À Beira do Abismo escrita por Yue Chan, L-chan_C-chan


Capítulo 26
26- Operação Blackout.


Notas iniciais do capítulo

Minna san! Aqui está o bônus que vocês queriam e que a minha querida imouto Candy chan fez com muito carinho! Nunca me senti tão feliz, e tenho certeza de que vão concordar que ela tem talento!
Imouto, muito obrigada, sou sua fã!



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A casa de Hinata estava impecável, como sempre. Os balões estavam espalhados alegremente pela sala de jantar, e um bolo enfeitado estava no centro da mesa. Ele tinha sido especialmente feito por Yukie e com uma ajuda não muito útil de Daito.

Claro, não era o bolo tão perfeito como um da confeitaria, mas Hinata ficaria alegre com a tentativa dos filhos.

O pequeno Daisuke, atento como sempre, observava a irmã mais velha mexer na caixa de energia com extrema curiosidade. Yukie quis rir ao ver aqueles olhos tão curiosos. Ela colocou o indicador sobre os lábios, como se pedisse silêncio. – Não fale para a mamãe. – Sussurrou, e o irmãozinho respondeu com uma sobrancelha arqueada.

- Sinal vermelho, sinal vermelho! – Era incrível o modo de Daito ser discreto.

Yukie fechou a caixa de energia com rapidez. Pegou o meio irmão no colo e correu para a cozinha, onde o colocou em sua cadeira e foi até o balcão, como se estivesse o tempo todo confeitando o bolo.

Hinata entrou em casa aos risos ao lado de Hanabi. Neji e Hiashi vinham logo atrás, o pai com um sorriso orgulhoso e o primo com os braços cruzados e um típico olhar analítico, como se tivesse uma opinião a cada frase dita pelas irmãs Hyuuga, mesmo que não fossem da sua conta.

Tenten vinha junto dele, agarrada em seus braços com um sorriso gigantesco nos lábios. Ela exibia o barrigão de grávida com uma alegria palpável.

Sim... Aquela barriga seria muito útil aos planos de Yukie. – Tadaima! – Hinata exclamou. Daito correu para recebê-la.

- O- Okaeri, oka-san! – Gaguejou atrapalhado. A irmã mais velha tirou o avental e foi até a sala de estar com Daisuke nos braços.

- Okaeri, mamãe! Feliz aniversário! – Hinata sorriu de forma gentil, seus olhos estavam tão emocionados... E como não estariam? Era realmente muito bom ver sua filha bem. Realmente bem. Sorrindo de verdade, e o melhor de tudo: com facilidade.

Ela se aproximou dos filhos e se agachou um pouco para abraçar mais velha e o mais novo. – Obrigada, querida. – A filha corou.

Deixado de lado, Daito cruzou os braços e fez um beiço irritado. Neji sorriu e bagunçou a cabeleira loira do garotinho, implicante. – Que garoto mais ciumento. – Comentou. Daito deu os ombros.

- Eu fiz um bolo. – Hiashi arregalou os olhos com a surpresa.

- B- Bolo? – Era estranho ver o líder da família surpreso. Hanabi caiu na risada, assim como Tenten, mas Hinata só podia se sentir orgulhosa. – Para quê? Você não vai precisar cozinhar quando crescer, Yukie... Digo: você será uma grande ninja e... – Os olhos perolados da Hyuuga mais velha fuzilaram os de seu pai, e ele se calou.

Ela voltou a sorrir, e a olhar para a filha. – É mesmo? Mal posso esperar para prova-lo. – Yukie sentiu seu rosto queimar mais uma vez, e assentiu.

Todos tiveram uma noite agradável. O jantar de Hinata, como sempre, foi impecavelmente suculento, e o bolo de Yukie também não estava nada mal.

Depois do jantar, a família Hyuuga se juntou na sala de estar, e conversaram alegremente sobre todos os tipos de assunto até mais ou menos 22h00m.

Quando o ponteiro do relógio ia se aproximando, Daito finalmente deu início ao grande plano. – Mãe! – Ele chamou. Hinata parou uma conversa não muito interessante sobre a cor do quarto do bebê de Tenten para dar atenção ao filho do meio. – Eu e Yukie te compramos um presente! – Ele avisou animado. Levantou-se e correu escadas a cima.

Pegou o presente que estava escondido no seu quarto e voltou, correndo tão desajeitado que Hinata imaginou que ele fosse cair. – Tome cuidado, menino! – Ela bronqueou, mas Daito apenas riu e coçou a nuca, depois de entregar o presente.

Era incrível como só aquela ação a fizera se lembrar de Naruto quando ainda era um menino. Aquilo a fez sorrir... – Abra! – Ele pediu, sem esconder a excitação. A mãe obedeceu.

Ela desfez o laço vermelho do pacote e abriu a caixa branca e sofisticada, e seus olhos se arregalaram ainda mais ao ver o vestido. Era a primeira vez que eles lhe davam algo tão incrível e sofisticado...! – Que lindo! – Tenten exclamou.

- Realmente... – Hanabi concordou.

- Vá vesti-lo, vá vesti-lo! – A morena batia palmas freneticamente, como uma foca num show estadunidense.

- Está bem! – Hinata riu com a animação da esposa de seu primo. – Eu volto logo. – Se levantou, e seguiu para seu quarto.

- FIQUE LINDA! – Hanabi ordenou, arrancando outra risada da irmã.

Minutos se passaram, mas não o suficiente para que Hinata ficasse pronta. Tenten colocou as mãos sobre o ventre e fez uma careta de desagrado.

Atento, Neji logo se aproximou da esposa, e envolveu seus ombros com os braços de forma protetora. – Você está bem? – Ele perguntou ansioso.

- Estou, estou...  É só uma vertigem e... Ah! – Ela apertou ainda mais o ventre. – Inferno... Isso não vai parar tão cedo. Amor, pode me levar de volta para casa? – Aquele olhar pidão... Como dizer não? Neji apenas assentiu, concordando.

- Eu vou com vocês! – Hanabi logo avisou. Hiashi ergueu as sobrancelhas, confuso. – Ela não está se sentindo bem, papai. Eu vou ajudar a cuidar dela. – O mais velho assentiu, compreendendo.

- Se é assim... É uma pena, mas vou ter que leva-los para casa.

- Oh, sim. É uma grande pena. – Até mesmo a própria Yukie se surpreendeu com sua atuação. Ela se levantou, aproveitando-se que o mais novo adormecera no sofá, e acompanhou os familiares até a porta, junto de Daito.

- Diga a sua mãe que sentimos muito. – Neji pediu, os irmãos assentiram. E quando ele voltou sua atenção para a barriga da esposa – sim, a barriga, não a esposa – a cabeça de Tenten se virou, apenas parcialmente, e piscou para os irmãos Uzumaki, que sorriram em gratidão.

- Até mais! – Eles se despediram enfim, e sentiram o alívio tomar conta de seus corpos ao fechar da porta.

Rezaram para que eles saíssem logo das vistas da casa, e enquanto torciam, prepararam o clima perfeito: colocaram um belo castiçal dourado no centro da mesa pequena que havia na cozinha, colocaram o jantar – ou o que havia sobrado dele – para esquentar, e arrumaram os pratos naquela mesma mesa.

Ao lado dos pratos, duas taças de cristal, mas não taças comuns, as taças que eles usaram em seu casamento, quando juraram amor eterno. Taças que Yukie havia encontrado acidentalmente enquanto procurava os ingredientes do bolo. E como ela sabia que eram do casamento? Simples, elas estavam escondidas no fundo do armário. E, além de estarem escondidas dentro de uma caixa preta muito suspeita, dentro da caixa, além das taças, também estava uma foto do casamento, a foto do brinde, a propósito. Com dicas como essa, quem não suspeitaria?

O importante era que estava tudo certo: cortinas fechadas, velas acesas, jantar, champanhe e um doce bilhete de Feliz Aniversário assinado pelos filhos.

A campainha soou em boa hora. Yukie e Daito se entreolharam, ansiosos, e cruzaram os dedos para que tudo desse certo.

Correram para a entrada, antes que Hinata decidisse parar de se arrumar para atender o convidado surpresa.

Naruto estava bonito, como era de se esperar. Vestido num elegante terno preto, sob medida, pelo visto. A gravata preta estava desajeitada, mas se não estivesse, não seria o Naruto. Em suas mãos, um urso de tamanho considerável, mais ou menos do tamanho de Daisuke. Branco e felpudo, o simpático urso de pelúcia tinha um laço de cetim lilás preso ao pescoço. Daito não pôde conter a gargalhada, e Yuuki ficou encarando com uma aura não muito agradável... – Pai... O que é isso...? – Ela perguntou, lentamente. Sabia que não seus nervos eram instáveis, e que ela poderia se transformar de uma filha irritada à uma assassina em dois segundos.

Mas quem a culparia? – Qual é o problema? Vocês não acharam bonitinho? – O pai ficou com um olhar tenso e preocupado.

- Não há problema nenhum, papai. Desde que ele seja o presente praYue. – Ela acentuou o nome da irmã.

Naruto deu os ombros. – Eu conheço sua mãe bem, ela vai gostar. – Garantiu. Yukie suspirou profundamente, e precisou contar até dez para se controlar.

Não importava o quanto ela tentasse, jamais conseguiria tirar a burrice impregnada no pai. Não que isso fosse algo desagradável... – Enfim. Você está atrasado. – Ele arregalou os olhos.

- O quê? Você disse que a festa começava às 23h! Estou quase 1h adiantado! – Ele reclamou. Yukie balançou a cabeça, simulando.

- Não, pai. A reunião começou há horas. Agora todo mundo foi embora. – Naruto suspirou desapontado.

- Sendo assim, eu-... – Mas suas palavras foram interrompidas. E como não seriam...? Diante de seus olhos, estava um anjo.

O vestido sem mangas roxo era longo, feito de um pano liso e leve.

No busto, delicados bordados de flores chamavam a atenção. Era justo na cintura, deixando a saia cair, solta e suave, até os tornozelos de Hinata.

Ela também havia posto uma sandália de salto alto prateada, e os brincos que ganhara de presente do pai mais cedo.

Mas em seu rosto, além da suave maquiagem, também havia surpresa. Por que Naruto estava ali, afinal?

Por algum motivo ela se sentiu ansiosa, e ao mesmo tempo feliz por estar usando algo decente. Daito sorriu ao ver os olhos abobalhados do pai. – Naruto? – Ela finalmente perguntou, e só então ele se lembrou de respirar.

- H- Hinata! – Estendeu o urso grande na direção dela, mas não deu um passo. – Tenha um aniversário feliz! – Dessa vez, ambos os irmãos tiveram que segurar a gargalhada presa na garganta.

- Obrigada... – Ela descia as escadas lentamente, sem saber o quão sedutora estava sendo... Ou talvez soubesse. – Mas o que faz aqui? Ainda mais de terno...

- Eu...? Eu vim aqui para sua festa surpresa. – Ele explicou confuso.

- “Festa surpresa”? – Yukie fingiu desentendimento, e olhou para o pai como se ele estivesse falando algum absurdo. – Do que está falando, pai? Foi só uma reunião de família... E faz tempo que começou. Ah! Mamãe, Tenten-san não estava se sentindo muito bem, então todos decidiram ir embora.

- O quê? Aconteceu alguma coisa com ela? – A filha balançou a cabeça, negando.

- Apenas um mal estar. Sabe como é a gravidez dela... O bebê é um Hyuuga, afinal. Deve estar treinando já do ventre, pobrezinha. – Hinata sorriu.

- Sim, eu lembro que Daito não parava quieto nem por um minuto. – Os pais gargalharam juntos. Hinata puxou seu presente, e olhou para ele com mais doçura do que estranhamento.

- Obrigada. – Repetiu, e colocou o urso sobre o sofá. – Mas... Acho que a festa acabou.

- Sim, eu entendo... – Mesmo dizendo isso, foi possível ouvir a barriga do loiro roncar. O momento perfeito para o buraco negro do estômago de Naruto dar sinal de vida.

- Você não comeu pai? – Foi Daito quem perguntou. Naruto coçou a nuca, constrangido.

- Bem... Na verdade, eu achei melhor guardar para o jantar.

- Oh... Deve ter um pedaço de bolo, ainda. Foi a Yukie que fez, você vai adorar. – Hinata parecia a mãe mais orgulhosa do mundo quando alisou os cabelos da mais velha.

Yukie assentiu. – Eu gostaria de saber a sua opinião sobre meu bolo... Vão indo, eu vou levar o Dai-chan para o berço. – Avisou já se aproximando do irmão adormecido.

- E eu, vou ao banheiro! – Daito correu para o lavável do andar de baixo, enquanto Yukie foi para o andar de cima.

Sem enxergar nada de mais, Naruto e Hinata seguiram para a cozinha, sem nem mesmo imaginar o sórdido plano de seus filhos amados.

O timing foi tão perfeito que antes mesmo de chegarem à cozinha, Daito já tinha conseguido terminar o trabalho de sua irmã, e como eles planejaram: as luzes se apagaram.

Inconsciente, Hinata agarrou o braço do ex-marido, e corou ao notar o que havia feito. Naruto pareceu não se incomodar. – O que é isso? – Ela se perguntou nervosa.

- Deve ser só um apagão. – Ele concluiu simplesmente.

- Oh... Bem, há velas na cozinha. – E quando abriu a porta, foi o ápice das surpresas da noite.

Tudo estava em perfeita ordem, planejado romanticamente... A mesa que normalmente usavam para o café da manhã estava forrada com uma toalha de mesa branca com desenhos dourados. Os pratos preferidos de Hinata com o jantar e parte do bolo de Yukie ao lado, como sobremesa. E como se não bastasse, as taças que ela havia guardado com tanto cuidado estavam ali, ao lado do espumante favorito de Naruto. E tudo era iluminado por três velas muito bem colocadas no castiçal.  – Uau! – Ele deixou escapar. Seu sorriso era mais luminoso do que as velas.

Hinata não se sentiu exatamente bem. Na verdade, estava mais constrangida do que satisfeita. Ela se aproximou da mesa e puxou o bilhete.

“Uma festa surpresa para a mamãe!

Nós esperamos que você fique feliz.

Feliz aniversário.

Com amor, Yukie&Daito.”

- Aqueles pestinhas... – Ela sentia o rosto borbulhar. Naruto riu, e só então, ao sentir o bafo quente dele em sua nuca, ela pôde perceber que ele estava às suas costas, lendo.

- Eles são mesmo incríveis. – A afirmação a fez sorrir.

-... Sim, são... – Concordou.

- Bom, se eles fizeram tudo isso... Por que não aproveitar? Eu ainda quero provar o bolo da Yukie. E pelo que conheço você, deve estar com fome. Não come direito na frente do seu pai, não é? – Ela fez um fez beicinho e assentiu.

- Você está certo... Vamos apenas sentar e comer. – E assim fizeram.

O jantar foi longo, mas pareceu passar num piscar de olhos.

Hinata e Naruto conversaram sobre tudo, principalmente sobre seus filhos, incluindo os mais novos de cada um.

Naruto não se cansava de dizer que torcia para que Daisuke tivesse puxado mais a mãe do que ao pai, porque nenhuma vila mereceria dois Sasukes, e Hinata gargalhava, dizendo que ficaria mais equilibrado, considerando que Yue era uma segunda Naruto.

Ela até cogitou um casamento entre os filhos caçulas, que foi logo recusado. – Eu jamais aceitaria me casar com Sasuke! – Ele bufou. Hinata gargalhou.

- Então está admitindo que Yue-chan é uma segunda Naruto? – Ele fez um bico; colocou a mão no queixo e fez pose de pensativo.

- Tudo bem, digamos que ela se parece muito mais comigo do que com a Sakura.

- Acho que é isso que a torna tão adorável. – A frase impensada gerou um silêncio constrangedor. Hinata não podia acreditar que havia dito algo como aquilo... O que ele pensaria? Que ela queria flertar?

Naruto se levantou, e confirmou todas as conclusões de Hinata ao oferecer sua mão e perguntar: - Quer dançar comigo? – Ela sentiu o rosto queimar, mais uma vez.

- Não tem música... – Observou.

- Quem liga? – Mesmo hesitante, ela segurou a mão do ex-marido.

Com cautela, Naruto a puxou, fazendo-a se levantar, e trazendo seu corpo para mais perto. Eles bailaram de um lado para o outro, mesmo no silêncio, enquanto ela deixava a cabeça deitada sobre o ombro dele, e ele se deliciava com o perfume dela. -... Como nós ficamos assim? – Ele perguntou ao pé do ouvido dela.

-... Eu não sei... – Ela confessou.

- Eu fui um pai horrível... E um péssimo marido. – Ela balançou a cabeça, negando.

- Você sempre foi apaixonado pela Sakura... E seus nervos o deixaram sensível.

-... Eu não sou mais apaixonado por ela... – Hinata preferiu não responder. Naruto afastou a cabeça, e olhou nos olhos perolados da mulher. – Você sabe disso, não...?

-... E de que adianta? – Ela desviou o olhar.

- Hina... Sei que fui o mais completo idiota, mas eu estou tentando me redimir... Agora, até mesmo recebo ajuda dos meus filhos! – Eles dois sorriram. Quem diria que aqueles dois tentariam reaproxima-los algum dia...? Quem diria que eles o perdoariam com tanta sinceridade a ponto de fazer isso.

Sim... Os filhos de Naruto eram mesmo de se orgulhar. – Naruto... Não complique as coisas. Eu só não quero que as crianças pensem que fizeram tudo isso em vão.

-... Você não me ama mais? – Ela não tinha resposta para isso. – Sasuke me contou... Que não queria nos atrapalhar, e por isso se divorciaram. – A barriga dela congelou.

- Não fui eu quem pedi o divórcio. – Naruto assentiu.

- Ele disse que você jamais teria coragem... E eu também acho isso. – A rodopiou. – Eu a conheço bem, sei que disso... Só não entendo como pôde se entregar à ele sem amá-lo. – Os passos cessaram.

- O que é isso agora? Um interrogatório? Acha que pode vir aqui e falar essas coisas que tudo vai ficar bem? – Ela tremeu ao sentir as mãos dele alisarem seu rosto.

-... Eu sei que não vou te conseguir de volta numa noite só... Mas eu te amo, e não vou desistir de você. Ainda mais agora, que sei que não sou o único que nos quer juntos.

-... Droga, crianças... – Hinata fechou os olhos, mas não recuou. Sua expressão era de pura agonia. – Por que fizeram isso?!

- Eles fizeram isso... Por que querem que você seja feliz. – Os olhos voltaram a se abrir. – Assim como eu também quero. – Ela não respondeu. Apenas observou enquanto ele se aproximava de mansinho e tocava seus lábios de leve... Apenas tocá-los já era como estar no paraíso.

Os olhos perolados se fecharam pela segunda vez, e ela deixou-se ser guiada pelo loiro, que abriu seus lábios com facilidade, e a beijou com amor.

Era diferente de qualquer beijo que já tinham dado... Era mais feliz.

Naruto envolveu a cintura fina com os braços, fazendo os corpos colarem-se um no outro, enquanto ela alisava a cabeleira loira do amado.

E assim ficaram por horas e horas... Até notarem que eles necessitavam que suas peles se tocassem mais uma vez. Até eles verem que precisavam se tornar um só... Depois de tanto tempo.

A manhã raiou com um belo sol, que acordou um dos três filhos de Hinata.

Daito não estava realmente acordado quando desceu as escadas com a cueca samba-canção de corações que havia ganhado do pai. Ele desceu as escadas, como sempre fazia, e seguiu até a cozinha para pegar um copo de água. Mas então seus olhos viram algo incrível... Algo que achou que nunca veria novamente...

No balcão, os sanduiches já estavam prontos para serem comidos, assim como a mamadeira de Daisuke. Ainda assim, Hinata estava no fogão, cozinhando algo que tinha um aroma incrivelmente chamativo. Usava seus vestidos casuais de dona de casa, junto do avental xadrez lilás, e ria e sorria, enquanto Naruto – que usava apenas uma cueca samba-canção de corações idêntica ao do filho – a abraçava por trás, sussurrando juras de amor em seu ouvido.

Era como se o mundo parasse... Como se tudo tivesse voltado, anos e anos atrás, quando eles eram felizes... Antes de caírem naquele tão profundo abismo.

Um abismo do qual, embora Daito nunca fosse aceitar, só poderiam ser puxados pelo pai.

Ele sentiu as lágrimas descerem por seu rosto, e não conseguiu ter outra reação... Hinata se virou, sorridente, e se assustou com o rosto choroso do filho. – Daito? – Ela correu na direção dele, e colocou as mãos em seu rosto, preocupada. – Você está bem? – Mas ele não respondeu. Apenas fechou os olhos e abraçou a mãe, começando a chorar o mais alto que podia.

O choro fez com que Yukie corresse para o andar de baixo, mas assim que viu o pai todo à vontade, e a mãe com um rosto renovado, ela pôde entender... Por que ela mesma sentiu vontade de se entregar as lágrimas.

Mas ao invés disso, ela apenas correu, e agarrou as pernas do pai. Naruto sorriu, e afagou os cabelos azulados da preciosa filha. – Minha Hime... Arigatou.

Yukie fungou, e apertou ainda mais as pernas do pai. – Papai... Okaeri! 


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Notas finais do capítulo

Lindo não acharam?! Por favor deixem um review para a minha Imouto!
Até o próximo projeto....