A Garota da Capa Vermelha escrita por GillyM


Capítulo 23
A flor da pele


Notas iniciais do capítulo

Corações unidos e corações partidos, controle e descontrole. Tudo envolve esse emocionante penúltimo capitulo.
Boa Leitura!!!


Obs: Esse capitulo contem insinuações sexuais e linguagem impropria!!!



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Henry ficou a observar aquela cena, a princípio ele não imaginara que Valerie seria capaz de fazer tal coisa tão primitiva e selvagem, no primeiro instante ele se assustou, mas depois não conseguiu esconder a satisfação que aquela cena lhe proporcionara. Para ele, ela não era mais um lobo, uma criatura da qual ele deveria odiar cegamente, logo o sol iria nascer e ela seria novamente a encantadora garota que o fez apaixonar tão perdidamente.

Assim que terminou Valerie ficou perplexa com a carnificina que a cercava, mais o que a deixava ainda mais surpresa era que a nível sentimental aquilo não significava nada, como se todos os sentimentos dela não habitasse mais sua alma ou se u coração, mas essa impressão foi desfeita no momento que o cheiro, tão doce e acolhedor de Henry, passou a sua frente com a leve brisa que soprava naquela noite. Sem coragem de olhar para trás e encará-lo novamente, ela se manteve imóvel de costas para ele.

Henry deu alguns passos a frente, ele queria tocá-la, queria senti-la, mesmo que  a cada passo para perto dela, lhe fazia sentir-se mais enojado. Tudo foi um grande paradoxo para ele, naquele momento o odiar e o amar o impulsionavam descontroladamente. Ao vê-lo se aproximar Peter se colocou a frente dele, ele não permitiria a aproximação de Henry de forma alguma, principalmente por se sentir ainda mais ignorado. Henry não se incomodou com a atitude de Peter, nem se quer deu importância a ele, tudo o que queria era se aproximar dela, e mostrar que de uma forma bem estranha, tudo continuava da mesma forma que antes.

Ao perceber a tentativa de aproximação de Henry, Valerie ficou confusa e com medo do que poderia acontecer, então correu para longe, o mais longe que conseguiu, ela não queria olhar mais para ele, não naquela noite e depois de tudo aquilo.

- Valerie! – Henry gritou ao persegui-la – Espere! Por favor!

Ela nem olhou para trás, então Henry parou de tentar alcançá-la, ela precisava daquele tempo, não deveria ser fácil lidar co aquela novidade e por esta razão ele deixou que Peter a acompanha-se, gostando ou não, naquele momento ele era o único que poderia ajudá-la.

Henry passou a noite na floresta, olhando para a lua e contando o tempo para que ela fosse embora logo, mas o importante era pensar nos próximos passos, que deveriam ser muito cautelosos.

- Henry? – Tina disse ao se aproximar.

- Tina! O que faz aqui? – Ele respondeu preocupado – A floresta não é mais um lugar seguro, deveria saber disso.

- Eu sei – Ela disse ao sentar sob a raiz da arvore, ao lado dele – Só queria saber como você esta! Fiquei preocupada ao ouvir os uivos. As pessoas ficaram agitadas e com muito medo.

- Não há motivos para preocupações – Henry disse – Ela já fez sua primeira refeição.

- Quem? – Tina ficou temerosa ao imaginar as possíveis vitimas.

- Roxanne! – Ele respondeu e riu satisfeito.

Tina se tranqüilizou, mas ficou a encarar Henry de uma forma estranha e perturbada.

- O que foi? – Ele perguntou intrigado.

- Seu riso maldoso me fez lembrar alguém – Ela disse e balançou a cabeça para se livrar das antigas lembranças d Damon.

- Espero que não seja Damon  – Henry perguntou sério e em seguida deu um meio sorriso.

- Não, claro que não – Ela mentiu – Você só esta diferente da ultima vez que lhe vi.

- As coisas mudam sempre – Ele lamentou – Nem sempre para melhor.

- Você precisa esquecer isso! – Tina não conseguiu esconder sua insatisfação – Ela já não pertencia ao seu mundo... E agora ela é totalmente contra ele.

- Eu fico honrado com sua preocupação, mas não preciso que me diga isso – Henry disse desanimado.

Tina ficou atordoada com o que acabará de ouvir, desagradada ela se levantou e caminhou em meio às arvores sem dizer nenhuma palavra. Henry se levantou e a seguiu, ele sabia que ela estava com a razão, mas também sabia o que aquele comportamento inapropriado de Tina significava.

- Espere! – Ele disse ao agarrar a mão de Tina – E diga de uma vez o que tem a dizer.

Tina parou, mas não se virou, ela queria esconder as lagrimas que corriam pelo seu rosto.

- Você é fantástica, inteligente e se mostrou leal a mim – Ele argumentou – Sei que todos tem um preço, mas não posso lhe pagar da forma que você deseja.

- Não estou a pedir nada – Ela resmungou – Eu só imaginei coisas de mais.

Henry a puxou para perto e a abraçou delicadamente.

- Sei que você seria ideal para mim – Ele disse m voz baixa, próximo ao ouvido dela.

- Então faça o que é certo! – Ela se afastou para poder olhar diretamente nos olhos dele.

- Quando eu estava noivo de Valerie e abri mão de me casar com ela, para que ela pudesse ficar com Peter, minha mãe me perguntou o porque tomei aquela decisão,mas nunca respondi – Ele se explicou – A verdade é que eu a deixei livre, pois vi o modo que ela olhava para ele, tinha tanto desejo naquele olhar, e eu soube que ela, pelo menos naquele momento, não seria capaz de olhar para mim com tanta paixão.

- Isso quer dizer que você pode até ficar comigo – Tina respondeu – Mas nunca vai me desejar tanto quanto a deseja.

- Bom que não preciso lhe dizer isso – Ele perguntou educadamente - Você seria feliz assim?

- Não! – Ela respondeu entristecida.

- Foi o que pensei – Ele disse e balançou a cabeça positivamente.

- Está tudo bem, obrigada por ser tão sincero – Ela disse ao se afastar – Mas assim como você, ficarei na espera, a final de contas... Ela o ama agora. Quem sabe não terei a mesma sorte.

- Quem sabe... – Henry continuou – Poderia me fazer outro grande favor?

Tina acenou positivamente com a cabeça e ouviu o pedido de Henry, em seguida caminhou calmamente de volta a Daggerhorn, Henry ficou a observar.

ENQUANTO ISSO...

Valerie encostou-se a uma arvore qualquer e deitou-se, não era o cansaço que lhe obrigava a parar, era a tristeza, pois não importava para onde ela seguisse, a tristeza iria continuar no mesmo lugar que estava, a única maneira de arrancá-la era tirando seu próprio coração, e por um momento ela desejou isso desesperadamente.

Valerie correu até perder o fôlego e não sentir mais o cheiro tão avassalador que a fazia se confundir ainda mais, Peter teve muita dificuldade para acompanhá-la, mas não desistiu de ficar ao seu lado. Ele deitou-se ao lado dela, tentando a deixar o mais confortável possível, ele sabia o quanto estava sendo difícil, e queria ampará-la da melhor forma que poderia fazer.

Ambos passaram o restante da noite no mesmo lugar, cada um com sua dor e com seu pensamento, e antes do sol nascer, eles caminharam de volta a velha cabana. Quando o sol começou a nascer, Peter a deixou a vontade dentro da cabana e foi para fora aguardar por sua transformação. Ele já havia se precavido de que ela iria rasgar toda a roupa que vestia, então providenciou antecipadamente outras vestimentas no dia anterior.

- Valerie? – Peter a chamou de fora da cabana – Posso entrar?

Valerie não respondeu então Peter decidiu entrar mesmo sem sua permissão. Ela estava sentada no chão já vestida, mas chorava muito, inconsolavelmente, naquele momento Peter tomou conhecimento do erro que havia cometido ao transformá-la.

- Eu pensei que essa era a única maneira de você olhar para mim novamente – Peter disse desanimado – Eu errei de novo, nem isso foi suficiente.

- Sim Peter! Você errou de novo, e de novo, e de novo! – Valerie respondeu, mas seu tom de voz não demonstrava aborrecimento, apenas decepção.

- Quando foi que acertei com você? – Ele perguntou chateado.

- Quando éramos crianças você sempre acertava – Ela respondeu enxugando as lagrimas de seu rosto.

- Então quando foi que comecei a errar? – Ele perguntou ainda não satisfeito.

- Quando foi embora e me deixou a te esperar toda noite, uma após a outra, em vão – Ela não mediu palavras para se expressar.

- Achei que fosse o melhor pra você, para sua segurança – Ele explicou – Mas assim que fiz isso a joguei nos braços de Henry.

Valerie se aproximou de Peter e segurou sua cabeça com as duas mãos, ela estava com o coração despedaçado por tudo o que havia acontecido. Porem naquele momento, ela não conseguia sentir raiva ou desprezo por Peter, ela apenas sentia pena.

- Nós podíamos ter tudo, você tinha meu coração em suas mãos, mas isso se foi, escapou por entre nossos dedos – Ela disse sem rodeios, mas da forma mais educada que cabia aquela situação – Eu odeio essa parte, não encontro outra maneira de lhe dizer, não posso mais amar você!

- Você não precisa me amar, eu tenho amor o suficiente para nós dois – Peter insistiu e apertou as mãos de Valerie ainda mais contra seu rosto, as lagrimas rolavam como rio em sua face – Fique comigo, vou te ensinar tudo o que sei, não estou lhe pedindo muito.

Valerie afastou suas mãos do rosto dele, enxugou novamente as lagrimas e se levantou.

- Nós podemos ser felizes! – Peter continuou – Sem Henry ou esta coisa que está em você, vamos nos livrar disso.

Valerie se rebelou ao ouvir aquelas palavras e deu as costas a ele, Peter foi atrás dela.

- Fique aqui! Esqueça-me, não venha atrás de mim, não quero viver com você e não preciso da sua ajuda, se vier atrás de mim... Matarei você – Ela cochichou – Não estrague tudo dessa vez, você me deve isso.

Peter não conseguia acreditar no que acabara de ouvir, ele sabia que muito de suas escolhas não foram corretas, mas ele não dava o direito a ela de lhe destratar de tal maneira.

- Eu podia ser normal como qualquer outro se não amasse você! Sou o que sou por sua causa, eu era novo e inexperiente, caí numa cilada que acabou com minha vida – Peter esbravejou – Não se esqueça do passado, eu te amei quando todos te rejeitavam, eu quase morri por você varias vezes. Eu errei sim, mas você também errou várias vezes, e é muito hipócrita para reconhecer.

- Aonde quer chegar com tudo isso? – Ela o provocou.

- Eu to querendo dizer que você não é tão diferente de mim. Você nunca foi boazinha, eu encobria suas encrencas. Lembra-se? Lembra-se dos animais que matávamos para sua diversão? – Ele continuou a esbravejar – Eu encobria todas as suas travessuras por que éramos amigos e eu te amava. A única diferença que existe entre nós, é que eu fiz tudo por você, e você só fez por si mesma.

Valerie fiou enraivecida com as palavras de Peter, mas ele estava tão zangado que ela não conseguia responder a altura, então ela apenas ouviu.

- Não pense que te desdenho por isso. Não tenho arrependimento nenhum de cobrir os seus rastros – Ele explicou – Eu a amava do jeito que era, o mesmo amor que me condenou. Eu sempre me julguei melhor que Henry para ficar com você, mas sinceramente eu acho que neste momento você não é a melhor para mim. Não posso ficar com alguém que me despreza.

O coração dele se partiu ao dizer aquilo, mas ele precisava dizer para poder ficar bem consigo mesmo. Seu coração estava amargurado,  e a rejeição estava explodindo em seu peito.

- Vá! Não perca tempo – Peter apontou em direção a vila – Ele está lá a tua espera, vá embora e não volte mais. Eu lhe ofereci minha ajuda, e você desdenhou dela. Eu não vou oferecê-la de novo.

- Você tem razão mesmo – Valerie disse com os olhos cheios de lagrimas – Eu não sou a melhor para você!

- E não me julgue errado – Ele gritou ao vê-la partir – Eu não sou o malvado desta historia, e você não é a mocinha. Não se sinta a chapeuzinho vermelho querida, porque agora sou um lobo e mesmo que você seja também, eu ainda posso te devorar sem pensar duas vezes!

Valerie caminhou por entre a floresta, ela não conseguia se esquecer das duras palavras de Peter e não conseguia se lembrar de tudo o que havia acontecido na noite anterior, mas se lembrava perfeitamente do olhar de Henry e dos sentimentos que passaram por sua cabeça naquele instante, ela caminhou por horas, se lavou na beira do rio.

Ao caminhar novamente ela se lembrou da antiga frase que sua avó sempre lhe dizia:

“Qualquer aflição diminui após comer”

Ao lembrar-se daquelas palavras, Valerie sabia exatamente para onde ir, para recuperar suas forças e decidir o que seria de sua vida, e o mais importante, decidir o que seria do filho que carregava em sua barriga.

Quando chegou lá, olhou a fachada da antiga cabana, o jardim estava coberto por mato, e havia muito reparo a se fazer, então imaginou como seria viver lá novamente. Ela subiu as escadas que levava até a porta de entrada e antes de abrir, sacudiu o tapete que dizia “bem vindo” que estava empoeirado em frente a porta.

DAGGERHORN

Henry passou as primeiras horas da manha sentado em frente a lareira, todas as coisas que estavam a sua frente o fazia lembrar-se do passado não muito distante, onde tudo era mais simples, mais feliz e mais tranqüilo.

Ele passou os momentos ao lembrar-se de Valerie, do seu sorriso, do seu beijo, de sua voz, tudo isso o fazia feliz quando era apenas um humano, mas agora, como um vampiro, todas aquelas lembranças o fazia reagir de uma maneira diferente, ele não se sentia feliz, um instinto de posse e agressividade tomava conta de seu corpo, a lembrança do sabor de seu sangue, o fazia desejá-la de forma primitiva e violenta, impulsos que ele tentava reprimir a qualquer custo. As mudanças em sua mente estavam cada vez mais evidentes.

Sua atenção foi roubada quando seus instintos o alertaram sobre algo, ele se levantou rapidamente e ficou a esperar, entro de si mesmo ele travava uma batalha dolorosa e indefinida, ele estava disposto a lutar contra sua própria natureza, mas sabia que seria algo difícil.

O cheiro já estava atordoante, quando alguém parou em frente a porta.

Valerie abriu a porta da velha cabana com o coração cheio de nostalgia, ao observar a pequena cabana notou que tudo ali parecia ter parado no tempo, tudo estava como na ultima vez que esteve lá.

Ela se deitou na velha e empoeirada cama, mas que mesmo assim a confortou alegremente, naquele momento nada parecia ter mudado, mas ao acariciar sua própria barriga, lembrou-se de que nada era como antes.

Ela recordou-se  de sua avó, principalmente de sua relação com seu falecido pai lobo, certamente ela tinha conhecimento de sua natureza, mas vivia com ele normalmente, isso não  afastou. Talvez o mesmo acontecesse com ela, pois naquele instante, Valerie não odiava tanto aquela criança como antes.

Perdida em pensamentos, Valerie pegou no sono.

Henry ficou a observar tudo do lado de fora da casa e assim que ela adormeceu, ele entrou. O cheiro era quase que insuportável para ele, mas com muito esforço ele permaneceu parado lá, em frente a cama a observando dormir.

A duas horas do sol se esconder Valerie abriu os olhos, a dor que sentia em sua barriga, antes fraca, agora começou a aumentar, e a fome e sede que sentia naquele momento lhe causava ainda mais dor no estomago. Ela se sentou na cama, esfregou os olhos para despertar mais rápido, e quando sua visão estava melhor, ela avistou nos pés de sua cama uma bandeja com um pedaço de pão, um copo com água e uma xícara de chá verde.

- Você vai se sentir melhor! – Henry disse ao afastar a cortina que separava o quarto da sala – Coma!

Valerie até parou de respirar por uns segundos, quando seus olhos encontraram o dele. Ela permaneceu imóvel e seu corpo congelou no mesmo instante.

Henry deu alguns passos em direção da cama.

- O que... houve com seus olhos? – Valerie perguntou pausadamente e temerosa pelo o que poderia acontecer – Eles estão... do-do-dourados.

 - Eu não sei! Posso me sentar aqui? – Ele disse apontando para beira da cama.

- Sim, eu acho – A voz de Valerie estava trêmula, como o seu corpo, já Henry parecia estar mais no controle da situação.

Henry já esperava que Valerie voltasse à cabana, pois aquele era o único lugar que ela conhecia, portanto ele se precaveu e providenciou alimento para ela. Ele pegou o pedaço de pão junto ao copo com água e ofereceu a ela, ele se manteve em silencio enquanto ela comia, ele estava a procura das palavras certas para dizer, o mesmo fazia ele enquanto se alimentava.

- O que... é isso? – Valerie disse quando terminou de comer, e apontou para o estranho chá verde.

- Isso é verbena, isso impedirá que o be...  – Ele se calou brevemente e prosseguiu – Isso o deixará fraco e impedirá que ele beba mais sangue que o necessário.

- Mas isso não está te fazendo mal agora? – Ela perguntou curiosa.

- Não nessa quantidade – Ele respondeu e logo se calou – Tina o preparou.

- Não quero beber isso agora – Ela disse ao afastar a xícara.

- Você deveria fazer isso agora – Ele a advertiu.

- Precisamos fazer outra coisa agora – Ela concluiu.

Henry pegou o copo vazio onde havia a água, levou o pulso esquerdo a boca e o feriu com suas presas, ele deixou o sangue escorrer para dentro do copo, Valerie se encolheu na cama ao observá-lo, o rosto de Henry estava duro como pedra, não havia nenhum sinal de tranqüilidade.

Quando o volume de sangue atingiu metade do copo, ele ofereceu a ela.

- O que está fazendo? – Ela se assustou com a atitude – Eu não quero isso.

- Beba! - Ele insistiu seriamente – Se quiser que seu filho ainda viva, terá que beber.

Valerie ficou em silencio por alguns minutos a olhar para aquele sangue, e enojada com o cheiro que vinha dele, fechou fortemente os olhos e virou o boco em sua boca, deixando o sangue descer rapidamente por sua garganta.

- Tome uma dose diária de verbena, coma muito carne vermelha e tome uma dose diária de sangue – Henry explicou – A verbena impedirá que ele te sugue até te matar, a carne vermelha satisfará parte dele e o sangue a outra parte.

- A dor se foi! – Ela disse ao abraçar a barriga – Como sabia disso?

- Sangue de vampiro irá satisfazer melhor você e ele – Ele continuou a falar – O sangue humano também funcionara, mas você vai precisar de uma dose maior dele. Suzanne me ensinou algumas coisas sobre lobos também, precisamos conhecer os nossos inimigos.

Henry se levantou da cama e caminhou até a porta, ao perceber o que havia dito, Valerie levantou-se rapidamente e foi atrás dele.

-Espere! – Ela disse em voz baixa.

Henry parou em frente a porta e se virou a ela.

- Não posso fazer isso, eu não consigo ficar perto de você – Ele disse encarando-a.

- Eu sei que devemos ser inimigos – Ela argumentou –Sou tão ruim para você agora?

- Não é o fato de você ser um lobo que me afasta – Ele disse ao se virar para porta novamente – É apenas você.

- Por quê? – Ela se surpreendeu com sua resposta.

- Por que a desejo ainda mais, e não sei até que ponto pode chegar – Ele fechou os olhos fortemente – Não sei se desejo sua alma ou sua carne.

- Então deseja os dois – Ela começou a se explicar – Também posso sentir o mesmo. Não sei se te detesto ou te adoro.

Valerie se aproximou de Henry e vagarosamente aproximou sua mão da dele.

- Não faça isso – Ele disse ao se virar novamente e ficou imóvel – Eu posso te machucar.

- Não, não pode – Ela disse ao olhar fixamente nos olhos dele – Eu não sou mais tão frágil quanto pensa, talvez nunca tenha sido frágil, ou tão doce e inocente quanto imaginava.

- Aonde quer chegar com isso? – Henry disse ao encará-la de volta.

- Existem partes de mim que você não conhece – Ela argumentou ao se lembrar das palavras de Peter – Eu nunca fui como as outras garotas, desde criança sinto-me diferente, eu não sou tão boa assim. Sou filha de lobo, o mal mora em minhas veias, sempre morou. Fugi do meu destino no passado, mas ele não desistiu de mim e voltou para me pegar agora.

- Talvez acredite, esperava sentir o medo em você – Disse ele – Mas não sinto o medo, porque você não o tem.

- Para ser sincera, me sinto melhor agora, como se meus medos não existissem mais – Ela lastimou – Não tenho mais medo, e não tenho vergonha de mostrar o mal que sempre morou em mim. Meu pai me disse antes de morrer que cada geração que viria seria mais forte, eu me sinto mais forte que Peter e mais controlável também. Tenho certeza que você não pode me machucar.

Ela agarrou rapidamente sua mão, o frio que vinha dele era quase que insuportável, mas ela agüentou firme. O mesmo ocorreu com ele, ao sentir a pele quente de Valerie.

Henry a puxou violentamente para perto, e pode sentir a tenacidade de seus músculos e a vibração que vinha do seu corpo, ele a beijou ternamente, com todo o cuidado possível, mas a medida que provava de seus lábios, que se tornara ainda mais saborosos e tentador, ele ia perdendo mais o controle, logo o beijo que era doce ficou violento, ele consumia seus lábios como se tivesse consumindo sua alma, suas presas os cortaram dolorosamente, e Henry saboreava seu sangue direto dos lábios dela.

O sabor do beijo de Henry era como ópio para Valerie, quanto maior era o atrito entre seus corpos, mais insaciável ela parecia, a força de Henry não incomodava mais, tão pouco perdia o fôlego como antes, e a violência de seu toque a estigava ainda mais. Logo o sabor dos seus lábios e o toque de sua pele se tornou insuficiente, então ela mordeu seus lábio também, deixando que seus sangues se misturassem, como se suas almas se tornassem uma só.

Henry perdeu ainda mais o controle e a atirou contra a parede, Valerie segurou fortemente seus braços o levando com ela, então ele percebeu que ela realmente deixara de ser uma frágil humana, ela estava forte e sua força vampiresca não a intimidava, ele avançou sobre ela e rasgou toda sua roupa.

“O seu sangue é ainda mais vermelho e quente”

 Henry disse ao olhar para os lábios machucados dela.

“Então o sugue e sinta o calor de uma só vez. Deixe-o entrar e queimar em você. Vou deixar você tão quente quanto o inferno. Eu quero queimar com você na cama”

Ela sorriu provocativamente para ele, nem ela acreditava no que havia dito, apenas sentia um impulso vindo dentro de si, mas ela não se envergonhou com suas palavras.

“Você realmente é a Valerie que conheço?”

Henry perguntou surpreso ao ouvir aquelas palavras tão impactante, mas que o deixou ainda mais impulsivo.

“Não. Agora sou um lobo”

Ela sussurrou no ouvido dele. A transformação de Valerie se mostrou total, não somente em sua forma física, mas em sua forma de agir e pensar, ela estava mais erótica, decidida e confiante do que nunca, Henry se satisfez com a surpresa.

Henry a levantou e a levou para o quarto, ele a jogou na cama e pulou sobre ela. Rapidamente ela o despiu também, mas em alguns momentos ela hesitou ao sentir a força do corpo de Henry sobre o dela.

“Você é tão frio e eu sou tão quente”

Ela sussurrou ao sentir seu corpo estremecer com o frio.

“Eu sei. E sei também que o seu calor não é o suficiente para afastar o frio de mim”

 Ele disse ao olhar para ela e apertar suas mãos com força contra a cama, para deixá-la imóvel.

Henry a beijou novamente, naquele momento ele a desejava mais que nunca. Por outro lado, Valerie mergulahva num rio de sensações diferentes, dor, desejo e ódio se misturavam aos prazeres que Henry a proporcionava, havia momentos que ela o afastava e momentos que ela o puxava o mais para perto de si. Ao perceber as diferentes reações dela, Henry a olhou nos olhos e percebeu que o brilho deles estava diferente, mais assombroso e obscuro.

“Seu toque desperta o que há de pior em mim. Sei que pode ver isso em meu olhar”

Ela disse ao encará-lo de volta.

“Então feche os olhos ou fique pronta para o ataque. Por que quando saboreio seu sangue, toda minha passividade morre, e você sabe disso”

Ele respondeu num tom ameaçador.

“Eu não tenho medo de você. Só não sei aonde isso vai nos levar”

Ela disse em resposta a provocativa ameaça de Henry.

“Agora não há mais volta... Ou eu te corrompo com meu frio... ou você me domina com seu calor. De qualquer forma... Eu não quero mais ouvir essa conversa fiada”

Ele disse friamente e a penetrou enlouquecidamente.

Valerie se calou e deixou tudo acontecer, ambos se usavam e se bebiam sem pensar, suas peles pareciam se repelir, seus olhos viravam de agonia e prazer, eles transavam como animais vadios e doentios. A cada movimento uma reação diferente, ele queria matá-la, ela queria matá-lo. Suor, presas, sangue e sussurros ditavam um ritmo alucinado.

“Estou viciado em seu sangue... e ele me faz muito querer matar você!”

Henry disse ao morder seus seios.

“Mate-me, mas morra comigo e vamos transar no inferno, onde nós dois pertencemos, seu sanguessuga imundo”

Ela sussurrou de volta ao sentir aversão de seu toque, mas ele a puxou ainda mais para perto pela cintura e abriu ainda mais suas pernas.

“Suas palavras não me ofendem, mas seu cheiro medonho de cadela no cio entope minhas narinas e me deixam enlouquecido”

Ele disse a segura-la pelo o cabelo.

“Cale-se e me penetre outra vez”

Ela sorriu e calou a boca dele com seus lábios.


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Notas finais do capítulo

Gostaram???
Espero que sim.
Mande seus reviews, estou preparada para flores e pedras!!! rsrsrs



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