Brithe Write And The Hard Times escrita por ArielMurilo


Capítulo 1
A Visita Perigosa




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O garoto magro, de olhos castanhos e cabelos muito negros e revoltos, estava encostado na parede, ao lado da cama. Brithe deu um breve cochilo, e quando seu rosto escorregava, de súbito, o menino de 11 anos acordava, observando enquanto o Sol deixava o céu, e a Lua cheia nascia na tarde de clima gélido de outono, a época do ano que Brithe mais gostava.  
O jardim era salpicado de sementes de Salgueiro, que cercava a casa e era abreviado pela floresta em Givinue Wizard, número 25 em Longley, Inglaterra, povoado bruxo que ficava há quinze milhas de distância da Londres rural. Seus pais, Grino e Mary Write, faziam a natural proteção nos tempos difíceis em que o mundo era incumbido de sofrer. Sua varinhas eram agitadas pelo ar, ocultando a enorme residência tortuosa, feita de madeira de Carvalho.

- Filho... Temos algo à lhe dizer. - Mary havia subido até o quarto, enquanto o marido continuava conjurando feitiços de proteção.

- Não, mãe... Não dá para adiar novamente! Estamos em Agosto, se não formos logo comprar o material eu não poderei ir à Hogwarts!   
Mais uma vez, Mary respirou fundo, e disse lentamente o que estava lhe preocupando:   

- Você não vai para Hogwarts. - Mais uma vez, a Srª. Write respirou profundamente e deu um abraço materno, muito carinhoso no filho, que começou a chorar silenciosamente - Achamos que é melhor se você ficar em casa... Hogwarts não é mais segura, Brithe! Não agora, que Você sabe quem retomou o poder, filho!   

No fundo, Brithe entendia o que sua mãe dizia, mas não poderia ficar de fora, enquanto muitos estavam aprendendo com ótimos professores, e lutando contra Voldemort e seus seguidores, inclusive seu pai, um Auror. Deveria conviver com o melhor bruxo do mundo, e enquanto ele estivesse vivo, estaria mais seguro em Hogwarts do que em qualquer outro lugar.   

De prontidão, enxugou as lágrimas que ainda escorriam pelo seu rosto redondo e rosado, de semblante triste. Se levantou, foi até a porta do quarto, abriu-a e disse calma e friamente:   

- Saia, por favor...   

- Filho, eu... - Mary se assustou, e tentou consolá-lo do modo mais gentil possível, mas pena que o que ele gostaria, ela não poderia dar.   

- Eu disse para sair! - Brithe gritou com sua mãe, de um modo o qual nunca fez na vida inteira.   

A Srª. Write saiu do quarto, calmamente e desceu os degraus da escada em espiral, que levava do térreo, à cobertura da residência há uns cinco andares pequenos, de apenas um cômodo cada. Mesmo no terceiro andar, ouvia o barulho das batidas com a varinha na panela e o choro compulsivo de sua mãe, enquanto o pai perguntava o que havia acontecido, segurando os caldeirões que voavam pela cozinha inteira, espalhando resto de guarnições para todo lado.

A janta foi a pior coisa que Brithe já comeu, e provavelmente que o senhor e a senhora Write já comeram. O bolo de carne estava com a consistência mais mole que a de um mousse de chocolate, e a carne estava crua. O molho de vinho com aveia tinha gosto do sabor "meleca", do doce Feijãozinhos de Todos os Sabores. A sobremesa, bolo de caldeirão com geléia de amora, sobrevoava o prato, e sempre que tentavam pegá-lo, ele escapava jorrando um líquido verde-musgo nas paredes. 

Depois da janta (à qual Brithe não comeu nada), todos foram se deitar, os senhores Write na cobertura, para vigiarem todo o local à uma boa distância. E o garoto no segundo andar, o cômodo mais protegido da casa, com no mínimo sete Feitiços de Ocultismo e dois Feitiços Protetores. 

Brithe sabia o que fazer: sairia do seu quarto, subiria até o de seus pais e apanharia a varinha de Grino; depois, sairia em viagem até o Beco Diagonal, compraria seu material e se instalaria em alguma hospedaria até chegar o dia 1 de Setembro, onde se encaminharia até a Estação de King's Cross e ingressaria em Hogwarts.

Brithe se levantou, e saiu do quarto, fazendo a porta ranger por causa da madeira velha e oca, que já não era a mesma de quando foi acoplada à residência. Subiu dois degraus, e pulou o terceiro, que estava quebrado (seu pai sempre tropeçava nele). Foi até a cobertura, sem fazer barulho, ou, no mínimo, tentando. Chegou no quarto, e abriu a porta bem lentamente (esta já não rangia como as outras).  

O quarto era bem arejado, tinha uma enorme janela no teto, e outra igualmente gigantesca na outra extremidade, oposta para a porta, chamada por todos de A Mestra Vigia. O cômodo inteiro era amarelo claro, mas com uma linha vermelha fogo que transcorria a parede, de um lado à outro, que agora refletia a lua cheia em seu interior aconchegante, limpo e bem arejado. Seus pais dormiam numa cama que ficava de lado à A Mestra Vigia. Os lençóis eram rosa chiclete, e a cama era banhada à ouro, feita em Lisboa, logo depois que houve o terremoto que devastou a cidade. Os dois se encontravam ali, dormindo, Mary coberta até o pescoço, eram possíveis ver seus longos cabelos louros reluzindo à seus olhos amarelos que transpassavam as pálpebras. Seu rosto era lindo, de formato magro, uma meia-Veela.

Grino era magérrimo, mais magro que sua esposa, que tinha o corpo normal. Seus cabelos e olhos eram iguais ao de Brithe, que só puxou a mãe no formato do rosto. Seu rosto era redondo, mas não tinha o rosado nas bochechas, proveniente dos familiares mais próximos.

Brithe os observou por alguns segundos, e se aproximou da escrivaninha negra, que ficava do lado de seu pai, e que tinha uma gaveta em que ele sempre guardava sua varinha. Brithe abriu a gaveta lentamente, e pegou a varinha. A varinha era fina, e tinha seus vinte e oito centímetros, a varinha era uma réplica reta de uma fênix, vermelha viva, apenas o rabo-cabo da varinha, era de um azul diamante, torto, como um rabo verdadeiro, só que feito de madeira.  

Então, aconteceu o incrível! A mão de Brithe tremeu, e a varinha se tornou uma fênix verdadeira, que ia crescendo, e crescendo a cada segundo. O chão caiu sumiu, e Brithe sentiu que era puxado para todos o lados, segurou no rabo na fênix, e sentiu seu corpo arder muito, como se acendessem uma tocha dentro de seu coração, e que este fogo o fosse consumindo até que se sentiu mais leve e mais forte a cada segundo. 

Observou por instantes a linda paisagem. Ele sabia onde ir. Muitos pássaros cantavam, e uma coruja, provavelmente perdida, ainda com uma carta nas patas, o acompanhou por alguns minutos até encontrar seu rumo. Aqui e ali, tentáculas tentavam alcançá-lo, mas apenas poderiam comer pequenos insetos, que saiam de uma cauda vermelha viva, não mais transparente, que soltava pequenos bichos por onde passava, e dava de comer às plantas bruxas carnívoras. Sabia onde ir, e estava indo. Passou por toda Londres rural (território bruxo, Feitiço de Extensão Imensamente Invisível lançado pelo Ministério da Magia) e voou para muito mais longe... Sentia o vento batendo nas suas asas... A brisa do rio Tâmisa chegando, e as lindas luzes da cede do Parlamento Inglês se aproximavam rapidamente, até que uma força invisível empurrou as asas para baixo, e para o lado, ora rápido, ora devagar.

De súbito, fez uma curva muito fechada para a esquerda, e sentiu bater em algo bem leve, como se fosse transpassar uma fumaça. Percebeu então ser uma porta. Ninguém o via dentro do local onde estava, enquanto o cheiro de gengibre misturado com sopa de ervilhas subia, a fênix continuou sua trajetória até um galpão com alguns barris de lixo, feitos em madeira. Não, não podia! De jeito algum, seria uma parede! Uma parede enorme apareceu no galpão, e a ave voou com toda força, batendo de frente com a parede, que desmoronou às suas costas, como a porta fizera, e a fênix Brithe não reagiu, pois não doera.  

Chegou então, em uma rua de muitas curvas, vitrines abertas, alguns poucos bruxos e bruxas, que também não viam a ave vermelha transpassar o céu, de um azul celeste escuro. Logo, passando por uma loja muito rapidamente, à qual só conseguiu ler "Madame Mal..." e outra, que tinha muitas estantes com livros enormes em seu interior pequeno e com algumas pessoas, chamada "Floreos e Borrões", escrita numa placa verde acinzentada acima da entrada da loja. 

Então, parou, entrou em uma travessa muito pequena e deserta, passando por lojas que vendiam desde caveiras, que ficavam expostas na vitrine como se fosse a coisa mais normal do mundo, à grandes colares, ou cabeças de animais que Brithe nunca vira. Entrou numa loja, dentro destra travessa, e se largou em cima de um poleiro pequeno, empoeirado e velho.

A sensação já conhecida, de que estava pegando fogo, de dentro para fora do corpo, e que lhe puxavam de todas as direções, retornou. Agora, as pernas de um garoto de 11 anos apareceram, e a fênix agarrou com o bico bem forte, sumindo!  

- Eca! Isso foi horrível, e dói demais! - Brithe olhou à sua volta, e de relance viu uma mão muito estranha, com dizeres dourados em sua base, vitrines e colares, de azuis à amarelo ouro. Achou que aquilo não passava de um sonho, e que iria acordar na sua casa, ainda comendo a "refeição" que sua mãe, supostamente, fizera.  

Ouviu um barulho, eram passos, e foi se esconder atrás de uma cortina, cheia de traças e algumas aranhas, e ele as espantou para poder se acomodar melhor, sem ser descoberto.

Dos fundos da loja, entrou um homem muito magro, de seus cinquenta anos de idade, barba mal-cuidada, cabelos muito negros e uma barba que já começava à contrastar com a cor morena de sua pele.

- Já disse à você, homem! Pare com isto! Volte à ter a vida que tinha antes dele voltar, antes de tudo acontecer! Você era um bom homem, depois de sua queda, senhor! - o homem parecia desesperado à tentar convencer o companheiro à voltar o que era antes da volta de alguém, que Brithe desconfiou saber quem. 

- Já lhe disse, Borgin! Não há voltas, e se disser isso mais uma vez, trarei meus companheiros e o Lorde das Trevas para lhe mostrar o que fazer com traidores como você!

O homem choramingou baixo, e se encolheu em seus trapos, trazendo um avental marrom escuro, para enxugar as lágrimas de sofrimento. Brithe tentou se esquivar, para ver quem era o segundo homem. Ele estava de pé, e Brithe só conseguiu ver sua sombra. Ainda se encontrava no fundo do corredor, pelo qual o homem, chamado Burke veio. Borgin procurava muito rapidamente, algo entre o balcão. Pareceu achar, e depois: 

- Tome, senhor! - o vendedor saiu apressado em direção ao segundo homem, segurando uma caixa retangular nas mãos - É este, não é? Espero que seja, porque é o único! O senhor Black deixou aqui, e eu o peguei. Sorte que o fiz, senão não poderiam tê-lo, não é?

O segundo homem riu, e então, um jorro de luz verde saiu do corredor, houve um grito abafado, e um estrondo de algo caindo no chão de madeira. 

- Eu lhe disse, Borgin! Da próxima, limpe os ouvidos e trabalhe direito, sem usar estes trapos... Na verdade, ha ha ha, nem haverá próxima! - o homem não saiu do cômodo normalmente, andando. Ele deixou sua sombra sumir em uma fumaça negra depois de um estálido, que foi apenas isso que Brithe viu no aposento.

Brithe saiu do esconderijo, e foi até o cômodo seguinte, para ver o que restava lá. Só viu um pequeno corredor tortuoso, sem janelas, e um armário de vassouras. Procurou o que poderia ter caído no chão, mas nada foi visto por ele. 

Quando ia saindo da loja, temeroso pelo que poderia acontecer-lhe, naquele lugar, viu novamente uma fumaça negra encher a travessa, e viu o homem chamado Borgin correr em direção à ele, mas sem o ver. Se escondeu novamente dentro da loja, agora, atrás de um balcão.

- Idiota! Que ódio! Como pode, ficar com o trabalho legal e me mandar vir até aqui, substituir o desgraçado e infeliz do Borgin! Antes não o tivesse matado! Nojento! - Borgin foi até atrás do balcão, e atendeu um homem gorducho que entrou, querendo comprar um colar muito bonito, prateado, com reluzentes e pesadas pedras azuis escuro, que Brithe percebeu ser bem mais caro que 100 nuques.

Esperou então, Borgin, o morto-vivo, de acordo com suas próprias palavras, ir até o corredor, e saiu para fora correndo, lendo o que dizia numa placa marrom, "Borgin&Burke". Foi até ao final da travessa, pois se lembrava por onde entrou com a fênix, e leu um letreiro "Travessa do Tranco". A rua estava mais cheia do que o normal.

Entrou em uma loja, e perguntou que horas eram, e recebeu a resposta, cinco horas da manhã. O Beco Diagonal, lugar que Brithe só tinha ouvido os pais falarem, estava quase cheio, e ele estava com muito medo, mas, se era o que tinha que fazer, fez. 

Ainda não entendia, entrou no Beco Diagonal voando, mas era uma fênix, e não ele próprio. E por que isso aconteceu quando pegou a varinha do pai? Seria algum tipo de transporte? Mas por que o levaria, ou ao pai, já que era para ele, direto à Borgin&Burke? Era uma loja que mexia com as Artes das Trevas, pelo que percebeu.  

Agora, só restava descobrir, o que fazer.

A única coisa que lhe veio à cabeça, foi ir ao Gringotes, e pegar algum dinheiro da conta do Sr. Write, comprar o que precisava para ir à Hogwarts, e depois se instalar até o dia 1 de Setembro em algum hotel, ou coisa do tipo, como da última vez que criou seu plano, antes de tudo dar errado. 

- Por Merlin! Onde ele foi?

Duas horas depois, Grino acordara de seu profundo sono, e vira a gaveta aberta, ao lado de sua cama.

- Por quê está gritando, Mary? E por quê abriu a gaveta? 

Mary estava empurrando o marido, para acordá-lo, se debulhando em lágrima, e soluçando em um lenço que produzira da varinha. 

- Ele sumiu! Brithe sumiu! E é toda minha culpa!

Grino não ouviu mais nada, se levantou rapidamente, passou a mão nos olhos, para melhorar a visão, e começou à revirar a gaveta. Tirou dela apenas sua varinha, uma varinha curta, verde como os galhos de uma árvore jovem, e com manchas brancas enormes por ela. O cabo era marrom, e muito simples. 

- Já sei onde ele está, e vou procurá-lo! Se acalme, tome um chá, e eu já volto com ele! Está ouvindo, Mary? 

A mulher inconformada com a informação, gritou para que o marido a levasse junto, para procurar o filho, e não que pedisse para acalmá-la. Era um absurdo. Enquanto ela berrava com o marido, e se desvencilhou de suas mãos, e num estálido forte, desapareceu em um pequeno portal que desapareceu com seu corpo. 


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem do primeiro capítulo, e que continuem acompanhando a Fanfiction!



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