Rony e Hermione Weasley se encontravam em sua sala de estar. Ron lendo o Profeta Diário, e Hermione, deitada em seu colo, assistia ao tele jornal trouxa, quando escutaram o barulho de alguém abrindo a porta.

-Rose? É você?- gritou Hermione da sala.

Rose, que havia acabado de chegar em casa, junto com um jovem loiro, mais alto que ela e de queixo fino, gritou em resposta:

-Sim, mãe! Eu tenho uma surpresa pra você e o papai!- virou-se para o loiro, e disse numa altura que seus pais e seus irmãos não poderiam escutar:- Scorp, eu vou ali e já volto, ok?

O garoto loiro, a quem chamavam de Scorpius Malfoy, ou os mais íntimos, Scorp, assentiu. Ouviu os passos da garota, e uma porta sendo aberta, e de dentro do que parecia ser uma sala, e o som de uma pessoa anunciando alguma notícia era escutado. Por um tempo se fez silêncio, e depois Scorpius pode escutar gritos, provavelmente do pai de Rose. A porta foi fechada de novo, e uma Rose com olhos arregalados apareceu perto de Scorpius, sussurrando:

-Venha comigo- e pegou sua mão. Os dois fizeram o mesmo percurso que Rose fizera anteriormente, chegando à sala que os pais dela se encontravam.

Quando chegaram lá, Scorpius já não escutava mais o som do noticiário trouxa, na verdade, não escutava mais nada que não fossem os gritos de Rony. Rose se agarrou ao seu braço.

-O que você pensa que faz aqui?- perguntou o Sr. Weasley, se levantando e andando até Scorpius.

-Eu e Ro...

-O QUE VOCÊ FEZ COM A MINHA FILHA, PURO SANGUE!- gritou Ron, tirando a varinha do bolso e apontando para o pescoço de Scorpius.

-Mãe, a mostarda acabou e... – Hugo entrou na sala, com a boca cheia do que parecia ser um sanduíche feito ás pressas, para um guloso, mas parou de falar subitamente, assim que viu sua irmã pendurada num loiro, seu pai vermelho (quase roxo) de raiva e sua mãe, segurando na cintura de seu pai, inutilmente tentando afastá-lo do garoto loiro. – Caramba.

-Hugo, o que você quer?- Ron perguntou com um pouco de raiva, guardando a varinha no bolso de trás da calça, com Hermione em seu encalço, certificando-se  de que o marido não voltaria a agarrar Scorpius Malfoy. – Não vê que estamos discutindo o que faremos com a doninha júnior?

-Doninha júnior?- perguntou Hugo, olhando furtivamente para irmã. – Por acaso eles estão namorando?- completou ao ver sua irmã aos beijos com Malfoy, e toda aquela ação por debaixo da blusa, nem lembrada que os restos dos Weasley estavam na sala.

-Não, meu filho, é só que seu pai e eu...- começou Hermione, mas parou assim que escutou um guincho agudo de “Meu Mérlin”, de Rony, e vendo o mesmo caindo no chão.

Hugo espichou o pescoço, e disse:

-Não é todo dia que se vê isso.

Hermione começou a tentar acudir o marido, mas este já estava se levantando e dizendo:

-VOCÊ! O QUE FEZ COM A MINHA PRINCESINHA, HEIN, SEU FILHO DE UMA RATAZANA ALBINA?

Scorpius se separou de Rose, ambos com o rosto vermelho e disse:

- Sr. Weasley, eu e Rose só...

-EU NÃO QUERO SABER!- esbravejou Ron. – SAIA DA MINHA CASA, FILHO DO ELEFANTE AGUADO!- sacou a varinha, e a colocou em frente ao pescoço de Scorpius.

-Papai, pára!- uma figura miúda, ruiva e de olhos castanhos, com sardas no rosto, puxou o braço do pai. Hermione e Hugo só assistiam. – Mamãe, Hugo, podem deixar eu, Scorp, e papai a sós?

-Clalo que posso- disse Hugo com a boca lotada de comida, e babando o que parecia ser um pedaço de alface – mas só se você me der aquele pedaço de torta que a vovó fez.

-Eca! Hugo, seu nojento, faça o que quiser desde que tire essa sua boca cheia de... Argh, nem quero saber o que tem ali, e esse seu estômago universal de perto de mim.

-Beleza maninha, mas vê se para com aquela ação por debaixo da blusa.

-Hein?- Hermione e Rony perguntaram juntos.

-Ah, esquece- declarou Hugo, saindo da sala e subindo a escada, murmurando:- os velhos de hoje em dia não tem mais sentido nenhum...

-Ron, vê se consegue se controlar. Eu vou lá pro quarto, ok?- Hermione disse, e saiu da sala, fechando a porta, deixando os três sozinhos.

Ron se virou para a filha, que encarava o namorado.

-Então, o que você e o sangue-puro têm?- perguntou o ruivo.

-Primeiro: pare de chamá-lo ele de sangue-puro. Segundo: nós só estamos namorando. Só isso- terminou Rose, estreitando os olhos.

-Sr. Weasley, as minhas intenções com sua filha não são nada demais- Scorpius disse pela primeira vez mais de quatro palavras.

-E TODA AQUELA AÇÃO POR DEBAIXO DA BLUSA?! EU TO SABENDO POR QUE O HUGO ME FALOU!- explodiu o Rony mais uma vez. Provavelmente Hermione devia ter escutado, pois abriu a porta abruptamente, segurou o braço do marido, e resmungou um ”por favor, Ron”, suplicante. Ron se virou para a mulher, e disse num tom de voz calmo, que só usava quando estava bravo e falava com ela. – Hermione, ele é filho do Malfoy.

Ron praticamente cuspiu a última palavra. Hermione se virou para ele, e disse:

-Sim, Ron. Eu sei. – Então ela beijou Ron, e quando ambos se separaram, o ruivo mais velho olhou na direção da filha, que estava agarrada á Scorpius novamente, só que dessa vez eles estavam no sofá, e a ação por debaixo da blusa acontecia. Intensamente.

-ROSE JEAN GRANGER WEASLEY! O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO?!- perguntou um Ronald fora de si. – SAI DA MINHA CASA, MALFOY! E SOLTA A MINHA FILINHA DE CINCO ANINHOS!

Rose e Scorpius se separaram, e Rose olhou feio para o pai; a garota se levantou, e foi até ele.

-Eu. Não. Tenho. CINCO ANINHOS!- esbravejou ela, apontando o dedo indicador para o pai. – E EU VOU FICAR COM O SCORPIUS, SIM SENHOR!

-Rose Jean Granger Weasley- chamou sua mãe, em tom severo. – Mocinha, o que você está pensando falando assim com o seu pai?

Rose olhou para o pai, que estava com as orelhas vermelhas.

-Desculpe papai- ela murmurou cabisbaixa. – Mas eu  não tenho cinco anos, tá?

-Agora é a sua vez, Ron. Peça desculpas á sua filha e ao namorado dela- continuou Hermione severamente. Até lembrava a McGonagall.

Rony andou em direção á filha, porém quando estava perto da garota, virou-se para Scorpius e falou:

-Scorpius Malfoy, se você não quiser entrar automaticamente na lista para os que querem seguir a carreira de Auror, saia dessa casa nos próximos vinte segundos. 

E olhou o relógio de pulso. 

Hermione olhou o marido com ar de reprovação e quando iria abrir a boca para dizer algo, uma voz abafada disse:

-Por quê a Rose tá saindo com uma mala e aquele cara? - Hugo perguntou apontando para a porta. 

Hermione e Ronald viraram automaticamente para o hall e Ron saiu correndo. 

-Er, mãe, você não pegou a mostarda para mim - Hugo mostrou o sanduiche pingando molho.

-Poupe-me Hugo Weasley - Hermione saiu atrás de Rony, Rose e Malfoy. Hugo ficou apenas olhando para a porta. 

-Tudo bem - disse e sentou-se no sofá deixando cair tomate. -Fudeu. A mamãe me mata hoje. 

Tentou limpar com magia o estrago, e obviamente não funcionou. Foi até a cozinha pegar algum pano, e quando estava levantando - com a mão encima do tomate, por sinal - sentiu uma bunda sentar em cima a dele. 

-Mas que diabos... UOU! 

Rose e Scorpius beijavam-se loucamente, atirados ao sofá. 

-Não pára, não Rose! - Hugo falou. - Pera ae que eu vou lá em cima pegar a câmera e... 

Foi interrompido por um baque surdo no chão e um guincho de horror. 

-HUGO WEASLEY, O QUE VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FAZENDO COMENDO NO SOFÁ?! - Mione berrara furiosa para o filho. 

-Fudeu - Hugo murmuoru para si mesmo. 

-Hermione - um sussurro chamou. - Diz pra Rose que se ela não quiser ter uma mãe viúva aos dezessete anos peça para ela parar de fazer aquilo. 

Hermione virou o rosto e pela primeira vez pareceu notar Rose. Porém não pareceu se importar com isso e virou-se para o filho, continuando a ralhar com ele pelo tomate espalhado no sofá; Ronald se lamentava por dipravarem sua filhinha e Rose... Bem, poderiam demorar um bom tempo até saber quem era Rose e quem era Scorpius naquele sofá. 

FIM