O Herói Romano escrita por whocares


Capítulo 9
9.Pumps


Notas iniciais do capítulo

É,a hora da batalha esta chegando...Espero que gostem.



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Eu estava na proa do navio,no mesmo local em que havia quebrado as grades de proteção que permaneciam quebradas.O mar passava abaixo de mim a uma velocidade impressionante,afinal viajávamos à 60 nós,um feito incrível, eu diria.Mas nem assim seriamos capazes de chegar em Long Island a tempo,precisávamos cortar caminho.

Embora eu soubesse que não era a coisa certa a se fazer, decidi desrespeitar as ordens de Lupa,duas delas.

Isso já estava se tornando rotina, ir até às caldeiras.Uma rotina que eu odiava, desde a espessa camada de fumaça até a estranha sensação claustrofóbica que eu sentia lá dentro. E foi exatamente isto que aconteceu quando abri a escotilha e adentrei a sala das caldeiras.

Dezenas de rostos emergiam das nuvens de fumaça para me lançar um olhar de descontentamento que eu não sabia identificar o motivo, embora suspeitasse que tivesse algo haver com nossa “aventura” no Panamá. Resolvi procurar Oliver.

Como sempre, o líder do chalé de Vulcano estava em sua mesa no canto do local, onde a fumaça não era tão presente. Ele nem sequer tirou os olhos da tela do computador na qual letras e números aleatórios apareciam e desapareciam rapidamente.

-O que faz aqui, capitão?

-Preciso lhe dizer algumas coisas, em relação a viajem.

-A sim, finalmente explicações.- disse Oliver ironicamente. -O que é agora, vai fazer o navio voar de novo ou faze-lo afundar de vez?

-Muito engraçado, Oliver, mas não é nem uma coisa nem outra. Vamos mudar o curso da viajem.

Dessa vez ele se virou para mim, pasmo.

-Mas Lupa disse...

-Eu sei o que ela disse, mas se tivermos de parar na Flórida não chegaremos a Long Island a tempo.

-Se não formos para a Flórida o que faremos com as tropas?- Agora Oliver estava temeroso.

Não precisei pensar, eu já estava com tudo tramado em minha cabeça a varias horas.

-Levaremos as tropas conosco até Long Island, um ataque relâmpago vindo pela praia, quando na verdade é uma forma de avisar aos nossos combatentes que devem recuar para que possamos iniciar o bombardeio, assim as chances de alguém morrer são menores, ao contrario do plano de Lupa.

Oliver me escarou sem reação por alguns instantes, depois se levantou lentamente ficando de frente a mim, e por um segundo pensei que fosse receber um soco, mas ele apenas estendeu a mão à mim em forma de cumprimento, que aceitei.

-Nada mal, capitão. Lupa não vai gostar nem um pouco disto, mas é um bom plano. Prepare-se herói romano, ainda hoje com a benção dos deuses estaremos atracando em Long Island.

Sorri, mesmo que a felicidade não existisse neste sorriso. Quem ficaria feliz em explodir um acampamento? Não eu.

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Passei o resto da tarde vendo a bela vista da proa. Estávamos contornando o Triangulo da Bermudas, que embora tivesse sido mais rápido atravessa-lo, resolvi seguir pelo menos esta ordem de Lupa, e acho que fiz o certo.

O céu alaranjado pelo pôr-do-sol iluminava as aguas calmas do Atlântico norte, e embora eu não lembrasse o porquê, aquilo me fazia bem. O que mais um filho de Netuno podia  querer além de estar navegando nas agua de seu pai? Eu queria mais alguma coisa, algo que eu não lembrava, mas meu coração sim.

Pensando nisto meu olhar pairou sobre o lugar em que minhas mãos haviam partido as grades de proteção, e eu não pude deixar de me perguntar: “O que mais eu sou capaz de fazer?”

Quando a noite chegou, voltei a minha cabine, desviando e evitando os membros das tropas que exigiam respostas a respeito de não termos ancorado na Flórida, e eu não estava com cabeça para dar explicações. Algo em mim gritava, mas eu não conseguia ouvir o que nem quem gritava, acho que talvez fosse minha consciência  implorando que eu não ouvisse, que eu não participasse desta loucura.

Não faltava muito tempo para chegarmos ao nosso destino, o litoral de Nova York já estava próximo quando minha concepção a respeito dos gregos mudou abruptamente. Uma explosão.

Uma grande explosão vinda de bombas lançada por pégasus que voavam acima de nó atingiu a proa e o convés, sacudindo toda a embarcação. Não havia muito a ser feito, apenas corri pelos corredores que mais pareciam labirintos lutando contra os jovens guerreiros que corriam desesperadamente para todos os lados.

As explosões continuavam na proa quando abri as escotilhas das caldeiras e entrei correndo, gritando a todos pulmões tentando me fazer ouvir entre o barulho das explosões e histeria que tomaram conta de todos, inclusive os filhos de Vulcano.

-Quero que botem o Bellum á toda velocidade, não poupem nada! Se chegarmos perto de Long Island o suficiente posso tirar todos daqui. Mas precisamos ir mais rápido! Agora!

Me surpreendi com a rapidez em que minhas ordens foram cumpridas. Logo, o Grande Bellum navegava a uma velocidade assustadora, principalmente pelo metal da embarcação que rangia perigosamente sobre nossos pés, mostrando que logo o navio iria afunda levando com sigo centenas de vida se eu não fizesse algo.

Disse aos filhos de Vulcano que continuassem pondo o Bellum em velocidade, enquanto isso subi novamente até a proa.

Agora a praia estava próxima, mas não chegaríamos a tempos. Comandei a correnteza acelerando mais ainda o navio, mas os pégasus continuavam lançando bomba, todos os quatro cavalos alados, exceto um, que pairava baixo e era comandado por uma garota de lindos cabelos loiros e olhos tempestuosos que me encaravam como se não acreditassem no que vissem, a garota dos meus sonhos, literalmente.

Ela parecia mais interessada em mim do que eu nela, mas não era de se surpreender. Meu navio estava afundando, eu precisava fazer alguma coisa!

Esquecendo da garota que continuava ali me olhando, voltei a correr pelos corredores lotados até minha cabine, derrubando tudo o que tinha pela frente. Peguei um equipamento semelhante a um microfone e nele gritei, minha voz ecoando por todo o navio:

-Quero todas as tropas, sem exceção na proa. Teremos de saltar antes que o navio afunde, a praia de Long Island esta logo ali, e chegaremos lá nadando. Os gregos vão se arrepender!

A raiva espumava não só de mim, agora todos no navio ao invés de medo sentiam um ódio tão avassalador que foi o suficiente para que os pégasus voassem de volta ao Acampamento Meio-Sangue, embora a garota de cabelos loiros tivesse se demorado um pouco mais.

Faltava pouco para chegarmos à praia, tão pouco que as aguas agora rasas começaram a atrapalhar o avanço do Bellum que arrastava o caso através do solo arenoso, até que finalmente o navio parou, e no segundo seguinte todas as tropas, filhos de Vulcano, Vênus, Febo e um único filho de Netuno se jogaram ao mar, visando apenas o território em que seus inimigos estavam. Eles iam pagar por tudo isso. 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?