la. 

Estávamos a 3 km do Acampamento.

— Então você leva Bryan pro Acampamento e eu luto com esse bicho, não podemos deixá-lo solto por aí.

Coloquei a mão sobre a coxa de Percy, que dirigia feito um louco. 

— Não! Eu já deixei fazerem isso por mim uma vez e o fim não foi dos melhores. Não vou deixar que aconteça de novo, Percy, nunca mais. Eu vou lutar com você. Além do que, eu não sou nenhuma princesa que precisa de salvação. 

Bryan pigarreou.

— Pessoal! Eu também não sou nenhum indefeso, eu sei lutar! Fiz aulas de esgrima por vários anos, eu posso ajudar vocês.

Virei-me para ele.

— Não é a mesma coisa! Além do que você tem que chegar ao Acampamento vivo.

Percy me olhou pelo canto do olho.

— Annie, três são melhores que dois. – agora seu olhar foi para Bryan, pelo retrovisor – Você é bom esgrimista?

Bryan sorriu de lado.

— Com certeza.

Suspirei ao pensar em todos os riscos que corríamos.

— Então vamos nessa.

Percy deu uma guinada com o carro, passando de raspão pelo Javali. Correndo feito um doido.

— Percy isso não vai funcionar por muito tempo, ele já vai nos alcançar logo, logo. Temos que ter outro plano. - disse berrando para que me ouvisse.

— Você é a garota genial por aqui, Annie! – respondeu ele.

— Mas é você que tem as idéias malucas. – berrei

— É verdade, por isso mesmo estou indo para Montauk.

Bryan colocou a cabeça entre nossos bancos.

— Montauk? Você está maluco, Jackson? Até lá aquele bicho feioso terá nos alcançado.

— Não tenho tanta certeza disso, Harpper – Percy soava convicto, mas era só na voz, porque nos seus olhos eu podia ver um pouco de medo. – Nós vamos chegar lá e vamos acabar com aquele Javali.

No que Percy estava pensando? O que tinha de tão importante em Montauk para...

— Percy, você quer levar o Javali para a areia da praia?- era uma ideia maluca, mas ao mesmo tempo... - Brilhante, quer dizer, nós não temos neve, mas a areia substitui perfeitamente, vai o fazer desacelerar.

Percy piscou, como se aquela não tivesse sido sua ideia original.

— Bem, o plano era levá-lo para a água, mas a sua ideia é muito melhor.

Sorri. Somente o Cabeça de Alga podia achar que ia conseguir convencer um javali a entrar na água.

— Esse seu plano é ótimo, Annie. – reparei que toda vez que Bryan me chamava de Annie, Percy parecia chegar ao ponto de matá-lo com o olhar – Mas temos que conseguir chegar lá primeiro. E eu estou achando isso meio impossível, já que o bicho está correndo a 100 km por hora e o carro parece que não está aguentando ficar a 110.

Olhei para o velocímetro.

— Ele tem razão Percy, o carro não vai aguentar tanta pressão, e nem tanto peso.

— Só mais alguns minutos, só mais alguns minutos.

Eu sabia que o carro não ia conseguir acelerar mais e que o javali iria nos alcançar. Um plano genial surgia em minha cabeça, só rezava para que funcionasse.

— Eu vou sair do carro. – disse

Percy e Bryan olharam para mim como se eu estivesse louca.

— Você ficou maluca Annabeth? - ambos perguntaram Bryan e Percy.

— Vai morrer se fizer isso! – disse Bryan

— Além do que - continuou Percy - você está com uma perna machucada, não pode e nem deve saltar de um carro em movimento nesse estado.

— Primeiramente: eu não sou louca e não, não vou morrer. - sentei-me meio de lado no assento para poder olhar melhor para Percy — E você, Perseu, acho que se esqueceu das vezes em que lutamos e eu estava num estado bem mais deplorável do que ter apenas uma perna machucada. 

Percy me olhou de lado.

— Bem, isso é verdade. Mas ainda sim, saltar de um carro em movimento é loucura, e uma loucura maior ainda quando se term um javali de mais de uma tonelada atrás de nós. Já pensou se ele vai pra cima de você? Como você pretende correr com a perna enfaixada? 

Revirei os olhos.

— Percy, já fizemos loucuras bem piores do que essa. Preciso te lembrar? Além disso, o javali quer o Bryan, não a mim. Ele vai atrás de vocês, não de mim.

Bryan me analisou.

— Isso é uma tentativa de fugir do monstro?

Fuzilei-o com os olhos.

— É claro que não, Harpper! Se eu sair do carro, ele ficará mais leve e conseguirá chegar ao nosso destino. E, além disso, eu tenho um plano! Desacelera o carro Percy! Eu vou descer.

— Não, Annie. Não!

— Confie em mim, Cabeça de Alga. Eu sei me cuidar muito bem. - beijei seus lábios levemente - Agora desacelera!

A última frase soou como uma ordem. Embora Percy parecesse bem preocupado, fez uma curva perigosa e desacelerou. O carro estava a 60 km por hora.

Eu pulei do carro e rolei para o acostamento.

 

Percy’s POV.

Eu não podia ter deixado-a pular. Se algo acontecesse a ela eu nunca me perdoaria, nunca!

O tal de Bryan pulou pro banco da frente, o carro mais leve agora ia a 120 km por hora.

— Cara será que a Annie está bem?- perguntou ele

— Espero que sim. – sussurrei, olhando para o retrovisor, mas não havia sinal de Annie. Ao menos, o monstro estava atrás de nós e não dela. – O javali está na nossa cola.

Bryan olhou para trás.

— Acelera Jackson!

— Não dá, estou a 130 km por hora, é o máximo do carro.

O javali bateu na traseira do veículo.

— Cara, ele quer ultrapassar a gente pra poder fechar o carro.

— Eu sei, Harpper!

O javali nos fechou tão rápido que nem deu tempo de frear o carro, sendo assim, batemos com tudo contra ele.

“Outro carro que você quebra, Percy”— Cara, eu havia virado um expert em acabar com carros.

Saí do carro e Bryan também.

Destapei Contracorrente e Bryan tirou um anel do dedo que virou uma espada instantaneamente.

Fiz um sinal para ele, esperava que ele entendesse que aquilo significava que eu atacaria pela frente e ele por trás.

O plano falhou, o javali era rápido e ágil, por isso, Bryan nem conseguiu dar a volta nele sem ser visto. O javali de Erimanto, que agora estava perto de Montauk, pulou na nossa direção, mas desviamos. E continuou nisso por mais alguns segundos (que pareceram muito mais do que isso). No momento em que ele ia me atacar ouvia a voz de Annabeth.

— Venham!

Rolei de lado e vi onde ela estava.

Estava num táxi que mais parecia uma nuvem de tempestade cinza-escuro, e assim que o vi fiquei feliz. Era o táxi das Irmãs Cinzentas.

— Vamos!

Eu e Bryan entramos correndo no táxi.

— Olá jovem Percy Jackson! E um novo meio-sangue! Bem, lá vamos nós.

— Acelera, Vespa! Aquele javali está vindo pra cá! - uma das irmãs gritava.

— Como vou acelerar se você está com o olho Ira?!

— Só acelera!- gritei ao ver o javali vindo pro táxi.

Tinha me lembrado porque com 13 anos tinha ficado aterrorizado ao andar no táxi delas. Elas só tinham um olho ao todo.

Vespa pisou fundo no pedal e começamos a correr numa velocidade surpreendente. Só tinha um problema: estávamos fora da estrada, correndo na grama sem um destino fixo.

— Annabeth? O que é isso?- perguntou Bryan.

— Táxi das irmãs cinzentas, é o meio mais rápido de se chegar a qualquer lugar de New York, e Montauk ainda conta na região por onde elas passam. O javali nunca nos alcançará enquanto estivermos nesse táxi.

Eu tremi.

— Mas mesmo assim podemos morrer, já que elas só têm um olho.

Bryan arregalou seus olhos.

— Um olho? Cada uma?

— Não! Um olho ao todo!

Bryan ficou com cara de quem ia vomitar, pensei que deveria ter ficado assim há três anos.

— Ira, eu quero o olho!- disse uma das irmãs.

— Só se a Tempestade me der o dente, Vespa!- disse Ira.

— Você ficou com ele ontem!- disse Tempestade.

— Mas eu o quero agora! – gritou Ira tentando pegar o dente de Tempestade.

As três começaram a se estapear.

— Parem! Ira, dê o olho à Vespa. - disse Annabeth enquanto éramos jogados de um lado para o outro do carro.

Percebi que uma casinha de fazenda entrava no nosso campo de visão, mostrando estar na linha de colisão conosco se Vespa continuasse sem enxergar .

— Não! – disse Ira

— Agora! - o tom de Annie era de ordem - Se fizerem o que peço dou o triplo do combinado a vocês.

— Fechado!- disse Ira tirando o olho e passando para Vespa.

O resto do caminho foi bem, tirando o fato de termos um javali maluco correndo atrás de nós, mas Annie tinha razão, o táxi das Irmãs Cinzentas dava uma rasteira nele.

Eu estava apertando a mão de Annabeth e pensando em como venceríamos aquele Javali.


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Notas finais do capítulo

Fiz as Irmãs Cinzentas resurgirem, sabe acho que tava com saudade delas. Brincadeira! Estava com saudade da briga delas, mas tem mais no próximo capítulo, mais brigas!