Fronteiras da Alma escrita por By Mandora


Capítulo 4
Encontros Perigosos




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Sango estava sentada à beira de um riacho, polindo seu Hirai Kotsu, enquanto Shippou brincava com Kirara. Miroku estava sentado um pouco afastado, com uma cara não muito satisfeita. Ela, por sua vez, demonstrava um tremendo mau humor. O monge tentou explicar-se.

– Já disse que você interpretou tudo errado, Sango.

– Você já é a própria má interpretação, Miroku.

– Também não era para tanto...

Ele alisou o rosto, onde se mostrava uma marca avermelhada de mão. Sango virou o rosto, esnobando.

– Sei...

Shippou, que assistia a tudo, cruzou os braços e balançou a cabeça negativamente.

– Ai, ai... Será que não tem nenhum adulto que não banque criança por aqui? Primeiro foi o Inu-Yasha que brigou com a Kagome e agora vocês dois... – Ironizando. – Eu estou muito bem arranjado...

Miroku se aborreceu e deu uma pequena coça em Shippou.

– Não se meta nos assuntos dos adultos, Shippou.

– Ai! Que mau humor! Credo!

De repente, o pequeno youkai parou meio desconfiado, farejando o ar. Sango ficou curiosa.

– O que foi, Shippou?

– Estou sentindo cheiro de lobo...

– Lobo? – Perguntou Miroku, encarando Sango.

– Era só o que faltava... – Completou a exterminadora, balançando a cabeça negativamente.

Kouga saltou de dentro da mata e deu um sorriso para eles. Miroku levantou-se e se adiantou.

– O que está fazendo aqui, Kouga?

– É que eu estava passando e como faz tempo que eu não vejo a Kagome, resolvi ver se estava tudo bem... Só que eu ainda não a encontrei...

– Nem vai encontrar tão cedo.

– É, a não ser que o Inu-Yasha a traga de volta... – Shippou, por causa de sua boca grande, tomou um cascudo de Miroku. – O que foi, Miroku?

Kouga mantinha um ar de inocente, tentando arrancar alguma dica sobre o paradeiro de Kagome.

– Ela foi para muito longe?

– Não dá para medir a distância Kouga... Pode-se dizer que é inalcançável. – Disse o monge.

– Mas ela vai voltar, não vai?

– Não sabemos. – Sango voltou a polir sua arma. – Talvez ela não volte nunca mais...

Kouga inflou o peito.

– Então eu irei buscá-la! Bem, se vocês me disserem onde ela está, é claro...

Miroku tentava persuadir o lobo a desistir da idéia.

– Você não vai conseguir ir até lá, Kouga...

– Mas porquê?

A tentativa de Miroku de desestimular Kouga foi completamente por água abaixo após o comentário de Shippou.

– Porque só o Inu-Yasha e portadores de fragmentos da Jóia Shikon podem atravessar o poço e chegar no mundo da Kagome, ora... Para falar a verdade, ninguém sabe porque o imbecil do Inu-Yasha consegue atravessar o poço e... – Se deu conta de que falara demais porque Miroku e Sango ficavam fazendo gestos com as mãos para ele e tentou consertar a situação, sem êxito. – Mas não é o poço que fica lá atrás, não. É um outro poço!

Miroku e Sango suspiraram desanimados e Kirara abaixou a cabeça, cobrindo-a com as duas patas dianteiras.

– Bem, já que eu tenho fragmentos eu poço atravessar o poço. Eu vou começar por aquele que está mais perto, quem sabe eu tenho sorte, não é mesmo? Até logo! – Sumiu em um redemoinho.

Shippou percebeu que Sango e Miroku o olhavam acusadoramente.

– O que foi que eu fiz?

Dessa vez, tomou uma cajadada do Shakujou de Miroku e ficou até meio zonzo. Miroku e Sango fizeram coro em seu comentário:

– Seu linguarudo!

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Kouga aproximou-se e parou diante do poço Hone Kui.

– Então era por isso que você estava interessado neste lugar, não é, cara de cachorro? – Olhou para dentro dele. – Me parece um poço normal... Bem, vamos ver no que vai dar.

Pulou no poço. Um brilho o envolveu e ele percebeu que o chão estava cada vez mais longe. “Mas o que é isso?” O brilho foi diminuindo, até que ele conseguisse finalmente chegar ao fundo do poço.

– Nossa! Que viagem... E agora?

O lobo olhou para cima e notou uma tênue luz. Saltou para fora do poço e se viu dentro do templo. Estranhou o local e também a diversidade de cheiros que nunca havia sentido antes. “Que lugar estranho...” Notou a porta e foi até ela. Olhou primeiramente por uma fresta para ter certeza de que não seria visto por ninguém. Abriu a porta lentamente e se espantou um pouco com a visão do lugar. “Esse deve ser o mundo de onde veio a Kagome...”

Saiu sorrateiramente e alcançou a Árvore Sagrada. Nela subiu para esconder-se e ficou observando a casa de Kagome. “O cheiro dela está mais forte naquele lugar...” Escondeu-se atrás das folhagens quando a porta da casa se abriu. A primeira pessoa que saiu ele não reconheceu de imediato. Mas reconheceu a segunda. Era Kagome. Só então se deu conta de quem era a primeira pessoa quando Kagome proferiu seu nome.

– Inu-Yasha, volte aqui!

“Inu-Yasha?” perguntou-se o lobo. Agora sim ele estava confuso. Eram as mesmas roupas e a mesma espada, mas a cor dos cabelos, as orelhas, as garras, tudo havia mudado. Lembrou-se então que Inu-Yasha era um hanyou e olhou para aquela noite sem lua. Deu um sorriso para si mesmo. “Quer dizer que esse é o dia que você fica indefeso, cara de cachorro?”

Inu-Yasha parou e cruzou os braços.

– Kagome, não adianta tentar consertar as coisas.

– Mas não há nada para consertar, seu cabeça-dura! Quer fazer o favor de entrar que está frio aqui fora!

– Se você me pedir desculpas, eu vou pensar no seu caso...

– Pedir desculpas?... – Colocou a mão na cintura. – Por quê?

– Por ter ficado dando trela para aquele sujeitinho.

– E qual o problema nisso? Por acaso você é meu namorado? “Peguei ele agora!”

Ele ficou completamente sem graça e corou.

– Não seja tão convencida, Kagome!

– Inu-Yasha, para o seu governo, a única razão pela qual chamei o Houjou para jantar na minha casa é porque ele salvou a minha vida hoje!

– E daí? Eu também já salvei a sua vida milhares de vezes!

– “Ele está com ciúmes...” – Sorriu. – Inu-Yasha, você quer que eu faça um jantar só para você?

– Você cozinha muito mal, Kagome...

Agora sim ela ficou irada.

– Seu idiota!

– Você é que é idiota!

– Senta! – Ficou observando o hanyou com a cara afundada na neve. – Vê se agora esfria a sua cabeça!

Ela voltou sua atenção para a Árvore Sagrada, sentindo uma presença. Kouga tentou esconder-se um pouco mais.

“Que droga! Esqueci que ela pode sentir os fragmentos!” Inu-Yasha levantou-se aborrecido.

– Maldição... Você vai ver só, Kagome! – Percebeu a atenção dela. – O que foi?

Ele também ia olhar na mesma direção, mas Kagome o agarrou pelo braço e começou a puxá-lo para dentro de casa.

– Vamos entrar, Inu-Yasha. Está muito frio...

– O quê? Você ainda age desse jeito depois de ter enfiado a minha cara na neve?

– Você me deixou nervosa.

– Ah, então agora a culpa é minha?

– Nunca deixe uma garota nervosa.

– Isso é impossível com você, você vive nervosa...

– Você quer que eu diga aquela palavra que começa com ‘s’ de novo?

– Deixa para lá.

Após os dois terem entrado na casa, Kouga desceu da árvore e foi até uma das janelas do primeiro andar. Viu quando Kagome subiu as escadas com Inu-Yasha. “Ela não deixou que ele soubesse que eu estava aqui...”

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Inu-Yasha sentou-se aborrecido sobre um futon ao lado da cama de Kagome. Ela se fez de desentendida enquanto penteava os cabelos.

– Qual o problema, Inu-Yasha?

– Humph! Como se você não soubesse! – Virou o rosto.

– Você não tem jeito... – Respirou fundo e olhou pela janela. – “Ele ainda não foi embora... Se Inu-Yasha souber que o Kouga está aqui vai querer arrumar encrenca. E ele não pode lutar na forma humana.”

– Hei, Kagome. O que há de interessante lá fora?

– Nada, mas é que toda essa neve branca me deu vontade de tomar leite... Você quer um pouco?

– Feh! Não quero!

– Ai... Eu volto logo.

Ela fechou a porta atrás de si deixando o mau humorado hanyou lá dentro. Ao descer as escadas foi direto para a porta. Levou um susto ao abri-la e dar de cara com Kouga.

– Oi, Kagome! – Segurou as mãos dela.

– Shh... Fale baixo, Kouga... O que está fazendo aqui? – Soltou as mãos.

– Vim buscar você.

– Me buscar?

– Esse cara de cachorro não sabe cuidar de você, Kagome. Eu vou fazer isso. Se você fosse atacada agora ele nem poderia te proteger. Virou um humano patético.

– “Ai... Inu-Yasha vai enlouquecer quando descobrir que o Kouga sabe o segredo dele.” Kouga, eu não vou com você...

– Mas Kagome, você é minha mulher e eu quero cuidar de você...

– “Que dó. Não quero magoá-lo, mas não tem outro jeito.” Eu não sou sua mulher, já lhe disse isso.

– Mas...

– Nada disso. Eu não vou voltar com você porque... porque eu quero ficar com Inu-Yasha...

Então ela escutou a voz de Inu-Yasha do alto das escadas.

– Kagome, mudei de idéia...

– Ai, meu Deus! Ele está vindo! Até logo, Kouga. Volta direitinho pelo poço, viu?

– Mas Kagome...

– Eu não vou com você, portanto tira essa idéia da cabeça.

Ela entrou e fechou a porta rapidamente. Ao se virar, assustou-se com Inu-Yasha diante dela.

– O que foi agora, Inu-Yasha?

– Eu que pergunto! O que está fazendo aí parada na porta? Por acaso foi procurar alguma vaca?

– Vaca? Ah, o leite... Venha. Vamos tomar um pouco lá na cozinha. – Seguiu puxando ele.

Lá fora, o youkai lobo rangia os dentes e cerrava seus punhos como que pronto para esmurrar alguém. “Você vai voltar comigo, Kagome... Não vou deixar você para esse hanyou inútil!”

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“Jatos de sangue juntamente com pedaços de corpos voavam pelo ar. A criatura que os destroçava era tão rápida que mal se podia identificar. Kagome corria desesperadamente pela floresta, procurando abrigo daquela criatura. Foi obrigada a interromper seu trajeto quando o monstro surgiu diante dela. O sangue escorria de suas garras. Seus olhos vermelhos ainda desejavam mais sangue, o dela. Ela deu alguns passos para trás e deparou-se com uma árvore. O youkai levantou suas garras para satisfazer sua vontade...”

– Inu-Yasha! Não!

A jovem acordou ofegante e suando frio. Assustou-se mais um pouco quando seu companheiro de quarto se pronunciou.

– O que foi, Kagome?

Ela olhou para ele, com a mão sobre o peito.

– Não foi nada... Só um pesadelo.

– Com o quê?

Ela olhou meio triste para ele. Ele sabia a resposta, mas mesmo assim fizera aquela maldita pergunta. Apesar do sonho que tivera, ela estava feliz por ele estar ali ao seu lado. Não queria dar-lhe motivos para ir embora.

– Nada importante, Inu-Yasha. Já passou. Eu vou tomar um pouco de água e já volto.

Ela saiu do quarto. Ele levantou-se e abriu a janela. Antes, porém, pegou o vidro com os fragmentos da Jóia Shikon em cima da mesinha. “Não quero mais levar preocupação para sua vida...” Saltou sobre a neve macia e começou a caminhar até o poço Hone Kui, mas, na metade do caminho, parou relutante e olhou para a janela do quarto dela. Lembrou-se do que ela dissera, pouco antes de acordar. “Inu-Yasha! Não!” Colocou a mão sobre a Tessaiga. “Maldição! Se ao menos eu conseguisse usar esta espada direito!”

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Kagome nem se preocupou em acender a luz da cozinha. Já estava acostumada com aquele cômodo e o conhecia como a palma de sua mão. Abriu a geladeira e pegou uma garrafa d’água. De repente, foi agarrada por trás e uma mão cobriu sua boca. A garrafa caiu no chão, espatifando-se.

– Vou levar você comigo, Kagome...

O youkai lobo correu para fora da casa com seu troféu e foi em direção ao templo por onde viera. Por mais que tentasse, Kagome não conseguia livrar-se das fortes garras dele, nem mesmo para gritar. Em um minuto, já estavam dentro do templo. Mas Kouga assustou-se com o que lá encontrara. A espada de Inu-Yasha, Tessaiga, estava espetada na tampa do poço. Kagome arregalou os olhos e observou o local, mas não viu nenhum sinal do hanyou.

– Aquele miserável! Será que ele acha que eu tenho medo da espada dele?

Foi até o poço e teve que soltar uma das mãos para retirar a espada.

– Kouga, espera...

– Quieta, Kagome!

Ao colocar sua mão sobre o cabo da Tessaiga, a barreira protetora da espada o repeliu e o lançou contra a escada. Kouga soltou Kagome e ficou segurando a mão que tocara a espada, da qual saía alguma fumaça, como se houvesse sido queimada. Inu-Yasha surgiu na porta do templo.

– Então você realmente achou que poderia colocar as suas patas imundas na minha Tessaiga, seu lobo fedido? – Saltou para dentro do templo, ficando diante do poço. – Enquanto a Tessaiga estiver aqui você não vai conseguir passar!

Kouga pensou em revidar, mas tinha que arrumar um jeito de retirar aquela espada do poço. Agarrou novamente Kagome e saltou para fora. “Eu sou muito mais rápido do que ele. Vou despistá-lo neste lugar esquisito e voltarei para arrancar aquela maldita espada daquele poço!”

– Kouga! Pare!

– Fique de boca fechada, Kagome! Eu não quero ser obrigado a silenciá-la!

Kagome percebeu que ele estava fora de si. “Para onde será que ele vai me levar? Ele não conhece este mundo...” Kouga saltou as escadas do templo e parou bem no meio da rua. Estancou admirado com os arranha-céus e aquele monte de luzes. Apesar de ser tarde da noite, ainda havia um certo movimento. Era madrugada de sábado e muitas pessoas estavam voltando de seus encontros e festas. Uma pequena multidão começou a amontoar-se na rua para observar aquele estranho ser.

– O que é aquilo? – Perguntou um homem de terno.

– Um monstro está seqüestrando aquela garota! – Exclamou uma senhora que abraçou sua filhinha.

– Alguém chame o exército! – Disse outra voz na multidão.

Começou-se uma gritaria e agitação pelas ruas de Tóquio. Afinal, não era todo dia que se via um youkai lobo carregando uma garota de pijama. Kagome começou a ficar preocupada com aquilo. “Ai, meu Deus! Que confusão...” Então, notou um ônibus vindo em sua direção.

– Kouga, cuidado!

O lobo deu um salto por cima do ônibus que, na tentativa de desviar, acabou capotando e batendo contra um hidrante e entrando em uma loja. Estilhaços de vidro foram para todo lado, assim como a água do hidrante. Também havia um princípio de fogo no local onde batera o ônibus. Kouga continuou correndo em direção ao parque central. Inu-Yasha desceu as escadas e notou o lobo adentrando o parque. Tentou segui-lo, mas teve dificuldade para acompanhá-lo, já que as pessoas corriam feito loucas nas ruas. “O que deu nessa gente?”

Kouga chegou até uma ponte sobre um pequeno riacho e deu de cara com um humano. Ambos ficaram parados se entreolhando, um de cada lado da ponte. Kagome reconheceu o humano imediatamente.

– Houjou!

– Saia do meu caminho, seu humano idiota! – Exclamou Kouga.

– Eu sabia que tinha alguma coisa errada! – Tinha nas mãos o que parecia ser um bastão envolvido por uma bandagem. – Solte ela, seu monstro!

– Só se for para fazê-lo em pedaços!

Rapidamente Kouga soltou Kagome e avançou contra Houjou, que se manteve imóvel e determinado, apesar dos pedidos de Kagome.

– Houjou, fuja! Ele é perigoso!

– Não vou abandonar você, Kagome!

Ele usou o bastão para aparar o golpe de Kouga. Só que ao tocar naquele bastão, o lobo pareceu ser eletrocutado. Inu-Yasha chegou neste momento e escondeu-se atrás de uma árvore. Centelhas voaram para todo o lado e o lobo foi atirado no riacho abaixo. Houjou pulou dentro do riacho, que não era muito fundo, e deu um único golpe com o bastão na cabeça do youkai, que caiu desacordado. Então, o rapaz o pegou e o arrastou para fora do riacho, para que não se afogasse. Kagome aproximou-se dele incrédula.

– Houjou... Como você soube onde me encontrar?

– Eu não sei, apenas tive um pressentimento ruim quando cheguei em casa. Peguei minha espada e vim procurar você. Foi quando vi aquela confusão e esse monstro levando você. – Aproximou-se mais dela. – Você está bem, Kagome?

– Estou... – Observou com atenção o bastão embrulhado que ele carregava. – Então, isso é uma espada?

– É uma espada sagrada. Foi ela quem me disse que você estava correndo perigo. Quando a toquei hoje, seu rosto me veio a mente. – Olhou para Kouga desmaiado no chão. – Eu disse a você que youkais existiam.

Kagome tinha os olhos brilhantes de lágrimas.

– Obrigada, Houjou!

O abraçou aos prantos. Ele ficou meio sem jeito no começo, nunca a tinha abraçado antes. Mas, aos poucos, entregou-se e a abraçou também, consolando-a. Inu-Yasha fechou seus olhos e sentou-se atrás da árvore. Aquela cena era muito dolorosa. Além da dor em seu peito, também havia aquela enorme tristeza que ele não sabia de onde vinha. Notou que seu rosto estava úmido. Passou a mão pela face e viu que havia lágrimas em sua mão. “Mas por quê?” Lembrou-se de quando Kagome o viu com Kikyou. De seu olhar. Seu triste olhar. Entendeu a razão de suas próprias lágrimas. “Agora eu sei como você se sentiu, Kagome... Como eu fui idiota!” Levantou-se e começou a tomar o caminho de volta ao templo, mas a ouviu pronunciar seu nome.

– Inu-Yasha também estava tentando me salvar... – Ela separou-se do abraço e ficou de cabeça baixa.

– Ele já deve estar chegando. O que vamos fazer com esse youkai?

Inu-Yasha resolveu então mostrar-se, surgindo de detrás da árvore.

– Vamos mandá-lo de volta para o lugar de onde ele veio.

Kagome correu para ele e o abraçou.

– Inu-Yasha! Que bom que está bem!

– Vai ficar tudo bem agora, Kagome... – Encarou Houjou.

– Onde fica esse lugar, Inu-Yasha?

– Não se preocupe com isso, Houjou, eu levo o youkai.

– Eu vou ajudar. Pode segurar a minha espada? – Estendeu-lhe a espada.

Inu-Yasha ficou receoso de tocá-la. Como Houjou dissera, era sagrada e repeliu Kouga com uma imensa força. Provavelmente ela iria denunciar seu lado youkai também. Percebendo a preocupação de Inu-Yasha, Kagome adiantou-se.

– Deixa que eu levo...

– Não dá, Kagome. – Disse Houjou. – Essa espada não pode ser tocada por mulheres. É uma lei antiga. Por isso ela está enfaixada. Para não ser maculada. – Encarou Inu-Yasha. – Pegue-a, Inu-Yasha. Tem alguma coisa contra espadas?

– “Esse sujeitinho está aprontando alguma coisa...” Nenhum problema, Houjou!

Esticou sua mão e tocou a espada. Para sua surpresa e a de Kagome nada aconteceu. “Deve ser por causa da minha forma humana, eu acho...” Houjou tratou de colocar Kouga sobre os ombros.

– Aonde vamos então, Inu-Yasha?

– De volta ao templo...

-x-x-x-x-x-

O caminho de volta foi meio conturbado. Já havia carros de polícia e bombeiros pela rua, interrogando testemunhas e tomando nota do acontecido. Passarem sem serem notados com Kouga foi um pouco demorado e complicado. Diante do templo Inu-Yasha parou.

– Chegamos. Vamos jogá-lo dentro do poço.

– Mas porquê, Inu-Yasha? – Perguntou Houjou, colocando Kouga no chão.

Inu-Yasha encarou o rapaz e lhe devolveu sua espada.

– Por que foi de lá que ele saiu, Houjou... Mas primeiro Kagome tem que fazer uma coisa...

Enquanto Inu-Yasha entrava no templo para pegar sua espada, Kagome foi até Kouga e removeu os fragmentos das pernas dele.

– Desculpe, Kouga... Sem isso não poderá mais atravessar o poço.

Houjou olhou curiosamente para aqueles brilhantes fragmentos. Ainda mais brilhantes agora nas mãos de Kagome.

– Jóia Shikon... – Encarou Kagome. – Se você pode purificá-la, então quer dizer que você é uma sacerdotisa. Ou pelo menos possui os poderes de uma.

Kagome surpreendeu-se com o comentário dele.

– O quê? De onde você tirou essa idéia, Houjou?

Inu-Yasha, que havia escutado o comentário, saiu do templo com sua espada embainhada nas mãos.

– E você está sabendo de muita coisa para o meu gosto, Houjou! Diga logo quem é você afinal!

Houjou voltou-se para Inu-Yasha e deu um sorriso malicioso. Ergueu sua espada e retirou a bandagem que a envolvia. Um clarão tomou conta do local.


Continua no próximo cap...

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