A Serpente escrita por Heva Paula


Capítulo 12
Capítulo 12 - Domínio




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/140347/chapter/12

A melhor notícia que eu haveria de receber, Safia defenitivamente era uma mulher, a minha mulher, quando telefonei para avisar que estaria buscando Safia, Nabih me informou tudo o que havia acontecido, apesar de manter a calma, meu coração acelerava em meio as circunstâncias, minhas mãos gelaram, mas mantive a respiração leve:

- Marido! – o beijo de Naíma era frio, quase congelante.

- Estou um pouco cansado. – me sentei em nossa cama, enquanto desabotoava a camisa.

- Por favor não vá! Vou sentir sua falta, vão ser longos dias. – suas mãos tocavam minhas costas onde algumas cicatrizes teimavam em permanecer.

- Você me teve durante trinta dias, você sabe que eu não pertenço apenas a uma esposa.

- Aquela serpente deve esta se corroendo de inveja pela sua distância.

- Naíma, eu não quero misturar nossas vidas, esqueça!

- Se por uma noite você não pronunciasse aquele maldito nome, enquanto dorme. – ela se apoiou em uma das almofadas de nossa cama.

- Me perdoe. – eu a encarei, minha pobre esposa, carregava a máscara da amargura, sua imagem havia se transformado – me perdoe.

- Maldita serpente, sua inveja esta caindo sobre mim.

- Pare de falar assim! Pare de falar dela! – segurei firme em seu rosto.

- Teste sua boa esposa, tenho certeza que ela falará tão mal de mim, quanto eu dela, tenho certeza que inventará mentiras.

- Por que diz isso?

- Eu sou mulher, eu sei como sinto, imagine ela? Teste e verá!

Será que Safia se sentia assim? Como Naíma se sentia, minha jovem esposa se mostrava indiferente a tudo, mas durante aquela noite, em nossa última noite em Paris, ela chorou compulsivamente quando soube da existência de Naíma.

* * *

- Minha criança pensei que nunca mais fosse voltar! – Ester me abraçava como se o mundo fosse acabar.

- Também senti sua falta!

- Seja bem vinda a sua casa, tudo ficou tão triste sem você.

- Ester pare de mimar Safia, ela não é uma criança de colo. – olhamos para Badi instantâneamente.

- Sim senhor, vou ajudar a criada na cozinha.

Ela nos deixou na sala voltei a minha gaiola antes temida agora confortável, devaneios Safia! Pare de crêr em devaneios! As mãos de Badi me giravam tão rapidamente, quanto meus pensamentos eram eliminados um por um, seus lábios queimavam os meus, sua lingua se movia grosseiramente em minha boca, eu estava sem ar, minhas pernas não tinha mais equilíbrio, Badi me segurava com força, enquanto seu beijo devorava minha alma e fazia o mundo girar com toda velocidade, então alguém limpou a garganta nos interrompendo:

- Senhor Said no telefone! – eu me sentei no sofá, tentando sugar o pouco de ar que havia em meus pulmões.

- Maldição! – ele praguejava enquanto me observava uma ultima vez.

O que foi isso? Eu havia sido atropelada por um camelo, eu estava zonza e sem explicação para tudo isso! Tentei me recompor, enfim eu não podia ficar tão abalada ou podia? Subi as escadas e fui direto para o meu quarto, eu precisava me deitar, descansar, esquecer!

- Você não se cansa de ficar aqui trancada? – levantei minha cabeça para encará-lo.

- Eu estou bem pode ir.

- Pode ir? – ele gargalhou irônicamente – eu não vou embora, eu vou ficar aqui com você. – respira! Onde esta minha respiração? Como se respira? Não!

- Como?

- Fiquei trinta dias distante...

- Vinte nove se você contar a vez que me levou para casa do meu pai. – ele sorriu novamente.

- Safia, vamos parar de infantilidade – ele abriu as portas do guarda-roupa e colocou o paletó em um cabide – eu gostaria que você reagisse como uma verdadeira esposa, às vezes você me faz crêr que nada do que eu faço por você é suficiente.

- Talvez eu não fosse a escolha certa que você fez.

- Porque diz isso? – ele caminhava lentamente e em uma de suas mãos eu pude enxergar uma caixa de veludo azul escuro – quero que veja algo. – eu me sentei na cama enquanto ele se aproximava de mim me mostrando uma bela gargantilha em diamantes, pareciam gotas de chuva, pareciam que cada uma delas havia sido moladadas por Ála de tão perfeitas, sua estrutara brilhava em meu rosto.

- É perfeito. – eu quis pôr a mão nelas, pareciam ser tão delicadas que talvez desmanchasse eu minhas mãos.

- Você acha que Naíma irá gostar? – travei.

- Quem?

- A primeira esposa, eu comprei para ela, você acha que será um bom presente? – engoli seco.

- Ficaria perfeito em alguém como ela. – lembrei daquela tarde quando nos conhecemos, sua beleza me fascinou.

- Como assim você à conhece?

- Não! Não! – eu fazia movimentos com as mãos enquanto tentava sair da cama – é que ela deve ser muito sofisticada, diferente de mim que não uso jóias tão suntuosas.

- Vamos ver como ficaria em você!

- Não! Não! Eu não quero. – engatinhei pela cama, desde quando ela havia ficado tão grande? Badi me puxou pelo tornozelo.

- Venha, me obedeça! – ele me sentou ao seu lado e afastou meu cabelo, sentir o peso daquela jóia me fazia tremer, ela não me pertencia, e se Naíma soubesse que eu usei antes dela? – vire-se preciso ver – seu rosto foi iluminado pelos pequenos fragmentos – você esta linda!

- Tire por favor, não pertence a mim!

- Você esta zangada por esse é o presente de Naíma? – ele me encarava como um caçador avaliando sua presa.

- Eu não estou zangada!

- Você não sente ciumes por saber que não é a primeira esposa? – ele me segurou firme pelo braço – por saber que durante todas essas noites ela dormiu em meus braços? – Badi se encaixou sob meu corpo – você não pensa que meus beijos não são apenas seus? – ele me beijou profudamente, uma onda de adrenalina percorria meu corpo – você não pensa nela, quando minha lingua percorre seu pescoço, sabendo que ela esteve nessa mesma situação? – eu gemi – você não pensa em quantas vezes ela se sentiu assim como você? 

- Você me faz esquecer até como se respira... Por que eu pensaria em qualquer outra coisa? – ele me beijou ardentemente, meu corpo formigava, eu o desejava, eu apenas queria que ele terminasse com todo aquele sofrimento.

- Ainda não é o momento. – não! Minha alma estava gritando –  você ainda não esta pronta, precisamos esperar. – ele estava certo, eu ainda estava passando pelo meu período menstrual e onde eu estava com a cabeça? Por que eu estava me permitindo a isso? Eu havia me deixado dominar por Badi, ele ia além daquela figura de um homem  frio que havia me arrancado da liberdade, Badi tinha em suas mãos, meu corpo, minha alma e meu coração.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Serpente" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.