Interlúdio escrita por Ju Dantas


Capítulo 15
Capítulo 15




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Pegou a menina do berço e aninhou em seus braços, sentindo o cheirinho de bebê impregnar suas narinas e sentou-se peto da janela abrindo a blusa. -Oi Angelina – a menina chutava e dava gritinhos – esta com fome? Em resposta a menina sugou seu seio faminta. Os olhinhos castanhos como o seu permaneciam aberto a encarando. Bella sorriu cheia de amor, acariciando o cabelinho cor de areia. Como os de Edward. Depois que se separara de Edward vivera como um fantasma. Não tinha mais perspectiva e nem motivo para ser feliz. Jacob tentava animá-la e ajudá-la. Mas ela permanecia na inércia. Quando começara a passar mal, Jacob dissera que era por que não comia e devia estar com alguma doença no estômago. Mas quando fora ao medico, o choque. Estava grávida de 2 meses. Depois do choque inicial. Bella sentira seu mundo voltar a girar lentamente. Estava esperando um filho de Edward! Dali em diante, a vontade de viver voltara com força total e ela amara aquele pequeno ser em sua barriga mesmo antes dele nascer. Jacob perguntara a ela se contaria a Edward. Bella ficara em dúvida. Seria justo, depois de tudo, voltar a sua vida? Não, com certeza. Mas ao mesmo tempo era justo ocultar dele que iria ser pai? Mas e se ele tivesse prosseguido com sua vida? De repente, casado com outra? Até mesmo a bruxa da Tânia? Não, Bella não deixaria aquela parasita chegar perto de sua filha. Assim, ela tomara a decisão de não procurar Edward. Angelina era sua filha e pronto. Olhou para o rostinho rosado de novo. Angelina costumava dormir após mamar e Bella já ia se preparar para colocá-lo no berço. Mas ao fitar a menina se assustou Ela estava com a pele do rosto arroxeada -Angie! - Bella segurou a menina que começou a chorar e o rosto foi voltando ao normal. Ela aconchegou o corpinho junto si, assustada. Angelina tinha provavelmente parado de respirar por alguns segundos! O que seria aquilo? Será que era normal? Teria que procurar um médico

-eu não entendi, o senhor pode repetir?
Bella apertava Angie contra si, se negando a acreditar no que o médico estava dizendo
-Sua filha tem uma doença congênita, que acontece em um em cada mil bebês. É um problema na válvula que liga o coração, que se entope, podendo até fazer com que os órgãos vitais parem de funcionar repentinamente
-Mas isto... Isto tem cura? - Bella perguntou num fio de voz
-Sim, mas é um tratamento muito caro e demorado
Bella começou a suar frio
-O que quer dizer? Ela precisa... operar?
-Isto somente um medico especialista irá dizer. Aqui na Europa eu posso te indicar muitos, mas nos Estados Unidos se encontram os melhores.
Bella sentia o ar lhe faltar. Aquilo não poderia estar acontecendo. Não com ela. Não com Angelina
-O que eu faço? O que posso fazer para ela não ficar roxa daquele jeito...?
-O mais indicado é que procure um especialista imediatamente. Entenda, esta doença é uma bomba relógio. Uma hora ela pode parar de respirar e não voltar mais
Bella olhou sua filha. E sentiu uma lágrima caindo. Não poderia perder Angelina nem permitir que ela sofresse.
-eu sei que isto é sofrido - o médico falou mais suavemente - mas tenho que lhe dizer todas as possibilidades
Bella respirou fundo enxugando os olhos
-eu... não sei o que fazer; não tenho dinheiro nem conexões.... eu....
-e o pai dela? - o medico perguntou delicadamente e Bella o encarou
-ele vive em outro país.- respondeu evasiva
-é americano, devo deduzir? Mas ele não pode ajudá-la? Quem sabe não é melhor a senhora voltar para lá...
-Não! - Bella levantou e pegou a bolsa. – Obrigada doutor. Eu pensarei numa solução
O médico levantou-se também
-mas, por favor, faça isto rápido. Sua filha corre perigo de vida
Bella saiu da clínica totalmente arrasada.
E agora, o que faria?

Sentou em um banco e chorou. Abraçada a Angelina, ela deixou o desespero a tomar. Mas logo viu que nada adiantava se entregar ao pranto. Tinha que ser forte. Pela sua filha. E tinha que achar um solução.
Enxugou as lágrimas e olhou para o rosto de Angelina
E chegou a conclusão que só existia uma pessoa capaz de ajudá-la
O homem que jurara nunca mais procurar
Edward, o pai de Angie.

Edward saiu de mais um cirurgia em que fora vitorioso.
-Obrigada a todos! - ele falou a sua equipe e saiu da sala de cirurgia, tirando a máscara.
Estava cansado. Olhou o relógio. Já passava da meia noite. Mas ele não queria ir embora. Fazer o que no seu apartamento vazio?
Cheio de lembranças, disse a voz de sua consciência
Não pense mais nisto, Edward, censurou a si mesmo.
Mas já se passara mais de um ano e a dor ainda era a mesma.
A dor da traição
Ele respirou fundo e viu a luz do seu celular tocando
Reconheceu o telefone. Tânia.
Não queria falar com ela. A evitava o tempo todo.
Mas ela não desistia.
Num impulso, atendeu a ligação.
-Oi Tânia
-Oi Edward! Ainda no hospital não é?
-sim, acabei de sair de uma cirurgia.
-Então que tal eu passar aí e a gente ir jantar?
-a esta hora?
-e daí? Podemos comer na sua casa! - ela falou sugestiva
-ok!
Ela exultou
-passo aí em 10 minutos!
Edward desligou.
Do que adiantava viver no celibato?
Com certeza “ela” não fazia o mesmo, pensou amargo
Estava cansado. Exausto. Queria paz.
Queria esquecer.

Tânia era uma boa companhia quando queria e foi especialmente charmosa aquela noite.
Entraram no seu apartamento e Edward acendeu as luzes
-estava com saudades daqui! - ela exclamou e colocou os pacotes que tinham trazido de um restaurante em cima da mesa
-eu vou pegar os pratos e talheres – ele falou com pouco entusiasmo
-Ok! – a médica sorriu
Quando Edward voltou, encontrou Tânia ocupada colocando um CD
-Adoro esta música!
Edward sentiu o estômago revirar ao ouvir os primeiros acordes de Claire de Lune.
E num impulso, correu ao cd player e desligou

-Nossa, o que é isto?- Tânia estranhou
-Não estou a fim de música hoje, ok? Vamos comer – resmungou mal humorado
Tânia nada disse. Comeram a deliciosa refeição, Tânia falava sem parar sobre amenidades, mas Edward não prestava atenção. Bebia um copo de vinho atrás do outro.
-eu acho que a gente podia viajar neste verão, o que acha? Podíamos ir para o Caribe ou então Florida... Edward? esta me ouvindo?
-Tânia, acho que estou com sono - ele falou de repente
Tânia sorriu maliciosa
-Acho ótimo a gente ir para a cama!
Edward não quis decepcioná-la ao dizer que queria ir para a cama para dormir
Ele levantou e percebeu que estava um pouco alto. Caminhou com Tânia em seu encalço e desabou na cama de roupa e tudo
-Oh, coitadinho! – Tânia deitou ao seu lado e se ocupou em abrir sua camisa - esta cansadinho? Pode deixar que eu faço o trabalho pesado! Sabe que eu gosto de ser dominadora! Edward? Edward?
Tânia bufou. Não podia acreditar que ele estava dormindo!
Estava sendo mais difícil do que previra reconquistá-lo. Mesmo com a pé rapada fora do páreo. Mas ela não desistiria. Tirou as roupas dele e dela própria e deitou ao seu lado puxando a coberta em cima deles.
-eu ainda vou te reconquistar, Edward. Você vai ver! Tenho grandes planos para nós dois!

Edward acordou com um peso em cima de si
A cabeça doía. Vinho, pensou desgostoso
-Bom dia, gatão!
Ele arregalou os olhos ao ver Tânia, nua, enroscada nele. Uma olhada na janela e percebeu que o dia estava cinzento. E já deveria ser tarde. Mas Tânia tinha outros planos e aconchegou-se mais a ele, ronronando
-Hum... que tal um beijo de bom dia...
-Estou atrasado, Tânia!
Edward se livrou de seus braços e a empurrou. Desavisada, Tânia rolou para o chão com um grito
Mas Edward nem dera atenção, rumou para o chuveiro.

Bella apertou Angie contra si. Ela dormia tranqüilamente o vôo inteiro. Mas agora estava inquieta. Fitou o prédio de Edward, sentindo um medo terrível dentro do peito. Como ele reagiria quando ela aparecesse a sua porta? E não sozinha, mas com um bebê. Sua filha. Filha dos dois. Bella não queria isto. Mas nada podia fazer, por sua filha era capaz de qualquer coisa. Atravessou a rua, o vento estava gelado e ela olhou para menina. Ainda bem que estava bem agasalhada.
Quando chegou a porta do luxuoso edifício, de novo bateu o medo.
-Lá vamos nós, Angie!
Mas quando deu os primeiros passos, pela porta de vidro, viu o reflexo de um cabelo loiro e uma risada conhecida.
Tânia!
Bella caminhou rapidamente para longe da porta e da visão da médica. Jogou o cabelo por sobre o rosto e virou de lado para a médica não reconhecê-la. Mas Tânia não estava sozinha. Logo atrás vinha Edward.
Ainda lindo.
Ainda fazia suas pernas tremerem. Usava um óculos escuro, apesar do tempo estar nublado. Com certeza para esconder a noite mal dormida passada nos braços da bruxa! Bella pensou com ciúmes. Mas como culpá-lo? Tânia era ardilosa. E Edward deveria estar carente. Mas justo a Tânia? Bella seria capaz de aceitar qualquer uma menos aquela vaca!
Eles passaram rapidamente pela calçada e entraram no carro, saindo em alta velocidade
Bella respirou aliviada. Não queria que o primeiro contato com Edward fosse feito na presença de Tânia. Já seria difícil sem ela. Imagina com!
Mas se ela fosse a namorada, ou até mesmo mulher de Edward nesta altura do campeonato, teria participação ativa com o que acontecesse com Angie; Bella teve vontade de voltar correndo para o Aeroporto. Mas só de pensar em Angie doente, já jogava suas frustrações pessoais de lado.
Mas o que faria agora? Esperaria Edward ali? Não, tinha que falar com ele o mais rápido possível.
Chamou um táxi e pediu para ir o hospital que trabalhava.

continua


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