Escute Seu Coração escrita por Chiisana Hana


Capítulo 23
Capítulo XXIII




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Os personagens de Saint Seiya pertencem ao tio Kurumada e é ele quem enche os bolsinhos. Todos os outros personagens são criações minhas, eu não ganho nenhum centavo com eles, mas morro de ciúmes.

ESCUTE SEU CORAÇÃO

Chiisana Hana

Beta-reader: Nina Neviani

Capítulo XXIII

Tóquio.

Apartamento de Seiya.

(Seiya, meio desconfiado) Olá, Shinazinha. Olá, maninha do meu coração.

(Shina) Olá, Seiya.

(Seika) Oi, mano. Por que está com essa cara?

(Seiya) Que cara?

(Seika) Essa cara de quem comeu e não gostou.

(Seiya, desconversando) Eu? Imagina! Tô ótimo!

(Shina) Fala a verdade, Seiya!

(Seiya) Eu tô falando! Tenho nada não!

(Shina) O que é que está havendo?

(Seiya, sentando-se à mesa) É que eu ando pensando muito naquele negócio que você me disse.

(Shina) Qual?

(Seiya) De estar todo mundo fazendo alguma coisa que preste e só eu que não.

(Shina) Ah! Finalmente você parou para pensar e viu que eu tenho razão.

(Seiya) É... Tenho umas idéias. Coisa séria, Shina. Em breve você vai saber. Agora eu tomo jeito de uma vez por todas. Não quero ser vagabundo para sempre.

(Shina, beijando-o) Assim que eu gosto de ver você. Tomando jeito, mostrando-se responsável, preocupado com o futuro.

(Seiya) Eu vou crescer, Shina. E vou te fazer feliz. Ah, vou.

(Seika, olhando a cena com inveja) Ai, que bonitinho... pena que estou longe do meu loirinho.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Apartamento de Ikki e Shun.

Ikki e Pandora estão na cama, abraçados.

(Pandora, levantando-se) Sua barriga já está roncando de fome. Vou mandar a Pani servir o jantar.

(Ikki, seguindo-a) Eu vou lá falar com ela também. Vê se não implica mais com a coitada. Não caia na paranóia da June.

(Pandora) Pode deixar. Aquela loira bombada nunca mais vai colocar caraminhola na minha cabeça.

Depois da "pressão" de June, Pani voltara à cozinha, com cara de choro, e, sentada à mesa, retomara a leitura.

(Ikki, sentando-se à mesa) Chorou por causa da June?

(Pani, esfregando os olhos) Não, senhor.

(Pandora, sentando-se também) Sabemos que foi.

(Ikki) Olha só, Pani, seu patrão sou eu. A June não mora aqui e mesmo que morasse...

(Pandora, interrompendo) Nem fale numa coisa dessa!

(Ikki, rindo) Mesmo que ela venha morar aqui algum dia...

(Pandora, interrompendo outra vez) Ikki!

(Ikki, rindo) Mesmo que ela venha morar aqui, ela não manda em você. Portanto, ignore-a. E se ela reclamar, diga que foi ordem minha.

(Pandora) Ou minha.

(Ikki) Quanto ao namorado inventado, a Pand já está sabendo de tudo.

(Pandora) Mas você bem que podia ter um namorado de verdade, né? Sempre fica aí pelos cantos... Um namorado faz muito bem.

(Ikki) E tem mais. Você disse que queria estudar, então amanhã você vai se matricular na escola ou num curso de qualquer coisa, até corte e costura vale. Não vai querer ser empregada pra sempre, vai?

(Pani) Não, senhor

(Pandora) Então faça isso amanhã.

(Pani) Obrigado, senhora. Fico feliz que não esteja com raiva de mim.

(Pandora) Claro que não. Por que estaria?

(Pani) Ah, sei lá... não é todo mundo que aceita uma ex-prost... (Ikki olha para ela com uma caramuito, muito brava)

(Pandora) Prost...ituta...?

(Ikki) Imagina! Claro que não, Pand. (pensando) Porra! Quem mandou a Pani falar isso? E agora? Como é que que saio dessa?

(Pandora) Você era prostituta?

(Pani) Bom... só trabalhei nisso por duas semanas...

(Pandora) Ikki, você foi cliente dela?

(Ikki) Eu? Nada! Nem sabia que ela era da vida. (pensando) Tenho que aprender a mentir melhor.

(Pandora, perplexa) Ikki, eu não estou acreditando nisso.

(Ikki) Ela só trabalhou com isso por duas semanas, não ouviu? O que são duas semanas? Duas semanas não são nada.

(Pandora) Vou perguntar de novo. Você foi cliente dela? (Ikki não responde. Ela se volta para Pani) Ele foi seu cliente?

(Ikki) Ai, saco! Fui! Pronto!

(Pandora) Quando foi isso, seu infeliz?

(Ikki) Naquela noite em que brigamos no motel. Mas depois disso, nunca mais. Então, relaxa.

(Pandora) Relaxa? Meu namorado sai com prostitutas!

(Ikki) Eu saí com uma! Mas isso foi há séculos!

(Pandora) E ainda a trouxe para dentro de casa!

(Ikki) Eu a trouxe justamente para ela deixar de ser prostituta! E vamos acabar com esse chilique porque eu já estou me irritando.

(Pandora, respirando fundo) Tudo bem. Vou relevar. Mas se você fizer de novo, eu te mato. (Ikki) Tá, tá. Não vou fazer. Agora, Pani, serve o jantar, pelo amor de Deus.

(Pani, assustada) Sim, senhor.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Quarto de Shun.

Ele está sentado na escrivaninha, rodeado de livros. Ela está deitada na cama, agarrada com uma das dezenas de pelúcias que Shun tem no quarto.

(June) Está ouvindo a confusão que está rolando na cozinha?

(Shun) Ikki e Pandora brigando. Dia sim, dia não eles brigam. É normal.

(June) Esse seu irmão é muito estranho.

(Shun) Não é não.

(June) Já está terminando de estudar?

(Shun) Ainda não.

(June) Hum... tem um caderno ou agenda sobrando por aí, amor?

(Shun) Devo ter algum na gaveta do criado-mudo. Pode pegar.

(June, esticando-se para alcançar o criado-mudo) Ah! Tem um do Chococat e um do Nyago. Qual você quer me dar?

(Shun, virando-se para ela) Hum... o do Chococat. É muito fofo.

(June) Certo! Obrigada, meu lindo.

(Shun) De nada. Posso saber o que vai fazer?

(June) Enquanto você estuda, eu vou escrever um diário.

(Shun) Ah, minha lindinha registrando os momentos da vida! Que lindo!

(June) É, né? Mas só vou fazer mesmo para arrumar alguma ocupação enquanto você estuda.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Los Angeles.

Mais um dia de aula no curso de formação de atores em Los Angeles. Hyoga e Rumiko raramente se desgrudam. Falam inglês o tempo todo, embora às vezes, uma ou outra expressão em japonês escape. Depois das aulas, geralmente à noite, os dois ensaiam os trechos que apresentarão no trabalho. A cena de Romeu e Julieta, trabalho de Rumiko, já estava decorada e ensaiada à exaustão. Entretanto, o trabalho de Hyoga ainda permanecia indefinido. Rumiko insistia para que ele fizesse a cena de Édipo Rei. Ele, por sua vez, buscava outra alternativa.

(Hyoga, na saída do curso, com diversos livros clássicos na mão) Peguei "As Nuvens", "O Banquete", "Prometeu Acorrentado" e a "Odisséia". Me ajuda a escolher uma cena?

(Rumiko) Odisséia? Devolva, por favor!

(Hyoga) A história é boa. Podíamos fazer a cena da envergadura do arco. Você seria Penélope.

(Rumiko) Bom, essa cena é até legalzinha...

(Hyoga) Pois é.

(Rumiko) Em "O Banquete" teria algum papel pra mim?

(Hyoga) Até onde lembro todos os personagens são homens, então você teria que fazer um homem.

(Rumiko) Hum... gostei. Me dá aqui. Eu leio o Banquete e você lê os outros. Já estamos na metade do mês e você não tem nada pronto para o seu trabalho. Temos que adiantar as coisas.

(Hyoga) Vai dar tempo. Não estou preocupado.

(Rumiko) Você é sempre tranqüilo desse jeito?

(Hyoga) Só me preocupo com o que realmente preciso me preocupar.

(Rumiko) Ai, eu me estresso com tudo! Quero ser como você.

(Hyoga) Não queira... Mas bem que um trabalho só podia valer pelos dois!

(Rumiko) É. Só que eles querem ver se conseguimos fazer duas coisas diferentes ao mesmo tempo.

(Hyoga) Que seja. Então. Nos vemos hoje à noite lá em casa?

(Rumiko) Certo.

(Hyoga, dando um beijo no rosto dela) Até lá, então! Tenho uma sessão de fotos daqui a pouco. Tchau!

(Rumiko) Tchau. (pensando) Apenas um beijo na bochecha...

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Tóquio.

Casa de Agatha.

As meninas acabam de ouvir a conversa entre Agatha e Saga

(Angélica, sussurrando) Do que será que falavam?

(Violet) Não faço idéia, mas deve ter sido algo importante.

(Celina) Não têm vergonha de ficar escutando a conversa alheia?

(Angélica) Não. A Agatha chorou, Celininha!

(Celina) A chefona? Chorando? Putz! Então deve ser grave!

(Violet) Ela chorava como se fosse de alegria.

(Celina, puxando as duas pelo braço) Já pro quarto!

(Angélica) Calma!

(Celina, empurrando as duas pra dentro do quarto) Agora contem direito!

(Violet) Não era você que estava dando bronca na gente por ouvirmos a conversa alheia?

(Celina) Ah, mas essa fofoca é bombástica.

(Lily, que jogava video game) Do que estão falando? Não vai mais jogar, Celina?

(Celina) Agora não! Contem!

(Lily) Do que se trata?

(Angélica) Bom, o Saga ligou para a Agatha. Ela mandou a gente sair da sala, mas a gente ficou ouvindo do corredor.

(Violet) E ele contou alguma coisa importante para ela porque de repente ela começou a chorar.

(Angélica) Aí no final ela disse algo como: "procurei por ela desde o desaparecimento e em apenas alguns dias você conseguiu encontrar uma pista."

(Celina) Sobre o que falavam? Quem é "ela"?

(Lily) Ué? Só pode ser a filha!

(Angélica) Mas a filha dela não morreu?

(Lily) Vai ver que o Saga descobriu que não.

(Violet, abraçando Lily) Essa é a minha maninha! Dificilmente fala, mas quando abre a boca só vem coisa inteligente.

(Lily, corando) Pára, Violet. Foi só uma dedução...

(Celina) Gente, que bomba!

(Angélica) Se a filha da Agatha estiver mesmo viva, imaginem como ela vai ficar feliz.

(Violet) Poxa, demais!

(Celina) Bom, depois dessa bomba, vamos voltar ao jogo, Lily! Prepare-se para morrer!

(Lily) Eu morro em todas mesmo. Não consigo dar um golpe sequer no seu bonequinho.

(Violet) Eu vou lhe ensinar umas manhas. Você vai ganhar dela!

(Celina, pegando o joystick) Nem na próxima encarnação vocês ganharão de mim! Vamos lá! A morte chama por vocês!

(Angélica) Pára com isso, instinto assassino!

(Celina, rindo) Eu sou máááá!

(Violet) Você é doida.

S - - - - A- - - - I - - - - N - - - - T - S - - - - E - - - - I - - - - Y - - - - A

Dia seguinte.

Hospital da Fundação GRAAD. O oftalmologista que operou Shiryu vai até o quarto dele, examiná-lo.

(Médico) Muito bom. A recuperação está excelente. O senhor vai usar um tampão por mais um dia. Depois, terá que se proteger da luz por mais uma semana. Não poderá sair ao sol, nem ficar sob luz forte, o ideal é ficar sempre na penumbra. Passado esse tempo, terá que vir ao consultório para avaliarmos o grau que usará em seus óculos.

(Shiryu) Pode deixar, doutor. Minha esposa vai me fazer cumprir as recomendações.

(Shunrei) Com certeza! Não sabe como ele é teimoso, doutor!

(Médico) As mulheres conseguem qualquer coisa de nós, não?

(Shiryu) Sempre!

(Médico) Bom, é isso. Está liberado. Vejo você em uma semana.

(Shiryu) Obrigado por tudo.

(Médico, saindo) De nada. Cuide-se.

(Shunrei) Vou ligar para a mansão para virem buscar a gente.

(Shiryu) Faça isso, amor.

Shunrei pega o telefone e disca o número da mansão. Antes que atendessem, alguém bate à porta do quarto. Ela põe o telefone de volta e manda a pessoa entrar.

(Ikki) Olá, Shunrei. E aí, como é que é? Vai sair hoje mesmo, Shiryu?

(Shiryu) Ikki! Vou! Acabei de receber alta.

(Ikki) Nossa. Eu adivinhei! Vou jogar na loteria agora! Tinha vindo me oferecer para levá-los à mansão. Estou um amor, não estou?

(Shiryu) Até demais... o que deu em você?

(Ikki) Só quero exibir meu carango pra vocês!

(Shiryu) Até parece que você liga para essas coisas.

(Ikki) Não ligo mesmo. É que estou ficando bonzinho.

(Shunrei, rindo) É só o tempo de rearrumar as coisas, Ikki.

Enquanto Shunrei arruma as coisas dentro da malinha, Ikki e Shiryu conversam.

(Shiryu) Conta outra, Ikki. Essa de "estou ficando bonzinho" não colou.

(Ikki) Hum... garoto esperto.

(Shiryu) O que é que há?

(Ikki) É a Pand. Contei pra ela tudo sobre a Pani. Bom, claro que não falei que ela era prostituta, né? Mas a retardada acabou soltando a informação.

(Shiryu) Muito bom. Quem diria que você contaria de livre e espontânea vontade.

(Ikki) Não foi bem isso. A June insinuou que a Pani podia ser minha amante. Aí já viu, né? Pandora deu chilique e eu tive que contar.

(Shiryu) Estava fácil demais para ser contigo.

(Ikki) O caso é que eu me senti muito bem falando a verdade pra ela. Então decidi ser mais... ser menos troglodita com ela.

(Shiryu) Estou perplexo.

(Ikki) Também não é para tanto. Eu não sou esse monstro.

(Shiryu, irônico) Nãããão!

(Ikki) Pára, bestalhão. Não tenho pudores de bater em gente hospitalizada.

(Shiryu) O velho Ikki de volta!

(Ikki) Imbecil. E eu ainda venho conversar com você.

(Shiryu, rindo) É porque eu também sou seu irmão e você também me ama.

(Ikki) Amo coisa nenhuma!

(Shiryu) Ama sim!

(Shunrei) Podemos ir, rapazes?

(Shiryu) Claro, amor.

Os três saem do hospital no carro de Ikki. De volta à mansão, não encontram Saori em casa. Ela estaria na sede da Fundação, segundo disse Tatsumi, mas...

Parque da cidade.

Depois de andar vários minutos, Saori senta-se num dos bancos defronte ao lago, que ela olha fixamente.

(Saori, pensando) Tudo se encaminhou. Eles estão bem, estão felizes. É assim que deve ser. O resto não importa...

Continua...


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