Eternal Flame escrita por bandolinz


Capítulo 25
2x05 Pelo Que Vale a Pena Viver, Vale a Pena Lutar




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/141996/chapter/25


Quando coloquei os pés na clareira todos os pares de olhos, sem exceção, me encararam estupefatos. O que eu iria fazer? O importante era manter a calma. Eles não levariam Renesmee nem por cima do meu cadáver. A adrenalina fazia meu cérebro funcionar rápido, abafando qualquer sombra de pânico ou desconforto por ter tantos vampiros ao meu redor e ainda assim permanecer na forma humana. Eu entrei pela lateral, ficando entre ambos os clãs, porém mais perto dos Cullen.

– O que eu perdi? – falei com o tom mais natural possível.


Não pude evitar que meus olhos se demorassem nela. Nessie estava boquiaberta, me observando como se eu fosse uma aparição ou algo do tipo. E me perguntei ressentido, ela acreditava mesmo que eu a deixaria ir embora desse jeito?

– Ora, ora o que temos aqui. – Aro sussurrou em júbilo, unindo as mãos. – O transfigurador decidiu mostrar o rosto aos demais.

Bufei.

– Ao que parece me queriam aqui não é? Pois bem, aqui estou. Qual o grande acontecimento? – perguntei sarcástico.

– Quanta petulância. – Caius murmurou pasmo.

– O acontecimento é que estamos levando a sua antiga parceira, Renesmee para a Itália conosco.

– Não estão não. – Bella sibilou.

Aro continuou como se não tivesse escutado.

– Como bem deve saber vocês não podem ficar juntos. É muito perigoso para o nosso legado, tirar chances com uma possível prole. – Aro explicou sem perder o tom cordial em sua voz açucarada.


– Não precisam levá-la para a Itália apenas por isso. – a frase soou completamente indiferente e eu fiquei grato por conseguir controlar a acidez em meu tom.

Repassei em minha mente o que eu deveria fazer. Jurar para os Volturi que eu não amava Renesmee e não queria de forma alguma que voltássemos a nos relacionar. E eu tinha que fazer isso agora, na frente dela. Tremi pelo mais breve instante. Isso com certeza não me ajudaria a recuperar a confiança dela depois.

Deixei minhas incertezas de lado. Um problema de cada vez. Primeiro eu garanto a segurança de Nessie, depois encontro um modo de reconquistá-la.

– E qual é sua sugestão, rapaz? – Aro indagou erguendo uma sobrancelha, me avaliando.

– Bem, pra mim está bem óbvio. Edward e Bella não nos querem juntos. Vocês não nos querem juntos, apesar de que quanto a essa parte eu não dou a mínima. Renesmee não me quer mais e eu não a quero. – a última sentença correu como ácido em minha garganta, uma vez que cada parte do meu corpo gritava o contrário. Não olhei para Renesmee ou esperei a reação dela. Mantive os olhos no sanguessuga cheio de adornos a minha frente. – Os Cullen irão embora dentro de poucos dias e estaremos separados se é isso o que vocês tanto querem.


– Você poderia facilmente segui-los. – Aro abanou a mão com desdém.

– E por que eu faria isso? – dei um passo a frente, me impondo. – Estou cansado de viver cercado por vampiros, cansado dos ataques dela. E também já estou com outra pessoa.

– Leah. – a voz de Aro acariciou o nome e eu tive que engolir minha surpresa pelo nome de Leah escapar tão facilmente de seus lábios.

Apenas assenti.

– Um discurso muito ardoroso, meu jovem. Mas é necessário conferir se há verdade em suas palavras. Poupe-nos de tanta encenação e apenas me mostre o que quer dizer. – Aro alegou estendendo a mão para mim.

Mas eu não poderia. Jamais iria mostrar meus reais pensamentos a ele.

– De jeito nenhum que eu vou deixar você encostar essas garras em mim. – respondi fazendo questão de deixar minha repulsa bem explicita.


– Se transforme em lobo, então, se lhe é mais conveniente. – Aro falou. A máscara de paciência se desfazendo.

– Aí deveria ser você a não querer que eu chegasse perto. – sorri irônico.

– Estamos em um impasse aqui. Seu testemunho não vale nada uma vez que não pode ser averiguado.

– Este insolente está claramente zombando de nós. – Caius bradou. – Se teme tanto revelar seus pensamentos é porque está tentando nos ludibriar.

– E esse é o único meio que os temidos Volturi tem de apurar a verdade? – debochei. – Vai contra os meus instintos deixar um assassino colocar as mãos em mim.

O ódio lampejou nos olhos de Aro e logo foi coberto por uma tranquilidade forjada.

– Marcus. – Aro pediu num sussurro.

O outro ancião inclinou a cabeça me observando e passando o olhar entre os Cullen. Ele moveu a cabeça em negativa apenas uma vez, com um movimento fraco e desinteressando.

– O laço é forte demais. – afirmou em sua voz apática.

– E quanto à Jane? – foi a voz de Edward que disparou a sugestão. – Deixe que ela teste se Jacob está falando a verdade.


Ouvi um arfar atrás de mim e não precisei me virar para saber que pertencia a Renesmee.

– Que seja. – dei de ombros – Por mim tudo bem.

– Tem a menor idéia do que se trata... – Aro começou verdadeiramente intrigado.

– Eu não tenho nada a esconder. Não me importo, se é a única maneira de fazer que levem minhas palavras a sério.

– Admiro sua coragem, jovem Jacob. – Aro aprumou-se com os olhos vinho transbordando interesse. Trinquei os dentes pelo atrevimento dele em pronunciar meu nome. – Sou compelido a dizer que se você e seu bando quiserem nos servir guardando nossa fortaleza em Volterra, terás muitas regalias e acesso a verdadeiros tesouros.

Eu ri em descrença.

– Me mate antes disso.

– A proposta ainda será válida no futuro, caso mude de idéia. – ele frisou em deleite e depois moveu dois dedos mandando Jane se aproximar.

A pequena pousou os olhos em mim com um sorriso vitorioso, mas nada veio.


– Tire o escudo dele, Bella. – Edward ordenou numa voz baixa e tensa.

– Não precisa fazer isso, Jake. – Bella praticamente implorou.

Rolei os olhos.

– A decisão é minha e não sua Bells, agora, por favor, faça como Edward pediu.

– A decisão é minha e não sua. – ela repetiu teimosa.

– Mas que droga! Você quer que a sua filha vá para o outro lado do mundo com esses sanguessugas? Não! Então tira essa porcaria de escudo de mim. – grunhi.

O espanto e ressentimento cruzaram a expressão de Bella, mas eu não tive muito tempo para avaliá-la e logo uma dor lancinante paralisou cada músculo do meu corpo.

Eu não estava muito convicto se meus pés ainda se mantinham no chão, tudo o que eu conseguia sentir ou perceber era aquela agonia dilacerando meus órgãos, me fazendo querer arrancar minha própria pele. Dor era muito pouco para descrever isso.


Quando parecia impossível respirar, houve uma pausa no tormento.

– Admite ainda gostar da híbrida Renesmee? – uma voz delicada soprou. Parecia tão distante e distorcida que não consegui identificar de quem era.

Respirei fundo desesperadamente, como se tivesse ficado em baixo d’água por horas, apenas juntando fôlego suficiente para responder.

– Não.

Eu mal terminei a palavra e uma nova rodada de dores me paralisava. A sensação excruciante me lembrou de quando tive metade dos meus ossos estraçalhados por um vampiro, entretanto nem aquela dor poderia se comparar a essa. Ser atropelado por um caminhão deveria ser menos doloroso, porque provavelmente eu apagaria. Mas agora não, eu poderia não estar ciente do que acontecia a minha volta, mas estava bastante alerta para cada parte de mim prestes a se rasgar em duas. Pelo amor de Deus, aquilo não terminaria nunca?

– Jacob Black, é sua última chance. Basta assumir que todas as palavras proferidas agora a pouco eram um truque e este tormento acabará.

Abri os olhos focando na grama verde diante do meu nariz. Ótimo.

– O que eu falei... É a verdade. – murmurei.


E dessa vez veio para valer, me fazendo sentir saudades das duas rodadas anteriores. Tive a nítida sensação de algo gélido rasgando minha pele e em seguida meu próprio sangue começou a queimar em minhas veias, ardendo como água sanitária correndo abundantemente sobre uma ferida. Ouvi alguém gritando, implorando para que Jane parasse, um grito que era quase um choro e apenas uma voz seria capaz de me distrair do meu inferno particular. Nessie. Tentei a muito custo me concentrar na voz dela, tão fora do meu alcance, mas o fogo que se espalhava em mim como um veneno letal reclamava minha atenção. Algum deles só podia ter me mordido. É isso.

E agora eu estou morrendo.

Minha garganta travada impedia o ar de fluir pelos meus pulmões, por maiores que fossem meus esforços. A minha pergunta era por que eu não morria de uma vez?

Em nenhum momento, entretanto, me passou pela cabeça confessar que a amava. Condená-la. Torci para que pelo menos Edward tivesse a decência de contar a Renesmee a verdade, uma vez que eu já não teria chances para isso. Pelo menos comigo morto, eles teriam de deixar Nessie em paz.

É. Não seria de todo ruim.


De repente, enquanto eu fazia minhas fúnebres e dramáticas considerações finais, toda a dor cessou.

Abri os olhos, incerto sobre em que lugar eu estaria céu ou inferno e a resposta era bem menos interessante. Terra. Ainda na mesma clareira entre os Volturi e os Cullen. Inteiro e incólume.

Levantei pasmo com o realismo das ilusões da anã maléfica.

– Devo presumir que suas palavras eram verdadeiras, jovem rapaz. Qualquer outro teria sucumbido à tamanha provação. – Aro sussurrou reflexivo.

Não respondi, ainda sutilmente testando se as articulações dos meus dedos funcionavam normalmente.

– Irmão, como pode confiar em tão ardilosa criatura? – Caius bradou.

Aro ergueu a palma da mão solenemente, ignorando o protesto do outro ancião e uma imparcialidade cobriu suas feições.

– Nada poderia me satisfazer mais do que encerrar essa visita de forma pacífica. Obrigado por me permitir isso, jovem Jacob. – Aro soprou de forma serena.


O restante da guarda, entretanto, não escondia o transtorno. Caius parecia amargamente decepcionado. O vampiro de óculos escuros virou-se escondendo o rosto, mas posso jurar que o vi sorrindo.

– Os Cullen estão livres para seguirem seu caminho como pretendiam, tenho certeza que não tardaremos a nos rever. – Aro sorriu.

– Espero que não seja necessário. – Edward respondeu.

– Por que fala como se apenas nos fosse permitido tais encontros em más circunstâncias, meu caro Edward? – o ancião murmurou com um falso ressentimento – Sabe que as portas de Volterra estarão sempre abertas para recebê-lo, junto à sua família de dons formidáveis.


Meus punhos permaneciam contraídos enquanto eu observava a interação entre eles. Eu não estava tão convicto de que a tortura fora suficiente. Essa benevolência poderia não passar de uma armadilha.

– Nós os visitaremos de qualquer maneira. – prometeu Caius. – Tenham certeza de que vamos nos assegurar de que tudo isso não passou de um truque. Agora que as leis estão claramente estabelecidas perante diversas testemunhas, qualquer reincidência será merecedora de severa punição.


– Nós já entendemos a mensagem, Caius. – disse Carlisle, calmamente. – Suponho que tenham muito trabalho a fazer, não queremos desperdiçar seu tempo em uma questão resolvida.

– Tem razão, meu amigo. – disse Aro, apesar de parecer ligeiramente contrariado – Todavia, é sempre um prazer imensurável revê-lo.

Carlisle assentiu, mas não respondeu.

Aro recuou até infiltrar-se novamente na formação Volturi e com a mesma marcha silenciosa que chegaram, eles se foram.

Girei nos calcanhares observando enquanto Bella abraçava Renesmee com força, que ainda chorava numa mistura de perturbação e alívio. Assim como eu, Nessie não parecia tão convicta de que tudo terminara bem.

– Eles realmente se foram? – Rosalie questionou.

– Sim. – Edward respondeu em um tom monótono, a testa vincada enquanto ele se concentrava em algo do outro lado da clareira.

Bella soltou Renesmee, apenas para abraçá-lo dando-lhe um beijo.

Fui para o lado de Renesmee e ela enxugou o rosto virando-se de costas para mim. Suspirei frustrado.

– É uma armadilha. – uma voz estranha afirmou categoricamente.


Imediatamente todos olharam para o portador da voz, o vampiro de óculos escuros, parado sozinho no local onde as testemunhas Volturi se agrupavam ainda há pouco.

– Aro está apostando na força do laço entre Renesmee e o transfigurador. Ele está resoluto de que cedo ou tarde descumprirão as regras e ele estará vigiando atentamente, ansioso para eliminar seu clã. É apenas uma questão de tempo.

Ninguém falou. Todos atordoados demais com a afirmação do forasteiro. Não que ele acabasse de falar alguma novidade, mas como ele sabia daquilo? Como poderia ter tanta certeza do que dizia? E por que raios ele usava um óculos de sol?

– E quem diabos é você? – grunhi impaciente.

Joham. – Edward falou baixo.

O vampiro sorriu largamente e logo cobriu a distância até os Cullen, ficando a poucos metros de nós. Ele retirou os óculos e os colocou no bolso de sua jaqueta de couro, deixando a mostra suas íris de um vermelho profundo que estavam fixas em Renesmee. Desprezei aquele sanguessuga com toda a ira que eu possuía.

– Vejo que já me conhece. – falou Joham, finalmente desviando sua atenção para Edward.


– Apenas através dos seus filhos. Nahuel e Candy. – Edward respondeu, encarando o sanguessuga com curiosidade e certa frustração.

– Algo de errado? – Joham ergueu uma sobrancelha com um sorriso irônico.

Edward acenou que não com a cabeça, estreitando o olhar intrigado.

– Como pode ter tanta certeza do que disse agora há pouco? – Bella interferiu.

Joham deu de ombros devagar, um sorriso prepotente cravado em seu rosto pálido.

Eu mal havia conhecido aquele cara, mas já tinha uma imensa vontade de desfazer aquele sorriso cínico arrancando seus dentes um a um.

– É um prazer finalmente conhecê-la Renesmee. Sinto como se esperasse por esse momento há muito, muito tempo. – disse Joham estendendo a mão para ela.

Nessie apenas o observava com os olhos arregalados de espanto e não moveu um músculo para alcançá-lo. Joham logo baixou a mão, sem demonstrar um pingo de constrangimento e voltou a atenção a Edward como se o restante de nós nem estivesse ali.

– Finalmente encontrei alguém capaz de compreender meu trabalho. Confesso que há muito havia perdido as esperanças de encontrar alguém com autocontrole suficiente para... Humm... Relacionar-se com uma humana.

– Minhas motivações não foram as mesmas que as suas. – a voz de Edward ficou mais dura e alta. – Renesmee não é um experimento, é minha filha. E eu me envolvi com Bella por amor, e não para largá-la no meio da floresta à espera da morte, como você fez com suas presas.


– Elas serviram para uma causa maior. – Joham replicou sem demonstrar nenhum remorso. – Mas eis que temos aqui a oportunidade de criar algo muito mais significativo. – ele sorriu para Renesmee com um brilho psicótico no olhar. – Soube que você e Nahuel, não muito tempo atrás, tiveram um enlace.

– Isso não é da sua conta. – Nessie respondeu em um tom baixo, porém firme. Eu podia notar quão desconfortável ela estava com a presença daquele sanguessuga.

– Certamente é. Não imagina o quão esplêndido seria se você e Nahuel se unissem para dar continuidade à espécie pelos meios naturais.
Edward e eu rosnamos simultaneamente.

– Ei, pelo menos nenhuma presa seria feita, como você mesmo disse. – Joham ergueu as mãos na defensiva, mas era nítido que ele estava se divertindo com nossa reação.

– Dê o fora daqui. – rosnei entredentes.

– Suas chances com ela acabaram. Lide com isso. – ele rebateu repentinamente sério. – Por melhor que tenha sido sua atuação hoje, não se engane pensando que é muito mais do que um humano, porque provavelmente acabará morto.

Engoli em seco, absorvendo a repentina mudança em seu tom. Uma espécie de desconforto me dominou, como se Jasper estivesse direcionando minhas emoções para temer o tal vampiro. Não sei para que Jasper fez isso, o olhar gélido que Joham me lançava já falava por si só. Era como se pudesse me pulverizar ali mesmo. Mas quem esse idiota pensa que é?!


– O que estou oferecendo aqui é uma chance de seu clã ficar em segurança. – Joham recomeçou com um tom suave e persuasivo – Renesmee se junta a Nahuel; teremos um marco no desenvolvimento de nossa espécie e ao mesmo tempo vocês garantirão a segurança de seu clã. Os Volturi não terão razão para incomodá-los novamente.

– Minha neta não está disponível para experiências genéticas, senhor. – disse Carlisle. – Apreciaríamos bastante se você fosse embora, tivemos um dia muito difícil e Renesmee precisa descansar.

– Foi o que eu imaginei. – Joham suspirou com pesar, recolocando os óculos. – Estou bem longe de desistir disso. Não deixe de procurar a mim ou a Nahuel caso mude de idéia.

– Eu não vou mudar. – disse Renesmee.

– Tenho certeza de que cedo ou tarde vai se arrepender de rejeitar minha oferta... Mas até lá, já será tarde demais. – o tom seco em sua voz não deixou dúvidas de que aquilo fora uma ameaça.

Então Joham continuou em um tom subitamente desinteressado, como se já houvesse perdido tempo demais ali.

Foi uma honra finalmente conhecê-los. – falou.

– Não posso dizer o mesmo. – murmurei entredentes.


Ele sorriu amplamente enquanto dava as costas para nós.

– Não vou perder meu tempo ouvindo um ser inferior. – disse enquanto caminhava tranquilamente para a outra margem da clareira.

Dei um passo a frente decidido a avançar sobre aquele parasita, mas Bella me segurou. Observamos Joham desaparecer em meio a floresta.

– Qual é a desse cara? – grunhi.

– Acho que ele deixou suas intenções bem claras. – disse Jasper.

– Edward? – Alice chamou ansiosa.

– Nada. – Edward sussurrou frustrado. – Não consegui ler a mente dele. Parece ter um escudo idêntico ao de Bella.

– Esse Joham me dá arrepios. – Nessie suspirou. – Não gostei do jeito como ele me olha.

– Nem eu. – concordei.

Renesmee olhou para mim finalmente, e parecia irada.

– Ninguém te perguntou nada. O que você está fazendo aqui para começo de conversa?


Recolhi uma boa quantidade de ar com a boca enquanto pensava no que dizer. Por que ela tinha de dificultar tanto as coisas para mim?

– Vim ajudar.

– Não precisamos da sua ajuda. – ela respondeu fria.

– Na verdade, Jacob evitou que uma batalha perdida para nós acontecesse hoje. – Edward contestou e eu fiquei genuinamente surpreso com a defesa dele. – Obrigado Jacob.

Você sabe como me agradecer de verdade. Apenas me ajude a contornar isso.

Edward maneou a cabeça em negativa.

Renesmee revirou os olhos e cruzou os braços andando na direção da mansão Cullen, seguindo Emmett e Rosalie que estavam mais a frente.

– Nessie, espera! – pedi alcançando-a.

– Não me chama de Nessie. O que você quer?

– Por que está agindo assim? Acabei de salvar toda a sua família e você está me tratando como se eu fosse seu inimigo mortal.

Ela ergueu as sobrancelhas, ultrajada.

– E o que você espera que eu faça? Te agradeça? O que aconteceu aqui hoje, não muda nada. Some da minha vida Jacob.

– Mas você ficou preocupada comigo, quando a vampira me torturou. – desafiei.

– Não fiquei não. – Nessie murmurou desviando olhar do meu.


– Eu ouvi a sua voz.

– Deve ter imaginado! Quem sabe não era a Leah gritando por você. – disse ela com a voz encharcada de ironia.

– Eu sei que era a sua voz. – segurei o braço dela, impedindo-a de se afastar – Você quer bancar a teimosa, mas eu te conheço. Eu sei que você me ama e sei que esse sentimento não acabou, porque você só tá com raiva de mim. E eu te dou razão por estar. Mas você ainda se importa comigo, não adianta tentar esconder isso.

Renesmee me encarou por um longo instante. Os olhos marejados, ameaçando transbordar em lágrimas a qualquer momento. Como partia meu coração vê-la assim.

– O que pretende Jacob? Primeiro vem aqui e jura na frente de todo mundo que não está nem aí para mim e agora espera que eu diga que te amo apenas para alimentar esse ego doentio? Qual o sentido de tudo isso? Me humilhar cada vez mais só porque você acha que o que eu sinto por você nunca vai passar? Eu te garanto uma coisa Jacob, um dia esse sentimento estúpido vai passar.

– Não vai...

– Já chega Jacob. Vá para casa. – disse Edward, parado ao meu lado.

– Não! Não vou a lugar nenhum. Estou cansado de jogar pelas suas regras. – grunhi, e então voltei minha atenção para Renesmee. – Eu só fiz tudo o que eu fiz hoje... Disse tudo aquilo e aguentei toda aquela dor... Por sua causa. Por que eu te amo e não poderia suportar se aqueles italianos te levassem embora. Eu não posso suportar a idéia de te perder de maneira alguma, Nessie. Eu ainda te amo.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!