Natalia era muito bonita.

Anita não conseguia explicar porque, mas sempre achou a amiga linda – beirando a perfeição – e nunca entendeu porque Ivan não se sentia atraído por ela.

Natalia estava sentada na cama da brasileira, vendo um álbum de fotos da amiga, enquanto Anita limitava-se a admirar a garota na sua frente. A forma como seus cabelos caíam sobre os ombros, o jeito dela se sentar, as feições de seu rosto...

Ah, e seus olhos! Azuis como águas do oceano, era através deles que Anita sabia o estado da amiga. Se eles estavam num tom mais claro, a brasileira já sabia que Natalia estava feliz. Já se estavam escuros, era melhor não falar com a loira. Mas se estavam desbotados, sabia que o coração dela estava entristecido.

Até aqueles mínimos detalhes eram captados por Anita, que vivia admirando a bielorrussa.

E o melhor de tudo era que Natalia não era apenas atraente. Tinha uma personalidade forte – o que, muitas vezes, intimidava as pessoas –, não demonstrava seus sentimentos com facilidade e era autêntica, o que encantava ainda mais a brasileira.

Será que ela tinha idéia do quanto era bonita?

– O que foi? – Natalia perguntou ao perceber que a amiga estava a olhando de uma forma diferente.

– Sabia, Natalia, que você é a garota mais bonita em todo o mundo? – Anita sorriu para a amiga. Por alguns segundos, a bielorrussa sentiu o rosto queimar e sorriu discretamente para a amiga.

– Obrigada, Anita.

Realmente, Natalia era bonita. Bonita, talvez, até demais.

É feito dois igual a um
E, no entanto, seu olhar hesita
Você tem medo de depois, bonita
Talvez bonita demais