Friends By Fate 2 - Enemies By Fate escrita por Mandy-Jam
Notas iniciais do capítulo
Ok... Mais um capítulo!
- O que foi mesmo que ele disse para nós fazermos? – Perguntou Mariana.
Elas já estavam paradas em um beco da Flórida, onde nenhum mortal poderia vê-las. Não tinha ninguém por perto, mesmo assim elas não tinham certeza se aquilo funcionaria.
- Disse para nós chamarmos a “Carruagem da danação”. – Lembrou Bia um pouco tensa – Eu não gosto nada disso...
- Ninguém gosta, mas... Ele foi educado em nos ajudar. Não pensei que Hermes fosse fazer isso, depois de toda essa história de cisão, mas ele fez. – Falou Natália olhando para as amigas – Acho que nada vai dar errado.
- Humpf. – Fez Mariana revirando os olhos – Vamos logo com isso. Bia, joga a droga da moeda no chão e chame a carruagem da danação.
- Eu?! Por que eu?! – Perguntou Bia tensa.
- Porque você é a filha boladona de Atena, não é? Vai nessa então. – Falou Mariana incentivando e apressando ela.
- Eu não quero! – Choramingou Bia.
- Então eu faço isso. – Falou Natália pegando a moeda da mão de Bia – Vocês não fazem nada também!
- Como é que é?! – Perguntou Mariana irritada.
- Fica quieta, Mariana. Nem vem. – Disse Natália se concentrando. Ela jogou a moeda no chão e falou “Pare! Carruagem da danação!” em grego, o que deixou todas elas de olhos abertos.
- Nossa! Você... Falou em grego mesmo! – Exclamou Bia.
- Sim. – Concordou Natália – Nem eu estou acreditando nisso!
- Olha para o chão! – Exclamou Mariana apontando para onde a moeda estava.
Sim. “Estava”.
Segundos depois de a moeda ter tocado o chão, um tipo de fumaça negra começou a emergir do chão. Primeiro não tinha uma forma certa, mas depois foi crescendo e crescendo... Até que ficou da altura de um carro.
Bia, Natália e Mariana chegaram para trás com os olhos fixos na fumaça.
Além de ter o tamanho de um carro, ela começou a tomar a forma de um carro. Elas não acreditavam no que estavam vendo, muito menos quando uma mão saiu da janela do passageiro na frente do carro e chamou ela com o dedo indicador.
- Venham... – Disse uma voz sombria.
Bia abraçou Natália com força e arregalou os olhos para o carro.
- Se essa é a carruagem da danação, eu acho que prefiro procurar os meio-sangues á pé. – Disse Bia com uma voz chorosa.
- De-Deixa de ser fresca. – Disse Mariana, mas nem mesmo a filha de Ares parecia confiante naquele momento.
- Deixa nada! Olha para esse carro! – Exclamou Natália arregalando os olhos.
- Vocês não vêm...? – Perguntou a voz sombria novamente – É a última chamada.
Bia olhou para Natália, que olhou para Mariana, que desviou o olhar. Nenhuma delas gostaria de entrar ali, mas se um Deus tinha indicado o carro para elas e entregado o mapa... Aquilo devia significar alguma coisa.
Natália foi a primeira a dar um passo na direção do carro. Bia soltou ela, e esperou até que Mariana fosse atrás. A porta de fumaça da parte de trás do carro se abriu e elas entraram hesitantes.
Assim que Bia, a última a entrar, se sentou, a porta fechou sozinha.
- Para onde vão? – Perguntou a voz sombria novamente.
Elas olharam para o banco do motorista e se assustaram ao verem que ele estava sendo dividido por três senhoras. Todas elas tinham cabelos pretos oleosos jogados na frente dos rostos.
O carro, por dentro, era completamente normal. Diferente do lado de fora, ele era bem sólido. O banco era de couro preto, os vidros estavam um pouco embaçados, e os cintos de segurança davam lugar á corrente de metal bem pesadas.
- Nós... Nós não sabemos. – Respondeu Natália, e depois olhou para Bia – Bia... Olhe no mapa e veja se ele diz alguma coisa.
Bia assentiu.
A filha de Atena abriu o mapa “H”, e assim que o fez uma luz azul neon brilhou. Ela estreitou os olhos, mas a luz logo diminuiu. Lá estava o desenho de todo o país. Um “X” marcava exatamente o ponto onde eles estavam na Flórida.
Na rosa dos ventos, a seta “Oeste” brilhava em vermelho. Bia observou bem e viu uma fina linha vermelha apontar para um provável destino.
- Uhm... Nós vamos para a Califórnia. – Respondeu Bia.
- Califórnia? – Perguntou uma das três senhoras – Nossos serviços não cobrem um rumo tão distante!
- De jeito nenhum! – Protestou outra senhora.
- Mas...! – Bia não sabia o que dizer para elas.
Mariana viu que era melhor ela mesma cuidar do caso, antes que elas fossem expulsas do carro.
- Escutem aqui! Não venham com essa palhaçada de “nossos serviços não cobrem áreas tão distantes” não, sacaram? Tão pensando o que?! Que viraram donas de empresas de celulares?! – Reclamou Mariana – Vocês tem ordens diretas de Hermes para nos levar para Califórnia, e é melhor cumprirem isso, entenderam?
- Não venha nos dar ordens, criança de Ares! – Resmungou uma delas.
- Não me chame de criança de Ares! – Reclamou Mariana – Sigam logo para Califórnia, ou eu vou chamar Hermes agora mesmo e ele vai dar um jeito de vocês nunca mais trabalharem em lugar nenhum!
As três senhoras chegaram perto umas das outras e debateram o assunto. Hermes era o Deus das estradas, o que poderia mesmo causar algumas complicações em seus trabalhos. Por fim elas voltaram ao normal.
- Levaremos com uma condição. – Disse uma delas.
- Não vem com essa porra de uma condição! – Reclamou Mariana.
- Sem pagamento, sem transporte. – Insistiu a que estava no volante.
Bia segurou o saco de moedas mostrou no ar para elas.
- Hermes disse que poderiam ficar com todas essas moedas aqui, se nos levassem para o rumo marcado no mapa. – Sorriu Bia triunfante.
- Feito! – Exclamaram as três juntas.
Bia entregou o saco para elas, e as velhas senhoras começaram a brigar por eles. A que estava no volante afundou o pé no acelerador, e o carro foi ganhando velocidade.
Bia resolveu que seria melhor colocar o sinto de segurança, mesmo que ele pesasse mais do que duas dela. Natália agarrou-se á porta do seu lado, e Mariana prendia as mãos com força no sofá do veículo.
- Carruagem da danação... – Comentou Natália tensa – Hermes não podia escolher um transporte melhor? Ou pelo menos que não fosse tão tenso...
- Bem... Como você disse... Ele foi gentil em nos ajudar. – Lembrou Bia – Em cavalo dado, não se olha os dentes.
- Podem confiar! Nós somos o melhor transporte de todos! – Disse uma das senhoras do banco de frente.
- Não se importem com esse nome, crianças. – Disse a senhora que estava dirigindo – Podem usar: “Taxi das Irmãs Cinzentas” ao invés disso.
- Taxi... Das Irmãs Cinzentas? – Repetiu Bia franzindo o cenho.
- Ira! Vire a direita! Direita! – Exclamou a senhora do meio de repente.
O carro virou violentamente para a direita, e Mariana e Natália foram lançadas violentamente para cima de Bia. Quando voltaram ao normal, a filha de Atena estava sentindo o seu corpo inteiro doer.
- Você não viu que era para virar para a direita?! – Reclamou Mariana com a motorista.
- Não! Tempestade roubou o meu olho! – Protestou a senhora que estava no volante do carro.
-... O que?! – Perguntou Mariana sem acreditar que tinha ouvido aquilo.
- Não vou devolver, enquanto você não me der os dentes! – Reclamou a Tempestade.
- Mas eu estou dirigindo, sua louca! – Reclamou a senhora do volante.
- Então não vai precisar dos dentes, Vespa! – Reclamou Tempestade.
- Vocês duas, parem de brigar! – Pediu Bia – Vamos bater!
- Me dá aqui esse olho! – A terceira senhora arrancou o olho de Tempestade e olhou para frente – Caminhão! Vire a direita!
- Ela arrancou o olho?! – Gritou Natália horrorizada.
O carro virou novamente para a direita, e Bia foi de novo comprenssada contra a janela. A filha de Atena teve um ataque de pânico.
- Eu quero sair daqui! Eu quero sair daqui! – Reclamou ela tentando abrir a porta do carro freneticamente.
- Bia! Não faz isso! Ficou maluca?! – Exclamou Mariana tentando impedi-la – Se você abrir essa porta, estamos ferradas!
- Mas...! – Bia tentou protestar, mas Mariana e Natália a impediram.
- Não! Agora fica quieta, e respira fundo, ok?! – Falou Natália.
Bia fechou os olhos e começou a choramingar pensando que iria morrer por causa do jeito louco com que aquelas senhoras dirigiam.
- Hermes, Deus das estradas... Faça com que nós não sejamos amassadas por um caminhão enquanto passamos pelo lado errado da rua, ok? – Pediu Bia em forma de oração.
Natália e Mariana se entreolharam tentando não rir, mas assim que elas começaram a ver que as coisas do lado de fora passavam cada vez mais rápido por elas, as duas pensaram que talvez Bia não estivesse exagerando tanto.
- Então é... Vespa, Tempestade e... – Natália olhou para as senhoras – E... Quem é a terceira?
- Ira. – Respondeu a outra senhora – Meu nome é Ira!
- Ira... Certo. – Assentiu Natália pensando – Vocês são aquelas senhoras que só tem um olho, e vêem o futuro ou coisa parecida?
- Sim! Somos as parcas! – Respondeu Vespa.
- As parcas... – Repetiu Natália tensa – Que legal.
- Espera! As parcas não são aquelas velhinhas que cortam o fio da vida das pessoas? – Perguntou Bia de repente.
- Somos nós. – Respondeu Ira – Mas também fazemos outras coisas.
- Nós sabemos de tudo! – Complementou Vespa.
- E vemos tudo! – Riu Tempestade em um tom sombrio.
- Sabem de tudo?! – Repetiu Bia – Então podem nos dizer onde os meio-sangues perdidos estão!
- É! Ou até mesmo... O que Cronos está armando! – Lembrou-se Natália.
- Sim, e não. – Disse Vespa.
- Sim e não?! – Repetiu Mariana impaciente – Explica isso!
- Nós podemos contar, sim. – Confirmou Vespa.
- Mas não vamos! – Riu Tempestade.
- Por que não?! Nós pagamos se for o caso! – Insistiu Natália.
- Não, não e não! Da última vez, foi um desastre! – Reclamou Vespa – Contamos o que iria acontecer, e aquele herói acabou morrendo.
- Ele ia morrer de qualquer jeito, sua velha! – Comentou Ira.
- Mas nós contamos! – Resmungou Tempestade – Não faremos isso de novo!
- Ahm... Nem se a filha da Deusa da sabedoria pedir com muito jeitinho? – Perguntou Bia sorrindo para elas.
As três senhoras se viraram, e elas tiveram a pior visão de todas. Todas elas tinham órbitas oculares vazias, completamente fundas e negras como um buraco sem fundo. Só uma delas tinha um olho. Um olho verde acinzentado que olhava para todos os lugares ao mesmo tempo.
- Não! – Reponderam juntas, e depois viraram-se para frente novamente.
Bia gelou. Nunca tinha visto algo tão grotesco e estranho. Dividir um único olho para o resto da vida devia ser terrível.
Aquelas senhoras podiam cortar a linha da vida de qualquer pessoa, por isso elas três preferiram não falar mais com elas. Somente o necessário.
- Quero sair desse taxi viva. – Comentou Bia – Mas a cada segundo que passa eu acho que isso é meio impossível.
- Ah... Nós... Vamos sair sim. – Confirmou Mariana tentando parecer confiante – Olha só para elas. Devem dirigir á anos, e...
- Carro!- Gritou Vespa com o olho – Vire a esquerda!
O carro foi jogado violentamente para a esquerda, desviando por muito pouco do outro carro que vinha logo na frente. As três heroínas viram suas vidas passarem diante de seus olhos como um flash.
- O que você estava dizendo, Mariana?! – Berrou Bia – O que?! Vai! Termina a frase!
- Bia... Calma. – Pediu Mariana tentando voltar a respirar novamente.
- Não! Eu não vou ficar calma! – Berrou Bia tendo uma crise histérica – A gente vai morrer! Vamos todas morrer!
- Para com isso! – Pediu Natália se ajeitando novamente.
- Para esse carro! – Gritou Bia – Nós vamos morrer, não vamos achar os meio-sangues, o Acampamento vai ser destruído, nunca mais vamos falar com o resto do grupo, Cronos vai dominar o mundo e a culpa é toda desse carro!
Natália arregalou os olhos para Mariana, e a filha de Ares tomou uma atitude. Ela segurou Bia pela gola da camisa e começou a sacudi-la violentamente.
- Acorda! Não morrermos ainda, e não vamos morrer! – Gritou Mariana, e depois deu um tapa no rosto de Bia – Pare com isso, ouviu filha de Atena?!
- Mas...! – Bia estava tentando não chorar.
- Mas, nada! Cala a boca, e respira fundo! – Cortou Mariana.
Bia fungou um pouco, mas acabou assentindo, e voltando ao estado normal. Ela se encolheu no canto do carro e fechou os olhos tentando relaxar.
Seria uma longa viagem até a Califórnia...
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Ok... Quem gostaria de pegar esse taxi?
*Sons de grilos*
Enfim... Espero que tenham gostado. Quero reviews como sempre, ok?
Até o próximo!