Meu Amado Monitor escrita por violetharmon


Capítulo 38
Capítulo 38 - Minha Amada Sonserina


Notas iniciais do capítulo

Gabi: COOOOOOOOOOOOOORRE, GAAABS, TÃO QUERENDO MATAR A GENTE!
GABS: EU SEI, GABIIIII! ME SOCORRE! AAAAAAAAH, PROTEGO!
Leiora 1: AVADA KEDAVRA!
Gabi: *esquiva*
Depois de muitos e muitos e muitos e muitos dias correndo e se escondendo...
Gente, estamos cientes do atraso, ook? Mas as aulas voltaram com tudo, a criatividade fugiu e ficou um nada no nosso cérebro.
Esse cap é especial, na verdade nem foi planejado. SIMPLESMENTE SURGIU.
Tem uma música no cap que é de autoria da Gabi (link: http://tio-vold.tumblr.com/post/17398972305/ola-galera-eu-gabriela-alves-fiz-esse-video)
Esse vídeo foi postado no tumblr, ook? Ele pode demorar um pouquinho pra carregar, mas carregará ;)
O tumblr que eu postei é meu e da Gabs, tumblr de HP. Quem quiser seguir... :D
Boa leitura!



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Narrado em terceira pessoa

Aquele dia não seria nem um pouco fácil. Blásio passara a noite acordado pensando no que acontecera, ainda não podia acreditar que Pansy estava morta, aquilo parecia não fazer sentido. Ele ainda não pusera os olhos em seu filho, Matthew, por medo de começar a chorar na frente da criança. Durante a noite que passara em claro já derrubara muitas lágrimas de dor, tristeza, agonia… 

Ninguém jamais poderia descrever o que ele estava sentindo, a dor da perda jamais pode ser descrita por ninguém. A sensação de saber que a pessoa não vai voltar é tão ruim, tão soturna que ninguém é capaz de transmitir em palavras, apenas em lágrimas. Assim como dói ao perder a avó ou o avô, dói perder o amor de nossa vida - e, muitas vezes, dói até mais. 

Blásio não culpava Matthew pela morte de Pansy. Aliás, o rapaz não culpava ninguém. Ele até compreendia que fora um ato do destino, mas por que o destino fora tão rigoroso com ele? 

Relutante, ele se levantou ao raiar do dia e vestiu calças jeans, uma blusa preta de mangas compridas e um All Star azul marinho. Ele sabia que precisava ver o filho, não podia deixá-lo para sempre na ala hospitalar. E, além do mais, Pansy lhe suplicara que cuidasse do menino - e ele jamais deixaria de fazê-lo. Blásio andava se arrastando pelos corredores desertos de Hogwarts, mas agradeceu por não encontrar ninguém. Ele não queria responder perguntas, não queria trazer em palavras tudo o que havia ocorrido - seus pensamentos já eram mais do que suficiente. Ao aproximar-se da ala hospitalar, o Sonserino respirou fundo e adentrou. Viu Madame Pomfrey cochilando em uma cadeira, o bebê num berço improvisado ao lado da cama que admitia o corpo de Pansy - coberto por um lençol branco. Blásio se recusou a olhar para onde a amada estava, seguindo direto para o filho, que dormia como um anjo. Ao aproximar-se do menino, surpreendeu-se com o quanto parecia com ele: a pele achocolatada, uma massa de cabelos negros - mas não crespos, e sim lisos como os de Pansy - e um nariz que era, inconfundivelmente, igual ao seu. Ele logo lembrou-se de uma frase trouxa: Tal pai, tal filho. Blásio sorriu alegremente ao contemplar a criança, sentindo-se estranhamente mais feliz. Então o bebê se mexeu e, lentamente, abriu os olhos. Os olhos… 

- Você tem os olhos da sua mãe. - Blásio sussurrou, perplexo. 

Encantado com a beleza que o menino possuía, não resistiu e o pegou no colo. Ao contrário do que esperava, Matthew não chorou. O pequeno projeto de gente em seus braços aconchegou-se ainda mais e piscou lentamente algumas vezes, os belíssimos olhos verdes focados no pai. 

- Eu vou cuidar de você, querido, é uma promessa. 

E, surpreendendo-lhe, o pequeno Matthew fixou os grandes olhos verdes nele e sorriu, fazendo os olhos de Blásio marejarem de emoção. Ele ninou o bebê um pouco, esperançoso de que o filho caísse em sono, mas o pequeno projeto de gente começou a chorar, acordando Madame Pomfrey e deixando Blásio desesperado. 

- O que houve, Zabini? - Ela perguntou.

- Não sei, Matthew começou a chorar de repente. 

Madame Pomfrey aproximou-se e, após concluir que a resposta era óbvia, disse: 

- Ele está com fome, já é hora de alimentá-lo. 

- E o que damos a ele? - Blásio perguntou, completamente confuso.

A médica olhou de relance para o corpo inanimado de Pansy, depois disse em tom baixo:

- Ele deveria se alimentar de leite materno, entretanto… bom, teremos que dar leite de cabra. Pode deixar que eu cuidarei disso. 

Antes que ela saísse do cômodo, Blásio apressou-se em perguntar: 

- Por que, Madame Pomfrey? - Ela virou os olhos confusos para o Sonserino. - Por que ela morreu? 

Com a piedade estampada em seu rosto, a médica disse: 

- Foi você o primeiro a ver o sangue, Blásio. Ela teve hemorragia intensa, fizemos de tudo para salvá-la… Mas a hemorragia, no caso em que se encontrava, era irrefreável. 

Ele ficou cabisbaixo durante um bom tempo, observando o filho, esperando Madame Pomfrey voltar com o leite. Quando ela voltou, Blásio fez mais uma pergunta: 

- Quando será o enterro? - Havia tristeza absoluta em sua voz. 

- Dentro de, no máximo, três dias. 

- Onde ele ficará? - Seus olhos estavam fixos em Matthew, que mamava ferozmente. 

Ela pensou um pouco, depois respondeu: 

- Acredito que seja melhor mantê-lo aqui por mais alguns dias, depois veremos o que fazer. 

Após passar uma boa parte da manhã com o filho, Blásio retornou ao dormitório e abriu seu armário. Ele não sabia o porquê de estar pegando aquele objeto, mas sabia que precisava do auxilio dele para fazer algo extremamente importante. O belíssimo violão preto aguardava por ele há um bom tempo, estava até desafinado. Blásio afinou cuidadosamente cada corda e começou a tocar alguns acordes. Músicas que ele já conhecia, de fato, mas ele precisava fazer algo diferente. Depois de quase cinco minutos tentando achar uma combinação perfeita de acordes, decidiu que ficaria com dó sustenido menor - C#m -, si - B -, lá - A - e sol sustenido menor - G#m. Adequou o ritmo e começou a compor. Sabia que seria necessário alterar alguns acordes no refrão, e não se importou em alterá-los. 

Foram dois dias para compor a música. Blásio se esforçara ao extremo para deixá-la impecável, tendo que revisá-la inúmeras vezes. Mas acabara concluindo que estava realmente como ele gostaria.

No salão comunal da Grifinória, Hermione estava sentada no sofá. Era quase meia noite e ela ainda não havia dormido, e Gina acompanhava-lhe. 

- Sabe, Mione, eu taba lembrando de quando eu e Pansy dissemos que faríamos uma guerra decente de comida… - Uma lágrima fina escorreu pelo rosto da ruiva. - Não acredito que isso não vai acontecer, a ficha ainda não caiu… 

Hermione, a voz embargada, disse:

- Acredite, vai cair amanhã de manhã. 

Pansy seria enterrada às nove da manhã do dia seguinte. Todos os alunos já estavam sabendo do ocorrido. Embora a maioria odiasse Pansy, nenhum deles conseguia crer naquilo, parecia mais uma história de terror do que a realidade. 

Ao acordar na manhã de quarta-feira, Blásio se sentiu um pouco tonto. Talvez pelo fato de não ter dormido direito durante a noite, mas a verdade é que ele não tirava seus últimos momentos com Pansy da memória. No pouco que dormiu, teve um belo sonho com a amada. Sonhou que ambos estavam juntos na plataforma nove e meia, despedindo-se do filho que adentrava no trem. Suas mãos estavam entrelaçadas, Pansy com lágrimas nos olhos, então Blásio disse a ela "Ficará tudo bem com ele, fique tranquila." e, quando o trem foi desaparecendo no horizonte, ela o beijou com uma alegria inestimável. 

Ele olhou no relógio e viu que ainda eram sete da manhã. O que faria até as nove? As aulas da manhã haviam sido suspensas devido ao cepultamento de Pansy, então não lhe restava muito o que fazer senão ir até a ala hospitalar e ficar com o pequeno Matthew. Aproximando-se do seu destino, Blásio encontrou Draco e Hermione.

- Bom dia, Blás. - Ela o abraçou calma e cuidadosamente, sabia que seria um dia difícil para o moreno. 

- Oi. - Ele respondeu baixinho. 

Draco o cumprimentou com um aperto de mão e um sorriso fraco. 

- Para onde está indo? - Hermione perguntou.

- Ver Matthew, ele precisa de mim. 

- Podemos ir com você? - O loiro perguntou.

- Claro. 

Quando chegaram ao bebê, Hermione deu um sorriso que irradiava alegria. Em meio a toda aquela tristeza, Matthew era a fonte de sorrisos. E, dormindo em sono profundo, ele se parecia ainda mais com um anjo. 

- Vocês já o viram antes? 

- Ainda não. - Draco respondeu. - Ele é a sua cara. 

Blásio ficou contente com as palavras do amigo, depois se lembrou dos lindos orbes verdes. 

- Ele tem os olhos dela.

Hermione logo lembrou-se de Harry e do quão era difícil, às vezes, ter os olhos da adorável Lily. Entretanto, logo concluiu que seria bom ter em Matthew o que Pansy tinha de mais belo - fisicamente. 

- Quero pedir uma coisa a vocês. - Blásio disse, olhando para os amigos. Após um aceno de cabeça de Hermione, ele prosseguiu: - Quero que sejam os padrinhos do Matthew. 

Um sorriso singelo surgiu no rosto de Hermione, Draco respondeu com entusiasmo:

- Claro que sim, será um prazer imenso! 

Blásio ficou muito feliz com a resposta. E Matthew, como se tivesse ouvido, abriu os olhos sonolentamente e soltou um gemido. 

- Acordou, bebê? - Hermione falou, a voz acolhedora. - Posso pegá-lo, Blás? 

- Pode sim. - Blásio coçou o queixo, pensando em algo que deveria fazer. - Vocês se importam de ficar um pouco com ele? Preciso falar com minha… hum… mãe. 

Blásio ainda estava se acostumando a chamar Minerva de "mãe". Não era muito fácil, mas depois de chamá-la assim no dia da morte de Pansy, ele passou a adotar a palavra mais vezes. 

- Claro que não, Blás, pode ir tranquilo. - Disse Hermione já com Matthew aconchegado em seus braços. 

Vendo Draco brincar com Matthew, Hermione comentou:

- Você será um pai excelente, sabia? - E deu-lhe um beijo na bochecha. 

- E você a mãe mais maravilhosa do mundo. 

Tranquilo por ter deixado Matthew com seus amigos, Blásio apressou-se em chegar à sala de Minerva. Ela provavelmente já estaria acordada resolvendo assuntos referentes ao cepultamento de Pansy. Ele não se deu ao trabalho de bater, apenas entrou. 

- Bom dia, mãe. 

Minerva, que estava conversando com um agente funerário que viera do Beco Diagonal, pediu licença a ele e foi até o filho. 

- Olá, meu querido, como está? 

- Vivendo… - Ele respondeu desanimado. 

Ela passou os braços ao redor do rapaz, acolhendo-o naqueles abraços que apenas mães conseguem dar. 

- Quero te pedir uma coisa. 

- Pode pedir. 

Ele segurou a mão da mãe e, calmamente, pediu: 

- Posso tocar uma música em homenagem a ela? 

- Uma música? - Ela perguntou, estava levemente confusa.

- Sim… Eu mesmo a compus e gostaria de tocá-la. 

Minerva sorriu docemente, encantada com a atitude admirável do filho. 

- Claro que pode, meu querido. 

- E quand eu poterie tocar? 

Ela examinou a situação por breves instantes, depois disse: 

- Eu proclamarei algumas palavras antes de… - Ela engoliu um nó na garganta, tentando evitar a palavra, mas era impossível. - … de cepultá-la, você pode tocar logo em seguida. 

Triste e alegre ao mesmo tempo, Blásio deu um sorriso para a mãe e dirigiu-se ao dormitório da Sonserina, especificamente o feminino. Ele precisava conversar com uma pessoa que era muito próxima de Pansy, com a qual ele ainda não havia trocado uma palavra desde o acontecido. Bateu na porta e esperou que a menina atendesse. Assim que ela se abriu, Blásio pôde ver a menina de estatura baixa, cabelos pretos em corte chanel, olhos cor de mel e pele alva, ela ainda vestia um pijama cinza composto por short e camiseta. Ele a via como uma pessoa extremamente irritante - lembrava-lhe um gnomo -, mas agora a via como uma menina que perdera sua melhor amiga. 

- Bom dia. - Ela disse educadamente, a voz embargada. 

- Bom dia, Emília. - Ele a cumprimentou, um pouco de pena ecoando em sua voz. - Podemos conversar um pouco? 

Ela pareceu examinar o pedido por um ou dois segundos, depois concordou com um meneio de cabeça e deu passagem para ele. Blásio não entrara no quarto que Pansy dormia desde que ela se fora, evitando se deparar com mais coisas que o fizessem lembrar-se dela. A cama estava exatamente como a Sonserina deixara, o livro que Hermione lhe dera sobre a colcha verde e prata. 

- Hum… Pode dizer. - Emília disse baixinho, sentando-se em sua própria cama. 

Blásio puxou a cadeira da escrivaninha da menina, olhando em volta. Após constatar que as outras duas ocupantes do dormitório não se encontravam mais ali, voltou os olhos para a pequena garota à sua frente.

- Acho que você já deve ter noção do que eu vim fazer aqui. - Ela balançou a cabeça, Blásio prosseguiu: - Quero te pedir para me ajudar. 

Os olhos singelos de Emília estavam completamente domados pela confusão. 

- O que estou querendo dizer é que é o momento de deixarmos nossas diferenças de lado e nos unirmos. Onde quer que ela esteja, sei que ela não quer que fiquemos brigando. 

Ela novamente balançou a cabeça, os olhos fixos nos de Blásio. Ele se aproximou um pouco mais e, tocando a mão da menina reconfortantemente, pediu: 

- Se tiver que chorar, chore, chore muito. As lágrimas lavam a alma, pode ter certeza. - Ele suspirou. - Não será um dia fácil nem para você e nem para mim, mas só te peço que não passe sua vida toda chorando de tristeza. Sei que Pansy não gostaria de te ver triste. 

Algumas lágrimas caíram em cascata pelo rosto da garota, deixando rastros fortes em seu rosto delicado. Ela abraçou o próprio corpo e, entre soluços, murmurou: 

- Ela era minha melhor amiga, me conhecia melhor que qualquer um… 

- Exatamente. E é nisso que você deve se basear: no quão bom era tê-la por perto. - Ele também deixou uma lágrima escorrer. - Permaneça sempre com as boas lembranças que

 tem dela, o.k.? 

Ela balançou a cabeça freneticamente, um sorriso desajeitado nos lábios finos. 

Agora, vendo-a como estava, Blásio não pôde pensar em Emília como uma garota irritante, só pôde vê-la como uma garota frágil que estava sofrendo tanto quanto ele. Ambos compartilhavam o mesmo sentimento de perda, era aquilo que fazia uma ponte, um elo entre eles. 

- Não vista-se de preto, uma vez ouvi Pansy dizer que não queria ninguém de preto no enterro dela. - Emília falou. - Ela disse que queria cores alegres, que queria que as pessoas expressassem coisas boas. 

- Então assim faremos. - Blásio deu um sorriso. 

Ele se levantou e, ainda com um sorriso, dirigiu-se à porta. Antes de sair, voltou os olhos para Emília e disse: 

- Quero que vá ver Matthew mais tarde, assim como Pansy também iria querer. 

Emília sorriu e falou: 

- Jamais a deixaremos morrer, não é? Ela estará sempre aqui. - E tocou o peito esquerdo. 

- Sempre. - Ele deu ênfase, imitando o gesto da garota. 

Um pouco mais tarde, com todos os alunos reunidos cerca de dez metros depois da cabana de Hagrid, mas não na Floresta Proibida, algumas pessoas ainda olhavam estranhamente para aqueles que não estavam com vestes negras - Blásio, Emília e Hermione, Draco, Gina, Luna, Ron, Harry, Neville, Parvati e a própria professora Minerva, que foram avisados por Blásio. 

Eles estavam à espera do cepultamento, Blásio e Emília próximos ao caixão de carvalho onde continha o corpo de Pansy. Ele fizera questão de ajudar a carregá-lo, queria despedir-se adequadamente da mulher que amava, e foi acompanhado de perto por Emília. Assim que o caixão começou a ser baixado para dentro da terra, o coração de todos palpitou de tristeza. Todos os sentimentos ruins que nutriam pela garota já não mais existiam, aqueles que um dia desejaram vê-la morta arrependeram-se amargamente. Era uma cena tão dura, tão fria de se presenciar que poucos estavam aguentando sem derramar lágrimas. Quando o caixão tocou o fundo da cova, um aperto no peito fez Blásio ajoelhar-se sobre a terra úmida. Ele pegou um punhado e permitiu que caísse sobre o carvalho, seu coração em pedaços. Emília, com um vestido azul claro, ajoelhou-se ao lado dele e repetiu seu ato. Assim como eles, Hermione, Draco, Gina, Harry, Luna, Neville, Ron e Parvati fizeram o mesmo, todos com os corações mínimos em seus peitos. 

Olhando ao longe, Blásio pôde ver duas figuras que conhecia muito bem, ambos de preto: os pais de Pansy. Minerva os avisara sobre o ocorrido - e comentara isso com Blásio, mas ele não esperava que Robert e Samantha Parkinson realmente fossem comparecer. Conforme foram se aproximando, todos dirigiram seus olhares para o casal. Eles reconheceriam aquela mulher em qualquer lugar, Pansy era idêntica a ela. Quando chegaram, Samantha deu um sorriso vitorioso e começou a bater palmas sombriamente. 

- O que é isso? - Minerva perguntou estática, sem acreditar na cena que estava presenciando. - Você não respeita nem mesmo o enterro da sua própria filha, Samantha? 

A mulher deu uma risada gutural, depois disse: 

- Eu não tenho filha, Minerva. 

- Então por que veio até aqui? 

- Porque queria presenciar a derrota dela. - E olhou para o caixão pousado na cova. 

Os olhos de Minerva se estreitaram furiosamente. Nem ela e nem os outros presentes podiam acreditar no que estavam ouvindo. Borbulhando de raiva, Blásio postou-se perante a mulher e esbravejou: 

- Você não tem vergonha do que está dizendo? Não tem o mínimo de bom-senso? - E respirou fundo. - Ela tinha nas veias o mesmo sangue que você, mas agradeço todos os dias pelo caráter infinitamente melhor que Pansy tinha. 

As palavras de Blásio a abalaram um pouco, mas ela logo se recompôs. 

- O que um menino da sua idade entende sobre caráter? Você realmente chama o que ela tinha de caráter? Ah, poupe-me dessa ladainha! - E suspirou impacientemente. - Eu vim aqui tripudiar sim da situação, eu vim aqui demonstrar sim o desprezo que eu sentia por ela. Algum problema? 

O sangue começou a subir na cabeça de Hermione. Assim como Blásio, ela não hesitou em soltar as palavras que arranhavam sua garganta. 

- A senhora é muito hipócrita. 

Indignada, a mulher voltou-se para Hermione e esbravejou: 

- Como uma menina da sua idade tem a audácia de se virar para mim e dizer tal coisa?! 

Entretanto, Hermione não se intimidou, simplesmente disse tudo o que queria, sem medo do que ouviria depois. 

- Eu vejo nos seus olhos que você não é feliz. Tenho certeza de que gostaria de ter tido a coragem que Pansy teve, de ser diferente daquilo que sua família mandava. E, mais do que isso, a senhora gostaria de ter a personalidade forte de sua filha, não é? - Ela fendou os olhos, quase desafiando Samantha. - E tem mais: a senhora sabe muito bem que Pansy jamais foi o elo fraco da corrente, esse lugar pertence a você. 

Robert Parkinson, que até agora não havia feito nada senão observar, dirigiu-se à esposa e falou: 

- Ela tem razão, Samy. Não podemos continuar com essa máscara, simplesmente não podemos. 

Os pulsos da mulher estavam cerrados, assim como seus olhos. A fúria, visível em seu rosto. Entredentes, ela disse: 

- Não irei fraquejar, não agora. 

Todos os olhos estavam fixos em Samantha Parkinson, todos examinando-a, tentando entendê-la, estudando-a. Mas a cada passo que davam para frente, eram dez para trás. Cada possibilidade parecia cada vez mais surreal. Uma pessoa começou a se movimentar entre a multidão, era uma mulher com os cabelos de duas cores: preto e loiro-platinado. Obviamente, Narcisa Malfoy. Ela se aproximou calmamente de Samantha e disse: 

- Acalme-se, querida, por favor. Reflita sobre tudo isso. Ela era sua filha, sangue do seu sangue, dona de olhos infinitamente iguais aos seus. E, no fundo do coração, a mesma vontade insana: livrar-se do peso da família. 

Samantha olhou para os lados, desesperada. Ela sentia como se seu psicológico estivesse sendo desvendado, sentia-se praticamente nua - sempre lutara para esconder tanta coisa e, de repente, ela estava sendo decodificada na frente de todos de Hogwarts. De repente, sem aviso prévio nem nada, a mulher explodiu em lágrimas e gritos abrasadores. Agarrava os cabelos furiosamente, movimentava-se de forma brusca, quase parecia uma psicopata. Quase.

Ela olhou profundamente para o caixão de carvalho com uma cruz por cima. Gritos de dor ecoaram por milhas e milhas de distância, os pássaros pareciam ter um canto mais triste ao ouvirem o grito da mãe que explodira após tantos anos escondendo o amor por sua filha. Mas era tarde demais… Ou será que não? 

Blásio aproximou-se lentamente de Samantha e passou os braços ao redor do corpo dela, tentando acalmá-la, enquanto Robert apenas assistia à cena, chocado. Samantha não rejeitou o afeto de Blásio, permitiu que ele a tocasse, que ele lhe transmitisse a energia positiva de sua filha - afinal, ele era tão próximo de Pansy que o brilho de seus olhos a faziam se lembrar da filha. Em um momento qualquer, ela parou de chorar e de gritar e pediu inúmeras desculpas, apenas sussurros, mas Blásio podia ouvir muito bem - e também podia jurar que, onde quer que Pansy estivesse, ela estaria ouvindo e estaria perdoando a mãe. 

- A senhora está melhor? - Blásio perguntou, recebendo como resposta um meneio de cabeça. 

Alguns minutos mais tarde, Minerva proferiu algumas palavras aos alunos e professores, palavras estas que emocionaram a todos, fizeram com que todos refletissem sobre a vida. E então autorizou Blásio a fazer o que ele tanto queria. Antes de começar a tocar ele disse: 

- Não estou aqui por ninguém, senão por ela, quero deixar isso bem claro. A música que tocarei agora é única e exclusivamente dedicada a ela, e a mais ninguém. Foi a única forma que encontrei de transmitir o que eu sentia pela Pansy. O nome é Minha amada Sonserina. 

Ele checou a afinação do violão e começou a tocar. 

Minha amada Sonserina

Volte por favor

Não me deixe aqui sozinho

Tomado pela dor

Ele reprimiu uma lágrima. Sabia que não poderia chorar, não naquele momento. 

Você tinha o poder

De colocar meus pés no chão

De minha vida estabilizar

De domar meu coração. 

Te peço, por favor, 

Permaneça aqui comigo

Deixa eu te abraçar

Fazer de ti o meu abrigo.

Entre as pessoas que assistiam, Samantha começou a chorar, sentindo a presença da filha perdida em cada palavra, cada acorde. Era a música que melhor descrevia o que Pansy podia fazer ao despertar o amor em uma pessoa. 

Minha amada Sonserina

Tu és meu ponto de luz

Você é e sempre será

Aquela que me conduz. 

Por favor, não vá embora

Não me deixe aqui sozinho

Tenho medo do escuro

Não posso achar o meu

Por favor, não vá embora

Não me deixe aqui sozinho

Tenho medo do escuro

E não acho o meu caminho.

Dali de onde estava, Blásio podia ver alguns rostos chorosos, incluindo Hermione, Gina e Luna. As três tiveram um contato com Pansy que jamais esperaram ter, e acabaram sofrendo mais do que esperavam ao saber que ela havia morrido. 

Minha amada Sonserina

Não me deixe para trás

Quero poder te abraçar

E te amar muito mais.

Draco passou os braços ao redor de Hermione, imaginando-se no lugar de Blásio, sofrendo instantaneamente ao se ver perdendo seu ponto de equilíbrio. E pensar que um dia ele quase havia deixado sua amada para trás… 

Tínhamos o poder

De fazer parar o tempo

De o mundo acalmar

Num longo acalento. 

Pedimos aos céus

Luz pra continuar

Dar a vida a um menino 

E saber como educar. 

Matthew. Ali estava o ponto principal de toda a história. Blásio havia perdido o amor de sua vida, mas Matthew havia perdido sua mãe, a mulher que o guardou durante quase nove meses dentro de si, que se limitou a fazer o que gostava para trazê-lo à vida, que dedicou seu tempo a ele. 

 Minha amada Sonserina

Tu és meu ponto de luz

Você é e sempre será

Aquela que me conduz. 

Por favor, não vá embora

Não me deixe aqui sozinho

Tenho medo do escuro

Não posso achar o meu

Por favor, não vá embora

Não me deixe aqui sozinho

Tenho medo do escuro

E não acho o meu caminho.

Ao final da música, Blásio foi aplaudido. Não só por tocar uma música, mas sim porque não era uma música qualquer. Era uma música repleta de sentimentos tão reais que a atmosfera estava enfestada dele. Era um sentimento tão abrangente que, de repente, todos estavam sentindo na pele o que ele sentia. 

O dia foi, sem dúvida, muito difícil para todos. Mas a vida é feita de perdas e ganhos, de superações. E não podemos nos esquecer que enquanto houver amor haverá esperança. 

E também não podemos nos esquecer da principal fala de Pansy: Eu nunca disse adeus. 


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Notas finais do capítulo

Eaeee manolinhas? O que acharam?? Gostaram da música? Do cap? DIGAM TUDO, OOK?
Queremos recomendação *---* Quem vai ser a mente iluminada que vai mandar??
Gente, não se desesperem porque a Pansy morreu, ook? Ainda tem mais uma revelação por trás disso tudo, e nós GARANTIMOS que vocês vão gostar :D
Bom, quem quiser seguir nosso tumblr de HP pra manter contato com a gente, é só acessar www.tio-vold.tumblr.com e clicar em +follow, oook? Aproveitem e deixem uma ask dizendo qual seu ID aqui no Nyah ^^
Se cuidem, não fiquem com vontade de nos matar, agradeçam a Merlim pela inspiração repentina e bom final de semana! Que esse ano vocês tenham menos vontade de matar seus professores e que eles sejam tão legais quanto os da Gabi *---* (quem aí é do Ensino Médio sabe que os professores do Médio são muuuuuuuuito mais legais, né!)
Beijos sabor.... que sabor? o.O
SEILA!
BEIJOS SABOR HARRY POTTER E FIM U.U