Eternal Flame escrita por bandolinz


Capítulo 18
Corpo e Alma




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Quando se ama, mais cedo ou mais tarde, você aprende a confiar. Eu tive de aprender. Eu acredito que mesmo deixando Jacob aqui e indo embora com a minha família, ele irá ao meu encontro na primeira oportunidade que tiver. E não me importa quanto tempo isso pode levar, eu esperarei por ele. E eu precisava acreditar que ele também iria me esperar.

 

Em geral, o tempo corre contra mim, escorrendo sempre por entre meus dedos e antes que eu percebesse restava-nos menos de duas semanas em Forks. Cada segundo, ao lado dele, era precioso demais para ser desperdiçado. Jacob era presença constante em minha vida, eu tinha certeza de que ele era insubstituível e essencial para tornar o meu dia mais feliz, era muito complicado imaginar o início de uma vida nova em uma cidade diferente e ainda por cima, sem Jake.

 

Apesar dessa divisão de sentimentos, eu estava convicta de que era a única forma de encarar o problema. O bando precisava de um alfa e, como herdeiro de Ephraim Black, Jacob era o único capaz de assumir esse cargo.

 

Diante da gravidade da situação, meus pais se sensibilizaram e todos os castigos foram suspensos me dando mais tempo com Jacob, esta sim era uma boa forma de me conformar. Entretanto isso era pouco, Jacob vinha me ver sempre que podia, mas continuava se desdobrando para dar conta da matilha e ainda passar o maior tempo possível comigo.

 

Enquanto eu pensava nisso, Rosalie mexia em meus cabelos terminando um sofisticado penteado para um desfile de moda improvisado. O motivo? Como sempre Alice exagerara nas compras - confesso que também tive minha participação nisso – e não sobraria tempo para usar todas aquelas roupas e acessórios maravilhosos, uma vez que não levaríamos nada conosco. Casa nova, vida nova, roupa nova!

 

Aquilo era quase uma terapia, me parecia tão confortável gastar algum tempo com futilidades, assim eu evitava a contagem regressiva até irmos embora.

 

– Prontinho. – Alice bateu palmas suavemente contemplando o resultado de seu trabalho com Candy.

 

Minhas tias estavam em júbilo por Cadence ter aceitado participar da brincadeira, dando a elas mais combinações de roupa e maquiagem para se ocupar.

 

Alice buscou entre as tantas roupas duas sacolas e um envelope.

 

– Aqui. – disse ela oferecendo-me as coisas com os braços miúdos esticados. – Entregue isso a Jacob. Tenho certeza de que ele será bem mais receptivo com você.

 

– Isso é...?

 

– A roupa dele para o casamento. – suas sobrancelhas se ergueram indicando que aquilo era a coisa mais óbvia – Tenho certeza de que Jacob não tem nada decente naquele guarda roupa limitado dele... Não me entenda mal – defendeu-se ela, reagindo à minha cara de poucos amigos – Se ele vai com você à festa, deve pelo menos se vestir a altura.

 

– Um esforço inútil, Alice. Não dá para ensinar um vira-lata a se portar com pedigree. – suspirou Rosalie contrariada.

 

Bati de brincadeira na perna de Rosalie antes de pegar as sacolas.

 

– E o envelope? – perguntei examinando a embalagem em branco.

 

– É a passagem dele. Não tem data definida, então...


Sorri emocionada e fui ao encontro de Alice pegando minha pequena tia num abraço.

 

Não tenho palavras para agradecer.

 

– Bom, agora que encontramos nossa fada madrinha, eu posso dizer: e foram felizes para sempre. – Candy comemorou girando graciosamente pelo quarto com seu vestido esvoaçante. Ela estava linda.

 

– Na verdade também falta o sapo virar príncipe. – brincou Rose.

 

– Cachorro. – corrigiu Alice com os olhos brilhando de entusiasmo.

 

– Lobo. – Candy acrescentou rapidamente.

 

– Já chega garotas. Não tem graça. – a censura soou de forma leve, mais como parte da brincadeira, devido ao meu bom humor, então preferi acrescentar. – Jake é perfeito.

 

– Oh. – Cadence e Alice gemeram em uníssono, esticando a única sílaba ao máximo.

 

Rose franziu o rosto para mim de forma divertida e depois sorriu.

 

De repente Alice soltou um arquejo levando a mão à cabeça. Instantaneamente corri na sua direção, como se ela precisasse de algum suporte. Por um longo segundo de espera os três pares de olhos encaravam Alice com ansiedade.

 

– Preciso falar com Edward. – murmurou a pequena fada disparando porta afora.

 

E nós ficamos ali sem entender nada.

 

– Bem, não vamos nos preocupar sem saber o que houve. Vai ver não é nada demais. – disse Candy.

 

– Só uma coisa causa dores de cabeça à Alice. – murmurei ligando os pontos.

 

O olhar de Rosalie encontrou o meu entendendo aonde eu queria chegar.

 

– Do que está falando? – indagou Candy, completamente confusa.

 

– Avisou a alguma das suas irmãs que viria aqui, Candy?

 

Ela hesitou por um instante.

 

– Não necessariamente. Por quê?

 

– E ao Nahuel? – acrescentei receosa e os olhos dela se arregalaram.

 

– Também não. – respondeu fingindo indiferença, mas quando pronunciei o nome dele uma emoção estranha atravessou o rosto da meio imortal.

 

– Você não acha que... – Rosalie começou.

 

– Eu acho que teremos visitas hoje. – conjecturei pegando uma boa quantidade de ar e torcendo para que isso não nos trouxesse mais problemas.

 

– Isso é impossível. – Candy murmurou com desdém.

 

Quais as chances de Nahuel vir até aqui? Mais que motivo ele teria? E se não fosse Nahuel quem poderia ser? Uma das irmãs de Candy? Estremeci temendo que elas fossem tão intimidantes quanto minha nova amiga. E se elas viessem com Johan, o excêntrico vampiro que, assustadoramente, me considerava a nora ideal?

 

– Alice vai ter que me contar o que viu. – sibilou Rosalie jogando as mechas louras para trás.

 

– Então me conta – começou Cadence assim que Rose saiu – como estão as coisas com Jacob?

 

– Bem. – dei de ombros.

 

– E não rolou nada... A mais? – ela se inclinou na minha direção sussurrado maliciosamente.

 

– Candy! – ri corando.

 

– Nessie, deixa de besteira! Parece uma criança... – ela sorriu. – Isso é algo completamente normal. E um casal tão apaixonado como vocês muito me admira terem resistido até agora. Quer saber? É melhor você se controlar mesmo, porque depois que experimentar... Nessie, Nessie, não haverá quem te segure.

 

Joguei uma almofada nela, disfarçando meu embaraço por tratar de um assunto tão íntimo de forma tão... Direta.

 

– Isso é coisa que se fale?

 

– O que falta a vocês dois é oportunidade. – continuou ignorando minha reação, caminhando pensativa pelo quarto – Mas nessa parte eu posso ajudar! Podemos bolar um plano, quando você estiver preparada, é claro. Não vamos precipitar as coisas só porque vocês não sabem por quanto tempo vão ficar sem se ver.

 

– Psicologia reversa não funciona comigo. – adverti piscando para ela.

 

Mas foi impossível não pensar no assunto. Na verdade, eu venho pensado demais a respeito, chegando a me perguntar se eu já não estava mesmo preparada. Em parte eu acreditava que sim. Quando Jacob me beija e abraça do jeito que só ele sabe fazer sensações desconhecidas percorrem meu corpo, me fazendo esquecer todo o resto e me entregar aos carinhos dele. Sinto uma necessidade imensa de sermos um só. Imaginar eu e Jacob, juntos da mais completa forma me fez arrepiar.

 

– Renesmee – Edward chamou no outro andar e, pelo tom, com certeza ouviu meus pensamentos pecaminosos.

 

Revirei os olhos atravessando rapidamente o corredor e descendo as escadas. Foi só um pensamento, ok? Não adianta querer me castigar como se algo tivesse acontecido.

 

– Desde que isso não passe de um mero pensamento. – murmurou meu pai, o maxilar rígido de tensão.

 

– Ah, de novo não! Não pretendo assistir vocês dois brigando sempre por isso. – Bella reclamou – Não acha que Renesmee merece um pouco de privacidade, Edward?

 

Privacidade? – ele distorceu a palavra como se aquilo o ferisse de alguma forma. – Renesmee só tem seis anos Bella. Não vou permitir que aquele vira-lata...

 

– Dá pra parar? – interrompeu Rosalie, parada ao lado de Alice e Jasper. Alice mantinha as mãos na cabeça com uma expressão de dor. – Vamos ao que interessa.

 

Olhei para meus pais esperando uma explicação.

 

– Nahuel está vindo para cá. – a testa de Edward se vincou em concentração – Já está muito perto, até posso ouvir seus pensamentos.

 

– O quê? – Candy quase gritou do alto da escada. – Oh meu Deus!

 

Ela olhou para si mesma em completo pavor e voltou para o quarto correndo.

 

– Ela não é normal. – Bella murmurou.

 

– Essa legião de semi-vampiros arruinou meus planos pra hoje. – Alice resmungou franzindo os lábios. – Faríamos fotos tão lindas. – choramingou.

 

– Espero que ele e o cachorro briguem de novo – disse Emmett subitamente animado, não tirando os olhos da TV enquanto apertava os botões do controle remoto mudando de canal impacientemente. – Pelo menos vai agitar um pouco isso aqui. Estou morrendo de tédio. Não literalmente, claro.

 

Pensei sobre isso. Não importava o motivo que trouxe Nahuel até nós, Jacob com certeza não gostaria nenhum pouco.

 

– Ninguém vai machucar o Nahu! – Cadence gritou no outro andar.

 

– Nahu? – Emmett repetiu entre risos.

 

Aguardamos durante arrastados minutos até que Edward atravessou a sala tranquilamente, abrindo a porta antes de qualquer batida.

 

– Seja bem vindo, Nahuel. Esperávamos sua visita.

 

– Acredito que sim. – as pontas dos seus lábios se curvaram numa sugestão de sorriso, mas ele parecia nervoso demais para de fato sorrir. Seu coração batia mais rápido que o normal; devido ao esforço da corrida, imaginei. Ele hesitou antes de arriscar um passo para dentro da casa. – Com licença.

 

– Fique a vontade.

 

Examinei nosso visitante concluindo que minha memória não lhe fazia justiça. Ele parecia estranhamente alto, praticamente na mesma altura de Edward – só então me dei conta, eu costumava compará-lo a Jacob, por isso imaginava Nahuel mais baixo do que ele era de fato. Seu rosto estava pálido, o cabelo estava despenteado, preso apenas com um elástico, permitindo as mechas mais curtas e perfeitamente lisas se moldarem ao seu rosto, chegando até o queixo em determinadas partes e caindo como uma fina cortina na altura de seus olhos, lhe conferindo um ar rebelde que combinava com ele.

 

Ansioso, ele esquadrinhou toda a sala em busca de algo, seus olhos cor de teca se demoraram em meu rosto e eu reconheci alguma emoção neles, mas rapidamente ele desviou o olhar voltando sua atenção a Edward.

 

– Gostaria de falar com Candy. – pediu. A voz calorosa, linda e clara.

 

– Fico feliz que tenha sentido minha falta. – Cadence surgiu estonteante e pareceu se preocupar em fazer charme enquanto descia as escadas com destacável glamour.

 

Eu quis rir.

 

– Claro que senti. – Nahuel concordou, mas havia uma nota de provocação em sua voz, seus olhos se estreitaram – Só que eu tenho motivos um pouco mais fortes para estar aqui.

 

– Bem, vamos deixá-los conversar a vontade. – Carlisle falou gentilmente, mas havia uma ordem implícita em sua afirmação.

 

Todos se moveram rapidamente encontrando o que fazer. Emmett foi o único a permanecer imóvel, os olhos brilhando de expectativa. Rosalie passou por ele batendo em sua cabeça, fazendo-o levantar aos resmungos.

 

Eu também não queria sair. Minha curiosidade estava aguçada, não só para saber o que Nahuel tinha a dizer como também para descobrir um pouco mais sobre a relação deles, quem sabe eu entenderia Candy melhor com isso.

 

Subi as escadas devagar e tive tempo de ver Cadence correr para os braços de Nahuel abraçando-o afetivamente. Nahuel aceitou o abraço, mas depois afastou Candy, contra a vontade dela, encarando-a seriamente.

 

Apressei o passo, chegando ao segundo lance de escadas e perdendo-os de vista.

 

– Por que você mentiu pra mim? – indagou Nahuel, desconfiado.

 

– Eu não menti...

 

– Claro que mentiu! Disse que iria para casa, no entanto está aqui.

 

A curiosidade me venceu e eu sentei nos degraus intrigada com a conversa. Até porque, aquilo tudo era mera formalidade. Qualquer um de nós poderia ouvi-los se prestasse atenção e eles sabiam disso. Candy e Nahuel não permaneceriam em nossa sala se estivessem prestes a discutir um segredo de estado.

 

O silêncio se prolongou até que Nahuel suspirou decidindo continuar.

 

– Johan me procurou. Ele acreditava que você ainda estava comigo e tive de inventar uma história idiota de que você tinha ido à Europa pra ganhar tempo e chegar aqui antes dele e... Droga, Candy! Você sabe como eu odeio ter que lidar com aquele cara. – Nahuel murmurou contrariado.

 

– Não fale assim do nosso pai. – ela gemeu na defensiva.

 

– Ele não é meu pai. – Nahuel rebateu rapidamente com um rosnado. – Ele é um assassino irresponsável e não merece ser chamado de pai.

 

Imediatamente entendi a facilidade que Candy tinha em desconsiderar Nahuel como um irmão. O único elo entre eles era Johan, e Nahuel fazia questão de rejeitá-lo.

 

Cadence suspirou.

 

– Se pelo menos tentasse, veria o quão extraordinário papai é. Aliás, você nem imagina o quanto vocês dois tem em comum.

 

Ele bufou parecendo decidido a ignorar o comentário da semi-humana.

 

– Isso que você fez foi completamente irresponsável. É muito perigoso andar por aí, atravessando países, sozinha.

 

– E por que você se importa? – Candy provocou.

 

– Porque eu prefiro morrer a deixar que algo de mal te aconteça. – a voz dele agora era carinhosa e eu imaginei que ele a estivesse abraçando – Você é a minha irmã preferida, lembra?

 

– Eu já sei que você me ama e não consegue viver sem mim, Nahu. – ela acentuou com a voz vibrante.

 

Eu, por minha vez, me contorci, me abaixando o máximo que pude para ver o que estava acontecendo.

 

– Que fofoqueira. – Alice soprou baixinho no meu ouvido e eu quase rolei escada abaixo.

 

Minha tia sentou ao meu lado abraçando os joelhos e sorrindo malignamente. Franzi o rosto para ela e toquei seu pescoço. Isso não tem nada a ver. Aposto que você também estava ouvindo, eu só queria... Observar mais de perto.

 

– Ahã. – Alice piscou para mim.

 

– Ótimo, então vamos embora antes que Johan chegue. – disse Nahuel, decidido.

 

– Não. Ir embora por quê?

 

– Você sabe melhor do que eu que não é seguro pra Renesmee ter aquele lunático por perto. – Nahuel murmurou dois tons mais baixos, um som quase inaudível.

 

Arregalei os olhos de espanto e a reação de Alice foi um reflexo da minha. Dessa vez nós duas nos inclinamos para espiar a sala.

 

– Ah! Então é por isso? – Cadence se afastou empurrando o peito de Nahuel – Você vem com esse papinho de que se preocupa comigo quando na verdade só quer defender a outra? Pode esquecer Nahu.

 

– Poxa! Seu nível de maturidade é de espantar. Estou realmente surpreso. Parabéns. – ele rebateu ironicamente passando a mão pelos cabelos.

 

Ela deu de ombros.

 

– Ele não vai fazer nada de mau quando souber que nós somos amigas agora. – a garota arriscou, parecia querer convencer a si mesma e não ao irmão.

 

Nahuel sacudiu a cabeça.

 

– Sua ingenuidade me comove.

 

– Seu pessimismo chega a ser ridículo.

 

– Vamos embora, Candy. – ele insistiu.

 

– Vá você.

 

– Vim aqui pra te buscar e obviamente não vou embora sem você.

 

– Ótimo então. Bem vindo a Forks.

 

O barulho de um carro se aproximando encerrou a conversa. Nós chamamos Charlie e Sue para almoçarem aqui, lembrei.

 

Alice levantou-se e bailou descendo as escadas. Eu a segui.

 

– Espero que esteja com fome. – ela piscou para o rapaz parado no meio da sala.

 

– Faminto na verdade.

 

– Ótimo. Porque teremos um almoço. – Alice saltitou até a porta, parou um instante antes de sair – Um almoço humano. – advertiu.

 

Nahuel sorriu e finalmente dirigiu a palavra a mim.

 

– Como vai Renesmee?

 

– Bem. E você? – sorri para ele.

 

– Poderia estar melhor, mesmo assim, não tenho muito do que reclamar. – Nahuel me encarou com intensidade e foi a minha vez de desviar o olhar – Senti sua falta.

 

– Melhor ficar na sua Nahu. – Candy se atirou no sofá. – Jake e Nessie estão as mil maravilhas.

 

– Tenho certeza disso. – sua voz era suave, não sugeria nenhum rancor ou sarcasmo. Ergui o rosto e me surpreendi ao perceber que Nahuel ainda me encarava. – Ele seria um tolo se a deixasse escapar.

 

Fiquei completamente sem jeito e agradeci aos céus quando Alice voltou com Charlie, Sue e Seth. Os três não estranharam a presença de Nahuel e eu concluí que Alice os tivesse alertado sobre nosso visitante.

 

O almoço foi no mínimo inusitado. Enquanto minha família fazia apenas figuração à mesa, com os pratos postos, não se incomodando em comer de verdade, Esme falava sobre os horários e atividades que realizariam no casamento, compartilhando com Sue preferências de decoração e repassando a lista dos convidados. Rosalie e Alice se mostraram muito empolgadas quanto o assunto.

 

Charlie ficou cismado com Nahuel e não ajudou em nada que o meio-vampiro passasse a refeição inteira encarando Cadence de forma intimidadora. Candy também não tirava os olhos de Nahuel, mas aparentava superioridade, socializando com os demais, fazendo comentários engraçados vez ou outra e aproveitando para rir de modo exagerado das piadas de Seth. Tive a impressão de que ela tentava causar ciúmes em Nahuel e o pior é que parecia estar funcionando.

 

Meus pais estavam mais calados que o normal. Eu sabia que eles tinham ouvido tanto quanto eu da conversa sobre Johan e os dois pareciam sinceramente preocupados a respeito. Certamente Edward tinha capturado maiores detalhes nas mentes de Cadence e Nahuel e pelo visto, coisa boa não foi.

 

Aproveitei o momento para examinar minuciosamente os detalhes dos irmãos sentados à mesa. Olhando de longe, não havia quem de fato afirmasse que eles tinham algum parentesco. Embora ambos tivessem cabelos escuros, Nahuel tinha os fios lisos e finos, enquanto os de Candy formavam densos cachos que caiam em seu rosto. A pele de Candy era um pouco mais clara em relação à do irmão, já seus olhos eram mais escuros. O maxilar dele era afilado enquanto o dela era mais largo, com os traços quadriculados. Os olhos de Nahuel eram mais estreitos, o nariz reto, e se você prestasse bastante atenção, como eu fazia agora, notaria que o lábio superior dele é um pouco maior que o inferior. Já os lábios de Candy eram perfeitamente simétricos e cheios, o nariz afilado e arrebitado, e seus grandes olhos expressivos, sem dúvida eram o maior destaque. Apesar das pequenas diferenças ambos eram consideravelmente altos e tinham uma musculatura discreta, não evidenciando a força que os dois definitivamente tinham graças aos genes de vampiro.

 

Pesando diferenças e semelhanças não foi difícil imaginar Johan - um sujeito provavelmente alto, de cabelos escuros e olhos expressivos. Ele não devia ser menos belo que os filhos. Ainda assim era uma figura sombria em minha mente.

 

– Vou nessa. – disse Seth afastando o prato alegremente. – Preciso cobrir a folga do Jake.

 

– Ah, fica mais um pouco Seth. – Candy se esticou sobre a mesa alcançando o pulso do rapaz.

 

Seth sorriu, contudo seus olhos assustados correram a mesa rapidamente em busca de alguma explicação.

 

Nahuel soltou um suspiro irritado.

 

– Ordens são ordens, sabe como é! – Seth deu de ombros, despreocupado como sempre. – Tenho certeza de que não faltarão chances para nos reencontrarmos.

 

Ele piscou com certo atrevimento e eu quis ir embora antes que eu começasse a acreditar que Seth estava mesmo flertando com Candy.

 

– Também vou sair. Marquei com Jake na clareira... – apressei-me conferindo o relógio. Em poucos minutos estaria atrasada para o nosso encontro. –Vejo vocês mais tarde.

 

Enquanto eu levantava, Nahuel pousou o olhar sobre mim como se quisesse me dizer alguma coisa.

 

– Mas já, Nessie? – Charlie protestou. – Jacob vai entender se você desperdiçar algum tempo com seu velho avô aqui.

 

– O senhor Charlie tem razão. – Nahuel adiantou-se contornou a mesa, parou em minha frente e segurou minha mão. – E se não se importa Renesmee, eu gostaria de conversar com você antes de partir.

 

Edward e Bella se entreolharam. Charlie estreitou os olhos na direção de Nahuel, não muito satisfeito com o atrevimento do rapaz que tirou proveito de seu apelo despretensioso, mas assentiu concordando que eu deveria esperar mais um pouco antes de sair.

 

– Então, Nessie? Vem agora? – Seth hesitou ao pé da porta.

 

Parei um instante, dividida entre ficar para tentar esclarecer tudo de uma vez ou ir encontrar Jacob. Eu queria tanto vê-lo que qualquer outra coisa, por mais importante e inadiável que fosse, passava facilmente para o segundo plano.

 

Meu dilema foi encerrado quando Jacob inadvertidamente surgiu na porta da sala de jantar.

 

– Jake – arfei numa alegria que foi pulverizada assim que percebi a má hora na qual meu namorado chegou.

 

A mão de Nahuel agarrada a minha subitamente pareceu pesar toneladas ardendo enquanto Jacob nos fuzilava. Tratei de me livrar dela, mas já era tarde.

 

– Por que esse idiota está aqui? – rosnou Jacob, sua voz não disfarçava que ele estava prestes a avançar em Nahuel.

 

Num átimo cobri a distância entre nós tocando o braço de Jake, todo o corpo dele estava rígido de tensão. Ei, isso não significa nada. Vamos sair daqui, então eu explico.

 

Entretanto Jacob não se moveu um centímetro, passou a vista por mim rapidamente e continuou esperando uma resposta com a testa vincada encarando o semi-vampiro.

 

– Precisava falar com minha irmã e é claro que eu aproveitei a chance para ver Renesmee.

 

Bem, tive de reconhecer que Nahuel exagerou. Ele estava testando Jake e isso não acabaria bem.

 

– Ótimo. – Jake cuspiu entredentes se avultando na direção do meio imortal – Foi uma escolha interessante, julgando que essa será a última coisa que você vai ver.

 

– Mesmo? E quem vai garantir essa parte? – Nahuel zombou.

 

– Hey garotos, o que está havendo por aqui, hein? – e lá estava o infalível instinto policial de Charlie entrando em ação.

 

– Deixe isso para lá Jake. – Seth aconselhou baixinho.

 

– Não se preocupe, – a voz de Cadence se elevou um pouco – eu estive vigiando eles para você.

 

Jacob ergueu uma sobrancelha na direção de Candy, como se a opinião ou vigilância dela não servissem de nada. Ironicamente Nahuel fez o mesmo.

 

– Tudo bem Jake. Você quer sair com Nessie ou não? – Bella propôs – Sinceramente, estou tentada a pedir que minha filha passe um tempo extra com Charlie se vocês não saírem da minha frente em dois segundos.

 

Jacob bufou e um estalo ecoou pelo cômodo. Os punhos dele estavam cerrados com tanta força que acabara quebrando um dedo, de propósito, imaginei. Jacob precisava extravasar sua raiva em alguma coisa e acabou descarregando em si mesmo, embora a preferência fosse sem dúvida Nahuel.

 

– Ah, que se dane! – Jacob sacudiu a cabeça com raiva antes de marchar para fora da casa.

 

Tive o ímpeto de segui-lo, mas uma mão calorosa me segurou.

 

– Renesmee, eu realmente preciso falar com você. – Nahuel insistiu.

 

– Agora não vai dar. – murmurei exausta.

 

– É importante.

 

Pendi para o lado buscando o olhar de Edward que permanecia imóvel sentado à mesa. Pode, por favor, conversar com ele sobre isso? Preciso mesmo ver Jacob.

 

Meu pai assentiu uma vez e isso bastou.

 

– Até mais, Nahuel. – disse me esquivando dele.

 

Enquanto atravessava os cômodos me perguntei se Nahuel ainda estaria ali quando eu voltasse. Era mesmo uma pena que nossas despedidas nunca ocorressem de forma simpática e feliz para ambas as partes. Entretanto dessa vez era ele quem não estava facilitando as coisas. Enfrentar Jacob? Que absurdo!

 

– Nessie, você acha que eu... E a Candy... Ta rolando alguma coisa? – Seth perguntou caminhando ao meu lado ansioso.

 

– Claro que não. – soltei impaciente – Ela só queria fazer ciúmes no... Ah, esquece. Jake! – chamei assim que o vi do outro lado do riacho.

 

Jacob havia saído tão transtornado que eu definitivamente fiquei surpresa ao ver que ele não tinha explodido em um lobo gigante. Saltei sobre o rio e Seth enveredou-se pela floresta.

 

– Jake, espera! – chamei outra vez. Ele atendeu ao meu pedido, mas não se virou. – Dá para olhar pra mim?

 

Esperei durante um longo minuto, nada veio. Jacob apenas inclinou a cabeça um pouco para o lado a fim de indicar que estaria escutando.

 

– Certo. – suspirei começando a ficar um pouco irritada, eu não havia feito nada que merecesse esse tipo de reação – Pode, por favor, me explicar porque você reagiu assim? Falando sério... Depois de todo esse tempo pensei que eu merecesse um pouco mais de credibilidade. Droga, eu estou com você, Jake! – desabafei.

 

– Em poucas semanas não vai estar mais. – balbuciou ácido.

 

Um riso incrédulo escapou dos meus lábios.

 

– Você é um idiota, sabia disso?

 

Pelo menos com essa ele se virou.

 

– Chego à sua casa e me deparo com aquele parasita grudado em você, apenas “curtindo um almoço em família”, sabendo que em poucos dias você vai embora e ele muito provavelmente vai atrás. – disse com raiva – Eu vou continuar aqui, preso a essa porcaria de matilha enquanto ele e os outros caras da nova cidade caem em cima de você. Ah, sim. Obrigado por me lembrar que eu sou um idiota.

 

– Por que está falando essas coisas? – minha voz soou fraca pela confusão.

 

– Bem, da última vez que eu te deixei partir você não demorou muito até se arranjar com o sanguessuga lá. – apesar de tudo havia mais mágoa do que acusação no tom dele.

 

Eu reconhecia minha parcela de culpa nisso.

 

– Ah Jake... – suspirei abaixando a guarda. – É você quem eu amo. Eu posso ter demorado um pouco a perceber isso, admito. Mas, agora que todas as cartas estão na mesa, eu não tenho dúvidas de que você é o homem certo pra mim. Não há nenhum outro capaz de me despertar esse sentimento, de me fazer sentir tão completa como quando nós dois estamos juntos. – falei me aproximando, afaguei o rosto dele. – Quem está se preocupando à toa dessa vez é você.

 

Os olhos de Jacob prenderam-se nos meus por um longo tempo, enquanto ele mexia nos meus cabelos com carinho. Sua expressão era tão intensa que pude ver muito além do que palavras poderiam explicar. Era inegável o carinho e devoção presentes em seu olhar, sombreados pela frustração e pânico crescentes.

 

– Vou sentir sua falta. – disse ele me puxando para um abraço. – Mais uma vez.

 

– Eu também Jake. – murmurei contra o peito dele, depois afastei meu rosto para olhá-lo – De qualquer modo não é como se não fôssemos mais nos ver. Pode demorar um mês, dois, quem sabe até mais, ainda assim eu vou esperar por você. Vou esperar o tempo que for preciso. – beijei seus lábios brevemente, depois completei forjando irritação – E estou contando que você use algum meio de comunicação moderno desta vez.

 

Ele riu.

 

– Pode mandar uma carta ou sinal de fumaça se preferir. Só não me deixe sem notícias suas, como da última vez. – acrescentei.

 

– Acontece que não dá pra mandar o que eu quero por carta. – disse ele estreitando os olhos.

 

Estremeci sentindo seus dedos envolverem uma mecha de cabelo em minha nuca.

 

– E o que você quer mandar?

 

– Isso – rapidamente os lábios de Jacob encontraram os meus.

 

Ele me beijava com ansiedade, sua outra mão espalmada na base das minhas costas me mantinha firme junto a ele, como se houvesse em mim a mínima vontade de escapar. Passei meus braços sobre o ombro dele ficando na ponta dos pés e retribuí o beijo com mesma intensidade.

 

Em poucos instantes eu estava consciente do martelar descompassado dos nossos corações. Jacob avançava sobre mim e eu fui recuando alguns passos até encostar-me num grande abeto, contudo não nos afastamos um do outro um centímetro sequer.

 

Quando senti Jacob imprensar o corpo dele contra o meu perdi qualquer senso de realidade. Estávamos em um universo só nosso, onde tudo o que importava era Jake e a paixão arrebatadora que ele me fazia experimentar. Deslizei as mãos pelos ombros dele e concluí tristemente que ainda havia tecido demais entre nós.

 

Os lábios de Jacob roçaram em minha orelha.

 

– Uma carta não pode fazer isso. – ele riu com a voz mais rouca que o normal em meu ouvido.

 

– Carta? – balbuciei ofegante, demorando a recordar nossa conversa anterior. – Não quero uma carta idiota, Jake! Quero você. – passei meus dedos fortemente entre seus cabelos negros e o puxei para meus lábios outra vez, encerrando o assunto.

 

Ele riu com a boca colada a minha, depois me deu breves beijos. Beijos quentes, macios e deliciosamente enlouquecedores. Tateei a base do abdome dele procurando a barra da sua camisa e sorri satisfeita ao me livrar dela. As ondas de calor emanavam do corpo de Jake e me envolviam causando sensações maravilhosas. O abracei magneticamente atraída a tocar sua pele, como uma mariposa é atraída para a luz. Irresistível. Inevitável. Jacob beijava e mordiscava meu pescoço e eu notei todo o meu corpo se empertigar em resposta. Respirei fundo capturando o máximo do cheiro dele e pressionei minhas unhas sobre suas costas deixando meus pensamentos fluírem.

 

Ficamos em silêncio por alguns instantes, nos encarando com certa provocação, ambos ofegantes. As mãos de Jacob, que até então se mantinham firmes em minha cintura foram subindo mapeando cautelosamente cada centímetro do meu corpo. Ele observou minha reação atentamente quando aquelas mãos que eu tanto adorava se moldaram aos meus seios me fazendo gemer. Jake suspirou pesado e avançou sobre meus lábios me beijando com sofreguidão.

 

Eu estava me afogando. Aquela era a única coisa que eu poderia pensar para descrever a desorientação e completa falta de oxigênio em meus pulmões. Como seria senti-lo em contato direto com a minha pele? Passei a imaginar e ansiar por isso. A volúpia e o carinho entrelaçados crescendo com espantosa velocidade e fixando essa idéia em minha mente. A idéia de que eu e Jacob éramos um só e precisávamos nos entregar nos braços um do outro para ficarmos completos.

 

E as coisas continuavam esquentando. Jacob agarrou minhas coxas e com um solavanco me ergueu, me deixando na mesma altura que ele. Envolvi minhas pernas em seu quadril apertando-o contra mim. Senti um volume crescente em suas calças e meus delírios voaram longe.

 

– Nessie... – Jake chamou baixinho.

 

– O que foi? – respondi num fio de voz.

 

– Você tava pensando... – ele me fitava admirado e exaltado.

 

Imediatamente interrompi o fluxo dos meus pensamentos.

 

– Ah! Oh, Jake... Eu não queria... Quer dizer... Eu queria. Foi um pensamento, eu não quis dizer isso.

 

– Só uma idéia errante – ele sugeriu reprimindo um sorriso.

 

– Desculpe se eu passei a impressão errada. – murmurei constrangida.

 

– Não passou nenhuma impressão. – ele desconversou, agora com um sorriso estonteante, os olhos brilhando intensamente.

 

– Está zombando de mim?

 

– Não. É claro que não.

 

Estreitei os olhos avaliando-o. De qualquer forma ainda era difícil colocar as idéias no lugar com o corpo de Jake tão colado ao meu. Ele parecia genuinamente... Feliz.

 

– É sério! – alegou na defensiva me colocando no chão.

 

Passei meus braços pela cintura dele, mantendo-o perto.

 

– O que exatamente você viu? – insisti.

 

Jake suspirou teatralmente e me analisou por um instante antes de responder.

 

– Você quer isso tanto quanto eu. Só não tem coragem de admitir. – deu de ombros – Mas não tem problema, estou disposto a esperar. Um dia irá acontecer. Se você está pronta ou não, mesmo vendo diretamente pelo filtro dos seus pensamentos, não serei eu a dizer.

 

Senti meu coração descompassar ao ouvir aquela declaração.

Não restavam dúvidas do quanto eu o amava e era correspondida, do meu desejo de me entregar a ele de corpo e alma. Mas tinham meus pais – esse era o tipo de coisa que eles certamente ficariam sabendo – e eu morria de medo da reação deles, principalmente a de Edward.

 

Por outro lado tinha Jacob, que mesmo vendo nitidamente o quanto eu o queria, não me pressionou a ir adiante. A atitude dele, de certa forma se tornou a peça que faltava para me deixar mais convicta de que, eu não só estava preparada para ele, como Jacob estava preparado para mim. Ele era a pessoa a qual eu poderia me entregar sem medo, pois ele estaria comigo para sempre.

 

Respirei fundo depositando um beijo breve nos lábios dele.

 

– Eu estou pronta Jake.

 

Jacob piscou duas vezes e a expressão brincalhona desapareceu de seu rosto.

 

– Quando você diz pronta... – ele deixou a frase no ar, me encarando boquiaberto.

 

– Isso mesmo. – senti um arrepio subir pela minha espinha enquanto eu me colocava na ponta dos pés segurando o rosto dele entre minhas mãos. – Quero fazer amor com você Jacob Black.

 

Ele inspirou devagar, os lábios apertados numa linha reta. Ouvi o seu coração acelerar e isso me fez sorrir.

 

– Você está certa disso? Quer dizer, eu não quero que aconteça de qualquer modo, ou que você esteja em dúvida. É uma decisão importante...

 

– Shiii. – toquei os lábios dele – Eu estou totalmente segura, não há razão para esperar. Os grandes problemas são meus pais e eles estarão sempre lá, então... – sorri, dominada por uma euforia crescente. – Você é a pessoa que eu mais amo no mundo, Jake. Estou pronta e quero que seja antes de irmos embora, assim vou poder relembrar sempre que sentir saudades suas. – expliquei fazendo desenhos no peito dele com a ponta do dedo.

 

– Ta safada hoje, hein?

 

Eu ri e Jacob se inclinou beijando meu ombro.

 

– Garanto que vai ter muita coisa boa pra lembrar. – ele foi espalhando beijos pelo meu pescoço, subindo até minha orelha e eu me senti incendiar em resposta aquela perfeita anatomia e proximidade

 

– Não tenho dúvidas. – murmurei pressionando meus lábios contra os dele outra vez.

 

Se perguntassem, eu nunca seria capaz de lembrar quanto tempo passei beijando Jacob. Eu apenas estava consciente do calor que havia inundado meu corpo. Eu podia sentir o absolutamente familiar cheiro amadeirado dele, transbordando da pele quente e macia que me envolvia e me atraía para si.

 

– Renesmee? – o chamado de Candy soou a curta distância.

 

Jacob praguejou baixinho, deixando os braços caírem ao lado do corpo, afastando-se milimetricamente de mim.

 

– Vejo que já se acertaram. Que bom! – a voz vibrante veio acompanhada de um sorriso largo. – Detesto atrapalhar esses momentos, mas Alice mandou entregar isso e disse que, com a ajuda de Jasper, ficará de olho em vocês.

 

Que ótimo, pensei. Candy ofereceu as mesmas sacolas que Alice me entregara esta manhã.

 

– Ah! Eu havia esquecido completamente. – fui até Candy e peguei as sacolas esperando que ela fosse embora o quanto antes.

 

– Isso eu percebi. E tem mais uma coisa – ela inclinou-se aproximando o rosto do meu falando aos sussurros – foi muito bom ter vindo atrás do Jacob, ou eu ia pensar que você estava em uma espécie de recaída pelo meu Nahu. E aí, Ness... Eu não iria querer ser você.

 

Apesar do tom amistoso, havia uma ameaça explícita ali e eu não gostei.

 

– Se você não percebeu, foi Nahuel quem insistiu para falar comigo. Suas ameaças teriam mais utilidade se fossem direcionadas a ele, Candy.

 

Jacob se aproximou me abraçando por trás e beijou meu pescoço e eu imediatamente quis que estivéssemos sozinhos de novo.

 

– Algum problema?

 

Candy balançou a mão no ar fazendo pouco caso.

 

– Nahuel é preocupado demais, está fantasiando um monte de histórias sobre Johan. Como se meu pai fosse de alguma forma prejudicar Renesmee, imagina!

 

– Bem, é um sanguessuga não é? – Jacob riu com aspereza. – Pode-se esperar qualquer coisa.

 

Cadence fez uma careta em resposta girou graciosamente voltando para casa.

 

– Só falta o Emmett atacar de babá de novo. – Jake murmurou, o tom afetado pela descrença.

 

Suspirei constatando que perder minha virgindade seria uma missão mais difícil do que eu imaginava. Jacob apertou os braços em minha volta.

 

– O que é isso? – ele apontou com o queixo para as coisas em minha mão.

 

– É pra você. – respondi vagamente com os olhos fixos na semi-vampira que se afastava. Uma idéia audaciosa crescendo em minha mente. – Acho que já sei quem pode nos ajudar a despistar meus pais.

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