Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 32
Ganhar de qualquer jeito


Notas iniciais do capítulo

Aqui vai outro...



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Mariana cortou os ciclopes com sua faca, e depois Natália pegou o seu tridente. Os monstros não se mexeram, mas estava na cara que aquilo era só uma questão de tempo até que elas fossem mortas.

Bia pegou uma faca que ela tinha também, e ficou de costas para Mariana, enquanto Natália apontava o tridente para os monstros.

- Fiquem longe! – Alertou ela com um tom sério e ameaçador – Não vão querer se meter comigo!

Alguns monstros riram, e em poucos minutos eles começaram a avançar. Elas pensaram que era o fim.

Natália olhou em volta imaginando o que poderia fazer para salvá-los, e foi nesse momento que ela notou os encanamentos que tinham naquele lugar. Canos largos passavam pelas paredes, e isso deu uma idéia.

A filha de Poseidon esticou o braço e se concentrou. Imaginou a água correndo livremente, e em segundos os canos estouraram. Todos pararam e olharam para eles, enquanto Natália controlava a água de modo muito natural.

Ela fez uma barreira circular em torno das suas amigas e dela, e no último segundo empurrou-a para trás. Isso derrubou todos os monstros de uma vez só.

- Ótimo! Vamos embora! – Disse Bia correndo em direção á escada.

- Toma essa, Igor! – Riu Natália correndo logo atrás de Bia.

- Voltem aqui! Peguem elas! – Exigiu Igor molhado e tentando se levantar.

Elas não ficaram para ver se eles conseguiram se levantar, pois correram o mais rápido possível em direção á saída da biblioteca. Assim que elas saíram, continuaram correndo sem saber para onde ir.

- Para onde vamos?! – Perguntou Natália sem fôlego.

- Vamos para a praia! Seu pai pode nos dar uma carona, eu acho...! – Bia foi interrompida por Mariana.

- E porque não chama o meu pai para dar carona?! – Perguntou Mariana.

- Por que o seu pai não vai aparecer do nada para...! – Bia foi novamente interrompida, só que dessa vez por um ronco de moto.

Ares passou por elas em alta velocidade, e parou bem na frente delas. Ele desceu da moto e apertou um botão da chave e a moto se transformou em um carro.

- Entrem logo. – Rosnou ele pouco simpático.

- Ahm... Tá. – Concordou Natália entrando no carro. Logo atrás dela veio Bia. Elas duas sentaram-se no banco de trás, enquanto Mariana abriu a porta do carona.

Ares resmungou um pouco, mas acabou entrando no carro também. Ele ligou o motor novamente e acelerou o carro. Em minutos, eles já estavam saindo de Phoenix, deixando a biblioteca de Atena para trás.

- Aquilo foi demais! – Disse Mariana virando-se para olhar Natália – Aquela parada com a água, mano!

- É... Eu sei que eu sou demais. – Brincou Natália rindo – Sem aplausos, por favor.

Mariana riu, mas depois ficou séria quando olhou para o seu pai.

- Eu quase morri por culpa sua! – Reclamou ela.

- Quase? Que pena, hein? – Comentou Ares com um sorriso sonhador.

Bia e Natália morreram de rir, mas Mariana ficou ainda mais irritada. Ela cruzou os braços, e usou novamente sua voz irritante.

- Oh, paaaaaaai! – Exclamou ela – Você tem que me dar uma lança nova, está entendendo?! Você tem! Senão como eu vou lutar contra os monstros?! Com uma faquinha?!

- Você é minha filha. Se vira com qualquer arma que tiver na mão. – Respondeu ele encolhendo os ombros.

- Isso não é justo! – Gritou Mariana chutando o carro e fazendo pirraça.

- Clarisse também perdeu uma lança elétrica, e eu não fiz nada. Tenho que ser um cara justo. – Comentou ele ainda sem ligar.

- Não me fale da Clarisse! – Mariana se irritou mais ainda – Eu odeio ela! Odeio! Quero uma lança nova só para poder bater nela!

Natália e Bia arregalaram os olhos. Elas imaginaram que, como pai, Ares iria brigar com Mariana por querer bater em sua irmão, mas... Elas se surpreenderam.

- Eu não vou te dar uma lança nova. E se quer mesmo brigar com ela, o problema não é meu. – Respondeu ele ainda indiferente – Só pare de chutar o meu carro, antes que eu chute você.

Mariana gritou e reclamou, mas não chutou o carro.

- Você... Não liga? Ela praticamente quer matar a sua outra filha. – Disse Natália sem entender.

- Eu não dou a mínima para a briga dos meus filhos. Um pouco de violência faz bem, na verdade. – Comentou ele ainda olhando para a estrada.

- É o Deus da guerra. – Comentou Bia tentando entender a situação – Acho que... Se ele tomasse outra posição, não seria ele.

- É... Poseindon. Ele é gente boa. – Comentou Natália adorando ser filha dele e não de Ares.

- Isso! Ele é um bom pai! Eu quero ser filha de Poseidon! – Exclamou Mariana e depois se virou para trás – Natália! Você é que vai ser filha de Ares agora! Eu não quero mais!

- Você não escolhe isso, MariMari. – Natália fez uma careta para ela.

- Não me chama de MariMari! – Reclamou ela – Você não tinha que ser filha de Poseindon! Eu é que quero ser bióloga marinha!

- Mas sou eu que nado. Sinto muito. – Sorriu Natália.

- Mas é injusto! Por que que tudo é injusto?! – Exclamou Mariana.

- Mariana, chega! Que saco! – Reclamou Bia – Você não vai ser filha de Poseidon só porque você quer, agora cala a boca!

- Mas, Bia...! – Reclamou Mariana.

- Cala a boca! – Berraram Natália e Bia juntas. Mariana arregalou os olhos para elas. Ela estava prestes a falar alguma coisa, mas resolver não dizer. Se encolheu no banco e olhou para seu pai. Ares estava segurando um riso com todas as suas forças, e isso a deixa com mais raiva.

- Temos coisas mais importantes para falar... – Murmurou Bia e então olhou para Ares – Eles têm um exército.

- Quem? – Perguntou ele distraído.

- Cronos. Ele está montando exércitos. Encontramos o exército do Sul na biblioteca, mas não sabemos para onde nem o que eles vão fazer. - Contou Bia.

Ares não estava mais segurando o riso. O Deus da guerra franziu o cenho pensativo e sério.

- Eles vão para o Acampamento Meio-Sangue. Pode ter certeza. – Disse ele – Não vão deixar nenhum herói acabar com as chances de sucesso deles.

- Cronos... – Mariana esqueceu que ainda estava com o livro de mitologia. Ela abriu na página que indicava que era de Cronos – Era o titã, pai de Zeus, Hera, Héstia, Hades, Poeindon e Deméter. Ele... Engolia os filhos por medo de ser derrotado, e um deles assumir o poder. Esse foi Zeus.

- Isso não vai ajudar muito. – Disse Natália – Mesmo que nós lêssemos esse livro inteiro, nós ainda não íamos descobrir o que ele está fazendo.

- Pode ajudar a saber quem ele é. – Contrapôs Bia.

- Ele é um miserável que merece apodrecer no Tártaro. – Falou Ares de repente – Está mais do que na cara a estratégia de Cronos.

- Está? – Perguntou Bia.

- Lógico! – Disse Ares – Eu entendo melhor de guerra do que ninguém. Está mais do óbvio que Cronos vai massacrar o Acampamento Meio-Sangue, e depois vai usar todo o exército contra o Olimpo.

- Minha mãe é que entende tudo de estratégia. – Pensou Bia cruzando os braços, mas resolveu não comentar isso – Se ele tem um exército tão grande quanto aquele em cada canto do país, então estamos em grande desvantagem.

- Mas... – Natália estava pesando também – Ele não vai simplesmente atacar, não é? Digo... Deve ter algo á mais.

- Um elemento surpresa? – Perguntou Bia – Pode ser... Mas não tem como nós sabermos qual é.

- Por isso o nome é “elemento surpresa”, dãã! – Falou Ares – Mas esqueçam isso. Antes de pensarem em que Cronos está tramando, procurem os perdidos.

- Mas...! – Bia tentou protestar.

- Mas nada! – Falou Ares – Estou apostando alto no grupo de vocês, não permitirei que percam para aqueles idiotas do grupo da cabeça de vento!

- Você não liga para o que está acontecendo?! O Acampamento Meio-Sangue está em perigo, todos estão em perigo, e você só está pensando em uma aposta?! – Perguntou Bia incrédula.

- E... Que aposta é essa? – Perguntou Natália.

- Apostamos em quais serão os grupos vencedores. – Contou Ares.

- Como assim? Tipo... O Olimpo todo apostou em nós?! – Perguntou Bia.

- É. Cada pai apostou em seu filho. Apostei em vocês, e é melhor não me darem um motivo para me arrepender disso, ouviram?! – Disse Ares com um tom ameaçador.

- Nós na vamos perder! – Reclamou Mariana, mas depois riu – Aposto que o grupo da Nina deve estar ferrado agora mesmo.

- Infelizmente... Não. – Ares rangeu os dentes – Se bem que... Ainda estão com o hamster, então...

- O que? Como você sabe que eles estão bem? – Perguntou Natália.

- Por que eu tentei matá-los. – Respondeu Ares.

Natália arregalou os olhos para Bia.

- Não precisava matá-los! Estamos em uma competição limpa! – Reclamou Bia assustada com a possibilidade deles morrerem.

- Ah, competição limpa, é? Que nem aquele lance do mapa de Hermes? – Lembrou Ares – Não existem competições limpas! Estão em um grupo contra o da filha de Hermes! Se toquem antes que sejam passados para trás novamente!

Bia se calou. Ela ainda estava irritada com Hermes por ter dado um mapa falso para elas, mas não achava certo revidar daquele jeito.

- Eles... Estão bem, não é? – Perguntou Bia.

- Sim. Infelizmente. – Resmungou Ares.

- E que história é essa de hamster? – Perguntou Natália. Ares começou a rir.

- A filha de Zeus virou um hamster, porque quis se meter com Hera. Agora o grupo da cabeça de vento está tendo que carregá-la de um lado para o outro o tempo todo! – Riu ele – Tinha que ver a cara deles quando eu quase esmaguei aquele bicho peludo! Há Há!

- Um hamster?! Nina é um hamster?! – Riu Mariana descontroladamente – Eu tinha um hamster! Ele era peludo e fedia! Será que a Nina fede?! Há Há!

Bia ficou com os olhos arregalados, e Natália não sabia se ria ou se perguntava como aquilo tinha acontecido.

- Espera... Eles estão carregando a Nina por aí?! – Perguntou ela.

- É. Os idiotas deixaram ela cair no bolso da minha jaqueta, e a pequena ladra tentou me roubar. – Contou Ares rindo – A lesada entrou em um bar, vestida de motoqueiro, e roubou a minha jaqueta.

- Amandinha vestida de motoqueiro... Eu queria tirar uma foto. – Riu Bia.

- Com bigode falso e tudo. – Riu Ares – Idiota...

- Bigode falso?! Há Há! Amanda é muito louca, cara! – Riu Mariana – Mas ela não conseguiu te enganar, não é?

- Só no começo. Mas estava mais do que na cara que era mentira. – Disse Ares – O esquizofrênico rabugento tentou se meter na briga para salvar ela e o hamster, mas não conseguiu. Mandei alguns cães infernais atrás deles.

- E o que aconteceu? – Quis saber Bia.

- Enquanto o esquizofrênico lutava com os cães, eu e uns outros motoqueiros brincamos de bobinho com a cabeça de vento. – Riu ele zombando de Amanda.

- Mas ela se deu bem pelo visto. – Comentou Bia, e Ares parou de rir.

- Ela usou aquela cobra maldita! – Resmungou ele.

- Cobra?! – Exclamou Bia – Como assim Amanda usou uma cobra?!

- Filhos especiais de Hermes falam com cobras. – Respondeu ele – Habilidade inútil.

- Ela é Ofidioglota! Caramba! – Exclamou Bia – Ela é a Sonserina! Ah meu Deus!

- Sonserina...? – Ares franziu o cenho.

- É de Harry Potter! – Disse Bia com um sorriso.

- Tanto faz. – Resmungou ele – Depois disso eles conseguiram ganhar os cães infernais, mas... Ainda estão ferrados.

- Como eles podem ainda estar ferrados? – Perguntou Bia – Eles ganharam.

- Eles atacaram um Deus. – Disse Ares com um sorriso maldoso – São traidores.

Bia arregalou os olhos para Natália, e a filha de Poseidon ficou sem palavras. Elas duas esperavam que Mariana também reagisse desse jeito, mas não foi bem assim.

- Sabia que aqueles três eram traidores! Sabia! – Exclamou ela – Nina se ferrou, e Amanda também. Quiseram fazer aquela aposta? Agora se deram mal! Pena que eu não posso cobrar elas, porque vão estar no exílio, mas...

- Mariana! – Exclamou Natália – Isso é sério! Eles vão para o exílio e nunca mais vão nos ver! Não vamos ser doze! Nunca mais vamos nem mesmo nos falar!

- A culpa é delas! – Reclamou Mariana – Quem mandou atacarem o meu pai?!

- Quem mandou o seu pai atacar elas?! – Exclamou Natália olhando para Ares – Não pedimos para você tentar matá-los!

- Encare isso como um favor. – Sorriu ele.

- O que?! Favor?! Agora nossos amigos vão para o exílio por sua causa! Como isso pode ser um favor?! – Exclamou Natália irritada.

- Não são amigos! Isso é uma guerra. Uma disputa! Eles são inimigos, por isso parem de tratá-los com carinho e pena! – Exclamou Ares – Isso vai fazer com que vocês percam!

- Se é esse o seu jeito de ganhar, então...! – Natália ia dizer que preferiria perder, mas Ares não a deixou terminar a frase.

- Se é esse o meu jeito de ganhar, então é melhor vocês calarem a boca e agradecerem. – Disse ele.

- Obrigada. – Sorriu Mariana para ele.

Natália chutou com força o banco de Mariana, e a filha de Ares virou-se para trás. Ela pode ver que suas duas amigas estavam de braços cruzados, e de caras emburradas.

Não tinham gostado nem um pouco do que Ares fizera.

- Af... Vamos para onde agora? – Perguntou Mariana tentando ignorá-las.

- Ainda estou pensando. – Respondeu Ares.

Os dois começaram a conversar sobre onde poderiam ir, e volta e meia perguntavam para Bia. Mas a filha de Atena não dizia nenhuma palavra.

Muito menos Natália. Ela fazia uma cara de paisagem para a janela do carro e ignorava sempre que Mariana falava com ela.

O carro caiu em um silêncio mortal, mas a única coisa que Bia pensava era em quais seriam os três traidores. Torcia para que não fossem os seus três amigos, mas não via outra opção. Ela ficou em silêncio, enquanto Mariana ligava o rádio do carro.


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Notas finais do capítulo

Tam tam tam taaaam!

Três traidores. Fuuu!

Vamos ver no que isso vai dar.

Espero por reviews.

Até o próximo capítulo!