°.¸¸.•´¯`»She Is Amazing«´¯`•.¸¸.°

Capítulo Sete

‒ Hoje eu vou estar sozinha em casa ‒ dizia Karin com falsa inocência, quando ela e Sasuke estavam no corredor, antes das aulas, depois do almoço. ‒ Se quiser aparecer... ‒ Rodeou o pescoço de Sasuke com os braços. O Uchiha deixou que um sorriso malicioso se formasse no canto de seus lábios.

‒ Quem sabe ‒ disse ele, colocando as mãos na cintura da ruiva. Karin abriu um sorriso largo e colou seus lábios nos de Sasuke.

Karin não era a melhor namorada do mundo, sempre tendo seus chiliques inúteis, típicos de uma garota mimada. Sasuke estava namorando com ela há poucos meses e apesar de se irritar facilmente com a garota, não podia negar que ela fazia algumas coisas interessantes. Ele não a amava, chegava a torcer o nariz nas poucas vezes que tinha pensado nisso, somente precisava dela para animar seus dias.

Ela lhe sorriu mais uma vez depois do beijo, mas seu rosto rapidamente assumiu uma expressão irritada quando duas figuras apareceram no corredor quase deserto. Sasuke estreitou os olhos ao ver Sakura conversando com Temari. A loira mantinha a expressão séria enquanto ouvia Sakura falar.

‒ Era só o que faltava! ‒ sibilou Karin. Sasuke ficou olhando para as duas garotas que se aproximavam, curioso. Desde quando Sakura e Temari se conheciam? ‒ A esquisita e a tosca!

Sasuke franziu as sobrancelhas ao ouvir Karin chamar Temari de tosca, ela nunca havia demonstrado aversão a loira, as duas não eram amigas, mas não costumavam alfinetarem-se.

‒ Temari! ‒ chamou a ruiva, afastando-se de Sasuke. A loira desviou a atenção de Sakura para Karin e se aproximou com a rosada ao seu lado.

‒ Olá ‒ cumprimentou a loira sem entusiasmo, Sakura trocou um rápido olhar com o Uchiha, mas não disse nada.

‒ O que você está fazendo com essa garota? - perguntou Karin com desdém. Sakura bufou, chamando a atenção de Sasuke, ela parecia aborrecida.

‒ Estamos conversando, Karin. ‒ A resposta de Temari foi fria. A ruiva riu.

‒ Como é que alguém pode querer conversar com essa alienada? ‒ perguntou ela a Sasuke, mas Sasuke nada disse. O rosto de Temari ficou vermelho de fúria, se havia uma coisa que a deixada profundamente irritada, era pessoas como Karin.

‒ Você é a última pessoa que pode dizer alguma coisa sobre alienados, já que é uma das piores! ‒ exclamou veemente.

‒ Não me diga que está defendendo ela ‒ sibilou a ruiva. ‒ Essa garota está separando a nossa turma, Temari, você vai fingir que isso não está acontecendo?

‒ Não diga bobagens, se a nossa turma está se separando, é porque ninguém mais está disposto a aguentar você ‒ disse ela e lançou um breve olhar para Sasuke. O moreno continuava em silencio, não dava a mínima para aquela discussão, apesar de sentir certo incomodo quando Karin mostrava-se disposta a ofender Sakura. Ele sabia que o que a ruiva dizia não era verdade.

‒ Você está fazendo de propósito, não é? ‒ Karin se dirigiu a Sakura, que observava tudo impassível.

‒ Sim, nada me deixaria mais feliz do que afastar você dos seus amigos ‒ disse Sakura com ironia. Temari abriu um pequeno sorriso.

‒ Ridícula! Você não passa de uma ridícula, Haruno! ‒ gritou a ruiva. ‒ Não importa o que faça, sempre vai ser uma esquisita nojenta!

Sakura trocou um olhar com Sasuke e ele teve a impressão de ver um pedido de ajuda mudo. Aquilo o fez fixar o olhar na figura da garota e não desviar. Temari disse algo que o Uchiha não entendeu, mas fez Karin abrir a boca, incrédula. Depois a loira pegou Sakura pelo pulso e a puxou para longe.

‒ Você viu o que ela disse?! ‒ perguntou Karin furiosamente. ‒ Sasuke!

O moreno desviou a atenção das duas garotas que saiam do corredor para a que estava a sua frente. Karin ajeitou os óculos e bufou.

‒ Só está assim porque Shikamaru arranjou uma namorada! Mas também, quem gostaria de ficar com uma grossa com ela?! ‒ disse ela, deixando Sasuke confuso. ‒ E ainda tem aquela idiota! Alienada, esquisita! ‒ exclamou para si mesma.

Mais tarde quando Sasuke voltava para casa a pé novamente, já que estava sem carro, ele avistou Sakura conversando com Miya, Luka não estava por perto. Ele se aproximou, mas rosada não o percebeu.

‒ Sasuke, querido! Estava esperando você ‒ disse Miya com satisfação. Sakura virou-se para encará-lo e Sasuke notou algo diferente nos olhos dela. Mágoa?

‒ Hn ‒ resmungou ele, desviando o olhar para a empregada.

‒ Sakura estava me contando sobre seu pai, ele está planejando uma visita em breve ‒ sorriu a mulher. Sakura também sorriu, mas fracamente. ‒ Isso é ótimo, não acha? ‒ perguntou e Sasuke assentiu.

‒ Sim ‒ se limitou a dizer. Sakura ajeitou a mochila nos ombros e colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha.

‒ Preciso entrar, Miya ‒ disse a rosada, olhando para sua casa. ‒ Minha mãe está em casa e...

‒ Ah, claro, eu entendo, diga que eu lhe mandei um olá.

‒ Eu digo. ‒ Sakura passou por Sasuke sem encará-lo e somente se virou para Miya quando estava prestes a entrar em casa. ‒ Até logo.

O sorriso da empregada sumiu no instante que Sakura fechou a porta, e então ela lançou a Sasuke um olhar reprovador.

‒ O que você fez? ‒ exigiu ela em tom sério. Sasuke deu de ombros e passou por ela, indo em direção a porta de sua casa.

‒ Não faço a menor idéia ‒ disse ele. Sasuke não sabia porque ela não o havia cumprimentado ou então sorrido para ele, Sakura estava estranha e ele desconfiava que fosse porque Luka havia insinuado que os dois estavam juntos, mas Sasuke não via vergonha na rosada, como tinha percebido antes, ele via mágoa. Isso o incomodava.

‒ Depois que você chegou, ela quis entrar, então você deve ter feito algo, Sasuke ‒ insistiu Miya, seguindo-o.

‒ Já disse que não sei ‒ resmungou ele, abrindo a porta e entrando. Miya fechou a porta e deixou que Sasuke subisse as escadas.

‒ Adolescentes! ‒ bufou ela.

Sasuke decidiu ir até a casa de Karin mais tarde, já que ela estaria sozinha e acabou voltando um pouco tarde, estava sem carro e era quase noite quando chegou em casa. Ficou surpreso que Luka Haruno estivesse andando de bicicleta no pequeno gramado que havia em frente a sua casa, estava sozinho e a escuridão da noite estava quase completa.

‒ E aí, pirralho?

Luka fitou-o e abriu um pequeno sorriso. O Uchiha achou que o menino parecia chateado.

‒ Oi, Sasuke ‒ cumprimentou desanimado.

‒ Tudo bem? ‒ perguntou Sasuke, com leve preocupação, era a primeira vez que via Luka daquele jeito, o garotinho estava sempre animado, rindo.

‒ Aham ‒ Murmurou Luka.

‒ Hn, onde está sua irmã? ‒ Colocou as mãos no bolso da calça.

‒ Com a minha mãe ‒ disse o menino e Sasuke teve a sensação de já ter passado por uma situação parecida antes.

‒ E você vai ficar aqui? ‒ Sasuke achou que era estúpido se preocupar, mas não pode deixar de perguntar. ‒ Está escuro.

Luka balançou a cabeça, negando e saiu de cima da bicicleta.

‒ Sah, não vai gostar se eu ficar brincando no escuro.

‒ É melhor você ir para dentro, então ‒ sugeriu Sasuke, subindo os degraus da varanda. Luka fez o mesmo, puxando a bicicleta pelo guidão.

‒ Tchau, Sasuke ‒ se despediu o menino rapidamente. Sasuke estreitou os olhos pra a situação. Luka estava estranho, muito estranho.

O Uchiha mais novo entrou e se deparou com seu irmão sentado no sofá com o controle da TV na mão, sua expressão não era das melhores. Sasuke sentou no sofá do outro lado da sala e Itachi olhou-o.

‒ Aproveitou a tarde, irmãozinho? ‒ perguntou o mais velho.

‒ Isso não é da sua conta ‒ disse enquanto tirava os tênis e ouviu a risada sem humor de Itachi.

‒ Com certeza é da sua namorada, não é? ‒ zombou e Sasuke soube que Itachi estava em um de seus piores dias.

‒ Não me diga que brigou com o nosso pai ‒ o canto dos lábios de Sasuke se curvaram em um sorriso.

‒ Isso não é da sua conta ‒ rosnou para o irmão, que se limitou a alargar o sorriso.

‒ Claro.

Sasuke fechou os olhos, imaginando o motivo de seu irmão e seu pai terem brigado. Devia ser um motivo muito sério, Fugaku não se permitia perder o controle com o filho mais velho tão facilmente.

‒ Sasuke, tire os sapatos da sala ‒ exigiu Miya ao sair da cozinha ‒, o pai de vocês não vai demorar a chegar. ‒ Então ela parou e se virou para olhar para Sasuke. ‒ Onde você estava? Não o vi sair e quando procurei não estava em casa.

‒ Pergunte à namorada dele, Miya ‒ disse Itachi sem desgrudar o olhar da TV.

‒ Cale a boca, Itachi ‒ murmurou Sasuke, sem realmente se importar. Miya fuzilou o Uchiha mais novo com o olhar.

‒ Você ainda está com aquela sujeitinha ruiva? ‒perguntou de forma ameaçadora. Sasuke revirou os olhos, Karin era outra que Miya não gostava.

‒ Estou ‒ respondeu ele em tom baixo para que ela não escutasse direito.

‒ O que?

‒ Estou! ‒ disse mais alto, aborrecido. Miya bufou enraivecida e estava prestes a passar mais um sermão em Sasuke quando o som do carro de Fugaku foi ouvido. ‒ Ele chegou! ‒ exclamou ela. ‒ Itachi, tire os pés de cima do sofá!

Miya correu para a cozinha, deixando os dois irmãos na sala, completamente desconfortáveis com a chegada do pai. A porta da frente logo foi aberta e Fukagu entrou. Ele olhou para os filhos e não se deu o trabalho de cumprimentá-los, foi direto para as escadas. Era incrível como qualquer humor que o dia tivesse fosse substituído pela tensão somente com a presença do mais velho dos Uchiha. Sasuke se perguntava o que sua mãe pensaria disso?

‒ No final da próxima semana, Obito e Sai estarão vindo nos visitar ‒ disse Fugaku quando os três estavam reunidos no jantar, era a primeira vez que dirigia a palavra aos filhos naquela noite. ‒ Obito mandou um e-mail me comunicando e eu estou dizendo a vocês. Espero que não haja discórdia, compreenderam?

Sasuke apertou com força os talheres, mas nada disse, estava disposto a não ter problemas com o pai com esperança de ter seu carro devolvido, mas sua vontade era de dizer algumas verdades ao pai. Seu irmão, sentado do outro lado da mesa não ergueu a cabeça para mostrar que tinha entendido.

Fugaku foi o primeiro a sair da mesa e Sasuke, se vendo livre do olhar atento do pai, levantou logo em seguida, lançou um olhar significativo para Miya e saiu da sala de jantar sem olhar para trás. Sasuke subiu direto para o terceiro andar, indo para o antigo ateliê de sua falecida mãe. Assim que adentrou o local, olhou em volta, como sempre fazia, e então sentou no chão, sentindo-se cansado. Cansado de seu pai, de seu irmão, cansado de tudo. Com uma profunda respiração, Sasuke passou mão pelos cabelos escuros e olhou para janela.

De repente, levantou-se do chão e foi até a janela. Lá estava ela, sentada no telhado. Sasuke, de certo modo, esperava que Sakura estivesse lá, na realidade, ele foi até lá querendo vê-la, mas não admitia para si mesmo. O que o intrigou foi a forma como ela estava, sentada com a cabeça entre os joelhos e os braços em volta das pernas, seu corpo balançava. Sakura chorava, foi isso que Sasuke percebeu. O que havia acontecido? Seria Akemi mais uma vez?

Com um suspiro, Sasuke se afastou da janela, uma estranha sensação de culpa se espalhava em seu interior. O Uchiha achava-se estúpido. Estúpido por se sentir daquele jeito, estúpido por não poder ajudá-la. Aquilo era muito estranho.