Escute Seu Coração escrita por Chiisana Hana


Capítulo 36
Capítulo XXXVI




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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

ESCUTE SEU CORAÇÃO

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani

Capítulo XXXVI

Atenas.

Mansão Solo.

Julian e Saori conversam na elegante sala.

(Julian) Então, querida, posso mandar servir o jantar?

(Saori) Sim, claro.

(Julian) Excelente! Evanthia, sirva o jantar. E peça que levem as malas da senhora minha noiva para o meu quarto.

(Evanthia) Sim, senhor.

(Saori) Seu quarto?

(Julian) Claro.

(Saori) Achei que ficaria no quarto de hóspedes.

(Julian) De forma alguma. Ficará comigo, no meu quarto. Afinal, o que tinha de ser feito, já foi feito.

(Saori, tentando mostrar satisfação) Sim, foi. Que ótimo! Eu vou adorar ficar no seu quarto.

Ela o acompanha até a sala de jantar. A mesa está impecavelmente arrumada, como quase todas as mesas em que ela almoçara na vida. Vários talheres, taças para água e vinho, pratos, souplas (1) e tudo mais que uma mesa requintada deve ter. Ao olhar tudo isso ela sente saudades dos dias que passara com Shiryu e Shunrei em Rozan. A simplicidade das tigelinhas chinesas e do par de hashis. A comida simples, sem frescuras e tão deliciosa.

Postada ao lado da mesa, a governanta dá ordens às empregadas que servem o casal com um belo prato de polvo marinado, que Saori come sorrindo, mas desejando mesmo uma boa tigela de arroz com um peixe barato frito ou mesmo carne cozida. Depois da sobremesa, requintados voul-au-vents(2) de creme com calda de romãs, os dois vão até a varanda da mansão.

(Julian) Estava tudo perfeito, não é?

(Saori) Sim, perfeito.

(Julian) Evanthia sabe que não tolero falhas.

(Saori) Perfeito, sim, mas no almoço de amanhã, se não for pedir demais, eu gostaria de algo mais simples. Um arroz com carne ou um pedaço de peixe frito, quem sabe.

(Julian) Para que comer peixe frito simplesmente se podemos comer caviar?

(Saori) Porque o peixe é infinitamente mais gostoso.

(Julian, irônico) Então também vai querer que eu cancele todos os pratos requintados da ceia de Natal para comermos uma porção de peixe frito?

(Saori) Ceia? Que ceia? Eu avisei a você que a ceia seria no condomínio dos dourados.

(Julian) Sim, mas eu já convidei todos os meus amigos da alta sociedade para apresentar-lhes minha noiva.

(Saori, irritada) Não foi esse o combinado!

(Julian) Eu sei, mas é a única oportunidade para que conheçam você. No dia seguinte passamos lá no condomínio.

(Saori, levantando-se da cadeira bruscamente) Eu estou verdadeiramente irritada com isso!

(Julian, também levantando-se) Eu que devia estar! Você veio para me ver ou para ficar com seus cavaleirinhos do zodíaco?

(Saori, gritando) Eu vim para ficar com eles! Mande descerem minhas malas! Estou indo para o condomínio!

(Julian, abraçando-a) Saori, calma!

(Saori) Eu não quero e não vou perder a ceia no condomínio.

(Julian) Fazemos uma coisa rápida aqui e depois vamos para lá, ok?

(Saori) Não está "ok" coisa nenhuma. Não gostei disso, Julian.

(Julian) Agora já está feito. Paciência.

(Saori) Onde é o meu quarto? Ou melhor, o seu quarto. Quero descansar.

(Julian) Suba a escada. Última porta no fim do corredor. (quando ela começa a se afastar) Não vai nem me dizer "boa noite"?

Saori dá de ombros.

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Enquanto isso no condomínio...

Casa de Camus.

(Camus) Horace e eu preparamos uma salada niçoise(3). Hyoga me avisou que você é vegetariano, então deixamos uma parte sem ovos e anchovas.

(Shun) Ah, sim, que gentileza. Obrigado. E ele como está? Tem notícias? Já faz tempo que ele não liga para mim.

(Camus) Ele está bem. Falamo-nos de vez em quando. Teve alguns percalços no começo do curso, mas agora está tudo bem.

(Shun) Ele vem?

(Camus) Infelizmente não. Bom, para os demais, que não são vegetarianos, também tem beouf bourguignon(4) com um arrozinho.

(June) Ótimo, porque eu não me sustento só com verduras! Preciso de um belo pedaço de carne!

(Camus) Confesso que eu também. Então, bom apetite!

A campainha toca e Horace prontamente vai atender à porta.

(Hyoga, ao entrar na sala de jantar) Tem jantar para mais um?

(Camus, sorrindo) Hyoga! Claro, seja bem-vindo!

(Hyoga) Obrigado, mestre. Olá, Shun. Olá, June.

(Shun, abraçando o amigo) Olá! Achei que não viesse!

(Hyoga) E não vinha mesmo. Decidi no último minuto.

(Shun) Que bom!

(Camus) Já que veio, sente-se à mesa!

(Hyoga) Obrigado. Eu estava mesmo com saudade de todos.

(Camus) E sua namorada?

(Hyoga) Ficou. Não consegui passagem para ela.

(Camus) Que pena. Não iremos conhecê-la.

(Shun) Então está namorando? É a tal japonesinha com quem você ensaiava?

(Hyoga) Ela mesma. Mas então, o que temos para jantar?

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Los Angeles.

Dia anterior.

(Rumiko, gritando) Já vai!!

Alguém muito impaciente toca a campainha e, para atender, a japonesinha sai do banho correndo, vestindo um roupão cheio de desenhos psicodélicos.

(Rumiko, surpresa) Hyoga? Oi, meu querido! O que houve?

(Hyoga) Vim me despedir. E me desculpar.

(Rumiko, confusa) Quê?

(Hyoga) Prometi passar o Natal com você, mas resolvi ir para Atenas.

(Rumiko) Eu posso ir com você. Arrumo as coisas num instante.

(Hyoga) Não dá. Só consegui uma passagem. Estou indo para o aeroporto agora. Volto para passar o Ano Novo com você.

(Rumiko, entristecida) Jura que volta?

(Hyoga) Juro. (beijando-a) Eu volto.

(Rumiko, tentando não chorar) Boa viagem.

(Hyoga) Obrigado.

O russo entra no táxi, e o motorista acelera em direção ao aeroporto.

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De volta ao dia 23 de dezembro.

Casa de Kanon.

Ele e seus convidados estão sentados à mesa, jantando.

(Kanon) Como eu pensava, a comida não está lá essas coisas. O Helios é bem ruim nisso.

(Pandora, fazendo cara de nojo) É, está bem pouco agradável.

(Ikki) Está horrível, mas já comi coisa pior, então não se incomode.

(Pandora) Mas por que só empregados? Vocês não podem arranjar empregadas?

(Kanon) Sabe que eu nunca perguntei? No Santuário, sim, só era permitido ter criado, mas aqui não deve ser assim. De qualquer forma, como todo mundo tinha criado homem e apareceu esse aí, acabei ficando com ele.

(Pandora) Pois acho que é hora de começar a pensar em arranjar pelo menos uma cozinheira. Deixa o serviço pesado com ele e arruma uma mulher para fazer a comida.

(Ikki) Pand, para de dar opinião na casa dos outros.

(Pandora) É apenas uma sugestão.

(Kanon) Tudo bem. E a Pani, cozinha bem?

(Pandora) Cozinha, sim.

(Ikki) Aham. Ela só é meio tonta às vezes, né, Pani?

A moça sorri encabulada.

(Kanon) Ela não fala?

(Ikki) Às vezes.

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Casa de Dohko.

Ele, Shiryu e Shunrei estão sentados à mesa para o jantar. Uma outra convidada acaba de chegar.

(Dohko) Shiryu, Shunrei, esta aqui é a Fatma. Eu já falei para o Shiryu sobre ela e com certeza ele contou para a Shunrei.

(Shiryu, rindo) Sim, eu contei!

(Dohko) Como vocês sabem, ela e eu... bom... nós temos um relacionamento.

(Fatma, sorrindo) Olá.

(Shiryu, cumprimentando-a) Olá, Fatma.

(Shunrei, cumprimentando-a) Oi!

(Fatma) Que bonitinhos! É a gravidinha, né?

(Shunrei, sorrindo) Sim!

(Fatma) Olha, com uns pais assim, esse bebê vai ser uma graça.

(Shunrei, rindo) Tomara!

(Dohko) Vamos nos sentar outra vez. Arvanitakis, sirva o jantar.

(Arvanitakis) Sim, senhor.

(Fatma) Dohko vive falando de vocês. É "meus filhos" pra cá, "meus filhos" pra lá, "meu netinho" acolá!

(Shiryu) Imagino! Ele anda tão empolgado com o bebê! Tanto quanto eu!

(Dohko) É meu primeiro neto, você queria o quê?

(Shunrei) Meu Deus, tadinho do meu filhinho! Vocês vão estragá-lo! Pai e avô babões! Já pensou?

(Dohko) Estragar, Shunrei? Vai ser o moleque mais feliz das redondezas!

(Shiryu) Ou a mocinha mais feliz.

(Shunrei) É, se for menina vai ser a princesinha de vocês dois. Ai, ai, ai!

(Dohko) Ah, vai!!

(Shunrei) Estou bem arranjada com vocês!

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Casa de Aiolia e Marin.

Os convidados para o jantar acabam de chegar. Seiya e Shina estão sentados no sofá, Aiolia lhes faz companhia. Lithos e Orfeu namoram em frente à casa. Marin finalmente desce.

(Seiya, abraçando-a) Marin!

(Marin) Seiya!

(Seiya) Como você está?

(Marin) Melhor impossível! E você?

(Seiya) É, eu estou bem! Gostei da casa, hein? Muito legal!

(Marin) É sim. Shina!

(Shina) Olá, Marin.

(Marin) Bem-vinda de volta.

(Shina) Obrigada!

(Marin) Depois quero saber de tudo que aconteceu enquanto você estava em Tóquio.

(Seiya) Aconteceu foi nada. Bem que eu queria que tivesse acontecido.

(Shina) Seiya!

(Seiya) Foi mal. Pensei alto.

(Marin, dando um tapinha na cabeça dele) Seiya, você não tem jeito mesmo!

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Casa de Shaka.

(Seika, pulando no colo de Shaka) Enfim sós!

(Shaka) Seika, mais calma, por favor.

(Seika) Por que calma, meu amor? Eu não quero casar virgem!

(Shaka) Mas eu quero.

(Seika) Ah, Shakito!

(Shaka) Já pedi para você não me chamar assim.

(Seika) Desculpa. Passamos tanto tempo separados que eu achei que estivesse com saudades como eu.

(Shaka) Bom, eu estou, mas não do mesmo modo.

(Seika, cruzando os braços) Estou vendo. Pensei que fosse encontrar um namorado morrendo de amores por mim e o que vejo é um namorado frio como gelo.

(Shaka) Sinto muito se você criou expectativas

(Seika) Eu criei mesmo! Você tinha até falado em casamento. Achei que estivesse empolgado.

(Shaka) Eu estava. Estava até demais.

(Seika) O que quer dizer?

(Shaka) Que foi precipitado falar em casamento.

(Seika) Você está estranho.

(Shaka) Chegamos ao ponto exato. Como você pode saber que "estou estranho" se mal nos conhecemos?

(Seika) Não estou entendendo.

(Shaka) O que eu quero dizer é que pensei muito em tudo que aconteceu e acho que me deixei levar por sentimentos que eu não conhecia.

(Seika) Em outras palavras, quer dizer que nosso namoro é um erro.

(Shaka) Não é um erro. Só que eu não sou, nem nunca serei como você espera que eu seja.

(Seika) Certo. Então que você continue sendo do jeito que é. Juro que vou tentar compreender.

(Shaka) Assim espero. Vou mandar Surendra servir o jantar.

(Seika, pensativa) Pode mandar.

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Casa de Shura.

Depois do jantar, ele e a namorada mexicana descansam no sofá, ela deitada no colo do cavaleiro.

(Shura) Fico feliz por você estar aqui.

(Angélica) Eu também. Você nem imagina quanto. Queria que a Agatha resolvesse logo se casar com o Saga, porque assim ficaríamos aqui de vez. Mas a "chefa" reluta, não sei o porquê. Todo mundo está vendo que ela está caidinha por ele e ele por ela.

(Shura) Talvez ela não queira se precipitar.

(Angélica, olhando nos olhos dele) Pode ser. Mas no lugar dela, eu já teria aceitado o pedido de casamento.

(Shura, erguendo uma das sobrancelhas) Casamento!?

(Angélica) É, não é ótimo? A gente bem que podia se casar.

(Shura) Sim, mas é um tanto precipitado, não? Acho uma decisão muito séria pra ser tomada levianamente.

(Angélica) Se há amor, não há porque esperar.

(Shura) As coisas não são tão simples.

(Angélica) Certo, certo, não vamos brigar por causa dessa conversa boba.

(Shura) É melhor. (beijando a nuca dela) Que tal subirmos, pimentinha?

(Angélica) Vamos lá!

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Casa de Aldebaran.

Ele e suas convidadas também jantam. Feijoada está ao pé da mesa, esperando que alguém lhe dê um pedacinho de carne.

(Violet) Então essa comida é que dá nome à cachorrinha?

(Aldebaran) Isso mesmo. É um prato típico da minha terra. Era a comida dos escravos nos tempos do Brasil Colonial.

(Violet) Deliciosa! Podiam ser escravos, mas comiam bem.

(Aldebaran, rindo) É, de certo modo, sim.

(Violet) Muito bom, não é, Lily?

(Lily) Sim, muito bom. Gostei muito!

(Violet) Estou vendo. Você bateu um pratão!

(Lily, corando) Não me faça passar vergonha.

(Violet) Verdade! E não é vergonha. O Debinha já é de casa. Ela come muuuito, Deba. É magra de ruim!

(Lily, sorrindo conformada) Eu como pra ver se deixo de ser magricela, mas não engordo um graminha sequer. É triste.

(Aldebaran) Devia ficar feliz! Quantas não gostariam de ser assim?

(Lily) Que nada. Queria ser mais cheinha. Pareço uma tripa.

(Violet) Tripa, Lily? Isso é coisa da Rose, não é? Esqueça o que ela dizia.

(Lily) Eu tento, mas é só me olhar no espelho pra lembrar.

(Aldebaran) Meninas, que tal um joguinho depois do jantar? Gostam de dominó?

(Violet) Dominó! Simmmm!

(Aldebaran) Certo. Chamo Itimbira pra jogar dominó com a gente. Eu e Violetinha, Lily e Iti, certo?

(Lily e Violet) Certo!

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Casa de Saga.

Agatha e Saga acabam de jantar, e sobem para o quarto. Rose fica na sala, lendo um livro.

(Saga) Por que não trouxe o gato?

(Agatha) Ele fica bem no hotelzinho. Além do mais, não ando com cabeça para o Chaos. Ele deve estar de saco cheio de mim.

(Saga) Melhor. Assim sobra mais tempo para mim.

(Agatha, rindo) Coitado do Chaos. Ei, como será que estão as meninas?

(Saga, rindo malicioso) Quer mesmo saber?

(Agatha) Para! Pensa que elas só querem sexo?

(Saga) Quer que eu responda?

(Agatha) Seu bobo! Eu confio nelas!

(Saga) Eu sei, mas os hormônios não perdoam.

(Agatha) Será que a minha Michelle está numa fase parecida?

(Saga) Provavelmente.

(Agatha) Estou tão ou mais aflita que antes, sabe? Agora com a possibilidade dela estar viva, eu fico toda hora me perguntando como ela está, se vive bem, se não passa fome, essas coisas.

(Saga) Ela deve ser uma garota esperta, deve saber se ém do mais, sempre há a possibilidade dela ter sido adotada.

(Agatha) É. Que pistas exatamente você tem?

(Saga) Exatamente o que lhe contei por telefone: ela sobreviveu ao acidente, ficou internada, depois sumiu. Muito provavelmente foi para algum orfanato. Não se preocupe. Ainda estão procurando e vão encontrá-la. Tenho certeza.

(Agatha) Tomara.

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Casa de Máscara da Morte.

(Máscara) Vou te contar, hein, Carmelo, está uma zona esse condomínio. Pior que o Santuba. Encheu de gente para essa porcaria desse Natal. Por isso que eu vou me mandar.

(Carmelo) Pois é, meu senhor. Faz muito bem.

A campainha toca. Carmelo abre a porta.

(Nicoletta Madonna) Cheguei, bofe! Vamos?

(Máscara) Vamos, estrupício. Vou só ver se a barra está limpa para pegar um carro "emprestado".

(Nicoletta) Vai lá, bofe. Enquanto isso, você bem que podia me servir um lanche, né, Carmelito?

(Carmelo) Meu senhor, devo?

(Máscara) Serve aí. Ela já é de casa. Aproveita e prepara alguma coisa pra gente levar na viagem.

(Carmelo) Sim, senhor.

(Nicoletta) Isso aí, bofe-criado!

(Máscara) Aliás, pode ir se "desmontando", Nicoletta. É muita queimação eu e você no carro, você assim toda loira. Veste roupa de homem e põe um boné para esconder esse cabelo.

(Nicoletta, perplexa) Quê? Você nunca teve problemas em andar comigo!

(Máscara) É, mas pega mal.

(Nicoletta) Pode ir se explicando.

(Carmelo) É a portuguesa.

(Nicoletta) Aaaaaaaaah, não quer que a rapariga veja você com uma loira linda que nem eu, né?

(Máscara) Não quero que ela me veja saindo do condô com um traveco loiro!

(Nicoletta) Ok, vou quebrar esse galho para você. Vou me "desmontar". Mas só porque eu acho que você merece se ajeitar com essa portuga.

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Casa de Afrodite.

Patricius faz as unhas do dono da casa.

(Afrodite) Bela agitação nesse condomínio! Quero só ver a festa que o mestre está aprontando. Não tira bife, Patricius!

(Patricius) O senhor quer a unha bem feita ou não? Se quer bem feita tem que tirar tudo.

(Afrodite) Claro que quero bem feita, mas não precisa arrancar meu dedo junto. Esse condomínio bem que podia ter salão de beleza também. Faz uma falta danada.

(Patricius, ofendido) Eu faço unha muito bem!

(Afrodite) Eu sei, não estou reclamando, mas seria bom um salão aqui dentro.

(Patricius) Bom, isso seria. Mestre, será que quando eu acabar posso dar uma volta?

(Afrodite) Eu sei a volta que você quer dar... Vai, vai encontrar com seu amor.

(Patricius) Aaaah! Obrigado, mestre!

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Garagem do Condomínio.

Máscara da Morte escolhe o carro que quer e entra nele. Quando ele se prepara para sair, Celina chega.

(Celina) Olá, Máscara.

(Máscara, com cara de sem-vergonha) Olá.

(Celina) Vai sair?

(Máscara) Vou viajar.

(Celina) Viajar? Que pena. Eu estava pensando num outro tipo de viagem aqui mesmo.

(Máscara) Hum... eu gosto desse tipo também.

(Celina, entrando no carro) Sabe, eu tentei, eu juro que tentei, mas não consigo parar de pensar em tudo que fizemos.

(Máscara) Eu sei que sou inesquecível.

(Celina) Você eu não sei, mas o que você faz...

(Máscara) Não fala assim que eu me animo.

(Celina) É exatamente isso que eu quero.

(Máscara) Você é doida, mulher.

(Celina) É, eu sou.

Celina entra no carro e logo os dois estão no banco de trás, fazendo coisas que até Deus duvida.

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Casa de Milo.

Camus aproveita que Shun e Hyoga foram ao ginásio e dá uma passada rápida pela casa do amigo.

(Camus) Então, o que sentiu ao ver sua paixão chegar?

(Milo) Paixão? Que paixão?

(Camus) Não desconversa. Você já admitiu que gosta dela.

(Milo) Eu gosto, mas eu não senti nada demais ao vê-la chegar. Nadica. E não é paixão. É no máximo um encantamento momentâneo.

(Camus) Milo, Milo, assim você não conquista a garota.

(Milo) Era só o que faltava! Gelinho querendo me ensinar a conquistar mulher! É o fim dos tempos!

(Camus) Não seja cruel com seus sentimentos.

(Milo) Agora é realmente o fim! Você dizendo para eu ter sentimentos?

(Camus) Claro! Eu não sou frio como pensam.

(Milo) Vai cuidar das suas visitas, gelinho!

(Camus) Por que não foi falar com ela?

(Milo) Porque eu não quis!

(Camus) Vai acabar sozinho.

(Milo) Como você!

(Camus) Quem disse que estou só?

(Milo) E não?

(Camus) Não. Digamos que estou conhecendo uma pessoa.

(Milo) Ah, é?

(Camus) É. Vou trazê-la à ceia.

(Milo) Hum... quem diria? Gelinho de rolo! Parabéns!

(Camus) Você devia se acertar com a sua loirinha também.

(Milo) Isso não tem acerto, Camus. Ela nem liga para mim.

(Camus) Pode ser só timidez.

(Milo) É, pode.

(Camus) Então...?

(Milo) Então nada, deixa quieto.

(Camus, saindo e balançando a cabeça negativamente) Cuidado para não se arrepender.

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Casa de Máscara da Morte

(Nicoletta, já "desmontada") Carmelito, amore, o Manu foi comprar o carro?

(Carmelo) Supeito que sim.

(Nicoletta) Eu vou lá ver o que o bofe está fazendo. Desse jeito só saímos amanhã.

Minutos depois ela volta...

(Nicoletta) Me bota no cabide que eu já tô passada! O bofe estava no banco de trás do carro com a portuga do cabelo vermelho e não queira nem saber o que eles estavam fazendo, meu bem! Ai, por que eu não arrumo um bofe vitaminado que nem o Manu?

(Carmelo, arregalando os olhos) Está interessada no mestre?

(Nicoletta) Tá louca, mona? Manu é amigo, não é bofe em potencial. Mas um que nem ele cairia bem. Muito bem. E se for rico então, ui! Me faço! Como e me lambuzo! Carmelito, vou deixar a mala no quarto de hóspedes porque pelo visto não tem mais viagem nenhuma, tá? Aproveito e me "monto" de novo!

(Carmelo, rindo) Como quiser.

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Shun vai chamar Ikki, Shiryu e Seiya. Antes de ir para o ginásio encontrar-se com os meios-irmãos, Hyoga passa na casa de Mu.

(Mu) Olá, Hyoga. Seja bem-vindo.

(Hyoga) Obrigado. E a Eiri?

(Mu) Está lá dentro. Vou chamá-la.

(Hyoga) Certo.

Hyoga observa a casa atentamente e pensa que aquele será um bom lugar para sua filha crescer.

(Eiri, surpresa) Hyoga?

(Hyoga) Olá. Como vai?

(Eiri) Estou ótima.

(Hyoga) Que bom. E a pequena?

(Eiri) Também vai bem!

(Hyoga) Excelente. Trouxe um presentinho para ela.

(Eiri, pegando o pacote e abrindo-o) Ah! Um cisne de pelúcia!

(Hyoga) É. Comprei há algum tempo e nunca enviei.

(Eiri) É lindo! Ela vai gostar.

(Hyoga) Espero que sim. E como estão as coisas? Tem recebido os presentes?

(Eiri) Sim, sim. Estou guardando tudo. As roupinhas são lindas!

(Hyoga) Sempre que vejo alguma, imagino como ela ficaria usando-a. Já está com cinco meses, não é?

(Eiri) Quase. Dezenove semanas.

(Hyoga) Já é metade do tempo.

(Eiri) Sim.

(Hyoga) Bom, não quero atrapalhar vocês. Vou indo. Nos vemos amanhã. Até mais.

(Eiri) Até, Hyoga.

Depois, no ginásio, Hyoga reencontra os meios irmãos e os cinco conversam longamente sobre suas vidas, sem sequer perceberem a hora passar.

(Hyoga) Momentos como esse me fazem ter vontade de voltar ao Japão.

(Shun) Que bom!

(Shiryu) É, mas se ser ator é realmente o que você deseja, você precisa persistir, lutar por isso.

(Hyoga) Eu sei. E é realmente o que eu quero ser. Agora não vejo mais minha vida de outra forma. Quando o curso acabar, acho que vou falar com a Saori para fazer uma casa aqui. Quero ter um lugar para ficar quando vier ver minha filha.

(Ikki) E a casa do chato do seu mestre?

(Hyoga) É a casa dele. Eu quero um lugar meu.

(Seiya) Podíamos cada um fazer uma casa aqui, não? A gente fica mesmo de lá pra cá o tempo todo.

(Shiryu) Não é má idéia. Mas acho que Dohko ficaria ofendido se eu e Shunrei não quiséssemos ficar na casa dele.

(Ikki) Isso agora, mas deixa ele se juntar de vez com a enfermeira tarada que ele vai rezar pra vocês ficarem em outro lugar.

(Shiryu) Ele não é assim.

(Ikki) Você que pensa.

(Shun) Ikki, mal estamos nos falando, não é?

(Ikki) Bom, é. Nossas mulheres não se aturam, e eu tenho tido muito trabalho na academia.

(Shun) Eu também tenho estudado muito, mas sinto falta de ter você por perto.

(Ikki) Você é muito dependente, Shun. Precisa aprender a deixar de ser assim. Eu estou logo ali, alguns andares acima. Qualquer coisa que precise estarei lá, mas você tem que aprender a lidar sozinho com as coisas e a só recorrer a mim quando realmente necessário.

(Shun) Eu sei. Mesmo assim sinto falta.

(Shiryu) Pessoal, o papo está bom, mas já passa da uma da manhã. Vou indo. Boa noite!

(Seiya) Isso é medo de levar bronca da Shunrei!

(Shiryu, rindo) Um pouco.

(Ikki, rindo) Esse aí é um dominado de marca maior.

(Shiryu) Sou mesmo. Ela não merece aborrecimentos. E eu já esgotei minha cota de aborrecê-la nessa vida.

(Hyoga) Sempre dramático.

(Seiya) Que nada. Ela ama você mais que qualquer outra coisa, por isso ela compreende tudo.

(Shiryu) Nem tudo. Mas por sorte, as coisas que ela não compreenderia eu não penso em fazer.

(Ikki) Fala de traição?

(Shiryu) Também. Qualquer coisa que possa realmente magoá-la. Ela não gostava quando ia para as batalhas, mas no fundo ela sabia que era o que eu tinha que fazer. E também sabia que meu amor por ela não mudaria por causa disso.

(Hyoga) Mulheres, mulheres, mulheres. Vira e mexe e a conversa se direciona para elas!

(Seiya) Fazer o quê? Mulher é a melhor coisa do mundo!

(Ikki) Você nem sabe!

(Seiya) Eu imagino! E você, "loira"? Cadê a garota que você está pegando.

(Hyoga) Ficou em Los Angeles. Não tinha passagem pra ela.

(Ikki) Se você quisesse mesmo trazê-la, garanto que traria. O que é? Já enjoou?

(Hyoga) Ainda não é hora de trazer a Rumiko para o meu mundo.

(Seiya) Que profundo!

(Shun) E quando vai ser isso?

(Hyoga) Eu não sei.

(Shiryu) A conversa começou de novo, mas eu tenho que ir.

(Ikki) Vai lá, papai do ano.

(Hyoga, rindo) O papai do ano sou eu! Eu engravidei a Eiri primeiro!

(Ikki) Ok, pato, você fez o filho primeiro, mas quem tem vocação pra ser pai aqui é o Shiryu.

(Hyoga, sério) O que quer dizer? Que eu não vou ser um bom pai?

(Ikki) Entenda como quiser.

(Hyoga) Eu vou ser o melhor pai que a minha filha pode ter.

(Ikki) Eu realmente espero que isso aconteça, mas acho muito improvável. A menina nem nasceu e quem está lá posando de pai é o Mu.

(Hyoga) Cala essa sua boca! Você é que vai ser um pai ruim.

(Ikki) Não vou porque não pretendo ter filhos.

(Hyoga) Pois eu espero que você tenha, para que todos nós possamos ver o péssimo pai que você vai ser.

(Ikki) Não pior que você, garanto.

(Shiryu) Chega, crianças! Vamos todos dormir, que o sono já afetando nosso raciocínio. Boa noite a todos! Dispersando, dispersando!

(Seiya, rindo) Boa noite, papai!

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Dia seguinte, 24 de dezembro.

Enquanto o condomínio Olympus era preparado para a festa, a maioria dos cavaleiros aproveitou para visitar o Santuário e conferir o andamento das obras, que àquela altura concentravam-se já na Casa de Aquário. Somente à noite reencontraram-se no ginásio, decorado com fitas verdes e vermelhas, e ramos de oliveira. No centro, puseram uma enorme mesa, que já estava repleta de pratos frios e petiscos. Aos poucos, todos foram chegando para e tomando seus lugares, geralmente trazendo sacolas com presentes para dar às pessoas queridas. Apenas Dohko e Saori ainda não chegaram.

Camus chega ao ginásio acompanhado e se aproxima da parte da mesa onde estão Hyoga e os demais cavaleiros de bronze.

(Camus, entrando no ginásio) Boa noite, pessoal. Essa aqui é a Elli, uma colega da faculdade.

(Elli) Boa noite.

(Hyoga) Olá.

(Shunrei, voltando-se para onde Camus está) Elli???

(Elli) Senhora!!!

As duas se abraçam calorosamente.

(Shunrei) Meu Deus, como esse mundo é pequeno!

(Elli) Demais! Como vai?

(Shunrei) Estou ótima!

(Elli) Que bom!

(Shunrei) Sim! E você?

(Elli) Também estou muito bem! Como vai o bebê?

(Shunrei) Ótimo! Daqui a pouco a barriguinha começa a aparecer.

(Shunrei, sussurrando) Então o Camus era o tal colega de faculdade de quem você falou lá na ilha?

(Elli) Isso mesmo! Jamais poderia imaginar que a senhora o conhecesse!

(Shunrei) Não me chame de senhora!

(Elli) Certo! Desculpe! É o hábito!

(Shunrei, sussurrando) Estou torcendo pra que dê certo esse romance.

(Elli) Tomara! Por enquanto, somos apenas amigos.

(Shunrei) Sei... Venham, sentem-se perto de nós! Shi, olha quem está aqui!

(Shiryu) Elli! Olá, como vai?

(Elli) Muito bem.

(Shiryu) Agora só falta chegar o mestre.

(Seiya) E a Saori.

(Shiryu) Sim, é verdade, ainda falta ela.

(Shunrei) Na verdade, eu acho que ela não vem.

(Seiya) Como?

(Shunrei) Ela ligou para mim no começo da tarde. Vai ter um jantar na casa do (fazendo cara de nojo) Julian. Ela não disse que não viria, eu que estou supondo.

(Seiya) A gente podia ir buscá-la na casa do entojado.

(Shunrei, rindo) Entojado! Gostei! Ele é mesmo.

(Shiryu) É, mas não acho que devemos ir buscá-la. Ela está lá com o noivo e é ela que tem que saber se quer vir ou não.

(Seiya) Aposto que ela quer, mas o entojado não deixa.

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Mansão Solo.

A sofisticada ceia começa a ser servida pouco depois de Julian apresentar a noiva aos amigos da alta sociedade. Saori vestira seu melhor vestido, e usava as jóias que ganhara de Julian na noite em que começaram a namorar. Desfilava pela mansão ao lado dele, distribuindo sorrisos simpáticos, mas nada sinceros, pois o que desejava mesmo era estar longe dali.

(Saori) Preciso ir ao toalete.

(Julian) Claro, meu amor. À vontade.

(Saori, aos presentes) Com licença.

A deusa caminha imponente pelos corredores que levam até o toalete, cumprimentando sorridente cada empregado que encontra. Ao final do corredor, ela se assegura de que não tem ninguém olhando, e esgueira-se até a cozinha, onde a governanta Evanthia organiza o jantar.

(Evanthia) Algum problema?

(Saori) Nenhum. Só vim dar uma olhada.

(Evanthia) Não se preocupe. Tudo sairá perfeito.

(Saori) Imagino que sim. Bom, já olhei. Até mais.

(Evanthia, desconfiada) Até, senhora.

(Saori, pensando) Bruxa. Parece um maracujá velho.

Ainda esgueirando-se pelos corredores, Saori consegue sair da casa e chegar à garagem. Ali, ela veste o casaco que deixara escondido já pensando na fuga.

(Saori) Droga! Onde estão as chaves dos carros? Se ao menos eu soubesse fazer ligação direta! (ao ver um quadro na parede com as chaves) Ah! Ali! Mas cadê a chavinha de abrir o quadro!? Porcaria. Como é que eu fujo, hein?

A deusa sai da garagem e anda de um lado para o outro.

(Saori) Se tivesse um cavalo ou pelo menos uma moto... como aquela. Uma moto!! (aproximando-se) Com a chave!! Bom, é uma moto muito velha, mas é uma moto. Serve! Não deve ser do Julian. Deve ser de algum empregado. Não importa. É ela que vai tirar daqui! Depois dou uma nova ao dono! Coragem, deusa!

Saori, então, levanta a saia e amarra parte dela para que não atrapalhe durante o trajeto.

(Saori) Teoricamente eu não sei pilotar esse troço. Mas eu vou aprender. E vai ser agora!

Ela dá a partida e sai, primeiro meio desengonçada, tentando equilibrar-se, mas logo pega o jeito.

(Saori) Isso aí! Uhu! (gritando) Tchau, senhor meu noivooooo!!!!!!!

Continua...


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Notas finais do capítulo

(1) Pronuncia-se "suplá". É um prato grande que serve de apoio para o prato propriamente dito. Geralmente é de louça, metal ou madeira.
(2) Voul-au-vent: pronuncia-se "volovan". É uma massa folhada alta, com buraco no meio, formando uma espécie de "copinho", onde se coloca um recheio cremoso doce ou salgado.
(3 e 4) Salada niçoise e boeuf bourguignon: peguei as idéias no site do Olivier Anquier. A primeira leva filés de anchova, batatas cozidas, ovos cozidos, pepino, tomates, favas, pimentão e azeitonas pretas. O boeuf bourguignon é um picadinho de carne metido, que leva champignon no molho.



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