Escute Seu Coração escrita por Chiisana Hana


Capítulo 33
Capítulo XXXIII


Notas iniciais do capítulo

Pessoal, esse capítulo e o XXXIV estão com o mesmo erro dos caps XIII e XIV... Qualquer conteúdo que eu publico em um é duplicado no outro... Então novamente o jeito vai ser postar os dois juntos aqui... ¬¬ Muito chato isso, vai ficar imeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeenso, mas aparentemente é a única solução.



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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

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Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani

Capítulo XXXIII


(Rumiko) Então, para onde vamos?

(Hyoga) Eu vou para casa.

(Rumiko) Então eu vou com você.

(Hyoga) Desculpa, mas eu quero ficar sozinho.

(Rumiko) Está bem. (beijando-o) Você deve estar chateado com a nota da apresentação, não é?

(Hyoga) Só quero ficar um pouco sozinho.

(Rumiko) Certo. Até amanhã, então.

(Hyoga) Até.

Hyoga chega em casa chateado e vai direto para o quarto. Ao invés de dormir, ele começa uma carta para a filha, a terceira escrita e não enviada somente àquela semana.

“Olá, filha.

Seu pai teve um dia ruim hoje. Foi minha primeira apresentação no teatro. Nem tinha um público de verdade, apenas estudantes como eu e avaliadores, mas fiquei nervoso. E, pior, a avaliação que eu recebi não foi nada boa. Apresentei um trecho do livro “O Banquete”, de Platão. Um clássico. Eu adoro os clássicos, filha. Falava que é através dos filhos que os pais se tornam eternos. Falava também do amor incondicional que os pais sentem pelos filhos e de como fariam tudo por eles. Minha mãe foi capaz de um sacrifício por mim. E agora eu sinto que eu também seria capaz de qualquer coisa por você. Vou ficando por aqui.

Te amo.

Papai.”

(Hyoga, consigo) Papai... vai ser bom ouvi-la falar isso... Isso está virando um diário. Tantas cartas escritas para ela... E ela nem nasceu. Ah, meu Deus, eu realmente não sei o que vim fazer aqui. Devia estar lá no oriente, vendo minha filha crescer no ventre da Eiri. Eu preciso tanto de um conselho! Preciso tanto conversar com alguém!

Ele pega a agenda e disca um número no telefone. Uma voz desconhecida, mas com forte sotaque francês atende.

(Horace) Residência do Senhor Dervieux.

(Hyoga) Quem fala?

(Horace) O criado. Quem deseja?

(Hyoga) É o Hyoga. Quero falar com meu mestre. Pode ser?

(Horace) Só um minuto.

(Hyoga, pensando) Ainda não acostumei com essa história de Camus ter vida normal, com telefone, empregado e coisas de casas comuns...

(Camus, tom mais alegre do que pretendia) Olá, Hyoga!

(Hyoga) Olá, Mestre.

(Camus) Para você ter se dado ao trabalho de ligar creio que deva estar passando por algo grave.

(Hyoga) Não exatamente grave. Só estou confuso, sem saber o que vim fazer na América...

(Camus) Hum... e sabe o porquê desse questionamento? Houve algo, não houve?

(Hyoga) Bom, fiz uma apresentação hoje e fui massacrado pelo professor.

(Camus) Explicado. Quer dizer que está pensando em voltar só porque não foi bem avaliado? Não é essa a essência do meu discípulo.

(Hyoga) É que eu não sei mais se fiz a coisa certa.

(Camus) Acho que você só vai saber se ficar aí. Mostre para o professor que ele não errou quando o escolheu, mostre que você pode ser mais do que ele espera, do mesmo jeito que mostrou para mim.

(Hyoga) Tem razão, mestre. É isso que eu tenho de fazer.

(Camus) É. É isso. Bom, mas e como você está agora que Eiri se casou com Mu?

(Hyoga) Bem. Só lamento estar longe da minha filha. E o senhor como está? Acostumou-se com a vida normal?

(Camus) Estou muito bem. A gente se acostuma fácil com o que é bom. E viver normalmente é muito bom.

(Hyoga) É sim.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T -- S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Tóquio.

Casa de Shiryu e Shunrei.

(Shunrei) Pronto. Está uma graça!

(Kiki) Até que não foi tão ruim! E nem vai doer, Shiryu!

(Shiryu, com cara de desagrado) Eu sei que não vai doer.

(Shunrei, com a tesoura na mão) Amor, você está precisando urgentemente de um corte nesse cabelo!

(Shiryu) Está bem, mas não corte demais.

(Shunrei, animada) Certo!

Minutos depois, Shiryu se olha no espelho...

(Shiryu) Shu, acho que você cortou mais do que devia.

(Shunrei, rindo) Não cortei nem a metade do seu cabelo e ele ainda está no meio das costas!

(Shiryu) E a minha franja...

(Shunrei) Estava imensa! Dei uma boa aparada. Está vendo como seu rosto ficou mais leve?

(Shiryu) Não... Foi muito... Eu gostava do meu cabelo como era.

(Shunrei) Foi nada! Ai, ai, ai. Está me saindo um marido rabugento! Ficou tão lindo assim!

(Kiki) É, Shiryu, ficou legal!

(Shiryu) Você diz isso porque ela não cortou a metade do seu cabelo.

(Kiki) Ah, Shiryu, se a Shu cortasse metade do meu, eu ficaria careca, mas cortando metade do seu ainda sobra uma metade enorme!

(Shunrei) Isso mesmo! E além do mais, você está lindo com o cabelo novo!

(Shiryu, fazendo bico) Estou me sentindo pelado...

(Shunrei) Que biquinho mais lindo! (abraçando-o) Garanto que logo você vai gostar mais do cabelo novo que do antigo.

(Shiryu) Tomara que você esteja certa, amor.

(Shunrei) Agora eu vou cortar o meu, rapazes!

(Shiryu) Vai cortar muito?

(Shunrei) Que tal metade também?

(Shiryu) É... metade está bom!

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T -- S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Casa de Seiya.

Ele e Shina estão abraçados no sofá. Seika tinha ido à escola.

(Seiya) Hoje eu vou arranjar a empregada que você tanto quer.

(Shina) Eu não! Nem moro aqui! É a sua irmã que quer.

(Seiya) Certo. A empregada que a Seika quer, sua teimosa.

(Shina) Espero que não tenha nenhuma malandragem por detrás disso.

(Seiya) Não tem, não! Juro!

(Shina) Que bom.

(Seiya) Pois é. Agora vou lá cuidar desse negócio de empregada.

(Shina) Vai. Até mais tarde. Vou tentar fazer algo para comermos, mas não garanto a qualidade!

(Seiya) Eu como qualquer coisa!

(Shina) Eu sei.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T -- S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Mansão Kido.

(Saori, agachada no quintal, o jardineiro a seu lado) Certo. Agora eu tiro a mudinha do vasinho e coloco no buraco, não é?

(Jardineiro) Isso, senhorita.

(Saori, fazendo a “operação” na mudinha) Será que vai dar certo? Quero cuidar dela pessoalmente, mas não sei se vou conseguir.

(Jardineiro) Vai sim. Quando ela começar a crescer a senhorita vai se dedicar ainda mais para que ela continue crescendo.

(Saori) Assim espero. Quando era criança eu enjoava fácil dos brinquedos novos... Espero ter mudado também nesse aspecto. Vai ver que é porque eu tinha muitos.

O jardineiro dá uma risadinha discreta.

(Saori) Em quanto tempo ela dará pêssegos?

(Jardineiro) Ainda demoram uns bons anos, senhorita.

(Saori, pensativa) Hum... Anos... É o tempo de que preciso...

(Jardineiro) Nãi entendi.

(Saori) Não é para entender mesmo. Bom, agora que ela já está plantadinha, vou sentar aqui embaixo da árvore para descansar um pouco. Obrigada, Tsuyoshi.

(Jardineiro) Não há de quê, senhorita.

(Seiya, aproximando-se sem que ela perceba) Não sabia que você gostava de jardinagem.

(Saori, surpresa) Seiya! É, não é que eu goste, mas quero cuidar dessa plantinha.

(Seiya, sentando-se ao lado dela) Não estou reconhecendo mais você.

(Saori) É porque eu mudei. Acho que não tem mais quase nada em mim que você possa reconhecer.

(Seiya) Tem sim. Seu olhar. Ele continua com aquela tristeza lá no fundo.

(Saori) Impressão sua.

(Seiya) Não é não. Eu posso sentir que você não está bem. O que é que há? Achei que estivesse feliz com seu noivo.

(Saori) Eu estou. Acontece que ele não está aqui, então, estou sentindo falta dele.

(Seiya) Eu sei que não é isso, mas se não quer me contar, tudo bem.

(Saori) Não há nada pra contar. O que veio fazer aqui em casa?

(Seiya) Ah, já ia esquecendo! Vim pedir um favor.

(Saori) Pode pedir.

(Seiya) Estou precisando de uma empregada, sabe? Seika e Shina não querem mais fazer o serviço doméstico, além do mais a comida delas é péssima. Será que você não tem uma empregada pra me emprestar, não?

(Saori) Bom, posso colocar alguma funcionária da Fundação para trabalhar na sua casa.

(Seiya) Melhor ainda! Assim o salário dela fica por conta da Fundação!

(Saori) É. Estou indo à Fundação com Shiryu todas as tardes, não quer ir conosco hoje e ver isso comigo?

(Seiya) Seria uma boa.

(Saori) Então está bem. Pego você em casa a uma e meia. (enfática) Uma e meia. Não se atrase.

(Seiya) Não vou me atrasar. A não ser que a comida que a Shina fizer me dê dor de barriga.

(Saori, rindo) Você é muito engraçado!

(Seiya) Que bom que fiz você rir! Não estou achando essa sua tristeza legal.

(Saori) Está tudo bem. Juro!

(Seiya) Certo... então, já vou. Até de tarde.

(Saori, cumprimentando-o formalmente) Até.

Seiya se levanta e, devagar, começa a se afastar de Saori. Já um pouco distante dela, ele se volta para trás e vê que ela chora. Pensa em voltar, tentar confortá-la, mas acha melhor ir embora.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T -- S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Casa de Shun e Ikki.

O irmão mais novo está na escola, o mais velho na academia de luta. Apenas Pandora e Pani estão em casa. A alemã lê um livro enquanto a empregada, com o almoço já pronto, vê tevê. June entra no apartamento.

(Pandora, sem fechar o livro) É uma baderna essa casa. Todo mundo entra sem bater.

(June) Eu não sou todo mundo. Sou namorada do Shun!

(Pandora) O cunhadinho verde não está e você sabe disso.

(June) Sei. Vim fazer uma surpresa para ele. Vou ficar aqui e esperá-lo voltar da escola.

(Pandora) Você não treina tae kwon do?

(June) Estou de folga hoje. A treinadora foi resolver uma coisa importante.

(Pandora, resmungando) Aff. Daqui a pouco se muda pra cá...

(June) Me mudo mesmo!

(Pandora) No dia que você entrar aqui, eu saio.

(June) Eu não estou nem aí. Pode ir embora. Ninguém vai sentir sua falta. Nem mesmo o Ikki.

(Pandora, largando o livro no chão) Como é?

(June) Eu realmente acho que você é só um passatempo para ele.

(Pandora) Repete isso que eu te mato.

(June) Você não tem chance. Eu sou uma amazona.

(Pandora) Uma amazoninha de bronze que nunca se envolveu na batalha, só tirou a maldita máscara para agarrar o fresco do Shun.

(June) Fresca é você. E burra. Porque só você não vê que o Ikki só está com você porque não tem a Esmeralda.

(Pandora, gritando) Cala essa boca, vagabunda loira!

(June) Vem cá, vem me fazer calar, vem.

(Pani, vindo da cozinha ao ouvir os gritos) Senhoritas, por favor, não briguem. Que tal um chazinho?

(Pandora e June) Já para a cozinha!!

(Pandora) Você não manda na minha empregada, sua idiota!! Além do mais, burra é você que não percebe que seu namoradinho parece uma bailarina alegre!!

(June, partindo para cima de Pandora) Morra, peruaaa!

(Pani, desesperada) Ai, meu Deus, o que é que eu faço?? Ai, vou ligar para o senhor Ikki!

Ikki entra em casa.

(Ikki) Que porra é essa?

(Pani) Seu Ikki! Ainda bem que chegou! Elas começaram a brigar!

(Ikki, separando-as) Isso eu estou vendo! Parou! Pandora, larga o cabelo da June! June, larga o cabelo da Pandora!

(Pandora) Aaaaaaaaaaah! Eu vou deixar ela careca!!

(June) Morraaaaaaaaa!!

(Ikki) Peraí, porra! Não puxa meu cabelo! Olha, eu vou bater nas duas!

Com essa frase, Ikki finalmente consegue separá-las. Então, põe Pandora nos ombros e a leva para o quarto. June fica na sala. Pani a olha assustada.

(June) O que é? Está olhando o quê? Nunca viu?

(Pani, correndo para seu quarto) Desculpa!

No quarto, Ikki joga Pandora na cama.

(Ikki) Agora explica que palhaçada foi aquela.

(Pandora) Eu quero matar aquela vagabunda loira bombada maníaca.

(Ikki) Eu sei, mas uma coisa é querer, outra coisa é tentar fazer o que quer. Por que vocês se atracaram?

(Pandora) Ela me provocou!

(Ikki) O que foi que ela disse?

(Pandora) Falou que eu era um passatempo pra você.

(Ikki) E você acreditou? É tonta mesmo. Acha que eu traria um “passatempo” para morar comigo? Ah, pelo amor de Deus, Pandora. Você já foi mais inteligente!

(Pandora, socando a cama) Ai, que ódio daquela loira! Acho bom você providenciar um lugar para morarmos em 24 horas, senão vai ter morte nesse apartamento!

(Ikki) Se acalma aí, tá. Vou dar um jeito nisso depois.

(Pandora) Depois não! Agora!

(Ikki) Será que eu posso almoçar, pelo menos?

(Pandora) Vamos almoçar fora então. Não sento à mesa com aquela idiota nem sob tortura.

(Ikki) Certo. Vai se ajeitar que a gente sai.

(Pandora, levantando-se da cama) Tá. (abraçando Ikki) Jura que eu não sou um passatempo?

(Ikki) Claro que não é. Quantas vezes vou ter que repetir que você é minha mulher?

(Pandora) Que bom, meu amor. Vou me arrumar!

(Ikki) Bota um decotão poderoso e passa pela loira mostrando que a mulher mais gostosa dessa casa é você.

Na sala, June está com cara de poucos amigos, ajeitando o cabelo desgrenhado pela briga. Shun entra em casa.

(Shun) Olá, meu amorzinho! (ao ver o cabelo de June ainda meio desgrenhado e expressão irritada dela) June? O que houve?

Ela vira a cara.

(Shun, perplexo) O que foi?

(June) Aquela coisa que namora o seu irmão.

(Shun) O que tem ela?

(June) É uma idiota! Uma perua recalcada e burra! Você tem mesmo que morar com seu irmão? Você não herdou uns milhões também? Compra outro apartamento e mora comigo!

(Shun) Ainda é cedo para pensarmos nisso, Ju.

(June) Não é, não! Eu odeio essa Pandora dos infernos!

(Shun) June, fica calma. Vamos lá para o quarto, ok?

(June) Vamos, mas se eu me encontrar com ela no corredor, não respondo por mim!

(Shun) Violência não resolve as coisas.

(June) Se eu matá-la, resolve sim!

(Shun, repreendendo-a) June!

(June) É isso mesmo! Nem me olhe com essa cara de “só o amor salva”, “o mundo precisa de amor”.

(Shun) Tá, fica calma...

(June) Só quando eu nunca mais tiver de ver aquela vampira.

Pandora abre a porta do quarto. Ela e June se encaram, os olhos faiscando de raiva.

(Shun, sussurrando) Controle-se. Tenha calma.

(June) Vai sair, perua?

(Pandora) Vou, vagabunda. O ambiente está empesteado com cheiro de loira burra.

(June) Está empesteado, sim, mas é com cheiro de vampira nojenta.

(Pandora) Vou te mostrar quem é a vampira!

(June) Vem, perua.

Ikki segura Pandora, enquanto Shun segura June. Cada um arrasta sua respectiva namorada para longe. Ikki e Pandora entram no elevador.

(Ikki, rindo) O negócio está animado lá em casa.

(Pandora) Animado? Eu quero matar ela.

(Ikki) Deixa disso, Pand. Não tem que dar ouvidos ao que a June diz.

(Pandora) Ikki, vamos embora, por favor! Por favor, por favor, por favor!

(Ikki) Está bem.

(Pandora, abraçando-o e beijando-o) Ah!! Que maravilha! Ikki!!

(Ikki) Ao invés de almoçar, vamos falar com o dono do apartamento lá de cima. Vou comprá-lo.

(Pandora) Tudo bem! É no mesmo prédio, mas na minha casa aquela loira não vai entrar!

Mais tarde.

Ikki e Pandora voltam ao apartamento. Ela agora está calma e sorridente.

(Ikki) Pani, arruma suas coisas.

(Pani, em choque) Senhor Ikki... o que foi que eu fiz? Eu juro que não fiz nada!

(Ikki) Estou falando que você fez alguma coisa? Eu e Pand vamos nos mudar e ela faz questão de levar você junto.

(Pani, aliviada, abrindo um sorriso) Ah! Que bom! Vou arrumar agora!

(Pandora) Quando terminar, vá lá no meu quarto me ajudar com as minhas coisas.

(Pani) Sim, senhora!

Pandora vai para seu quarto eufórica, ansiosa por mudar-se logo com Ikki. Ele, por sua vez, vai até o quarto de Shun e abre a porta sem bater, encontrando o rapaz e a namorada trocando um beijo ardente.

(Shun, constrangido) Ikki!

(June) Custa bater à porta?

(Ikki, sério) Vamos lá para a sala, Shun. Precisamos conversar.

(Shun) Está bem.

June tenta acompanhar o namorado, mas Ikki a detém.

(Ikki) Só o Shun.

June faz uma careta para Ikki e volta para o quarto. Os dois irmãos vão juntos para a sala.

(Shun) É sobre a briga das meninas, né? Eu vou falar com a Ju e...

(Ikki, interrompendo) Pand e eu vamos embora.

(Shun) Quê?

(Ikki) É. Ela já não estava querendo mais morar aqui. Depois da confusão de hoje é que não vai dar mesmo. Eu adoro uma boa briga, mas esse clima dentro de casa não dá. Não é do meu feitio fazer o que a mulher quer, mas acho que está na hora de reconstruir a vida de verdade. E ter um lugar só meu e dela deve ajudar.

(Shun) Achei que nunca mais nos separaríamos.

(Ikki) E por que não? Somos gêmeos siameses? Um dia cada um ia ter que tomar seu rumo mesmo. Só foi mais cedo do que eu pensava.

(Shun) É... e para onde vocês vão?

(Ikki) Comprei o apartamento de cima, o que Shiryu ia comprar.

(Shun) Ah! Pelo menos ficará perto.

(Ikki) É. Qualquer coisa, bate lá.

(Shun) Está bem. Não sei se vou conseguir me virar sozinho.

(Ikki) Vai sim. E além disso, a June não vai deixar você sozinho.

(Shun) Imagino que não, mas sei lá, não acha que sou muito novo?

(Ikki) Achar eu acho, mas agora já era. Só toma cuidado para não arrumar um filho.

(Shun, corando) Pode deixar.

(Ikki) Então é isso.

(Shun, com os olhos marejados, abraçando o irmão) Vou sentir de falta de morar com você.

(Ikki) Não faz drama. Vou estar logo ali em cima.

(Shun, enxugando as lágrimas) Ainda bem.

(Ikki) Agora me ajuda a levar o colchão lá pra cima. Pandora disse que não fica mais nem um segundo aqui.

(Shun) Ajudo, sim. Ikki, e a Pani?

(Ikki) Mas é claro que ela vai conosco! Pandora faz questão. Você vai ter que arrumar outra empregada.

(Shun) Ah, sei lá, de repente ela pode até topar vir aqui fazer minha comida, limpar a casa de vez em quando. Ela já conhece meu jeito...

(Ikki) Vai ter que pagar outro salário a ela, moleque!

(Shun) Eu pago!

(Ikki) Experimente não pagar!

Juntos, os irmãos levam o colchão para cima. Decidiram depois que Pani continuaria dormindo no apartamento de Shun enquanto o quarto dela no de Ikki não estivesse pronto. As malas dele e de Pandora já estão no apartamento que compraram.

(Ikki) Então estamos indo, Shun. Amanhã eu passo para pegar o resto das coisas.

(Shun) Está bem. Boa sorte, irmão.

(Ikki) Pra você também.

(Pandora) Tchau, cunhadinho.

(Shun) Tchau, Pand.

(Pandora) Pani, é para estar amanhã cedinho lá em casa.

(Pani) Sim, senhora. Até amanhã.

(Pandora) Até.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T -- S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Jiangxi.

Mu e Eiri acabam de chegar ao aeroporto.

(Mu) De volta!

(Eiri) É! Ai, mas estava tão bom no Tahiti! Nunca me senti tão bem!

(Mu) Nem eu. Nem eu, meu amor.

(Eiri) Bom, agora vamos voltar à realidade!

(Mu) Sim.

Os dois tomam um táxi para irem até o sopé dos Cinco Picos Antigos e lá começam a subida das escadarias. No segundo degrau, Mu abraça Eiri e...

(Mu) Não precisamos subir.

(Eiri) Ah, sim, meu marido pode se teletransportar! Acho que gosto disso!

Em milésimos de segundos, estão em casa.

(Mu, rindo) Legal, não é?

(Eiri, jogando-se no sofá) Demais! Como estou cansada!

(Mu, sentando-se ao lado de Eiri e abraçando-a) Eu também, mas agora tudo vai se acalmar. Vamos ficar quietinhos, esperando a chegada da pequena.

(Eiri) É. Só que você passa os dias em Atenas...

(Mu) A solução é mudar para lá. Como conversamos no Tahiti, a casa de lá é melhor, você terá mais companhia no condomínio, e eu estarei sempre por perto.

(Eiri) Eu gostei muito de Rozan, mas acho que Atenas vai ser mesmo o lugar onde a pequena vai nascer.

(Mu) Fico feliz que concorde em ir. Você vai adorar o condomínio. O Kiki é que não vai gostar muito. Aliás, eu vou buscá-lo agora.

(Eiri, dengosa) Não! Amanhã você vai. Ele deve estar bem lá com Shiryu e Shunrei.

(Mu) Está bem! Amanhã.

Continua...

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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são meus, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

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Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani

Capítulo XXXIV



Tóquio.

Casa de Shiryu e Shunrei.

Mu se teletransporta para o lado de fora e toca a campainha. Dona Ying Ying atende-o.

(Ying Ying) Bom dia, seu Mu. Como vai?

(Mu) Vou bem, obrigado. Shiryu e Shunrei estão?

(Ying Ying) Sim. Eles estão lá no quintal com o pequeno dos cabelos de fogo.

(Mu, rindo) Sei. Posso ir lá?

(Ying Ying) Claro. É só dar a volta na casa.

(Mu) Certo. Obrigado.

Mu faz o que Ying Ying diz e assim que chega ao quintal, avista o casal e Kiki mexendo na pequena horta.

(Mu, acenando) Olá, pessoal!

(Shiryu e Shunrei, acenando de volta) Olá, Mu!

(Kiki) Mestre Mu!

O pequeno corre até o Mestre e o abraça calorosamente.

(Mu) Olá! Como passou esses dias?

(Kiki) Ah, foi tudo ótimo!

Shiryu e Shunrei também se aproximam e cumprimentam Mu.

(Shiryu) E então, meu amigo, tudo em paz?

(Mu) Sim. Nunca pensei que tudo ficaria tão bem quanto está agora.

(Shiryu) Nem eu.

(Shunrei) Como está a Eiri?

(Mu) Está bem, tirando os enjôos da gravidez.

(Shunrei) Graças a Deus tenho enjoado pouco.

(Mu) Ainda bem. Bom, eu vim buscar esse mocinho.

(Kiki) Ah, já?

(Mu, entusiasmado) É. E nós vamos voltar para a Grécia. Eiri finalmente concordou.

(Kiki) Grécia de novo, Mestre Mu? Eu queria ficar...

(Mu) Eu sei que sim, mas você pode vir visitar Shiryu e Shunrei quando quiser.

(Kiki) Por que não o contrário? Fico morando aqui e vou para lá só para ajudar o senhor.

(Mu) Você gostou mesmo de ficar com eles, né?

(Kiki) Aham!

(Mu) Hum... pode me deixar a sós com Shiryu e Shunrei?

(Kiki, afastando-se e entrando na casa) Ih, não gosto disso.

(Mu) Então, ele quer ficar, mas vocês acham o quê?

(Shiryu) Está tudo bem, ele pode ficar.

(Mu) Não é certo. Vocês acabaram de se casar.

(Shunrei) E você também.

(Mu) Mas eu já estou acostumado a cuidar dele e a Eiri trabalhava com crianças.

(Shiryu) É, mas você sabe que ele se dá melhor com a Shunrei do que com a Eiri, não é?

(Mu) É, eu sei disso.

(Shiryu) Então? Juro que não tem problema nenhum.

(Shunrei) Ele é um rapazinho, não dá trabalho nenhum. Pelo contrário, me ajuda, me faz companhia quando o Shi sai pra trabalhar.

(Mu) Ah, sim! Daqui a pouco teremos um alto executivo da Fundação GRAAD!

(Shiryu) Ainda tem muito chão até chegar nesse patamar.

(Mu) Você chega, você sabe que chega. Bom, mas voltando ao Kiki, ele pode mesmo ficar?

(Shiryu) Claro! Nós até já arrumamos um quarto pra ele.

(Mu, depois de uma longa pausa) Está bem! Ele fica. No fundo, tenho que admitir que vocês formam uma família mais estruturada que a minha. Eiri e eu começamos agora, enquanto vocês dois são uma família desde que se conheceram.

(Shunrei, emocionada, olhando para Shiryu) É, nós somos.

(Shiryu) É verdade.

(Shunrei) Vamos entrar? Você almoça conosco e dá a boa notícia ao Kiki!

(Mu) Vou lá falar com ele, mas sinto muito, não posso ficar para o almoço. A Eiri está me esperando.

(Shunrei) Ah, sim, é um motivo muito nobre. Está perdoado.

Os três entram na casa sorrindo. Ying Ying arruma a mesa e Kiki está sentado no chão, apreensivo, distraindo-se ao fazer uma lata de ervilhas aparecer e desaparecer.

(Kiki, ansioso, ao ver os três entrando na casa) E então?

(Mu) Bom, Kiki, eu sinto muito mas... você pode ficar aqui!

(Kiki, deixando a lata cair) Ah!! Nem acredito! (abraçando Mu) Obrigado, mestre!

(Mu) De nada. Mas quero você indo à Grécia pelo menos três vezes por semana para me ajudar com as armaduras.

(Kiki) Está bem! Eu vou!

(Mu) Ótimo! Agora tenho de ir. Kiki, quando estiver tudo certo na Grécia, chamo você.

(Kiki) Certo. Até logo, mestre.

(Shiryu) Ah, Mu! Antes de ir, gostaria de falar com você sobre uma coisa.

(Mu) Eu até já sei o que é.

(Shiryu) Me acompanha até a sala? Prometo que é rápido, que não vou atrasá-lo para o almoço com Eiri.

Mu acompanha Shiryu até a sala.

(Mu) Quer saber sobre o bebê, não é, papai preocupado?

(Shiryu) Eu sou muito previsível. Está tudo bem? O médico fala que está tudo bem, mas sei lá, me preocupo assim mesmo.

(Mu) Está tudo ótimo, Shiryu. Seu bebê está muito bem. Não se preocupe à toa.

(Shiryu) Certo. Obrigado, Mu.

(Mu) De nada! Agora eu vou.

(Shiryu, abraçando Mu) Até breve, meu amigo.

(Mu) Até!

Mu se teletransporta de volta a Rozan e Shiryu retorna à cozinha, onde Kiki e Shunrei esperam-no à mesa para começarem a almoçar.

(Shiryu, bagunçando os cabelos de Kiki) Está feliz?

(Kiki) Muito!

(Shiryu) Nós também.

(Shunrei) É verdade, mas você sabe que ficando aqui vai ter que ir à escola, não sabe?

(Kiki) Escola? De uniforme?

(Shunrei) É! Ah, vai ficar tão lindo de uniforme!

(Kiki) Ai, não, escola, não! Não gosto da escola!

(Shiryu) Como sabe que não gosta se nunca pisou em uma?

(Kiki) Eu sei porque sei.

(Shiryu) Resposta não aceita!

(Kiki) Escola não!

(Shunrei) Escola sim!

(Shiryu) Amanhã mesmo vou procurar uma boa escola para matricular o senhor.

(Shunrei) Ei, Shi, vamos precisar dos documentos dele para isso.

(Shiryu) Ih... é mesmo.

(Kiki) Ebaaaaaaaaa! Eu não tenho documento nenhum!!

(Shiryu) Hum... Vou conversar com os advogados da Fundação para vermos uma solução para isso.

(Kiki) Ah, nãoooo!

(Shunrei) Aposto que no final das contas você vai amar a escola.

(Kiki) Tá, né? Nada pode ser perfeito.

(Shunrei, rindo) Agora vamos almoçar, não é? Isso tudo deu fome!

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T -- S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Apartamento novo de Ikki.

Ele e Pandora acabam de acordar.

(Pandora, ainda deitada no colchão) Enfim sós! Nosso primeiro amanhecer na casa nova!

(Ikki, ao lado dela) Pois é. Por um lado vai ser até bom.

(Pandora) Por um lado? Por todos os lados, meu querido. Sem loira vagaba, sem gayzinho enrustido.

(Ikki) Pô, Pandora, é meu irmão!

(Pandora) Desculpa. É que eu realmente acho que aquele moleque tem tendências homossexuais.

(Ikki) Nada. Eu tinha lá minhas dúvidas, mas depois que ele pegou a loira não duvido mais.

(Pandora) Sei. Mas não quero falar deles. Quero falar de nós. Estou tão feliz, Ikki. Um cantinho só nosso! Ah, isso é tudo que eu sonhei.

Ikki fica em silêncio.

(Pandora) Ikki, temos que sair. Precisamos comprar as coisas para casa. Não tem nada aqui. E, claro, precisamos almoçar. Já passa do meio dia.

(Ikki) Certo. Eu vou tomar banho e depois saímos.

(Pandora) Tá. E não se esqueça de passar lá na casa do seu irmão para pegar o resto das nossas coisas.

(Ikki, levantando-se e indo para o banheiro) Não vou esquecer. (pensando) Bom, isso não é bem o que eu sonhei, mas é o que eu posso ter. Espero que você me compreenda, Esmeralda. Espero que me perdoe.

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Apartamento de Seiya.

Seiya, Shina e Seika estão sentados à mesa, esperando para provarem a comida da nova empregada.

(Shina) Você tem certeza que essa mulher é empregada doméstica?

(Seiya) Claro, claro. Pode perguntar ao Shiryu!

(Seika) Ela é bem bonitinha, mas será que cozinha bem? Isso é o principal.

(Seiya) A Saori disse que ela cozinhava no refeitório da Fundação. Por um salário bem maior, topou vir trabalhar de empregada doméstica aqui em casa.

(Seika) Se ela cozinhar bem, vai ser uma benção!

(Tsukiko, pondo a comida na mesa) Espero que gostem.

(Seika) Nós também esperamos gostar!

A moça começa a voltar para a cozinha, mas Seiya interfere.

(Seiya) Senta aí e almoça com a gente!

(Tsukiko) Não devo, senhor.

(Seika) Senta logo!

Depois de provarem os primeiros bocados da comida...

(Seiya) Maravilhosa! Uma delícia!

(Seika) Ai, que bom! Já estava cansada de comer as gororobas que eu e a Shina preparávamos.

(Shina) As suas, principalmente.

(Seika) Claro. Se dependesse de você, a gente já tinha morrido de fome.

(Seiya) Tsukiko, está aprovada, aprovadíssima. Sua comida é muito boa.

(Tsukiko) Obrigada, senhor.

(Shina, rindo) Senhor! Se o Seiya for senhor, eu sou anciã.

(Seiya) Ela me esculhambou agora, mas tem razão, não precisa me chamar de senhor.

(Tsukiko) Pode deixar.

(Seiya) Agora vamos falar menos e comer mais!

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Na academia onde as meninas de Agatha treinam...

(Agatha) Violet! Presta atenção! Desconcentrada desse jeito, acabará levando um belo golpe no meio da cara.

(Violet) Tá, eu vou me concentrar!

(Celina) Acho bom. Não estou afim de quebrar seu nariz, mas se continuar assim, acabo quebrando.

(June, entrando na academia) Oi, Agatha.

(Agatha) Olá, June.

(June) Preciso muito falar com você.

(Agatha) Está bem. Espera. Celina! Violet! Pausa na luta! Qual é o problema, June?

(June) Agatha, eu sou muito grata pelo que você fez por mim. Me integrou à sua equipe, me recebeu em sua casa num momento em que eu não sabia o que fazer da vida. Eu sei que tenho meus méritos também. Aprendi rápido, ganhei todas as lutas. Só que agora eu não quero mais lutar. Quero ficar com o Shunzinho.

(Agatha) Então é isso, você está saindo?

(June) Estou. Meu coração me diz que é pra eu ficar com ele agora, que ele é minha prioridade.

(Agatha) Vai ser um desfalque e tanto na equipe, mas se é para o seu bem, então está certo. Pode ir, querida. No fundo, não é a equipe que conta, não são as lutas, o que realmente importa é a felicidade de vocês.

(June, abraçando-a) Obrigada, Agatha! Eu sabia que você ia entender.

(Agatha, tentando não chorar) Você ficou pouco tempo conosco, mas quero que saiba que tenho um grande carinho por você.

(June) Pode ter certeza que é recíproco.

(Agatha) Eu sei. Meninas! Temos novidades!

Angélica, Lily, Violet e Celina se aproximam das duas.

(Angélica) Opa! Conta, chefa!

(Agatha) A June vai contar a novidade.

(June) Bom, meninas, eu adoro vocês, mas estou indo morar com meu namorado.

(Violet e Celina, juntas) Ah!! Que máximo!!

(Lily) Menina, boa sorte!

(Angélica) Vai dar tudo certo!

(June) Vai sim!

(Celina) Não sei se é uma boa idéia, mas vai fundo. Importante é tentar.

(Lily) Seja feliz, June!

(June) Ai, obrigada!!

(Angélica) Quando vai?

(June) Agora mesmo! É só o tempo de ir em casa pegar minhas coisas.

(Agatha) Vamos todas para casa! Vou pedir um almocinho delicioso e nós vamos nos despedir da June como se deve!

(June) Ah! Eu vou para tão longe! Só vou mudar de bairro!

(Angélica) Você vai fazer uma festinha lá na casa nova, não vai?

(June) Vou tentar!

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Cair da noite.

Apartamento de Shun. Ele acaba de chegar da escola. June o recebe.

(June) Meu amorzinho! Que bom que chegou!

(Shun) Oi, Ju! Como passou o dia?

(June) Hum... tive muito o que fazer! E tenho uma surpresa para você. Vem comigo.

Ela o leva até o quarto de Ikki.

(Shun) O que vamos fazer no quarto do Ikki?

(June) Vai ser o nosso novo quarto!

(Shun, perplexo) Nosso?

(June) É. Eu tinha umas economias e comprei esse colchão novo. Entregaram hoje.

(Shun) Não precisava fazer isso. Ainda mais gastando suas economias.

(June) Não vou precisar mais delas. Eu trouxe minhas coisas para cá. Vou morar com você!

(Shun) Ju, eu achava que era muito cedo...

(June) Não é, não, meu querido.

(Shun) Está bem. Mas não precisamos nos mudar para o quarto do Ikki.

(June) E vamos deixar o melhor quarto do apartamento vazio? O Ikki não mora mais aqui!

(Shun) Bom, não sei... pode ser...

(June) Ótimo! Ótimo! Ótimo! Preparei um jantarzinho do jeito que você gosta!

(Shun) Ah, que bom. Estou mesmo morrendo de fome! Mas e a Pani?

(June) Vampira e Ikki não queriam ela lá? Mandei ela para lá! Não precisamos mais dela aqui. Eu cuido de você e da casa.

(Shun) Certo, June! Sempre querendo o controle!

(June) Um pouquinho.

(Shun) Então vamos ao jantar!

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Um mês depois.

Dia 22 de dezembro.

(June) Vamos, Shun! O táxi já está lá embaixo!

(Shun) Estou indo!

(June) Pega o casaco, meu amor. Está muito frio lá fora!

(Shun) Já peguei, Ju.

Shun e June saem de casa e esperam o elevador que ela acabara de chamar. Quando a porta se abre, Ikki, Pandora e Pani estão lá dentro. Shun e June entram.

(Shun, muito alegre) Ikki!!

(Ikki) E aí?

Pandora e June olham-se fazendo caretas uma para outra.

(Shun) Está tudo bem. A gente quase não se viu nesse último mês, não é?

(Ikki) É. Estava ocupado com os moleques lá da academia.

(Shun) E eu estava fazendo as provas finais da escola.

(Ikki) E passou?

(Shun) Sim!! Foi ótimo!

(Ikki, sorrindo) Parabéns.

(Shun) Obrigado.

(Ikki) Vai pro aeroporto de quê?

(Shun) Chamamos um táxi.

(Ikki) Dispensa. Vou de carro. Vocês vão com a gente.

(Pandora, apertando o braço dele) Ikki!

(Shun) Ah, vamos, sim!

(June) Não vamos, não. O táxi já está lá embaixo.

(Ikki, rindo) Então tá. Você que sabe.

A porta se abre outra vez. Casa casal vai para um lado diferente.

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Casa de Seiya.

(Seika, dando pulinhos) Eu nem acredito que vou ver o Shakinha! Ai, meu pai! Vou beijar muuuitooo! Preciso tirar o atraso desses meses sem ele.

(Shina) Desse jeito é capaz de assustar o quase-santo. Devagar com a empolgação, Seika. Está fazendo igualzinho ao seu irmão.

(Seika) Não venha me dar conselhos, ok? Você não entende nada de amor.

(Shina) E você entende?

(Seika) Você devia era ir logo para a cama com o meu irmão! Acho que isso deixaria você muito mais calminha.

(Shina, muito brava) Eu vou bater em você, franguinha.

(Seiya, fechando o apartamento) Ah, meninas, vamos embora.

(Shina) Vamos.

(Seika) Aham.

(Seiya) Mas a Seika tem razão. Não consigo entender essa sua resistência em me dar...

(Shina) Não complete a frase!

(Seiya) Tá, mas eu estou fazendo o que você pediu. Estou dando duro para provar que não sou moleque! Você devia me dar... um voto de confiança.

(Shina) Ainda não me convenceu.

(Seiya) O que mais eu tenho de fazer?

(Shina) Já disse, tem que tomar juízo de verdade.

(Seiya) Como se eu soubesse fazer isso... Humph... Vamos embora!

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Casa de Shiryu e Shunrei.

Shiryu acaba de colocar as malas num táxi. Ele, Shunrei e Kiki despedem-se de Ying Ying.

(Ying Ying) Tem certeza de que não precisa de mim, senhora?

(Shunrei) Claro. Pode passar as festas com seu namorado. Lá na casa do Mestre tem um empregado muito bom, não se preocupe comigo. Aproveite para namorar bastante!

(Ying Ying) Obrigado, senhora.

(Shiryu) Até a volta, dona Ying Ying!

(Ying Ying) Até, senhor. Boa viagem!

(Kiki, rindo) Tchau, velha!

(Ying Ying, rindo) Tchau, moleque malcriado do cabelo de fogo!

(Shunrei) Ai, meu Deus, esses dois! Kiki, não a chame assim! Ying Ying, não chame ele de cabelo de fogo!

(Kiki) Ela gosta!

(Ying Ying) Ele também gosta!

(Shunrei) Mesmo assim.

(Shiryu) Deixa, Shu. Não vai adiantar. Eles se adoram.

(Kiki) Pois é, né, Shu?

(Shunrei) Se arrumar um apelido malcriado para mim, é melhor que não fique sabendo! Senão ponho o senhor de castigo!

(Kiki) Daqui a uns meses já vai dar pra chamar você de bolinha!

(Shunrei) Ah, seu danado!! Shiryu, não ria!!

(Shiryu, rindo) Ah, bolinha foi ótimo! E eu realmente estou ansioso para ver essa barriga ficar enorme.

(Shunrei) Bom, isso é verdade. Não vejo a hora. Ainda está tão pequenininha.

(Kiki) Já, já ela cresce.

(Shiryu) Pois é. Agora vamos, não é?

Os três acenam para Ying Ying enquanto o carro se distancia da casa.

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Mansão Kido.

(Saori, ao telefone) Isso mesmo, Julian. Chegarei hoje à noite.

(Julian) E é claro que vai se hospedar na minha casa, não é?

(Saori) Bom, não era o que eu estava pensando...

(Julian) Saori, por favor, o que é custa se hospedar na minha casa?

(Saori) Veremos, Julian, veremos. Agora tenho que ir para o aeroporto. Tchau.

(Julian) Tchau, amada. Até a noite.

(Saori) Até.

Saori desliga o telefone.

(Saori, para Tatsumi) Estou indo. Tem um embrulho lá no escritório. Pode pegar pra mim?

(Tatsumi) Claro, senhorita.

O mordomo volta do escritório com um grande pacote nas mãos.

(Saori, sorrindo) É o seu presente de Natal.

(Tatsumi, envergonhando) Obrigado, senhorita.

(Saori, abraçando-o) Feliz Natal antecipado, meu fiel mordomo, meu amigo.

(Tatsumi) Para a senhorita também.

(Saori) Não vai abrir seu presente?

(Tatsumi) Claro, senhorita.

Ele desembrulha o pacote e abre a caixa de madeira.

(Tatsumi) As taças de cristal do senhor Kido?

(Saori) É. Eu não uso. Nunca usei. Vão ficar bonitas na sua casa. Ying Ying vai gostar.

(Tatsumi) Eu não posso aceitar.

(Saori) Pode sim. Até a volta.

(Tatsumi) Até, senhorita.

(Saori) E se por acaso eu demorar a voltar, cuide de tudo.

(Tatsumi) Claro.

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Casa de Agatha.

(Agatha, dentro do carro) Vamos, meninas, vamos! Apressem-se! Arrumamos carona para a Grécia! Não podemos nos atrasar! Querem que eu acabe tendo de pagar as passagens?

(Celina) Já estamos atrasadas. Muito atrasadas.

(Agatha) Angélicaaaa!! Andaaa!

(Angélica, arrastando uma mala cor-de-rosa imensa; Violet e Lily vêm atrás dela) Já estou indo!

(Celina) Só eu sou pontual!

(Agatha) Vamos, vamos, entrem logo no carro!

Alguém se aproxima do carro e toca o ombro de Agatha. Ela se vira e olha para a moça.

(Agatha) Rose?

(Rose) Eu mesma.

A garota está bem mais magra e pálida, os cabelos já não têm o brilho de antes, e ela exibe olheiras profundas.

(Violet, correndo até ela) Rose! (abraçando-a) Ah, Rose! Onde esteve? O que houve?

(Lily, também correndo até a irmã) Oi, Rose.

(Rose) Oi. Não vai me abraçar?

(Lily, abraçando-a) Claro.

(Celina) Pessoal! Estamos atrasadas! Vamos agilizar o reencontro aí!

(Rose) Vão sair?

(Agatha) É... nós vamos passar o Natal na Grécia.

(Rose) Grécia? Com os namorados?

(Agatha) É.

(Celina) É, falamos com você na volta. Vamos embora, galera!

(Angélica) Espera. Não está vendo como ela está? O cabelo maltratado, uma roupinha sem glamour... essa não é a velha Rose que conhecemos.

(Violet) O que houve com você?

(Rose) É uma longa história.

(Agatha) Entrem no carro. Você também, Rose. Você vai com a gente.

As trigêmeas comemoram e fazem o que Agatha diz. Enquanto ela dirige, Rose conta o que houve.

(Rose) Então, quando eu saí da casa de vocês, eu me hospedei numa pensão. Poucos dias depois, conheci um homem. Um homem mais velho. Ele era americano como eu, nós nos demos bem, começamos a sair. Ele logo disse que era rico e que me levaria de volta à América, onde era empresário e tinha mansões e iates. Eu acreditei, claro. Era tudo perfeito. Ele estava hospedado num hotel de luxo. Então ele me levou para esse hotel. Até que um dia eu acordei e ele não estava mais lá. Tinha encerrado a conta e ido embora, levando meus cartões. Quando fui ao banco cancelar tudo, descobri que ele tinha sacado todo o meu dinheiro. Fiquei na rua, depois fui para um abrigo, até que hoje eu criei coragem para vir atrás de vocês.

(Celina) Mas você é burra, não é? Ô loira burra! Tenho um ódio de gente burra!

(Violet) Pára, Celina. Ela já sofreu o bastante.

(Rose) Ainda não terminei a história.

(Celina) Ih, lá vem bomba.

(Rose) Há dois dias eu passei mal e desmaiei na rua. Alguém me socorreu, me levou para o hospital, e lá eles descobriram que eu estou grávida.

(Agatha) Ah, meu Deus.

(Rose) Agatha, eu vou entender se você não me aceitar de volta, mas eu não tenho mais ninguém para recorrer.

(Agatha) Eu não devia, ainda mais depois de tudo que você me disse, mas também não posso deixar você na rua, sem dinheiro e com um filho na barriga. Você fica conosco.

(Celina) Chefa sempre boazinha. Se fosse eu, você estava ferrada.

(Violet) Celina! Ela está grávida.

(Celina) E daí? Só porque ela transou com um sacana e engravidou dele eu tenho que ser delicada? Nem a pau. Fez a besteira, assuma e se vire!

(Agatha) Já está bom, Celina. Rose, você vai para a Grécia conosco, mas acho bom se comportar direitinho!

(Rose) Obrigada, Agatha! Eu vou me comportar! Juro!

Continua...


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