POV Daniel.

A rua até parecia mais bonita no caminho da casa da Kathie. Estava quase chegando lá depois de um telefonema dela, dizendo para mim ir pra lá. Assistir um filme ou coisa parecida como sempre fazíamos. Coisas de melhores amigos. Como ela diz.

Pra mim essa palavra não era a definição certa. Afinal eu a amava! Não só como melhor amigo. Mas ela não sentia o mesmo por mim.

Já tinha chegado na rua dela, e reconhecia a casa familiar já pra mim. A segunda da rua. Bati na porta e ouço barulho de alguém descendo as escadas (ou melhor, pulando) .

E vejo a minha linda aparecendo na porta. (Detalhe: Ela está com um shorts curtinho, uma blusa enorme, e cabelo meio preso com alguns fios para fora. Resumindo, sempre linda.)

“Dan!” ela grita e pula nos meus braços. Eu abraço ela forte.

Eu adorava esse comportamento louco dela de vez em quando.

“Oi minha princesa” digo beijando a sua testa. E depois ela me dá um beijo na bochecha, me fazendo ficar nervoso com essa proximidade.

“Entra, você já é de casa.” Ela diz rindo, sabendo que é verdade, já que eu vinha quase todos os dias aqui, ou talvez ela lá na minha casa.

Ela me puxa até a cozinha, e eu sento na bancada da mesa.

“O que vai ser? Pipoca ou Brigadeiro?”

“Não sei. Que tal os dois?” ela riu. E foi pegando panela. “Mas sabe, eu não confio muito nesse seu brigadeiro. Você aprender a fazer ontem só.”

Ela me olhou fingindo incredulidade. “Você está duvidando da minha habilidade como cozinheira? É isso senhor Daniel?”

“É claro que não” disse já andando pra trás. Sabendo o que ela ia fazer.

1.2.3... Ela veio correndo atrás de mim rindo. “Você agora vai pagar por duvidar das minhas habilidades culinárias.”

Cai no sofá, e ela se joga junto rindo. Fica por cima de mim,e começa a fazer coceguinhas em mim.

Não agüento e começo a rir.

“Okay.. não agüento mais.” Eu falo depois de um tempo.

Ela para, e me olha sorrindo. Ela é tão linda. Minha mão vai para o seu rosto. E seus olhos se fecham ao sentir meu toque. Eu queria tanto beijá-la. Mas ao mesmo tempo não queria estragar a nossa amizade.

Ela abre os seus olhos castanhos, e um pequeno sorriso se abre ao me encarar.

“Eu te amo.” Essa palavra já tinha sido dita antes. Mas agora parecia ser tão verdadeira.

“Eu também te amo.” Ela diz com a voz fraca. Mas o sorriso no rosto.

É impressão minha ou ela se inclinando mais pra perto de mim? Eu podia sentir a sua respiração perto de mim. Eu iria beijar aqueles lábios. Já não agüentava mais. E parece que ela queria também. O que me deu esperanças que ela gostasse de mim também...

“Trimmm... trimmm....” O som do telefone da casa da Kathie quebra toda a magia do quase beijo.

Ela se levanta e corre pra atender (Quase cai no caminho).

“Oi mãe... Sim já cheguei da aula... To com o Dan aqui.... Ta eu sei (Ela fica vermelha)... Também te amo. Tchau.

Ela desliga e se encosta na estante, ali perto.

“Sua mãe?” pergunto já sabendo a resposta.

“Sim.” Ela sorri. Mas logo depois fica vermelha. “Vou fazer a pipoca.”

“E o brigadeiro.” Digo rindo.

“Claro, e o Brigadeiro.” Ela sorri e vai pra cozinha.

Respiro fundo. Eu quase estraguei toda a nossa amizade. Talvez seria melhor manter os meus sentimentos pra mim por enquanto.

POV Katherine.

Respiro fundo, me encostando na parede da cozinha. Respira Kathie, respira. Você quase beijou o seu melhor amigo. E quase estragou a amizade de anos de vocês.

Mas... ele parecia que ia me beijar também. Não. Deve ter sido impressão minha.

Fiquei preparando a Pipoca e o Brigadeiro. Tentando tirar isso da minha cabeça.

***

Depois de assistir o Harry Potter 5,6,7 parte 1 e 2. Já era de noite, e estávamos sentados no chão, de mãos dadas conversando.

Quando voltei admito que ficou um clima entre nós, mas logo tentei esquecer disso, e assistir os filmes.

Só nas horas de beijos, ou coisas assim ficava meio desconfortável pelo que aconteceu antes. Mas tentei deixar de lado.

“O que você achou dos dois meninos que chegaram no colégio?” ele pergunta fazendo carinho na minha mão.

“Bonitos” falo provocando. E rio quando ele faz uma careta. Beijo sua bochecha e falo baixinho. “Ciumento.”

Ela sorri. “Sou mesmo.”

“Eu achei eles normais.. sei lá. Só o mais alto e do olho verde. Sei lá, ele tem cara de mal.”

Ele ri. “Também achei. Soube que ele ta dando em cima da Thalia.”

A garota que ele ficou conversando e abraçou na aula. “Hum..” digo fingindo não me importar.

“Ciumenta” ele diz rindo e beija o meu nariz. “Canta pra mim?” Pergunta se levantando e pegando o violão do outro lado da sala.

Reclamo mas mesmo assim ele insiste.

Começo a dar a introdução de uma música já conhecida por nós dois.

[Link Música: http://www.youtube.com/watch?v=2qea3lLr5qQ]

Merrily we fall out of line, out of line

I'd fall anywhere with you, I'm by your side

Swinging in the rain, humming melodies

Were not going anywhere until we freeze

I'm not afraid anymore

I'm not afraid

Ele sorri e canta baixinho comigo.

Forever is a long time

But I wouldn't mind spending it by your side

Carefully were placed for our destiny

You came and you took this heart and set it free

Every word you write or sing is so warm to me, so warm to me

I'm torn, I'm torn to be right where you are

Continuo cantando.

I'm not afraid anymore

I'm not afraid

Forever is a long time

But I wouldn't mind spending it by your side

Tell me everyday

I'd get to wake up to that smile

I wouldn't mind it at all

I wouldn't mind it at all

You so know me

Pinch me gently

I can hardly breathe

Ele me olha com aqueles olhos brilhando. Eu amava tanto aquele olhar.

For-ever is a long time

But I wouldn't mind spending it by your side

Tell me everyday

I'd get to wake up to that smile

I wouldn't mind it at all

I wouldn't mind it at all

Terminei e deixei o violão meio de lado.

“Você canta tão bem”. Ele sorri.

“E você é um mentiroso.”

“E você me ama.” Ele diz convencido.

“Amo nada.” Digo rindo, e deitando em seus braços, num abraço.

Estou cansada, e acabo dormindo ali. Mas não antes de ouvir.

“Bons sonhos meu anjo.” Do meu melhor amigo que eu amava.

Já no outro dia...

POV Juniper

Mais um dia odioso de aula. Se você fosse eu, você também odiaria um lugar onde ninguém quase te conhece. Onde você é quase invisível.

O pior do que ir pra lá, é chegar atrasada, e ficar ouvindo professor reclamando.

Tava quase correndo nos corredores, pra não chegar atrasada. E com as mãos cheia dos meus papeis do trabalho de historia.

Quase lá... pensei quando estava virando o corredor.

Mas sinto uma coisa (muito pesada) batendo contra mim, e eu cai no chão. E acabo derrubando tudo o que estava segurando.

“Droga” Resmungo baixinho. E me preparando pra levantar.

Quando vejo uma mão me ajudando.

“Desculpa” ouço uma voz grossa, e olho pra cima.

Um par de olhos castanho esta me encarando. Um sorriso lindo, e um cara completamente perfeito parado na minha frente. “Deixa eu te ajudar.”

Ele me dá a mão, e me levanta, como se eu não pesasse nada. Também, com todos aqueles músculos....

Ele sorri de novo pra mim. E eu com certeza devo estar sonhando, porque quando que um deus grego como esse iria aparecer pra mim?

Ele fica esperando, e eu devo estar parecendo uma retardada.

“Obrigada” digo baixinho.E sorrio.

Ele apenas balança a cabeça, e começa a recolher as minhas folhas do chão.Eu também me abaixo e começo a tentar arrumar elas na ordem.

“Nome bonito o seu, Juniper.” Diz ele lendo a capa do meu trabalho. E depois me entregando. “Me chamo Grover.”

Antes que eu pudesse dizer alguma coisa coerente, o sinal toca. Me fazendo num pulo pegar a minha bolsa do chão e arrumar de pressa o meu trabalho.

“Desculpa Grover, mas eu tenho que ir.” Digo. Correndo pra sala no final do corredor. Antes de eu entrar me arrisco a olhar pra trás, e ele ainda está lá. E antes que eu pense a seguinte frase sai alto da minha boca. “Foi um prazer te conhecer.”

Fico vermelha, e entro na sala.

Me jogo na cadeira, agradecendo muito mentalmente que o professor ainda não tenha chegado.

Tento acalmar a minha respiração, e posso apostar que eu ainda estou vermelha. Droga de timidez.

Ainda me pergunto como o Grover, o garoto musculoso do corredor apareceu assim de repente. E porque eu to pensando nele ainda... quando eu deveria responder a chamada que o professor já estava fazendo.

“Presente.” Disse logo depois de ele chamar meu nome.

E voltei a pensar onde já tinha ouvido aquele nome...Ahhh. Ele era o garoto que tinha voltado por causa da Clarisse. (Acho que era por ela, ou uma das garotas.) Junto com um outro menino que também era super lindo. (É, Fazer o que se eu tenho um escola onde os meninos parecem todos modelos...)

Mas, se ele veio por causa dela, eu tinha que parar de pensar nele, e naqueles músculos, nos olhos castanhos. Cala boca Juniper, ele nunca olharia pra você. Do jeito que eu sou feia, magricela e sem graça, nenhum deles olharia.

Voltei a prestar atenção na aula, me conformando a aceitar que eu não me encaixava nessa escola, tinha bem poucos amigos, e que nenhum garoto daqui se interessaria por mim.

POV Grover.

Saber que a Clari gostava de outro garoto acabou comigo. Eu não tinha mais motivos pra ficar nessa escola,pois a única coisa que podia me manter aqui era ela.

Mas ela amava outro, e talvez ela merecesse ser feliz depois de tudo o que eu a fiz passar.

O jeito era estudar por enquanto. Pensei comigo meio triste.

Virando o corredor perto da minha sala, sinto alguma coisa tombando em mim, e caindo no chão.

Quando olho pra baixo, vejo uma menina, de cabelo castanho escuro, corpo perfeito... e é só isso que vejo por enquanto, já que sua cabeça está abaixada pegando uns papeis que só agora vejo que caiu no chão.

“Droga” ela resmunga baixinho.

Vou tentar ajudá-la . “Desculpa.” Só agora ela então me olha.

Meu deus, como ela é linda. Foi o primeiro pensamento que me veio a cabeça a ver aqueles olhos castanhos, aquele rosto de porcelana, que parecia que ao mínimo toque poderia se quebrar. Os cabelos caiam em ondas, se encaixando perfeitamente nas maçãs do seu rosto. E por ultimo a boca, meio carnuda e que dava vontade de beijar...

Falo alguma coisa antes que ela me ache um retardado.

“Deixa eu te ajudar.” Digo estendendo a minha mão, e a levantando fácil, ela era levinha.

“Obrigada” diz e dá um sorriso lindo.

Sinto o meu coração disparar. O que me deixou estranho.

Eu acenei a cabeça, e comecei a juntar os papeis do chão, afinal eu havia derrubado ela.

Vejo a capa, do que deve ser um trabalho. E lá estava escrito o seu nome. Juniper. Esse era o seu nome.“Nome bonito o seu, Juniper.” Entrego a capa pra ela.“Me chamo Grover.”

Antes que nós dois pudéssemos dizer alguma o sinal toca. E ela pega a sua mochila apresada,

“Desculpa Grover, mas eu tenho que ir.” Ela me diz e vai andando pra sala, de costas pra mim, eu já estava triste de ver ela ir embora. Mas antes de ela entra na sala diz“Foi um prazer te conhecer.”

Ela fica vermelha, e fica incrivelmente linda assim.

Vou andando pelos corredores até a minha sala. Pensando como eu questões de segundos ela havia mexido comigo.

Eu já tinha um plano em mente, eu iria conhecê-la melhor, ela veria como eu sou um cara legal, e eu deixaria as coisas fluírem. Dessa vez eu faria tudo certo.

Talvez continuar nessa escola não fosse tão ruim assim.