Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam


Capítulo 25
Boa noite para você também


Notas iniciais do capítulo

Mais um...



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Flávia, Rhamon e Mateus voltaram para o galpão dos artistas de rua quando era mais ou menos oito da noite. Tinham procurado em todo centro de Boston, mas não encontraram ninguém que estivesse perdido.

- Onde eles podem estar? – Perguntou Mateus sem saber.

- Em qualquer lugar. – Respondeu Flávia.

- Isso é uma droga. É justamente por causa disso que a missão é difícil. Que nem da última vez... – Disse Rhamon – Nós tínhamos que procurar um objeto que ninguém sabia o que era, e nem mesmo sabia onde estava. Nós achávamos que eram as pérolas de Perséfone, mas acabou sendo o elmo de Hades.

- Uhm... Será que os meio-sangues sabem que são meio-sangues? – Perguntou Flávia assim que essa dúvida surgiu em sua mente.

Mateus e Rhamon olharam para ela mudos.

- Há Há! Agora ferrou! – Riu Rhamon – Se eles não souberem, é melhor a gente desistir, porque não vai ter jeito nenhum de nós conseguirmos encontrá-los.

- Pior que é verdade. – Disse Mateus – Eles podem ser indeterminados ainda.

- Mas... Eles estavam no Mundo Inferior. – Lembrou Flávia – Se eles estavam lá, eles viram como o lugar é estranho e tudo mais. Sabem que Deuses existem, e que são meio-sangues.

- Ah, é. Verdade. – Confirmou Rhamon entendendo seu pensamento – Você tem razão. Eles devem saber que são meio-sangues mesmo. Mas... Como estariam perdidos?

- Eu não sei. Talvez Percy devesse levá-los novamente para o Acampamento Meio-Sangue, mas eles se perderam no caminho e agora não sabem como voltar. – Sugeriu Flávia.

- Ou eles estão em perigo. – Disse Mateus com determinação.

Flávia e Rhamon olharam para ele. Todos os três estavam sentados no chão do galpão dos artistas de rua. Daniel arrumava algumas caixas no fim do lugar, mas não dava muita atenção para eles.

O lugar era iluminado por algumas luzes amarelas, o que tornava um pouco difícil enxergar, porém Flávia e Rhamon viram claramente a expressão de Mateus quando ele disse aquilo.

- Como assim em perigo? – Perguntou Rhamon.

- Pensem bem... – Disse Mateus avaliando a situação – Nós não temos idéia de onde fica o Mundo Inferior, mas presumo que alguém que foi para lá... Deve entender muito bem o lugar. E ainda por cima, entender muito bem todas essas mágicas e tal.

- E o que que tem? – Perguntou Rhamon.

- Tem que eles devem saber como voltar, só que ainda não voltaram porque ficaram presos na metade do caminho por conta de algum problema. – Disse Mateus – Eles devem estar encrencados agora mesmo, enquanto nós estamos conversando.

Flávia imaginou os três meio-sangues sendo atacados por monstros perigosos, enquanto eles três estavam sentado em um galpão tranqüilo e calmo. Aquilo era uma visão terrível.

- Como vamos achá-los? – Perguntou Flávia.

- Esse é o grande problema. Acho que eles estão em perigo, mas... Eu não sei onde. – Disse Mateus.

- Acho que você pode estar certo. – Concordou Rhamon tenso – Só espero que eles não morram na metade do caminho, senão toda a nossa missão vai ser inútil.

Todos eles concordaram.

Daniel chegou perto deles depois de arrumar as caixas do lugar.

- Então, vocês estão com fome? – Perguntou sentando-se junto deles.

- Ah! – Mateus levantou o braço como se quisesse falar alguma coisa – Você tem feijão em lata?! Tipo aqueles que os vagabundos que moram em trens comem?!

Daniel olhou para ele achando que Mateus fosse louco.

- Eu já falei que artistas de rua não são vagabundos nem mendigos. – Disse ele – Mas... Nós temos sim. Só que deve estar estragado.

- Sério? Por quê? – Perguntou ele.

- Porque ninguém come essa porcaria. – Respondeu Daniel fazendo uma careta.

Todos eles riram. Daniel pegou alguns sacos de batata frita e eles começaram a comer e conversar sobre as aventuras que tinham passado.

- Que legal... Então vocês se meteram em várias encrencas, hein? – Disse Daniel.

- Cara... Você não tem idéia. – Falou Rhamon.

- Acho que depois dessa missão eu vou virar um artista de rua. – Disse Mateus pensando no assunto – Esses caras tem uma vida boa. Eles nem devem ter que tomar banho!

- Já falei que eles não são mendigos! – Disse Daniel.

- Deixa... Mateus tem problemas mentais. – Disse Rhamon tentando não rir da cara de Mateus – Mas... Você costuma ajudar muitos artistas de rua?

- Sim. Eles, na maioria, são mortais. Quis dar uma mãozinha para o meu pai e incentivar as artes. Logo... Apolo montou esse galpão. – Contou Daniel – E eu sou o encarregado de tomar conta dele.

- Muitos meio-sangues vêm aqui? – Perguntou Flávia.

- Uhm... Alguns vêm. Mas eles não costumam ficar muito tempo, por causa dos monstros. – Respondeu ele – Ficam aqui umas horas... Ou no máximo um dia. Depois vão embora.

- São na maioria... Filhos de Apolo, né? – Perguntou Flávia.

- Sim. São sim. – Respondeu Daniel – Os filhos de Apolo já nascem amando a música e as artes. Eles costumam visitar esse lugar sempre que tem chance.

- Que legal! Você ajuda o papai! – Sorriu Flávia – Aposto que ele deve te dar muitos abraços por causa disso!

Daniel franziu o cenho para Flávia, e imaginou se todos os doze meio-sangues do grupo eram tão loucos quanto eles.

- Ahm... Ele me dá os parabéns, se é isso que você quer dizer. – Disse Daniel.

- Ah. Então só eu que sou especial mesmo. – Disse Flávia encolhendo os ombros, ao notar que só ela ganhava abraços especiais e tapinhas de “passou, passou” de seu papai lindão.

- Tá ok... – Disse Rhamon cansado – Agora... Acho melhor nós irmos dormir. Estou morrendo de sono, e nós provavelmente vamos ter que acordar cedo amanhã.

- É mesmo. – Concordou Flávia – Vamos dormir então...

Ela pegou o Zoiúdo Segundo em sua mochila e virou-se para o lado. Usou a própria mochila como travesseiro, apoiando sua cabeça e suspirando cansada.

As luzes do galpão se apagaram. Flávia fechou seus olhos e Rhamon e Mateus fizeram o mesmo. Estavam todos quase dormindo, quando...

- Momom... – Disse Flávia.

- Uhm... Que? – Perguntou ele quase dormindo.

- Boa noite. – Disse ela.

- Ah. Tá. Tá bom. – Disse ele.

O galpão foi envolto de silêncio mais uma vez, e todos estavam praticamente dormindo quando...

- Mateus? – Chamou Flávia – Ei... Mateus.

- Que? – Perguntou ele.

- Boa noite. – Disse Flávia.

- Pra você também. – Resmungou ele por ter sido acordado.

Todos estavam no mais perfeito silêncio. Na mais perfeita paz e harmonia, quando...

- Daniel? – Chamou ela.

- Porra! – Reclamou Rhamon – Será que não dá para dar boa noite e dormir logo, não?!

Flávia ficou triste ao ouvir aquilo.

- Desculpa... – Choramingou virando-se para o lado, assim ninguém poderia vê-la. Rhamon olhou para Flávia e se sentiu um pouco mal por ter falado aquilo.

- Tá. Desculpa Flávia... – Disse ele – Pode dar boa noite para nós.

- Agora eu não quero mais. – Disse ela – Vou dormir.

Houve um silêncio mortal de mais ou menos meia hora, até que...

- Cara... Ela ficou quieta mesmo! – Riu Mateus.

- Porra, tá difícil, hein?! Ninguém aqui consegue dormir não?! – Reclamou Rhamon ao ser acordado novamente.

- Vai ser uma longa noite... – Resmungou Daniel tentando dormir.

- Como assim enganadas?! – Perguntou Mariana sem entender – Hermes...

- Hermes! – Repetiu Ares em desgosto – Acharam mesmo que Hermes ia ajudar o grupo rival da filha dele, suas antas?!

- Mas ele disse... – Bia tentou dizer, mas Ares olhou para ela e a filha de Atena acabou engolindo o resto da frase.

- Ah, ele disse! Disse que ia ajudar vocês porque era bonzinho ou coisa parecida, e você babacas acreditaram nele?! – Berrou Ares com raiva – Filhos de Atena não tinham que ser inteligentes?!

- É, sua mané! – Confirmou Mariana.

- Não venha fugindo da culpa, pois você também agiu como uma lesada! – Reclamou Ares – Hermes é o Deus dos ladrões! Um trapaceiro de marca maior! Vê se aprende alguma coisa, idiota!

Mariana engoliu em seco. Natália olhou para Bia, que aparentava poder ter um ataque cardíaco a qualquer momento, e pensou que deveria mudar de assunto e acalmar Ares antes que ela morresse.

- Tudo bem... Nós não pensamos muito bem, senhor Ares. Mas... – O Deus da guerra olhou para Natália com raiva, mas ela respirou fundo e continuou – Ahm... Você veio nos ajudar, não é mesmo?

Ares endireitou a postura, e rosnou um pouco, mas logo respondeu.

- Sim. Eu vim. – Respondeu ele – Não podia deixar vocês três, tapadas, irem para o caminho errado.

Ares apontou para São Franciso e as três olharam.

- Aquele lugar é cheio de monstros. Cheio mesmo. – Disse ele – Se algum semideus perdido otário está lá, já é carne morta, sacaram?

Natália arregalou os olhos.

- É... Isso não foi muito gentil. – Disse ela.

- O mundo não é gentil. É hostil. – Corrigiu ele – Acostume-se ou morra.

- Tá bom... – Assentiu Natália. Ela lembrou-se de como era legal ter Hermes guiando o grupo dela na última missão. Ao menos... Em comparação á Ares, ele era bem mais doce.

- Dêem meia volta e procurem em outro lugar. Vão para Phoenix... Mississipi. Qualquer lugar, menos São Francisco. – Disse Ares.

- O que aconteceria se nós fossemos para São Francisco? – Perguntou Bia com uma voz baixa e amedrontada.

- Vocês virariam comida de monstro, e pela lógica o time de vocês não seria o campeão. Não vou deixar isso acontecer. – Disse Ares.

- Viu só, Bia? O meu pai boladão se importa com a gente! – Mariana abraçou a perna de Ares, mas o Deus da guerra lançou um olhar selvagem para ela.

- Não me abrace. – Rosnou.

-... Tá bom. – Disse ela depois de uma pequena pausa. Ela soltou a perna de Ares e voltou para o lado de suas amigas.

- Isso é muito injusto! Hermes ia nos atrapalhar nessa missão, só para o outro grupo ganhar! Isso é trapaça! – Reclamou Bia.

- Ele é o Deus dos ladrões. Acostume-se com isso. – Disse Ares revirando os olhos.

- Espera... “O Olimpo a discórdia envolverá”. – Bia citou um verso da profecia – Vocês estão brigando?

Ares olhou para a filha de Atena e assentiu.

- Não é bem uma briga, mas nós nos dividimos de acordo com os times de vocês. Cada um torcendo por seu próprio filho. – Contou Ares – Isso pode ser um tipo de discórdia.

- Então... Estamos ferrados. – Disse Natália pensativa – Zeus está contra a gente. E Hades!

- Uhm... – Bia parou para pensar, e depois falou em um tom triste – Ah! O Apolo também está contra a gente!

Bia e Natália tiveram vontade de chorar ao pensar nisso, mas preferiram guardar as lágrimas para outra hora.

- Dane-se! – Disse Ares – E daí que eles estão contra vocês? Tem gente melhor do seu lado!

- É isso aí! – Concordou Mariana – O meu pai boladão está com a gente! E a mãe sabe tudo da Bia! E Poseidon. Poseidon também arrasa, mano. Com aquelas ondas boladonas, e... Com a água... E... Isso.

- Para de falar boladão! – Falou Natália revirando os olhos – Meu pai não é “boladão”. Isso parece gíria de um daqueles marginais de rua.

- Não chame o “boladão” de gíria de marginal! – Reclamou Mariana.

- Uhm... E nós ainda temos a Ártemis com a gente também. – Lembrou Bia voltando ao assunto.

- É. E o Dionísio. – Lembrou Mariana.

-Houve um momento de silêncio.

- Que merda, hein? – Riu Mariana.

- E a Afrodite. – Disse Natália – Ah, droga...

- Tem alguma coisa contra a Afrodite? – Perguntou Ares cruzando os braços. Natália arregalou os olhos para ele.

- Ahm... Não. – Sorriu.

- Fiquem sabendo que eles tem muito mais inúteis, do que vocês. – Disse Ares – Hefesto está ajudando eles. Aquele ferreiro aleijado... E tem também o Apolo. Tsc. Nada de importante. E... Deméter.

- É mesmo... – Concordou Bia, mesmo que no fundo achasse que Deméter era mais útil que Dionísio – Agora... Acho melhor irmos para não perdemos tempo.

- Hoje não. – Disse Ares. Ele tirou do bolso um maço de dinheiro e deu para elas – Paguem um quarto naquele hotel ali, e durmam. Partam para outro lugar de manhã.

Os olhos das três se fixaram no enorme bolo de notas verdes que Ares entregara para elas.

- O que você fez? Assaltou um banco? – Perguntou Natália.

Ares sorriu maldosamente.

- Longa história. Não vão querer saber. E também... Não é coisa que se conte para garotinhas. – Disse ele – Agora se mandem.

As três atravessaram a rua e foram para o hotel. Ares montou em sua moto e saiu em alta velocidade pela rua.

- Isso vai ter troco, Hermes. Seu trapaceiro infernal... – Pensou Ares sumindo na rua – Aguarde e verá...


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Notas finais do capítulo

O que acham que ele vai fazer?

Tam tam tam taaaaaam!

Espero por reviews!

Até o próximo.



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