Abri os olhos e não conseguia entender o que estava vendo... Seria um pesadelo?? Não sei... Só queria saber de sair correndo dali e ir pra qualquer outro lugar.

 Nunca imaginei que ele faria isso comigo. Não entendo... Simplesmente não entendo...

 Cheguei em casa e fui direto pro meu quarto, ainda com a imagem fresca em minha mente: “Alfred estava com aquela brasileira, quase aos beijos”. Deitei em minha cama e comecei a chorar. Não que eu ligasse, afinal, nem meu namorado ele é. Mas, não consigo entender esse sentimento dentro de mim, é tão estranho, tão doloroso... Não gosto nem de pensar.

 Depois de algumas horas do ocorrido, a campainha toca. Levantei-me e fui atender. Para meu desespero, era Alfred. Tentei fechar a porta, mas ele colocou o pé, impedindo minha ação. Vi que não ia conseguir fechar a bendita, então, comecei a subir as escadas correndo, em direção do meu quarto. Percebi que ele estava vindo atrás de mim, que droga, ele não me deixa em paz!

 Resolvi virar-me para encará-lo. Não aguentei e comecei a discutir com ele, sem perceber que tinha mais uma pessoa no recinto.

 - Por que você fez isso comigo??

 - Mas eu não fiz nada!!

 - Como não? Você ficou nos amassos com aquela brasileira! E eu? Como fico nessa história?

 - Me desculpe mas... Nem minha namorada você é!

 - Mas não precisava fazer isso!!

 - Olha, você ta muito estressada para conversar agora, outro dia a gente conversa...

 - Outro dia nada! Quero explicações agora!

 Enquanto gritávamos discutindo, a Sakura fotografava a nossa briga. Não a culpo por isso, afinal, ela nunca tinha visto uma briga assim. Quando acabamos de discutir, Alfred foi embora e eu me tranquei no quarto, desolada, triste e angustiada.

 Fiquei lá dentro tanto tempo que acabei adormecendo. Quando acordei, percebi que havia amanhecido. Mas já? Nem tinha reparado que era de noite quando briguei com Alfred... Mesmo assim, fiquei alguns minutos ainda na minha cama, chorando baixinho. Depois que criei coragem de levantar, fui ao banheiro tomar um banho, me troquei e fui tomar café da manhã.

 Quando cheguei na cozinha, vi uma foto em cima da mesa. Peguei-a. Fiquei surpresa com seu conteúdo. Era uma foto minha com Alfred brigando... Acho que era aquela que Sakura tinha tirado... Olhei-a e vi o quão estressada eu estava. Notei que, debaixo da foto, havia uma carta. Abri-a e vi que era da Sakura. Na carta estava escrito:

    Querida Alice,

Não fique brava com Alfred, realmente ele não fez nada, eu estava perto e vi que a Luci estava se atirando nos braços dele. Até tirei uma foto, está junto com essa carta, se quiser acreditar...

De sua amiga,

Sakura Honda

 Realmente tinha uma outra foto junto com a carta, e nela, mostrava que a brasileira tinha se atirado nos braços dele. Mas quem me garante que ele não gostou? Neste momento, a campainha tocou. Na certa era ele de novo... Vou tentar ficar calma enquanto ele me explica.

 Atendi a porta e deixei-o entrar. Ele sentou-se no sofá e eu sentei no outro, queria encará-lo bem.

 - Ta mais calma Alice?

 - Bom... Acho que sim... Comece a se explicar...

 - Mas eu já falei que não fiz nada! E outra, não sei por que você se preocupa...

 - BOM, EU ME PREOCUPO PORQUE EU...Eu...

 - Você o que? Por que está vermelha? Você está bem? Alice!

 - C-calma, eu to bem...

 - Então continue falando.

 - Ah, deixa pra lá, seu americano estúpido!

 - Alice... Só pra você saber... Eu não gostei do que a Luci fez... Eu preferia outra pessoa se atirando em meus braços...

 - Ah é? E quem é a sem vergonha que você queria que fizesse isso??

 - Você...

 - ...

Nesse momento, fiquei sem reação. Eu estava ouvindo direito? Isso é impossível... Ele falou isso mesmo?? Só pra ter certeza, perguntei de novo.

 - Q-quem você queria que fizesse isso?

 - Você...

 - Só pode estar brincando...

 - Não mesmo... Faz tempo que tento falar isso pra você mas... É tão difícil...

 - E por que é difícil??

 - Porque você é muito estressada e implica com todas as minhas ideias geniais nas reuniões!

 - Ora, é porque elas nunca fazem sentido e...

 Ele nem deixou eu acabar de falar e me deu um beijo. Foi uma sensação boa, saber que o homem que eu amava também me ama. Ficamos assim por alguns segundos, depois nos separamos por falta de ar.

 - O-o que foi isso?

 - Eu te amo Alice Kirkland...

 - Eu... Eu também te amo Alfred F. Jones...

 Nesse mesmo momento ele me pediu em namoro. Com certeza aceitei. Ele me deu mais um beijo apaixonado. Simplesmente foi o dia mais feliz da minha vida.