Segredos Revelados escrita por Anny Andrade


Capítulo 1
Capítulo Único.


Notas iniciais do capítulo

É a continuação de "Plano Errado" e baseada em um frase.

O medo transforma sentimentos bonitos em segredos eternos. Luan Emilio Faustino. (essa é a frase)


Espero que gostem.



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Sempre me perco nas lembranças daquele dia, o dia em que eu finalmente me senti como mulher e me entreguei sem amarras nenhuma. Sinto que até hoje a sala precisa guarda em segredo o nosso cheiro e nossas juras insensatas de meros adolescentes que podiam sonhar com tudo sem se preocupar com nada.

         A voz dele ainda me faz arrepiar, mesmo que ele fala qualquer coisa idiota, sinceramente eu nem presto atenção nas palavras, mas no som. Na mistura que a voz dele tem é grossa e suave, o que me envolve quase que completamente. Sempre que ele para de falar eu paro e me pergunto como consigo ficar tão perto e tão longe ao mesmo tempo.

         Minha mente sempre gira a 360 graus quando as mãos dele tocam nas minhas, e quando preciso abraçá-lo e acabo afundando minha cabeça entre o pescoço e o cabelo dele. O perfume embriagante sempre está lá me lembrando da noite e dos poucos dias seguintes quando não conseguíamos nos olhar sem que uma chama crescesse nos fazendo correr para o único lugar onde éramos nós mesmos, onde ninguém poderia nos reprimir por simplesmente sentir.

         Foram os gestos mais gentis, as caricias mais ousadas e os beijos mais quentes de toda a minha vida. Era como se juntasse a chama dele junto com a minha e que o incêndio nunca se desfizesse. Mas não foi assim. Ele cansou e eu apenas não soube como agir. E agora as chamas não passam de brasas vivendo separadas.

         Todos dizem que sou a maluquinha que nunca consegue um namorado fixo por mais de seis meses, aquela que não vai se casar e insistem em lembrar o quanto eu deveria seguir os passos de Rose, mal sabem eles que ela não só namora como também passa mais tempo na casa do namorado do que nas bibliotecas como todos pensam. Mas falar da minha prima não ajuda a me esquecer o porquê de nunca conseguir agüentar um namorado por tanto tempo.

         É tão obvio. Eles não são a pessoa que eu desejo que sejam. Porque só uma pessoa pode me fazer gritar sem receios, só uma pessoa faz com que um dia de sol se transforme em chuva, e um dia de neve seja quente como fogo. E o pior de tudo é sempre ter os olhares dele sobre, os olhos que parecem me despir na frente de todos, e o sorriso de quem sabe o que faz enquanto fingi não fazer nada. As palavras nunca são palavras, são tentações.

         Quando eu quis ele pediu para não dizer, e quando ele quis ouvir eu já não conseguia coragem suficiente para revelar a mais pura verdade. Três palavras podem realmente mudar toda uma história. Eu fiz com que o meu medo se alastrasse para ele, e percebo que o meu medo é infantil perto do que ele sente. O medo dele vai além das convenções, além da família, além dele mesmo. Ele tem medo por mim. Medo de me fazer sofrer, de me fazer sonhar e depois perceber que não é real. E tem medo de sentir de novo o que sentíamos e ter que matar para não me ver sair correndo.

         O meu maior segredo é que a cada vez que meus olhos se focalizam nele, três palavras se formam mentalmente e são pronunciadas esperando algo em resposta. Às vezes finjo que o sorriso que ele solta sempre que isso acontece é um sinal de que o que penso pode chegar até ele, pois quero que ele ainda sinta o mesmo. Não sei se sente.

         - Você está aqui? Ou entrou no mundo das mentes perdidas que nunca se acham?

         - O que?

         - Não entendo no que fica pensando tanto.

         - Até meus pensamentos precisam ser controlados?

         - Priminha, você nunca está realmente com a gente. Sempre fica sonhando acordada. – Rose disse rindo enquanto lia um livro.

         - Rose, pelo menos nos meus pensamentos as coisas são como deveriam ser. – Eu disse suspirando enquanto meus olhos observavam Hugo jogando xadrez com Alvo.

         - Eu gostaria de entender do que sente tanto medo. Nunca consegue contar sobre esse desejo impossível. – Rose falou seria. – Às vezes me preocupo com você.

         - Eu sei que meus segredos poderiam chocar vocês... Mas eles vivem felizes dentro das minhas lembranças. – Respondi sorrindo.

         - Lily você não existe. – Rose disse voltando a ler.

         - Seria legal não existir, assim eu também não sentiria. – Eu falei enquanto senti o calor passando por dentro de mim. Meus olhos se juntaram aos de Hugo e o sorriso dele me fez perder completamente o ar. – Acho que vou um pouco lá fora.

         - Está frio, logo vai começar a nevar novamente. – Rose disse.

         - Gosto de neve. – Eu sorri deixando-a sem entender nada.

         Eu segui passando pela mesa onde meu irmão e meu primo jogavam um partida de xadrez. Alvo parecia irritado, enquanto Hugo esboçava o sorriso de satisfação que eu conhecia tão bem. Quando passei por eles senti que seus olhos pararam sobre mim me vendo me afastar. A sensação de tê-lo me observando faz com que tudo ganhe mais sabor e eu ainda sinto o coração disparado como na primeira vez. E todos os detalhes rondam minha mente me deixando tonta.

         Passo pela porta dos fundos sem que ninguém me note. Mamãe e Mione estavam em uma discussão sobre o que fazer para a janta, aparentemente minha tia estava ofendida com o fato de terem feito suposições de que ela não sabia cozinhar direito. Eu adoro quando eles se juntam, meu pai parece uma criança junto com o tio Rony, se não fosse às duas duronas eles poderiam colocar fogo na casa.

         Rose estava certa e a neve faz com que arrepios se espalhem por meu corpo, eu deveria ter colocado o casaco, mas naquele momento parecia que sentir frio era o que eu precisava. Eu caminhei até a árvore onde brincávamos quando éramos crianças, meu pai construiu uma casa na arvore bem ao estilo trouxas, e os meninos não me deixavam entrar, até que um dia eu fiz Hugo me ajudar a escalar cada galho e quando os outros chegaram eu já estava lá.

         A árvore parecia bem menor do que no passado, mas eu continuava a mesma garota sem capacidade de escalá-la. Com muita dificuldade eu consegui chegar até dentro da casa, ela continuava sendo confortável. Um refúgio perfeito. Seu chão estava completamente coberto por neve que o vendo tinha jogado para dentro. Ainda tinha o cobertor velho, tinha marcações nas paredes de madeira, tinha uma luz fraca. Eu suspirei relembrando minha infância.

         Ele sempre esteve presente. Ele sempre foi o mesmo. E eu sempre senti meu rosto corar e meu coração acelerar quando ele me tocava, me ajudava ou simplesmente sorria para mim. Encosto minha cabeça na madeira gelada e fecho os olhos sentindo a língua dele passeando por meu pescoço, e as mãos dele fazendo o meu corpo pegar fogo. Consigo sentir o perfume e a respiração ofegante a centímetros de mim. Eu sinto os beijos intensos, os calmos. Os beijos em minha orelha, em minha boca, e em todo o espaço do meu corpo. Vejo o sorriso de quem sabe comandar, escuto as juras ao pé do ouvido e os gemidos. E eu suspiro.

         - Ficar se lembrando do passado não é muito bom. – A voz dele fez com que meus olhos abrissem. – E passar frio menos ainda.

         - O que faz aqui? – Perguntei tentando parecer irritada, mas eu não estava. Estava com medo de acabar revelando meus segredos. Revelar aquilo que ele tanto espera.

         - Digamos que eu também ando com as lembranças muito ativas. – Ele disse sentando-se ao meu lado. Seus braços passaram por minhas costas e pousaram na minha cintura me puxando para perto do corpo dele.

         Senti que o frio tinha sido desfeito e que aquele seria outro grande erro. Nossa história era feito de erros, de momentos infinitos e de medos. Sempre fazíamos as coisas sem pensar. Cada uma das recaídas e das brigar, cada loucura escondida. No quarto dele em uma noite de natal, no meu quarto no aniversario do Alvo, no quarto do tio Jorge no ano novo, e na sala precisa durante grande parte do sétimo ano. Nunca entendiam os sumiços, e nós sempre acabávamos com dias sem se falar. Eu fugia, ele fugia, nós fugíamos da verdade que insistia em nos perseguir.

         Encostei minha cabeça no ombro dele. E senti o perfume me consumindo. O calor do corpo dele começava a me esquentar. Gostava de ficar como estávamos. Era o silêncio em que podia se ouvir perfeitamente o vento soprando por entre as folhas e fazendo com que a neve continuasse a invadir a pequena casa de madeira. Ele não dizia nada apenas tinha a cabeça encostada na madeira gelada e olhava o além do horizonte. E eu apenas tinha minha cabeça encostada nele. Tudo como nos velhos tempos.

         Sua mão escorregou sobre a minha e nossos dedos se entrelaçaram sem motivo aparente, e ele brincou com meus dedos como quando éramos crianças e passávamos horas andando de mãos dadas pelo castelo inteiro. Era difícil nos ver nos dias de hoje se quer andando lado a lado, e a sensação da mão dele junto a minha sempre me trazia calmaria.


         Nós dois sabíamos que as palavras em algum momento viriam, mas ficamos apenas aproveitando a ausência de sons para sentir a esperança que sempre fica perdida entre as despedidas. Quando eu não fugia ele acabava me mandando embora, e quando ele implorava para que eu ficasse eu acabava partindo sem saber aonde chegar. Acabávamos sempre voltando ao ponto vital. Sempre voltávamos a nos amar mesmo tentando matar o sentimento.

         Estava com saudades de senti-lo novamente sobre mim. Estava com saudades de escutar a voz dele. Estávamos travando uma guerra entre o sentir e o não sentir. No momento eu o sentia perto de mim e precisava somente disso. Mas sabia que ele tornaria as coisas tão mais difíceis como mais bonitas e intensas.

         - Então como andam as coisas? – A voz dele quebrou o silencio me fazendo encará-lo pela primeira vez desde que ele entrou ali.

         - Como sempre... – Respondo pensativa. – Nenhum namorado sério, nenhum trabalho sério, e muitos comentários maldosos da família. – Dou um sorriso falhado. – E você?

         - Posso dizer quase a mesma coisa. Retirando o namorado e os comentários maldosos. – Ele ri gostoso, e eu amei essa risada antes mesmo de saber o que era amar. Acabo rindo junto com ele, minha risada escandalosa que sempre recebia reclamações dele. – Faz muito tempo que não escuto essa sua risada.

         - Faz muito tempo que ela não aparece mesmo. – Eu respondo o analisando, sempre parece tão misterioso. Uma mistura de confiança e timidez que faz com que meu cérebro se perturbe constantemente na tentativa frustrada de entender o que passa entre a gente.

         - Sinto saudades. – Ele disse desfazendo nosso contato visual. E eu  esboço um sorriso de contentamento. Respiro fundo e toco em seu braço fazendo com que ele volte a me olhar.

         - Sinto saudades também. – Eu queria falar que sinto saudades o tempo todo, mas acho que voltar a encostar minha cabeça no ombro dele foi suficiente.

         Voltamos ao silencio novamente, parecia mesmo que o tempo tinha se congelado para que tivéssemos a eternidade para sentir a saudade se afastar. A neve tinha voltado a cair do lado de fora, soube disso no momento que a casinha voltou a sofrer fortes rajadas de neve que a invadiam da mesma forma que o desejo me invadia.

         Ele colocou o casaco por cima de mim, ficando apenas com uma blusa de malha que não o protegeria em nada do frio que começava a piorar. Sempre foi assim, sempre tentando me proteger enquanto tudo a nossa volta desmoronava lentamente.

         E eu tive certeza de que tudo estava novamente perdido. Tive a certeza de que voltaríamos a errar, voltaríamos a sentir medo, mas muito mais que isso, voltaríamos a nos amar.

         - Hugo... – Minha voz saiu um pouco falhada, mas não precisávamos de palavras. Antes de até mesmo formular o resto da frase eu senti ele me puxando para cima do seu colo e nossos lábios se juntando em apenas um. Eu grudei minhas mãos em seus cabelos os puxando com carinho enquanto ele segurava a minha cintura.

         O beijo não começou calmo, mas se transformou em pura calmaria. Estávamos tentando sentir o gosto um do outro em cada pequeno detalhe. Recuperar na lembrança cada loucura feita. Querendo transformar o momento em algo eterno. Podia sentir a língua dele dançando suavemente com a minha, o gosto de menta e chocolate que combinava imensamente com o meu batom de morango. Senti que o ar faria com que nossos lábios acabassem se afastando e antes disso mordi levemente o lábio inferior dele fazendo com que o sorriso que eu tanto gosto se instalasse.

         - Lily... – Ele ofegou enquanto sorria. – Assim você abusa.

         - Eu preciso abusar. – Respondi e voltamos a nos beijar.

         Eu conseguia sentir que os beijos não parariam ali. E eu não queria que parasse. Nossas bocas não se afastavam, enquanto as mãos dele fizeram o casaco que tinha colocado sobre mim voar para o outro canto da casa. Minhas mãos tinham invadido a blusa que ele usava e traçavam um caminho de arranhões por todo o tórax dele. Podia sentir todo o desejo dele pulsando sob mim, e me mexia lentamente fazendo com que ele deixasse escapar ainda mais a comprovação do quanto aquilo tudo era uma loucura.

         - Como eu desejei por isso o dia inteiro. – Hugo deixou escapar enquanto depositava beijos molhados por todo o meu pescoço.

         - Eu desejo por isso todos os dias. – Falei ofegante, não tinha mais forças para continuar os beijos, eu queria muito mais que isso.

         - Sabe como vai terminar?

         - Claro que eu sei. – Respondi mordendo o lábio inferior. – Com essa casa nunca mais sendo a mesma. – Ele sorriu entanto puxava a minha blusa e revelava apenas um sutien rendado.

         - Eu amo essa cor. – Ele disse mordiscando meus seios por cima do tecido vinho que contrastava com minha pele branca. Eu gemi um pouco mais alto como aquele jogo de sedução me fazia perder completamente a cabeça.

         - Já eu detesto essa. – Falei apontando para a blusa dele que era mostarda, ele riu já sabendo o que viria. Eu puxei lentamente a blusa com a ajuda dele. Quando o tecido foi esquecido junto com o casaco eu pude ver o tórax definido que ele tinha. Aproximei-me e beijei cada pedacinho dele enquanto escutava sua respiração falha.

         - Lily... – Ele ofegou enquanto eu me mexia sobre ele e nos beijávamos. – Não se mexa tanto assim...

         - Hugo, não entendeu?

         - Hum...

         - Eu quero me mexer bem mais que isso. – Eu disse fazendo com que ele instintivamente E colocasse contra o chão e deitasse sobre mim.

         - Você não era assim. – Ele disse enquanto segurava minhas mãos acima da minha cabeça.

         - Um degenerado me ensinou a ser assim. – Eu disse sorrindo. – E ainda por cima na escola, pode acreditar?

         - Que tarado... – Ele disse chupando meu pescoço. – Escola é para aprender e não para esse tipo de coisa.

         - Mas eu aprendi... – Respondi enquanto virava o jogo e passava a ficar por cima dele. – Aprendi muito bem.

         - Lily... – Ele disse entre as risadas.

         Eu abri o zíper da calça revelando a cueca dele e vendo o tamanho do desejo que ele sempre sentiu por mim. Infelizmente enquanto me distrai com o que via ele fez com que eu voltasse a ser a vitima e quando dei por mim estava sem minha calça jeans.

         Nem sentíamos o frio que a neve proporcionava. Ela continuava a entrar pela janela e porta aberta. O chão estava completamente branco e somente onde estávamos era possível ver a madeira antiga. Ele voltou a me beijar e foi descendo lentamente por toda a minha pele depositando beijos e lambidas. Minha voz já tinha desaparecido a tempo deixando apenas a respiração falar por mim.

         Ele sorria sempre que me encarava, e sempre que escutava os gemidos sendo fortemente abafados, já tínhamos acostumados com a força de vontade que precisávamos para conseguir evitar os escândalos que somente a sala precisa conhecia.

          Meu coração nesses momento se conectava ao dele, assim como nossas pele ganhavam magnetismo e não conseguiam se afastar. Eu sempre gostei desse Hugo que comanda as coisas, desse Hugo que somente eu conheço e aprecio.

         Eu arranho as costas dele deixando marcas profundas enquanto sinto o gemido dele morrendo nos meus lábios. Nossos corpos já estão na mesma sincronia e vejo a neve próxima de nós se derreter com o calor que emana de nossos corpos. Ele é preciso e intenso e arranca forte gemidos da minha boca, gemidos que se encontram com os dele e fazem os beijos se tornarem ainda melhores. Gosto de sentir meu corpo rendido ao dele. Sua boca sugando meus seios enquanto eu mordo seu pescoço deixando claro que ele pertence a mim. Gosto de sentir a pressão dele sobre mim, e os meus batimentos descompassos. Gosto de ouvir as palavras desconexas dele e de falar as minhas.

         Infelizmente o que eu mais gosto e de ver o final quando nós dois trememos e nos completamos simultaneamente. Ele normalmente cai ao meu lado com medo de me machucar e eu sempre subo sobre ele e me encosto-me a seu peito e fico apreciando cada detalhe do seu rosto, dos seus olhos e sorriu.

         - Isso... – Ele começou a falar ainda sem ar.

         - Foi um erro. – Eu terminei por ele. – E eu adoro errar. – Disse colando meus lábios aos dele.

         Tínhamos passado muito tempo se aproveitando um do outro provavelmente tinham reparado nossa ausência, e já era hora de voltar para a realidade.

         Sem perceber já estávamos vestidos e tínhamos descido da árvore. A neve insistia em cair sobre nossa roupa e nossos cabelos, começamos a caminhar de volta a casa. Eu senti vontade de gritar tudo que sentia por ele, tinha vontade de pular em seus braços e voltar a beijá-lo.

         - Lily. – Ele me puxou a poucos passos da porta. E meu coração disparou como nunca. A expectativa de senti-lo novamente.

         - Hugo... – Disse segurando o ar.

         Ele me puxou para um abraço e juntou os lábios nos meus. O beijo foi rápido e ele suspirou em meu ouvido.

         - Vou te revelar um segredo. – Ele disse e depois beijou toda a extensão da minha orelha até meu pescoço e fazendo o caminho de volta. – Eu te amo.

         Ele me soltou e voltou a andar para dentro da casa. Me deixou apenas sem reação. Sabia que isso não fazia parte do jogo, sempre achei que ele nunca usaria essas três palavras. E meu coração bateu como se quisesse responder a altura.

         Quando entrei recebi um olhar de Rose que diz que sabe o que acontece, mas que vai esperar até que eu conte. Vejo Hugo sentado de volta a mesa onde jogava xadrez com Alvo. Eu me aproximo e sento a sua frente. Começamos uma partida.

         - Eu também te amo. – Falo entre um sussurro. – E o jogo continua.

         Ele sorria para mim como quem sabe que é exatamente isso que vai acontecer.

         - Palavras insanas usadas na hora certa. – Ele diz  fazendo com que me lembre da primeira vez que entramos nessa loucura que se chama amar.

         É sempre assim, sempre escondemos, sempre fugimos, mas no fim sempre nos amamos sem medo algum. Os sentimentos são confusos e vivenciá-los é gratificante. Entre sorrisos voltamos ao ponto de partida.

         E sempre voltamos a dizer silenciosamente que nos amamos mesmo sem tentar.

Continua...


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