Meu Nome não é Katherine escrita por Flanela


Capítulo 14
Vampira?


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo eu dedico inteiramente a Elizabeth, minha super amiga que começou a acompanhar a fic. Sua opinião - junto com a de todas vocês - é MUITO importante pra mim. Mas o lance é que a Beth ME conhece e é uma pessoa de personalidade muito forte, então eu sei que ela fala a verdade. Se gosta ela fala, se não, não.
E gostaria também de dedicar a TODAS NÓS, QUE ESTAMOS DE FÉRIAS!!!! PARABÉNS PARA TODOS NÓS :D



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Ela estava de pé, usando seu melhor vestido rosa com margaridas estampadas. Ela o adorava – era a única lembrança que tinha de seus pais -havia encontrado-a na casa onde eles haviam sido mortos, uma das únicas coisas que não haviam sido sucumbidas pelo fogo – e só vestia-o em ocasiões especiais. Estava em cima de uma rocha dura e fria, os pés descalços em uma praia deserta ao sul da África. Estava virada para a água do mar que, porém, estava a vários metros de distância. Onde ela estava havia apenas areia e muitas palmeiras, com uma rocha aqui outra ali. Estava cedo e o ar cheirava a maresia de maneira que poderia ser até nauseante para algumas pessoas. Mas não para ela. Ela gostava daquele cheiro. Na verdade não vivia sem ele. Esperava por aquilo como alguém em baixo d’água espera para subir até a superfície para conseguir ar.

Ela olhou em seu relógio de pulso. Oito e quarenta. Ele estava atrasado. Haviam combinado as Oito e vinte, afinal, ela tinha outro compromisso depois dali. Ela iria encontrá-lo. Se tudo corresse bem, aquele dia teria de tudo para ser um dos melhores de sua vida. Iria reencontrar seu melhor amigo E ver seu amor.

Isso, claro, se Jordan chegasse logo.

Nesse instante ela sentiu um movimento. Era engraçado como, com o passar dos anos, ela passava a ‘ouvir’ passos de vampiros, mesmo que estivessem a metros de distância. Metros esses que aumentavam a cada ano.

Ela apertou os olhos com força e então sentiu duas mãos grandes e frias em sua cintura.

     - Jordan!- ela disse e virou-se, dando um abraço apertado nele.

Era estranho como ele parecia cada vez maior, mesmo sendo um vampiro. Possuía praticamente a mesma altura que ela e era magro. Seus cabelos castanhos dançavam em sua testa, cobrindo-lhe um dos olhos.

     - Minha Pequena! - era isso que ela esperava ouvir. O jeito carinhoso com o qual ele sempre a tratava. Porém ela assustou-se quando, ao invés dele recebeu somente um fraco “Olá”

     - Vou ter que cortar esses cabelos! Mais parece que você ficou vivendo com leões em uma floresta do que dando uma gloriosa e fabulosa volta ao redor do mundo!

Porém ele continuou lá, parado. Ele soltou-se do abraço e virou sua cabeça para o chão.

Ela não entendia. Nunca o vira tão chateado assim. Ficou olhando-o por algum tempo, porém, quando finalmente ia falar ele levantou sua cabeça e falou. Foi como um palhaço, que hora esta chorando, ora sorrindo. Tudo parte do truque, claro.

     - Desculpe. De verdade. É só que tive uns probleminhas lá em Burundi (N/a: ESTADO DA ÁFRICA CUJA CAPITAL É BUJUMBURA). Não foi nada demais – ele apressou-se em dizer – só que me cansou um pouco. Que tal... Que tal se nos encontrássemos mais tarde?

     - Hoje eu e Elijah vamos sair Jordan. Eu te disse – ela olhou para o mar que continuava o mesmo, indo e vindo, sem nenhum contato com o que acontecia ao seu redor, e então voltou seu olhar para Jordan novamente – Esquece. Onde você quer se encontrar? Eu posso...

     - Não. Deixe para lá. Vá se encontrar com ele. Depois... Depois eu te procuro.

Ela sentiu uma pontada no estômago. Depois? Quer dizer, aquilo poderia ser no dia seguinte... Ou no mês seguinte. Além do mais Jordan nunca se comportara daquela maneira. E ele era seu melhor amigo, deveria lhe contar tudo. O que aparentemente não estava fazendo.

Ela respirou fundo e então sentou-se na rocha em que estava de pé, sem nem olhar para ele. Ela virou-se de costas para o mar e pôs o rosto entre as mãos, enquanto Jordan saia. Fora para a esquerda, porém ela não sabia para onde iria. Aquilo a deixava louca. Ela levantou a cabeça para comprovar que ele havia ido quando outra forma entre as árvores a chamou atenção. Um raio de sol bateu em cima da forma e ela estancou. O que Elijah fazia ali?               

De repente raios começaram a ecoar, e o tempo que parecia ótimo em um segundo estava horrível no segundo. Ela estava sozinha, ainda na praia, no mar. Os raios ecoavam muito fortes, juntos a trovões. Trovões que, aos poucos, transformaram-se em vozes.

Ela abriu os olhos. Foi como se, a cada movimento que suas pálpebras realizavam para se abrir, ela passasse por uma dimensão diferente. Quando seus olhos finalmente se abriram por completo, sentia-se cansada. Como se estivesse completando uma viagem de meses.

Seus olhos focalizaram no teto branco com um lustre de prata com três lâmpadas no teto de seu quarto de hotel. Estava deitada atravessada na cama, o lençol atravessado desajeitadamente sobre seu corpo. De repente ouviu batidas na porta. Batidas insistentes e fortes, que ela logo reconheceu como sendo os raios de seus sonhos.

     - Está tudo bem aí? Por favor, responda! Ou terei que arrombar! – Uma voz feminina rouca e abafada pela porta soava.

Ela levantou-se e preparou-se para vestir seu robe quando percebeu que estava vestida com um jeans e uma blusa azul de mangas bufantes. Chegou então à porta e abriu-a cautelosa. Ela achou que fosse somente mais uma recepcionista do hotel, porém, à sua frente, uma loira baixa e esguia pairava, olhando-a nervosa com seu par de olhos azul piscina. A mesma loira que, dias atrás, lhe emprestara uma muda de roupa. A mulher que era controlada por um vampiro, a que possuía uma cicatriz. Katerina achava que ela já havia deixado o hotel.

     - Oh!  - ela exclamou – Você está bem? Estava gritando demais! Algo aconteceu? Vou chamar ajuda – e estendeu seu braço magrelo e pálido para a parede onde se encontrava um interfone bege, sobre as paredes de mármore que cobriam a região dos quartos de cada andar no hotel. Katerina, no entanto, a deteve, segurando-a pelos ombros.

     - Está tudo bem. Eu estou bem. Eu estava somente... Cortando uma fatia de bolo quando me cortei. Tenho pavor a sangue.

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Antes mesmo de seus olhos se abrirem ela sentiu uma pontada em sua perna direita. Parecia que haviam praticado beisebol, e a bola, no entanto, tivesse sido sua perna. Ela estava deitada de barriga para cima em uma cama sem colchão, coberta com um lençol bege - por causa da poeira e mofo – que não esquentava nada. Levantando-se com cuidado ela percebeu que estava em um quarto pequeno, com paredes brancas desgastadas que estava totalmente arrumado, como se alguém morasse ali e, desde que esse alguém se fora, nada havia sido mudado. Flores de plástico moldavam uma mesa de madeira rústica que ficava perto de uma janela que, entretanto, estava com abas de madeira por toda a parte, de modo que Elena não pudesse ver o lado de fora. Ela levantou-se e começou a andar pé ante pé até a porta, na esperança de sair dali ou, ao menos, poder ver onde estava. O que ela não esperava era que fosse tropeçar em um sino travesso que pairava escondido no chão. Sino esse que fez um barulho não muito alto, porém alto o suficiente. Ela não teve tempo de fazer nada, se não fechar seus olhos com força, na esperança de que se o fizesse acordaria em sua cama, Stefan ao seu lado. Espere um pouco... Stefan? Onde ele estava?

     - Bom dia princesa– uma voz masculina a tirou de seus devaneios. Quando abriu seus olhos, um homem grande moreno e forte, que lhe despertava uma vaga lembrança, estava à sua frente encarando-a.

Ela deu alguns passos para trás, instintivamente.

     - Calma lindinha, tá tudo bem – e então o homem sorriu. Se estivessem em uma simples conversa Elena poderia deixar isso passar, porém estava tão amedrontada que era como se seu cérebro procurasse em tudo mais um motivo para deixá-la assim. Prestes a surtar. Os caninos do homem, além de serem extremamente afiados, estavam com pequenas mas perceptíveis manchas de sangue que iam desde a gengiva até a ponta dos dentes.

      - Onde estou? – ela finalmente conseguiu falar. Antes disso ela achava meio idiota como as pessoas diziam que as vezes a voz não lhes vinha, que não conseguiam falar. Porém nada fazia mais sentido naquela hora.

O homem deu alguns passos e abriu a boca. Elena tremeu, sabendo que não o fizera para falar.

O que se passou em seguida foi tão rápido que ela mal teve tempo de assimilar. Focada no rosto do homem que se aproximava Elena foi capaz de perceber uma mão atravessando seu corpo na altura do peitoral e, em seguida sair de lá. Ela achou que estivesse ficando louca, porém em seguida ouviu o barulho de algo cair no chão. Um coração. Vermelho e nojento, extremamente diferente daquele bonitinho e fofinho comum nos desenhos e imaginação popular. Os olhos do homem então se estreitaram, e ele pareceu surpreso por um milésimo de segundo, para, no seguinte, cair no chão fazendo barulho no assoalho velho.

     - Obrigada Petrus, pelos seus maravilhosos serviços. Porém eles não são mais necessários – a voz de Klaus estava no tom de sempre porém ao dizer isso a ponta esquerda de seus lábios curvou-se para cima brevemente, em um quase sorriso.

Ok. Agora eu estou morta. Elena estava a mil, as lembranças de tudo o que acontecera na noite do baile voltando-lhe a mente. Em um momento estava com Katerina no ginásio, no seguinte estava do lado de fora, a esperar Stefan quando uma mão se projetou em sua boca e nariz, sufocando-a e impedindo qualquer possibilidade de defesa. Ela lembrava-se também vagamente de estar em uma sala com uma mulher que não parava de falar em meio a um grupo imenso de velas e, depois ir parar no quarto onde estava. O homem grandalhão estava lá também. Na sua primeira tentativa de fuga ele a dera uma rasteira – por isso sua perna doía tanto - e ela caíra adormecida por.. Dois dias?

     - Sabe, vocês podem ser iguais, mas é incrível como, mesmo vampira, você continua a mesma. Sabe, diferente de Katherine. Eu diria até que parece um tanto... Patética – ele violou o silêncio que abrangia a sala.

     - O que foi que disse? – Elena berrou – Eu sou uma vampira? Uma vampira de verdade?

Klaus não respondeu, se aproximando dela e surpreendendo-a ao derrubá-la no chão, sentada. Ele então se agachou e se aproximou dela, até que a distância entre eles fosse mínima.

Elena não dizia nada, seu coração acelerado. Ela estava se sentindo diferente. A perna parara inacreditavelmente de doer. Ela achava que ia ficar doendo por dias. Ela não comia a mais de um dia e não sentia nenhuma fome.

     - Sim. Você virou uma vampira – ela arfava, nervosa, entrando em pânico, como uma máquina com defeito – Porém não para sempre. Não dá para fazer sacrifício com você vampira, não se lembra? Bem, que seja. Não preciso que você seja inteligente. Só preciso de você – Elena sentiu como se tivessem enfiado uma faca em seu estômago, para depois ela perceber que era somente a ponta de uma lapiseira – Desculpe te desapontar, mas, embora eu saiba que Stefan não será idiota o suficiente para tentar algo, Damon não está lá se comportando muito bem. Então porque não me prevenir? Fico com você e eles nem notarão a diferença.

     - Diferença? -  a voz de Elena estava trêmula

     - Se eu trocasse você e Katherine, pura e simplesmente, eles iriam notar. Não pelo seu jeito, mas pelo seu cheiro. Pela sua... Como vocês chamam? “Aura”? Que seja. Então troquei as duas de corpo. E, devo-lhe dizer, nem uma única alma veio te procurar. Ou eles nem notaram a diferença, ou notaram e... Bem. Ou então eles notaram e nem ligam.

     - Não – Elena viu-se falando, involuntariamente – Quer dizer, eles não devem ter notado nada. Katerina estava certa, Katherine não vale nada. Mas... Klaus, eu e você fizemos um trato. Eu me comportaria e em troca você não machucaria quem eu amo.

     - E estou cumprindo o trato. Não machuquei ninguém que você ama. Nem uma única vez. Elena – seus olhares se encontraram, uma vez que os de Elena andavam vagueando o quarto onde estava impacientemente – eu confio em você. Você sabe, é difícil confiar em alguém esses dias. Aliás, sempre foi. Mas você... Eu sei que você não fugiria. Você não cometeria os mesmos erros de Katherine. Nem os da humanidade, em geral. Porque, se eles são o gelo, você, querida, é o fogo.

Se Klaus fosse qualquer outra pessoa, Elena teria se sentido calma, tranqüilizada. Efeito que aquelas palavras transmitiam. Mas não a ela, a ela essas palavras traziam uma, e só uma sensação. Nojo.

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Damon corria o mais rápido que podia. Aparentemente Elijah queria encontrá-lo em uma praça no centro de Mistic Falls. Próximo ao lugar onde ele e Klaus... Haviam se enfrentado apenas alguns dias antes. Damon não estava surpreso com o fato de Elijah tê-lo compactado. Ele estava surpreso pois ele sabia usar um celular. Aparentemente, pelo que ele ouviu na breve conversa que havia tido com ele, Elijah dissera que comprara um aparelho celular.

A conversa pipocava em sua mente.

     - Sim? – Damon atendeu seu telefone celular no primeiro toque, firme. Estava andando nos limites da propriedade da casa dos Salvatores. Sozinho.

     - Damon – a voz de Elijah parecia distante e fraca – Me encontre no parque. Agora.

     - Você encontrou Katerina?

     - Sim.

Ao chegar ao lugar marcado, Damon procurou por alguma figura que estivesse se esquivando, solitária. Alguma figura distinta. Porém não encontrou nada, se não algumas crianças brincando de pique esconde em um final de tarde e algumas mães conversando entre si com seus carrinhos de bebê. Ele estava correndo a mão até seu bolso para ligar para Elijah, quando seu olhar pairou sobre uma mesa de pedra, em um canto razoavelmente escondido por duas árvores, uma de cada lado. Ali um homem alto de cabelos castanho bronzeados pairava, de costas. Elijah.

Damon se aproximou a passos humanos até a mesa e sentou-se em frente a Elijah.

     - Então? – Damon começou

     - Você precisa ajudá-la – Damon nunca o vira tão cauteloso e sério. Era como alguém que conferia os números da mega-sena, para ver se havia ganho, ou perdido.

     - Ajudá-la? Então você a encontrou? – ele inclinou-se sobre a mesa

     - Sim. Ela está no hotel agora. Mas está muito abalada. Eu preciso que você, Elena e Stefan cuidem dela. Principalmente você. Já que parece que ela gosta de você.

Damon teria facilmente corado. Isto é, se ainda fosse humano.

     - O que aconteceu?

     - Apenas faça isso. Ela vai te dizer se achar que deve.

Damon assentiu, sentindo que não haveria como convencê-lo.

Elijah então se levantou para ir embora. Ele virou-se para Damon, antes de sair.

     - Você tem o endereço do hotel?

     - Não. Nunca fui até lá.

Então ele estendeu um pedaço de papel branco na mesa. Um papel branco desgastado onde um endereço de um hotel não muito longe dali estava escrito com letras que, definitivamente, ou eram de alguém que escrevia 24 horas por dia, ou era muito, muito antigo.


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Notas finais do capítulo

Bem, espero que tenham gostado :D
* estou aberta à opiniões como sempre *
Obrigada pela atenção :D



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