O Segredo da Realeza escrita por teffy-chan


Capítulo 18
Capítulo 18 - Lembranças da Alameda das Cerejeiras


Notas iniciais do capítulo

Yoo minna-san! Tudo bom?^^

O capítulo tá meio tristinho ainda, mas eu até que achei bem kawaii *---*
E olha, como eu sei que a maioria aqui está incomodado com essa situação de trauma da Naddy, eu fico muito feliz em avisar que.... essa fase acabará em breve! /o/
*soltando fogos de artifício*

Capítulo dedicado para Miwakou e Rachel Clearwate õ/

Boa leitura^^



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Tadase guiou a Rainha por ruas onde ela não costumava passar, mas que lhe eram muito familiares, como se ela já as tivesse visto em sonhos, ou há muito, muito tempo atrás. Até que, ao virar uma esquina, chegaram em uma rua muito estreita e comprida, e também belíssima. Era toda pavimentada com mármore, o que dava a impressão de que todo o chão cintilava quando os raios de sol refletiam nele. E dos dois lados da calçada haviam árvores, muitas árvores mesmo, todas sem uma folha sequer, mas repletas de flores de cerejeiras.


- Mas... a-aqui é...
- Você se lembra desse lugar? - perguntou Tadase com um sorriso gentil
- Mas é claro... a Alameda das Cerejeiras... nós costumávamos brincar aqui quando estávamos no primário - comentou Nadeshiko, esquecendo-se do dia anterior pela primeira vez naquela manhã, enquanto admirava as belas cerejeiras à sua volta, realmente impressionada de que o Rei ainda se lembrasse dali - Não acredito que você lembrou desse lugar, Hotori-kun...
- Eu sempre venho aqui quando estou triste ou deprimido. Daí fico admirando essas cerejeiras. Elas são tão lindas, tão imponentes... e eu tenho tantas boas memórias desse lugar,que é difícil eu não conseguir me animar de novo - comentou o Rei sorrindo
- É incrível... ah, olha isso! - exclamou Nadeshiko de repente, apontando para uma cerejeira particularmente alta - Nós costumávamos medir nossa altura aqui, lembra? Nossa, ainda tem as marcas - comentou a Rainha, vendo duas colunas marcadas na árvore, uma com a letra "N" no topo, e outra com a letra "T", e vários tracinhos embaixo das letras
- É claro que lembro. Você sempe me vencia, mesmo sendo uma garota... ei, você quer marcar a altura que temos agora? - sugeriu Tadase
- O que, sério?! Acho que ainda sou mais alta, hein...
- Ora, vamos lá, pelos velhos tempos! - insistiu Tadase sorrindo, e Nadeshiko se deu por vencida.


Ela pegou uma pedra no chão e marcou a altura de Tadase na árvore, e depois ele fez o mesmo na coluna dela. Depois os dois largaram a pedra e se afastaram para observar a coluna.


- Viu, eu disse, ainda sou mais alta - falou Nadeshiko, com um pequeno sorriso se formando no canto de sua boca
- Ahh cara, não acredito que perdi de novo... mas você vai ver, ainda chegará o dia em que eu serei mais alto do que você! - exclamou o Rei, comos e fizesse uma declaração de guerra
- Quem sabe, não é...?


Nadeshiko continuou caminhando sem pressa, admirando as cerejeiras. Era incrível como ali nada havia mudado, ela tinha tantas boas lembranças daquele lugar... lembranças tão diferentes das recordações que ela tinha do dia anterior... o que ela mais queria era esquecer aquilo, mas por algum motivo, ela não conseguia parar de pensar no que acontecera.


- Né Hotori-kun... eu acho que já disse isso, mas... obrigada por ontem - disse a Rainha de repente, ainda encarando as cerejeiras, sem realmente vê-las - Se você não tivesse aparecido, eu... não quero nem pensar no que teria acontecido comigo. Parece que você está sempre me salvando... primeiro aquela história com a Yamabuki Saaya, agora isso... será que... vai ter uma próxima vez...? O que mais falta me acontecer...? Eu... estou com medo... com medo de que mais alguém tente me fazer mal, e... você não esteja lá pra me salvar... se você não estiver... o que eu vou fazer...?!


E sem mais aviso, Nadeshiko atira seus braços em volta do pescoço de Tadase, abraçando-o. Tadase ficara bem chocado com a repentina ação da garota, mas não teve tempo para ficar embaraçado, pois sem mais nem menos, ela caiu no choro.


- Se... se você não puder me salvar, eu... o que vai acontecer comigo?? Se mais alguém tentar me fazer mal... se essa pessoa conseguir dessa vez, eu... o que eu vou fazer?! Talvez... talvez fosse melhor, eu... sair daquela escola... tudo isso aconteceu porque eu sou a Rainha... por eu ser a Rainha, parece que tenho sido cobiçada pelos outros garotos... enquanto que as garotas têm ódio de mim por eu estar sempre perto de você... eu não posso confiar nem nos garotos e nem nas garotas... não posso confiar em mais ninguém... eu... eu acho que apenas deixar de ser Guardiã não basta... talvez eu devesse mesmo... mudar de escola... a-além do mais, não posso ficar dependendo de você pra sempre, não quero te causar mais problemas, ou ser um fardo pra você, então... talvez seja melhor eu... ir embora - Nadeshiko murmurava essas palavras em meio aos soluços provocados pelo choro, as lágrimas escorrendo livremente por sua face. Tadase abraçou a garota gentilmente, enquanto acariciava o topo de sua cabeça com uma das mãos. Nadeshiko não fugiu dele dessa vez: Pelo contrário, ao sentir que o garoto retribuíra seu abraço, ela o abraçou com mais força ainda, quase enforcando o garoto.
- Não se peocupe com isso, Fujisaki-san... você pode depender de mim o quanto quiser, que eu não me importo. Você não é um fardo pra mim, nem nunca me causou nenhum problema. Eu te ajudo e te protejo porque eu quero fazer isso, e não por obrigação. Eu vou continuar te protegendo, porque... porque você é importante pra mim. Você... é a pessoa mais preciosa pra mim no mundo inteiro, então... não se sinta culpada por causa disso. Além do mais, se as garotas te causarem algum problema por minha causa, eu tenho o dever de te proteger, não faço mais do que a minha obrigação. E se algum garoto te causar problemas outra vez... bem... também tenho o dever de te proteger, porque... afinal, você é a minha Rainha, não é...? - falou Tadase, sorrindo um tanto embaraçado
- É... acho... que sim - respondeu Nadeshiko, tentando conter o choro, sem sucesso.


Ok, todos concordamos então que Nadeshiko é a Rainha dele. Só falta saber em que sentido, mas isso terá que ficar pra outra ocasião, pois Nadeshiko ainda chorava muito, pelo jeito não iria esquecer o ocorrido nem tão cedo.


- Pronto, pronto... tente não andar mais sozinha enquanto estiver na escola, Fujisaki-san. Fique sempre ao meu lado... assim ninguém poderá te fazer mal, está bem? Eu não vou deixar que mais ninguém faça mal à você - murmurava Tadase no ouvido da garota, enquanto acariciava sua cabeça, passando a mão pelos cabelos dela
- Eu.... e-entendi, mas... droga, isso não pára... não consigo... parar de chorar... quando lembro do que aconteceu ontem... a-as lágrimas simplesmente saem, não consigo evitar...! - soluçava Nadeshiko, aparentemente fazendo uma esforço imenso pra parar de chorar, embora não tivesse sucesso
- Está chorando porque uma coisa ruim aconteceu. Pode chorar o quanto quiser. Chore até não poder mais, chore até que suas lágrimas tenham lavado toda a tristeza que está em seu coração. Eu ficarei ao seu lado até que você se acalme - falou Tadase sério
- Não... e-eu não quero... mais chorar... e-eu não posso ficar chorando assim, preciso... s-saber manter a calma... preciso... saber me comportar direito, isso é... falta de educação, e... m-muita indelicadeza de minha parte... - murmurava Nadeshiko entre soluços. Ela já tinha chorado tanto que estava vagamente impressionada consigo mesma por ainda ter lágrimas, ela estava começando a pensar que já tinha quebrado o recorde de Yaya em passar mais tempo chorando.


Pelas palavras da garota, Tadase concluiu que isso tinha alguma coisa a ver com a educação rígida que ela recebera da mãe, sobre como se comportar como uma perfeita dama. Fala sério, às vezes educação demais pode fazer até mal, é serio. Afinal, foi por causa dessa educação excessiva que ela acabara aceitando o chá drogado do dia anterior que a fez desmaiar. Tadase a abraçou um pouco mais forte, e disse:


- Né Fujisaki-san... eu acho que já te disse isso antes, mas... não importa o quão perfeita você tente ser, você ainda é um ser humano, e nenhum ser humano desse planeta é perfeito. Todos os humanos têm seus defeitos, e cometem erros de vez em quando. Por mais educada e graciosa que você seja, você ainda é humana, e como todos os humanos, você pode ter seus momentos de raiva incontrolável, ou se sentir triste a ponto de chorar como uma criancinha, isso acontece com todo mundo de vez em quando - falou Tadase sabiamente - Além do mais... se você não puder chorar quando estiver triste, depois não poderá sorrir quando se sentir feliz. E eu quero muito ver o seu sorriso de novo. Isso porque... eu amo ver... a Fujisaki-san sorrindo. Eu adoro ver o seu sorriso, então... chore o quanto quiser... pra que eu possa ver logo aquele seu sorriso que eu amo tanto...


Nadeshiko afrouxou um pouco o abraço, e se afastou alguns centímetros do garoto, para que pudesse ver seu rosto. Tadase sorria docemente pra ela, um sorriso tão gentil, tão caloroso... era realmente impressionante como o sorriso daquele garoto, e apenas dele, fazia tão bem para a Rainha. Ainda com lágrimas lavando seu rosto, ela conseguiu esboçar um pequeno sorriso no canto da boca. Não era como aqueles sorrisos falsos e forçados que ela dava só por educação, como lhe foi ensinado, era um sorriso tímido, mas verdadeiro. Apenas Tadase conseguia fazer ela sorrir de verdade. A garota havia finalmente parado de soluçar, e se afastou alguns passos, soltando o Rei, que tirou um lenço do bolso e enxugou suas lágrimas.


- Assim está bem melhor... agora sim você está parecendo a Fujisaki-san que eu conheço - disse Tadase alargando seu sorriso - Ei, vamos combinar uma coisa? Hoje não vamos mais falar sobre o que aconteceu ontem, nem sobre a escola, sobre os Guardiões, nem nada... vamos só falar de outras coisas, coisas boas e felizes, que tal?
- T-Tá... tá bem...
- Ótimo! Ei, lembra aquele balanço que tinha no final da alameda, onde a gente costumava brincar quando éramos pequenos? Acho que ele ainda está aqui, quer ir lá conferir? - sugeriu Tadase
- O que, aquilo ainda existe?! Não pode ser, já faz muito tempo! - duvidou a Rainha
- Vamos lá conferir então!


Tadase segurou a mão de Nadeshiko e a guiou até o fim da Alameda das Cerejeiras. No final havia uma pequena praça redonda, com escadas em volta, e no centro, um balanço para duas pessoas. Estava velho, mas bem conservado.


- Não acredito... isso está mesmo aqui... - murmurou Nadeshiko incrédula
- Viu, eu disse - falou Tadase sorrindo
- Lembra como você costumava me empurrar no balanço? - comentou Nadeshiko - E depois você dizia que iria se balançar tão forte e rápido que faria o balanço dar um giro completo, pra que você desse a volta ao mundo...
- Eu era meio bobo naquela época hahahaha... - riu-se Tadase meio sem graça - Mas foram bons tempos. Ei, não quer se balançar um pouco? Como nos velhos tempos?
- Não vai tentar dar um giro de 360º de novo, né??
- Hahahaha não, não, eu aprendi a lição... mas posso te empurrar no balanço se quiser - sugeriu Tadase
- Não, não precisa... - falou a Rainha um tanto embaraçada
- Vamos sentar os dois então - disse Tadase, sentando-se no balanço.


Nadeshiko sentou-se ao lado dele, segurando nas correntes ao lado, embora não estivesse se balançando. Os dois conversaram o dia todo, e como Tadase sugerira, eles não falaram dos acontecimentos do dia anterior, nem sobre a escola, sobre os Guardiões, nem nada disso. Ficaram recordando a infância, as besteiras que fizeram quando eram pequenos, os lugares secretos onde cada um se escondia quando brincavam de pique-esconde, o dia em que seus Shugo Charas nasceram, e os motivos que lhes levaram a desejar um alter-ego. As horas passaram depressa, e no fim daquela tarde, Nadeshiko conseguiu sorrir alegremente de novo.
Quando o sol começou a se pôr, eles voltaram até a casa de Tadase, Nadeshiko pegou sua capa de Guardiã e sua mochila que ela havia deixado lá, e o garoto a acompanhou até a casa dela. Chegando lá...


- Hotori-kun... muito obrigada por hoje. Foi muito bom recordar a infância com você - sorriu a garota meio sem jeito
- Imagine, eu me diverti também. Né... você vai à escola amanhã?
- Acho que sim... eu vou ter que voltar algum dia, não é? - conformou-se a garota.


Nadeshiko precisava entrar, não havia porquê adiar ainda mais a despedida, mas por alguma razão, ela não conseguia largar a mão do garoto. Eles haviam feito todo o caminho de volta da Alameda das Cerejeiras para a casa de Tadase, e de lá para a casa da Família Fujisaki de mãos dadas, e Nadeshiko se sentia tão protegida e segura enquanto segurava a mão do Rei que não queria mais soltá-la, ao invés disso, só apertava a mão do garoto ainda com mais força.


- Algum problema Fujisaki-san? - perguntou o Rei
- É que... eu não queria ter que voltar pra casa... quando eu entrar, vou ter que explicar aos meus pais o que realmente aconteceu, e... eu não quero... não quero ter que falar sobre isso de novo... queria poder voltar pra sua casa de novo e ficar lá pra sempre... não quero me separar de você
- Você não vai se separar de mim... vamos nos ver de novo na escola amanhã, lembra? - falou Tadase gentilmente - Além do mais, seus pais te amam, e eles precisam saber o que aconteceu, pra que possam tomar as devidas providências. Vai dar tudo certo, não se preocupe
- "Providências"... não há muito a ser feito agora, eles provavelmente vão querer processar a família do Ko... "dele", assim como fizeram com a Família Yamabuki - murmurou Nadeshiko. Tadase reparou que ela não conseguia pronunciar o nome de Koji, embora provavelmente tivesse que mencioná-lo quando contasse a verdade pros pais
- Não se preocupe, vai ficar tudo bem... já está tudo acabado, você só precisa informar os seus pais sobre o que aconteceu. E você não está sozinha... mesmo que eu não esteja lá, você tem a Temari ao seu lado, e também o seu irmão, eles vão poder te ajudar. Então não fique mais triste... ok?
- Isso mesmo, o Tadase-kun tem razão, Nadeshiko! - exclamou Temari de repente, tentando animar sua dona - Mesmo que seus pais não possam me ver, eu vou estar lá com você ao seu lado pra te apoiar, não precisa ficar assim!
- A Temari tem razão, recomponha-se de uma vez e aja como uma verdadeira Rainha - falou Kiseki decidido - Uma boa Rainha não tem que ser apenas graciosa e refinada, mas também forte e corajosa. Eu não conheço ninguém mais adequada para o posto de Rainha do que você, então erga a cabeça e recomponha-se de uma vez, mulher!
- Hahahahaha... vocês têm razão... obrigada vocês dois - agradeceu Nadeshiko, voltando milagrosamente a sorrir - Eu sei que você sempre estará ao lado, Temari, nós sempre estivemos juntas em tudo, e sempre estaremos. E você está certo, Kiseki, se eu quiser ser uma boa Rainha, não devo ser apenas delicada e ter bons modos, eu preciso ser corajosa também. Não é à toa que você é o Shugo Chara do Hotori-kun hahahahahaha...
- Não sei porque fiquei com a impressão de que você está rindo de mim, mas... pelo menos você se animou de novo - comentou o pequeno Rei meio contrariado
- É só impressão sua, Kiseki - falou Temari, sorrindo também
- Bem, eu preciso entrar agora. Obrigada de novo, Hotori-kun.


Nadeshiko deu um rápido abraço no amigo e, finalmente soltando sua mão, ela entrou em casa.

*** Próximo Capítulo: Novo Plano, Novos Aliados! ***


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Notas finais do capítulo

Gente, pode falar, Tadase faz milagre, cara!! Santo Tadase, ainda não sei como ele conseguiu isso, mas que foi foda, foi!! u__u

Nyaaaa gente vcs não fazem idéia de como eu amo de paixão esse capítulo... sério, quando eu o escrevi e depois reli pra ver se não tinha nenhum erro de português, eu fiquei tipo "OMG não acredito que um serzinho humilde de cabeça-oca feito eu conseguiu escrever algo tão maravilhoso!!!!" Sério, mil desculpas se eu estiver me gabando ou sendo convencida, mas eu achei esse cap tão lindo, tão perfeito, que parece até cena de um livro, sei lá, não parece que uma mera escritora de fanfics escreveu essa coisa maravilhosa!! Gente como eu amo esse capítulo, é sem dúvida o mais kawaii e mais perfeito que já escrevi até hoje *---*

Ok, agora que eu já desabafei, já abri meu coração, por favor me digam que está realmente bom e que não é só coisa da minha cabeça onegai *olhinhos brilhando*

Ahh sim, caso alguém tenha achado esse cenário familiar ou tenha se lembrado (o que eu duvido muito) e tenha ficado em dúvida, é porque eu reaproveitei esse cenário da fanfic "A Escolha". As duas fics não têm nenhum tipo de ligação, nem nada a ver uma com a outra, eu apenas achei esse lugar lindo demais pra ser usado em apenas um capítulo como cenário de uma batalha final XD

Deixem reviews onegai, lembrem-se, reviews fazem bem pro coração e pra imaginação da autora *o*
Ahh e pra quem acompanha e não viu ainda, eu já postei em "Por Trás dos Bastidores" hein =D
Sayonara ^__^