Pudim escrita por Juhhjulevisck


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Essa fic é para a minha querida amiguinha Dinha *-*. Porque foi por causa desse desafio que ela me impôs que eu voltei a escrever. Obrigada, Dinha *-*.



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Se Draco pudesse definir toda aquela situação de forma prática, ele diria facilmente que era ridícula. Amaldiçoava internamente todos os idiotas que haviam tido a genial ideia de realizar um baile em Hogwarts. Ele não precisava daquilo, pelo menos não naqueles tempos.

Porém, ele tinha plena consciência de que, se não fosse ao baile, seria terrivelmente comentado por toda a escola. Só de pensar em tal acontecimento se tornar real, sentia um arrepio lhe percorrer a espinha. Era por essas e outras que Draco teria que escolher, e logo, uma garota para ser seu par na festa.

A questão é que, por mais que todas as garotas da Sonserina e até mesmo outras pertencentes a casas diferentes quisessem ser o par de honra de Draco Malfoy, ele não tinha ninguém em mente. Todas as garotas pareceram-lhe repentinamente antiquadas. Ou sorria demais, ou sorria de menos; ou falava demais, ou falava de menos; ou tinha assunto de menos, ou assunto demais. E assim o tempo foi correndo e, quando Draco deu por si, faltava apenas uma semana para o bendito baile.

Havia chegado a um ponto em que ele aceitava ir com qualquer uma, contanto que fosse. Mas agora, infelizmente, quase todas as garotas de Hogwarts tinham seus pares. Exceto ela. E é aqui que essa história se inicia.

D&L

O que o motivara ir até ela e convidá-la, Draco jamais saberia o que era. Algo dentro de si lhe dizia que aquela era a única garota em toda a escola que não tinha um par, então ele resolvera que arriscar não o mataria.

Havia, naquela noite, descido até o Salão Principal para jantar apenas para poder observar a sua vítima. Distraído, mal tocava na comida. Apenas olhava curioso para a mesa da Corvinal, observando-a. Ela tinha um prato intocado à sua frente e lia uma revista, que Draco julgou ser O Pasquim, de cabeça para baixo. Por um minuto, ele desistiu de convidá-la. Mas então a urgência novamente o tomou e ele decidiu dar continuidade ao que pretendia fazer.

Aproximadamente uma meia hora depois, ela se levantou de sua mesa e seguiu para fora do Salão Principal. Draco a seguiu, ainda um pouco indeciso se havia tomado ou não a decisão correta ao tentar convidá-la, mas sua consciência gritava dizendo que era tarde demais para se fazer escolhas.

Pouco depois, ele a alcançou. Sem ideia do que fazer naquela situação, tocou levemente no ombro da garota para lhe chamar a atenção. Ela virou-se assustada, mas ao constatar que era apenas um garoto, soltou um suspiro de alívio.

— Oh, ufa. É só um garoto — disse mais para si mesma do que para ele. Draco franziu as sobrancelhas. O que raios ela imaginava que fosse? Voldemort?

— Han, Lovegood, certo? — perguntou, cauteloso. Enquanto esperava uma resposta, aproveitou para avaliá-la. Luna Lovegood, da Corvinal, era, de longe, a pessoa mais anormal com a qual Draco já havia algum dia conversado. Notou que, nos pés, usava uma sapatilha que mudava de cor, dependendo da maneira com a qual se olhava para ela. Suas roupas eram normais, o básico traje de Hogwarts, com a insígnia da Corvinal. O que lhe chamava extrema atenção, porém, era seu rosto.

Seu cabelo loiro descia pelas costas e estava completamente desgrenhado. Tinha um leve sorriso enigmático, e Draco não tinha a mínima ideia do que se passava na mente ou coração daquela estranha garota. E, por fim, tinha seus olhos. Eles eram azuis e por algum motivo estranho, o sonserino não conseguia se desviar deles.

— Sim. Você é o garoto Malfoy, eu suponho — Luna finalmente respondeu, tirando Draco de seu transe.

— Eu... — Draco pulou para o ponto principal, que era o que lhe interessava. Quanto antes se livrasse daquela situação, melhor. — Queria te convidar para o baile.

A reação de Luna após aquilo era uma coisa que Draco jamais poderia explicar. Seus olhos se arregalaram mais do que já eram arregalados e por pouco a garota não começou a dar pulinhos na frente de Draco. A felicidade dela era indescritível e tão grande que se espalhou pelo corredor e fez o sonserino abrir um sorriso sincero, daqueles que já não dava há muito tempo.

— É claro que eu quero ir com você! Não conte para ninguém, mas... — Luna olhou em volta, se assegurando que ninguém os ouvia. Em seguida, falou num tom de voz quase inaudível: — Eu quero ir porque ouvi que terá pudim. Eu amo pudim!

Draco riu e sentiu uma vontade súbita de abraçá-la ali mesmo, mas não o fez. O máximo que pudesse evitar aquele tipo de sentimento, melhor. Não precisava magoar ninguém e, acima de tudo, não queria magoar a si mesmo.

— Ok. Até o baile então, Luna — ele disse, muito mais a vontade na companhia da loira. Seguiu a direção contrária que levava à Sonserina com uma incomum aceleração nas batidas do coração.

D&L

Finalmente, a noite do baile. A semana de Draco havia se arrastado vagarosamente e por algum motivo que jamais conseguiria explicar, os olhos e sorriso de Luna não saíam de sua cabeça. Decidiu tentar enterrar aquilo, mas quanto mais fundo tentava empurrar aquilo, mais aquele sentimento tomava conta de si. Mas, infelizmente, ele não tinha mais tempo de pensar naquelas coisas. A hora do baile havia chegado e ele precisava buscar Luna para que pudessem ir juntos.

Para o evento, pegara o seu melhor terno; era de linho puro e feito sob medida para ele. Deu uma última olhada em si mesmo no espelho e, com um suspiro, foi até a casa da Corvinal, aonde sabia que Luna o esperaria.

A caminhada até lá não durara mais do que cinco minutos, e ele permaneceu do lado de fora para esperá-la. Os alunos que saíam dali, acompanhados ou não, observavam com desconfiança ao garoto Malfoy; todos em Hogwarts esperavam que ele fosse com alguém de sua própria casa, e não da Corvinal.

Draco já estava ficando irritado com os olhares que lhe lançavam, quando viu que seu par já se colocava ao seu lado. Se o sonserino já havia achado Luna estranha antes, agora não havia dúvidas.

Seu cabelo loiro estava desgrenhado como sempre, mas nele havia uma enorme fivela de coração, que era de um roxo escuro. O corte do seu vestido era bem simples, ao que Draco viu, mas as cores o condenavam; mesclava amarelo e vermelho, o que chamaria a atenção de outros para Luna de forma gritante. Isso para não falar dos seus tênis, que eram um de cada cor. Um era rosa e o outro verde.

Mas, apesar de tudo, Luna estava linda.

— Vamos logo, Draco, quero pudim! — ela disse alegre, puxando-o pelo braço. Ela andava apressadamente pelos corredores, atraindo a atenção de outros que iam ao baile. Draco, por sua vez, mal a acompanhava.

— Ei, Luna, pare! — ele a parou por um segundo, fazendo com que ela olhasse para ele. — Não mereço sequer um “boa noite”?

— Boa noite, Draco. Agora vamos, eu quero pudim! — Assim, ela voltou a praticamente correr, com um Malfoy quase caindo aos seus calcanhares. Pouco tempo depois, chegaram ao Salão Principal, o que chamou atenção de quase toda Hogwarts, reunida no mesmo lugar.

É óbvio que os outros alunos da escola de magia e bruxaria tinham motivos para olharem para eles. Primeiro motivo, Luna. Segundo motivo, Draco Malfoy, o arrogante garoto da Sonserina, havia escolhido de par a louca e dissimulada Luna Lovegood. Enquanto todos os observavam em um silêncio tenso, a garota continuava puxando o sonserino pelo braço, para que pudesse chegar até seu precioso pudim.

— Pudim! — Ela exclamou, quando chegaram a uma mesa aonde havia doces e bebidas dos mais diferentes tipos.

— Luna, espere um pouco, parece que Dumbledore quer nos comunicar algo.

E era verdade. O diretor de Hogwarts chamava atenção de seus alunos para que pudesse dar seus clássicos discursos. Luna mal prestou atenção, pois estava alucinada com a variedade dos sabores dos pudins. Draco também não o conseguira fazer, pois toda a sua atenção estava voltada para a Lovegood.

Enfim, o baile começou.

— Ei, Luna, qual pudim você quer? — Draco quis parecer educado se oferecendo para pegar um pedaço do doce para ela, mas quando se deu conta ela já estava ao seu lado, com um prato na mão, que trazia consigo um grande pedaço de pudim de chocolate.

— Oh, meu Merlin, eu amo pudim!

Draco apenas observou a felicidade da loira ao comer o doce. Novamente, notou que o sentimento que Luna carregava consigo era tão contagiante que chegava até Draco e fazia com que ele o sentisse também. Não conseguia parar de sorrir simplesmente pelo motivo de olhar para o seu sorriso.

Depois de certo tempo, quando ela finalmente pareceu satisfeita, virou-se para Draco.

— O que faremos agora? — perguntou, olhando curiosa para ele. O sonserino ofereceu seu braço para a garota e deu seu melhor sorriso.

— Que tal uma dança na pista, madame?

Ela sorriu e concordou. Assim, juntos, foram até algum lugar confortável na enorme pista de dança. No salão ecoava uma música lenta, que se assemelhava bastante à valsa, mas com pouco menos melancólica.

Um minuto depois, ambos dançavam ao ritmo da música. Draco segurava Luna pela cintura, que por sua vez colocava a sua mão no ombro do Malfoy. Por incontáveis minutos, jogaram conversa fora. No início, Draco se incomodara com os olhares dos outros alunos, mas logo passou a ignorá-los. Afinal, com Luna ele sorrira mais do que jamais havia sorrido antes e sentiu seu coração calmo, bater no mesmo ritmo da música, sentindo que nada mais importava.

Então, num súbito momento, ambos ficaram em silêncio. O garoto se perdera nos olhos azuis dela, e sentiu que poderia ficar perdido naquele mar para toda a eternidade. Toda a música à volta dele pareceu se calar; nada mais era tão lindo quanto àquele mar de calmaria e serenidade que eram os olhos de Luna Lovegood.

Num ato instintivo, ele aproximou seu rosto do dela. Seu olhar tentava captar todos os detalhes do rosto dela, mas era impossível.

A distância entre eles foi ficando cada vez menor, até que não existia mais. Draco havia juntado seus lábios com os de Luna, e tudo naquele momento parecia perfeito. Parecia que borboletas voavam no seu estômago e que todo o seu corpo estava imerso numa paz indescritível. Fechou os olhos, para que tudo o que fizesse fosse sentir os lábios finos de Luna nos seus.

Quando sentiram a necessidade de ar, se separaram. Mas nem por isso deixaram aquele momento de lado. Com as testas coladas, sorriam um para o outro, apreciando todo a magia daquele momento.

— Hey, Draco — ela chamou, depois de algum tempo.

— Hm?

— Você tem gosto de pudim.

Draco sorriu. Gostava de saber que tinha gosto de pudim.



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Notas finais do capítulo

A fic foi um pouco bizarra, tá. Eu sei. Mas eu mereço reviews ou não? q