Nerv escrita por Meg_Muller


Capítulo 5
Apresentações


Notas iniciais do capítulo

Desculpa pelo incômodo respostando desse jeito.

Culpa toda do Nyah, mas tudo está bem agora.

I'm back :D

Enjoy.



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A morena abriu os belos olhos verdes incerta de onde estava. Sentou na cama procurando ao redor informações do que tinha acontecido antes de perder a consciência, até que imagens perturbadoras demais invadiram sua mente.

-Alice! – Ela praticamente gritou levantando da cama lembrando a amiga suspensa no ar por um cara, uma coisa, não sabia explicar bem.

Saiu do quarto o mais rápido que conseguiu se perguntando quem a levara até ali, o que tinha acontecido com Alice e principalmente o que havia acontecido naquele laboratório depois que ela desmaiara.

-Não cabe! Não cabe! Fica caindo! – Ouviu os gritos infantis assim que deixou o quarto e sentiu o coração na boca quando viu de onde exatamente eles vinham. Uma bela menina de cabelos castanhos gritava em cima do parapeito. Ela estava com uma blusa feminina visivelmente grande demais pro seu corpinho franzino.

A casa de Alice era enorme como devia ser a de cientistas renomados. Havia uma escada enorme que levava os hóspedes do salão até os quartos. A distância entre o parapeito no começo do segundo andar e o chão era absurda. Ellen contava que deviam ser seis metros no mínimo, e uma criança não via o perigo do que fazia.

-Amor, desce daí... é muito perigoso pra menininhas... – A mais velha murmurou querendo tirar a pequena do perigo mesmo sem ter a mínima idéia de quem se tratava.

-Você acordou! Ali! Ela acordou! – A menina gritou tentando avisar todos enquanto Ellen se desesperava por temer o desequilíbrio dela. – Vou avisar pra todo mundo, tá?

Ao dizer isso Emma pulou do parapeito fazendo Ellen gritar em desespero. Agora o corpo dela estaria espatifado no salão de visitas. Uma menina tão linda e, Ellen sentiu um nó na garganta. Ela devia ter feito algo. Não conseguia nem dar um passo pra frente pra visualizar onde a menina tinha caído.

Enquanto se martirizava viu a figura de Alice e Marcos aparecerem no salão, vindos de um corredor que levava a cozinha.

-A menina! Caiu! Pulou! Não... – Ellen tentava explicar descendo a escada em desespero apontando pro local onde acreditava que a menina tinha caído. – Eu juro que não... que não achei que ela fosse pular!

A morena de olhos verdes estava prestes a chorar enquanto Marcos e Alice também se aproximavam tentando entender o que estava acontecendo.

-Eu não achei... – Ellen murmurou com a voz embargada. – Que ela fosse cair tão rápido...

-Ela quem? – Marcos perguntou quando os dois finalmente alcançaram a amiga preocupados dela ter seqüelas da pancada causada por Maddox no laboratório.

-Pequena, cabelos castanhos... o corpo... o corpo deve.. . – Ellen percebeu que já estavam no fim da escada e o local que a menina supostamente tinha caído não tinha corpo nenhum. – Devia estar ali.

-Precisa muito mais que um salto de seis metros pra machucar a Emma. – Marcos falou na intenção de explicar, mas ao ver a expressão absurda de Ellen percebeu que não tinha sido a melhor que podia ter dado.

-Ela foi encontrada no laboratório... – Alice começou vendo que Marcos não era mesmo bom naquilo. – Não sei o que fizeram com ela, mas seu metabolismo não funciona como os demais, digamos assim.

-Céus... – Ellen murmurou olhando pra baixo começando a encaixar as coisas.- Até com crianças? Seus pais sabiam que eles podiam ir presos, certo?

-Acho que a legalidade das ações é a menor das preocupações agora. – Alice murmurou dando os ombros.

Os três se entreolharam por alguns segundos buscando as próximas palavras, ainda digerindo todos os acontecimentos. Até que um estrondo vindo da cozinha fez o trio esquecer os questionamentos e correr pelo corredor que Marcos e Alice tinham acabado de sair.

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Tomas entrou sem pensar duas vezes encontrando algo bem diferente do que esperava. Não havia cama, era úmido e bem menos iluminado do que o quarto que ele tinha sido colocado. E preso em um canto esquerdo com correntes enormes tinha uma criatura que ele não conseguia definir muito bem.

Tinha pêlos como de um mamífero qualquer, mas o corpo era esguio e quase humano, as patas lembravam mãos e pés, um pouco mais alongados e com enormes garras. Os olhos eram praticamente amarelos e o rosto pouco podia se perceber em meio ao breu.

-Se tentar de novo. – Ouviu uma voz feminina soar. – Eu te mato maldito.

-C-como? – O garoto perguntou olhando pro chão e percebendo o sangue que corria pelo chão. – E-esse as-sangue é seu?

-Quem é você? – A voz feminina soou de novo percebendo que ele não era o mesmo que tinha entrado antes. – Não veio aqui por respostas?

-N-não! – Ele murmurou sem conseguir terminar por se assustar com vários passos no corredor.

Ela pareceu se mover mostrando o rosto na única fresta de iluminação que tinha ali. Tomas pode ver os olhos amarelos e os caninos alongados. Fora isso o rosto era bem feminino.

-Você foi pego também? – Ela perguntou fazendo-o afirmar com a cabeça ainda assustado com os passos do lado de fora. – Você não parece uma aberração.

Tomas arqueou a sobrancelha sem saber o que ela queria dizer com aquilo. Como assim aberração? Era isso que eles estavam recolhendo?

-Achei que fosse um seqüestro. – Ele murmurou confuso. – Pra pedir dinheiro como resgate...

-Então são muitos resgates! Já viu quantas postar de aço tem nesse prédio? – Ela perguntou se mexendo novamente fazendo um barulho terrível com todas as correntes e agora ele via claramente algemas enormes de aço nos pulsos e nas pernas dela.

-Isso... não dói? – Ele perguntou apontando pra tudo que a prendia.

-Não, é puro conforto. – Ela respondeu sarcástica com a pergunta estúpida dele e sentou no chão novamente.

-O que é você? – Tomas perguntou sentando também observando tudo o que conseguia na figura dela. Não era uma menina, mas falava como uma e até lembraria se tirasse os pelos e as garras.

A jovem observou a expressão dele por alguns segundos, estava visivelmente assustado, mas ela não sabia dizer se por causa dela ou dos passos no corredor, porém ele estava sentado ao seu lado, como se ela não fosse uma ameaça.

-Sou uma híbrida.

-Uma o quê?

-Hibrida, é como chamam uma fusão de duas espécies. – Ela explicou e ele pareceu mais confuso ainda.

-Pensei que só fizessem isso com tigres e leões, ou vegetais... – Ele murmurou olhando pra jovem sem saber o que pensar.

Um som vindo de não muito longe fez ambos se calarem. Os passos no corredor aumentaram e pareciam bem mais rápidos.

-Acho que já acharam a sua cela vazia... – A hibrida murmurou em um tom mais baixo do que o que usavam antes. – Aliás... como conseguiu sair?

Com a pergunta uma idéia o atingiu de repente. As correntes dela que provavelmente a machucavam, ele podia ter pensado nisso antes. A essa altura as broncas da mãe pra nunca fazer aquilo na frente de ninguém já era irrelevante.

Tomas se aproximou de repente dela, causando uma reação contrária de receio nela, que se afastou dele.

-Vou tirar as correntes. – Ele sussurrou enquanto ela não sabia o que responder, então apenas deixou que ele se aproximasse.

Tomas colocou ambas as palmas das mãos sobre as algemas no pé dela e o aço começou a derreter. A híbrida gemeu de dor com o aço derretido a uma temperatura absurda sobre sua pele e Tomas percebeu o que estava fazendo.

-Desculpa. – Ele murmurou vendo a queimadura enorme que havia provocado na pele dela. Ele nunca havia feito aquilo, nem raciocinou direito quanto aquele detalhe. – Acho melhor derreter as correntes, então.

Ela apenas acenou positivamente tentando se controlar pra não gritar. Porque ai sim estaria tudo acabado. Eles entrariam pra ver o que estava acontecendo e seria o fim da linha pros dois.

Pra livrá-la dali ele colocou a palma das mãos nas correntes deixando-a com as algemas, mais finalmente livre das paredes e das correntes. Agora podia ficar de pé e se mover livremente pelo quarto. E a melhor parte é que não tinha mais nenhuma queimadura como havia feito na perna dela.

-Como consegue fazer isso? – Ela perguntou enquanto esticava o corpo finalmente.

-Não sei, mas minha mãe nunca me deixa usar e ainda me pede pra gritar sempre que pego em algo muito quente.

-Não sente aversão a altas temperaturas?

-Não, e nem as baixas... – Tomas murmurou dando os ombros levantando daqui. – Mas minha mãe não gosta de falar muito sobre isso, e, por favor, não conta pra ninguém, ela enlouqueceria.

-Tudo bem... – Ela murmurou rindo do tipo de preocupação que ele tinha em um momento como aquele. – E valeu pelas correntes, sou Nina.

-Por nada... – O garoto respondeu sorrindo. – Sou Tomas.

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Elisa se remexia inconfortável na cadeira tentando inutilmente se ver livre das algemas. Estava sozinha no quarto. Era mal iluminado e o fedor era constante, ela nem sabia dizer de onde vinha aquilo. Elrich já havia deixado o quarto a um bom tempo.

Ele havia avisado que ia trazer algo pra ajudá-la a falar. Se ele realmente tinha pegado Tomas, ela não tinha duvidas que ele, seria o usado pra fazê-la falar. Elisa sorriu, ela tinha uma mínima vantagem, Elrich não tinha a mínima idéia das habilidades do filho.

Quando NERV foi banida pelo governo a ordem tinha sido de destruição completa, era tão patético pedirem pra destruir algo que os próprios tinham criado. Assim que se criam os piores inimigos, nos melhores amigos que constroem um sonho com você.

Ela ainda lembrava a figura jovem e ansiosa de Elrich que dava tudo pra estar no laboratório com eles, ele era o pequeno prodígio, como todos o chamavam. Mal tinha terminado a faculdade e já era uma das principais cabeças dentro da NERV.

Até que ouve a ordem e o primeiro a contestar o governo tinha sido o pequeno, e como resposta as atitudes revoltadas dele o governo o mandou passar um tempo preso em uma ilha qualquer do pacífico. Pobre Elrich, nunca tinha visto o fim, o que tinha a maior das paixões não viu com os próprios olhos tudo acabar.

Mas ela não falaria nada. Expor o que eles haviam feito com todos pra alguém como Elrich seria colocá-los em perigo. Gart não pensaria duas vezes antes de ir atrás de um por um e reconstruir a NERV mesmo que contra o governo, e ele não pouparia esforços ou vidas. Ele nunca tinha sido conhecido por métodos moralmente corretos. Nunca se preocupara em poupar sangue com seus objetivos em pauta.

Eles haviam espalhados todos por lugares diferentes e feito de tudo pra que ficassem encobertos, a única prova de que isso havia sido feito estava com Helena e o marido, que há muito não faziam parte da sua vida. Não agüentaram a pressão de desfazer tudo o que lutaram a vida inteira e foram embora pra alguma ilha deserta longe de todos.

Suspirou lembrando o passado, somando com o presente e imaginando o que estaria acontecendo com Tomas naquele exato momento. Era tudo em parte culpa dela. Agora Elrich estava alucinado, e ela não tinha a mínima idéia de quanto dos que faziam parte da antiga NERV eles já haviam conseguido encontrar.

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Ellen sentiu aquele frio na barriga que era constante nas ultimas horas ao chegar à porta da cozinha. Da mesma forma que segurara Alice, o mesmo monstro agora vestido com uma roupa qualquer segurava pelo pescoço a menina que ela acreditava estar morta. Quando estava preparada pra gritar e fazer algo em defesa da pequena, viu a mesma desferir um chute no pescoço de quem a agredia.

Maddox largou a criança com as mãos sobre o próprio pescoço sentindo que Emma havia quebrado sua faringe, se é que isso era possível

-Eu disse pra me dar Maddox! – Ela disse arrogante mordendo um pedaço de bolo de chocolate que tinha acabado de pegar da mão do mais velho. – Se você fosse mais gentil! Não se machucaria.

-Ora sua pirralha... – Ele murmurou se aproximando dela ameaçador fazendo-a correr na direção da porta, onde pra surpresa de Ellen, Alice e Marcos viam a cena nada chocados.

-Ali! Olha o Maddox! Olha ele! – Ela acusava agora grudada a Alice com os lábios completamente sujos de cobertura de bolo.

-Pelo amor de Deus vocês dois... – Alice murmurou entrando na cozinha puxando Emma pelas mãos. – Já falei pra pararem com isso, olha o que fizeram com a cozinha.

Vários itens que antes cobriam o balcão como margarina, pão, leite e outros alimentos estavam jogados no chão, e Alice já tinha certeza de como aquilo tinha acontecido.

Marcos entrou pegando uma caixa de suco do chão e bebendo da boca mesmo, enquanto Alice tentava atravessar a bagunça e apontava uma cadeira como se mandasse Emma sentar, que obedeceu ainda comendo o bolo de forma espalhafatosa.

-Que diabos está acontecendo aqui? – Ellen perguntou sem entender nada, desde como uma criança caia de seis metros e não morria, até o assassino psicótico que tomava suco na cozinha de Alice agora.

-Essa é a Emma. – Alice murmurou apontando pra menina que acenou e sorriu com os dentes completamente marrons do chocolate. – E o assassino é o Maddox.

-Eu sinto muito por... – Maddox começou lembrando que ela era a que ele tinha jogado na parede. – Ás vezes sou meio inconseqüente quando estou com raiva.

-Inconseqüente!? Você quase me matou! Quase matou a Alice!

-Eu sei... achei que fossem outras pessoas... – Ele respondeu sem nem olhar pra ela cortando outro pedaço de bolo já que Emma tinha pegado o anterior. 

-Tipo quem? Pra justificar você já começar atacando?

-Tipo as que me prenderam lá.

Ellen ainda estava boquiaberta com tudo. Mas agora até que fazia sentido. Se ela tivesse sido presa dentro de uma coisa daquelas e tivessem feito com ela o que diabos fizeram com aquele cara. Ela provavelmente reagiria da mesma forma.

-Ele é gente boa Ellen. – Marcos murmurou batendo no ombro de Maddox que agora já degustava o bolo. – Só estava meio confuso.

-Emma. – Alice repreendeu quando com um salto a menina já estava em cima do balcão tentando alcançar novamente o bolo de Maddox. – Você precisa comer algo, além disso.

-Merda você ter pedido a Rita pra ir embora. – Marcos lembrou pensando no que todo mundo ia comer agora.

-Sai pirralha. – Maddox murmurou tirando a mão dela enfiando tudo o que tinha na mão na boca.

-Mas eu to com fome! – Emma reclamou olhando pra Maddox e logo depois pra Alice.

-Tem pelo menos cinco anos que os pais da Alícia não ficam direito nessa casa... – Marcos murmurou pensativo. – Vocês devem ter ficado lá embaixo por muito tempo.

Maddox franziu o cenho. Nem tinha parado pra pensar nisso ainda.

-Em que ano estamos? – Ele perguntou agora tentando ter idéia do que tinha acontecido.

-2011 – Ellen e Marcos responderam em uníssono enquanto Alice puxava Emma de cima da mesa.

A expressão estupefata de Maddox fez com que todos ficassem confusos, assim como curiosos.

-Lembra de quando te colocaram?

-1990 – Ele murmurou fraco fazendo Marcos derramar o suco e Ellen e Alice virarem o rosto na direção dele chocadas.

-Como é? – Agora os três perguntaram em uníssono.

Emma aproveitou o momento de aparente tensão avançando na mesa novamente e pegando o bolo. Comeu o primeiro pedaço sem que ninguém a impedisse, agora percebia que algo realmente devia estar acontecendo ali, mas estava com fome demais pra pensar sobre isso.

== 

Elrich suspirou com uma irritação que podia se sentir por todo o corredor. A tranca da porá havia sido derretida e ele havia escapado.

-Porque nenhum de vocês acéfalos imaginou que ele podia ser um de vocês!? – O homem gritou mais pra si do que pros que ouviam. – Virem esse lugar! Eu quero aquele pirralho vivo e no meu escritório antes que eu arranque o fígado de um de vocês!

Todos os diversos que ouviam Elrich com atenção começaram a se retirar depressa pra cumprir as ordens, do que bufou praguejando.

-Pirralho maldito. – Elrich murmurou caminhando em direção a sala de Elisa. – Aquela vadia sabia disso o tempo todo.


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Notas finais do capítulo

Olá =)

Nem demorei, né? Rápido, rápido! E aí como vão vcs?

Gente valeu mesmo pelos comentários lindos!! Fiquei bicha com todos eles!! Vcs não sabem como são A inspiração ler todos eles, de verdade, valeu o apoio.

A Ellen já ta hiper assustada sem nem saber que o próprio irmão foi sequestrado, pois é, no próximo começa cenas de ações loucas. :D (Minhas favoritas)

Mas o que acharam desse? Como estão aí? Respondi algumas perguntas sobre o Elrich que me perguntaram em muitas reviews. Espero que isso dê por enquanto.

Explico tudo melhor com o tempo, como vocês já sabem. Então é isso. Me digam tudo o que acharam desse e um bjão enorme pra todos que acompanham. Só que seria muito legal se todos vocês me dissessem sua opinião, mesmo que da forma mais simples.

Até o próximo, =)



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