Todos ainda observavam a cena quando ouvimos passos a alguns quilômetros. Parece que Alexander estava chegando. Mais alguns segundos ele bateu na porta e Esme foi abrir.

-Olá! Entre, por favor. – Ela falou sorrindo. Podia imaginar o quanto Esme estava feliz com a chegada de mais um membro na família.

-Obrigado, senhora. – Ele respondeu educadamente e Esme sorriu ainda mais.

-O que é isso, me chame de Esme! Lembre-se que sou mais nova que você! –Ela gracejou e soltou uma risadinha e todos acompanharam.

-É. então obrigado, Esme. - Alexander falou enquanto sentava no lugar que Esme ofereceu. Todos ficaram em silêncio até que Carlisle falou.

-Bem, pensamos ontem sobre a sua proposta e decidimos que acolheremos você na nossa família e quero que desde já entenda que a que os Cullen não são um clã, somos uma família. Não estamos unidos pelo interesse e sim pelo amor. –Carlisle terminou e olhou pra cada um de nós enquanto Alexander assentia.

-Não sabe há quanto tempo espero para me unir à sua família, Carlisle. Sempre soube que nós que nos alimentamos de sangue animal somos mais humanos, somos sociáveis e temos a capacidade de formarmos laços de amor, o que os que caçam humanos não conseguem. – Alexander falou.

-Wow! Acho que então acabamos de ganhar mais um irmão. Legal! Toca aqui, cara! – Emm gritou fazendo todos pularem e olharem surpresos pra ele que agora estava com o punho levantado esperando Alexander bater. Uns segundos depois, Alexander levantou devagar e duvidosamente o punho e bateu no dele.

-Cara, você realmente tem que aprender a fazer isso direito! – Emm falou rindo muito alto.

-Emmett! Se controla! – Rose disse olhando pra ele como se a qualquer momento fosse bater nele. Emm parou de rir assim que viu a cara dela.

-Bem, vou te apresentar a sua nova família, então. – Carlisle disse sorrindo. – Eu sou Carlisle e essa é Esme, como sabe. Esse é Emmett e a companheira dele, Rosalie. Aqueles são Edward e Bella e eles têm uma filha, Renesmee – Ela é meio humana e meio vampira. –Alexander deixou o queixo cair.

-Nossa! como isso foi possível?- Ele interrompeu Carlisle.

 – Edward casou com Bella e ela engravidou dele ainda humana, o que exigiu dele um grande autocontrole. - Carlisle explicou e Alexander olhava incrédulo para Edward e Bella.-Bem, continuando, estes são Alice e o companheiro dela, Jasper. – Alexander apenas olhou pra mim e sorriu e Jasper apertou ainda mais sua mão na minha. – Seja bem-vindo aos Cullen. -Carlisle terminou com a voz transparecendo emoção.

Esme levantou ansiosa e foi até Alexander.

-Eu não tive muito tempo, como sabe, mas eu arrumei um dos quartos para você. Acompanhe-me, por favor. – Esme pegou a mão de Alexander e começou a levá-lo ao quarto dele que ela arrumou ontem à noite. Todos levantamos e fomos junto. –Fiz bem discreto, mas se não gostar de algo, quiser mudar alguma coisa é só me dizer...-Esme disse entrando no quarto.

-É perfeito, Esme! Muito obrigado! – Alexander interrompeu Esme. Ela olhou para ele super feliz. Ela absolutamente adorava quando gostavam das suas decorações.

-Certo. Então, aproveite seu quarto. Foi um prazer decorá-lo pra você e devo confessar que estou muito feliz por recebê-lo em minha família. Posso? – Esme perguntou enquanto abria os braços, insegura. Alexander foi até ela e eles se abraçaram, Esme quase pulava de alegria.

-Obrigado por me receber tão bem, Esme. – Alexander disse quando eles terminaram e pelo jeito que ele olhava pra ela, era evidente que já gostava muito dela.

-De nada. Agora, peço licença, tenho que preparar a comida de Renesmee e Jacob. –Esme falou saindo do quarto, deixando um Alexander bastante confuso.

-Ela vai preparar comida humana?- Ele perguntou ainda olhando a porta.

-É. Renesmee é metade humana e também pode se alimentar desse tipo de comida e Jacob... Bem, não se assuste ok?- Bella se interrompeu e esperou ele assentir pra continuar – Jacob é um tipo de lobisomem, é mais como um transformo, mas ele e o resto da matilha se autodenominam lobisomens, então é assim que os chamamos...-  Ela deu de ombros e Alexander olhava sem nem piscar , parecia achar interessante.

-Isso é incrível! Parece que minha nova família tem as histórias mais interessantes e impossíveis do mundo vampiro! – Ele riu e todos acompanharam.

Eu dei um passo um passo pra frente saltitando de empolgação.

-É minha vez! É claro que se vai se juntar à família Cullen, você tem que parecer um Cullen de verdade. Felizmente, isso eu posso arrumar com uma coisinha mágica: Compras! –Eu pulava e batia palmas e ele me olhava com olhar incrédulo, mas eu não me importei: tinha ganhado mais uma pessoa pra resgatar dos braços malvados da breguice!

-Hã... Você está me chamando pra fazer compras? Sério? – Ele falou confuso.

-Claro! Ou você quer que eu adivinhe? Bem, eu até que poderia, mas seu poderzinho chato me impede! – Falei fazendo biquinho e todo mundo riu.

-Boa sorte... Você vai precisar! –Bella falou para um Alexander confuso.

Eu já estava empurrando ele pra fora do quarto quando tive a visão de Jasper vindo e falando/gritando que eu não iria sair sozinha com Alexander. Droga.

“Edward, irmãozinho do coração... Você poderia, por favor, cuidar disso? Eu preciso realmente falar com Alexander, saber mais sobre minha vida humana e ter AQUELA conversa, sabe? Você me ajuda?”

Vi Edward assentir e sorri pra ele.

“Obrigada, maninho! Te devo uma!” Ele apenas riu e balançou a cabeça. Arrastei Alexander pro meu carro e assim que ele sentou acelerei, deixando pra trás os murmúrios de Jasper e Edward lá em cima.

POV Alexander

Era sério?! Ela estava realmente me levando pra fazer compras? Alice era simplesmente adorável, mas bem estranha. Eu olhava pra ela enquanto ela dirigia o carro a toda velocidade. O carro era lindo e muito veloz, mas seria bem mais rápido correr.

-Então Alexander, posso te chamar de Alex? Alexander é meio grande demais... -Alice interrompeu meus pensamentos.

-Claro. Não me importo. – Falei sorrindo.

-Tá, queria te perguntar... –ela hesitou – Quando você me encontrou, onde estava minha família?

-Sua família humana tinha te internado no manicômio. Pois sua mente humana não conseguia lidar com seu dom, você não conseguia separar suas visões da realidade e por isso a maioria das vezes tinha crises histéricas por causa delas. Sua família não queria escândalos, por isso te colocaram lá e forjaram a sua morte. Lamento. –Alice parecia triste e surpresa com essa declaração.

-Não fique triste, por favor. Era assim a maneira que as pessoas lidavam com casos como a sua na época. – Disse na tentativa de animá-la.

-Não estou. Já passou. Só estava curiosa... Alex, quando você me criou, queria que eu fosse sua companheira, certo?

Bom, enfim, ela entrou nesse assunto. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde esse assunto surgiria. Fiquei calmo e assenti.

-E já deve ter percebido que eu já tenho um companheiro, não é?

É claro que havia. Desde que eu cheguei aqui pude notar isso, e no começo isso não me agradou. Mas, pude ver que ela realmente amava Jasper e o quanto ficar perto dele deixava ela feliz. Tinha decidido que se isso a fazia feliz iria respeitar sua vontade.

-Sim, Alice. E pretendo respeitar sua vontade se ela for ficar com Jasper. –Ela riu e bateu palmas como uma criança.

-Ai! Eu não acredito que foi tão fácil! Acho que vamos ser grandes amigos, Alex! Tudo bem pra você, não é? – Ela me olhava quase explodindo de alegria e eu ri.

-Claro, Senhorita Cullen! Apesar de você ter se tornado uma vampirinha muito estranha, Mary Alice Brandon! – Eu ri ainda mais e ela saltitava no banco rindo.

-Ah, você vai amar, Alex! Nem vai se reconhecer quando eu der uma repaginada no seu visual! Vai ser tão legal! Acho que você ficaria bem de preto... Uma jaqueta de couro ficara ótima em você... –Ela começou a tagarelar coisas que não faziam nenhum sentido pra mim e eu me limitei a ficar olhando pra ela e sorrindo.

Quando finalmente paramos estávamos em um shopping em Seattle. Sério, eu realmente não queria fazer compras, mas se isso fazia Alice feliz...

Entramos e acho que passamos em todas as lojas, era sempre a mesma coisa: Alice entrava, pegava um monte de roupas, me empurrava no provador  e esperava eu sair pra dizer se tinha ficado bom ou não. No final, eu já devia ter experimentado todas as roupas masculinas daquele lugar, sem exageros.

Quando saímos da última loja, eu carregava tantas sacolas que se eu fosse um humano não conseguiria levantar nem a metade do peso que elas tinham. O mais engraçado foi ver como os humanos reagiam a nós, Alice tentava segurar o riso quando as atendentes mulheres se atrapalhavam e gaguejavam quando falavam comigo.

-Alex, que tal uma competição?- Ela disse quando estávamos comentando sobre os humanos. –Vamos ver quem ganha o presente mais caro de um humano?

Eu assenti. Isso seria interessante. Alice imediatamente se afastou e foi procurar a sua “vítima” e eu me apressei de encontrar a minha. Avistei a pessoa perfeita: uma garota loira, alta (até bonita, para uma humana) com um segurança grudado do lado dela carregando muitas sacolas.

Fui até a loja que ela tinha entrado e percebi que era uma loja de carros. Perfeito. Fiquei um pouco mais a frente dela e quando ela começou a se mover, caminhei lentamente tentando parecer distraído e esbarrei nela delicadamente. MUITO delicadamente para que ela não se machucasse.

 -Oh, desculpe-me senhorita. –Falei apanhando a carteira cheia de cartões de crédito que ela deixou cair e levantei meu olhar devagar. Ela ficou olhando pra mim como se estivesse assombrada.

-N-n-não foi nada... –Ela gaguejou sorrindo. –Então, o que fazia aqui tão distraído?- Ela me olhava da cabeça aos pés e sorria.

-Ah, aborrecimentos... –Falei balançando as mãos com um gesto reprovador e sorri enquanto ela corava.

- O que estava te aborrecendo? Talvez eu possa te ajudar. Aliás, qual seu nome?

-Alexander Evans, e você? – Falei dando o nome que eu usava com o clã de John.

-Meu nome é Carolinne Seyer, muito prazer. - Ela disse o nome com orgulho e estendeu a mão. Eu não queria que ela sentisse a minha pele fria, então apertei rápido e de leve a mão dela e ela estremeceu.

-O que o aborrecia, Alexander? –Ela insistiu.

-Oh, nada demais. Eu estava acertando a compra daquela Ferrari, mas só depois percebi que tinha esquecido minha carteira em casa. –dei de ombros, parecendo indiferente.

-Ah, só isso? Eu posso te dar a tal Ferrari, se você topar um jantar hoje na minha casa às sete... - Ela sorriu e levantou uma sobrancelha e eu ri.

-Seria muita gentileza, Carolinne... Mas não posso aceitar.

-Ah, qual é? Isso não é nada! –Ela falou já indo falar com o vendedor e em menos de um minuto voltou.

-Alex, sua Ferrari estará te esperando lá fora quando você sair aproveite e vá com ela ao jantar. - Ela falou confiante.

-Desculpe, mas você não me deixou explicar. Minha esposa não vai gostar  se eu disser que tenho um jantar hoje à noite.- Falei vendo a animação dela se esvair.

-Desculpe Carolinne. Você é realmente uma pessoa adorável, mas não posso. - Ela sorriu um pouco.

-Ah, não faz mal... Fique com a Ferrari. Você mereceu por ser tão encantador. –Ela deu uma risadinha e levantou as sobrancelhas – E ligue pra esse número se mudar de idéia. – Ela me entregou um cartão rosa e perfumado com seu nome, endereço e telefone.

Sorri. Duvido que Alice tenha conseguido melhor. Fui ao encontro dela. Ela estava encostada no Porsche me esperando com a expressão desafiadora.

-E aí? Conseguiu algum presente? – Ela falava erguendo as sobrancelhas.

-Você nem imagina... Mas me mostre o seu primeiro. –Desafiei e ela pegou um lindo colar de diamantes e rubi e ergueu pra que eu segurasse. Era realmente lindo.

-Muito bom Alice! Mas, gostaria de ver o meu? – Ela assentiu super curiosa e eu a guiei até o local onde estava a minha Ferrari. Quando a avistei peguei a chave e bipei o alarme, destravando as portas. Alice olhou pra mim, sua boca formava um “O” e seus olhos estavam muito arregalados e eu gargalhei exultante.

-Você é bom nisso! –Ela murmurou incrédula. E eu ri ainda mais.

-Só tive sorte... - dei de ombros e ela riu balançando a cabeça.

-Bom, acho que vamos em carros separados...- Ela falou admirando meu novo carro e isso me deu uma idéia.

-Alice, que tal uma corrida? A estrada pra casa esta bem vazia hoje. - Ela soltou um gritinho e bateu palmas.

-Alex, você é demais! Até que enfim ganhei um amigo que sabe se divertir! – Ela correu pro carro dela e logo estávamos parados lado-a-lado na estrada.

-Um... Dois... Três! – E disparamos. Ela sempre tentava passar por mim, mas eu era um ótimo motorista sempre adorei dirigir, então cheguei primeiro (com poucos segundos de diferença). Chegando à garagem, ela saiu com um olhar incrédulo.

-Ninguém nunca ganhou de mim a não ser Edward! Droga! Poderzinho chato esse seu! –Ela fez um biquinho engraçado e eu gargalhei.

-Nem vem, Alice! Eu ganhei honestamente, admita! – Eu ri ainda mais da careta dela.

-Tá... Ganhou mesmo. Vamos entrar, estou com saudades do Jazz... –Ela falou. Confesso que nem lembrava onde estávamos. Nunca me diverti tanto quanto hoje.