Laços Perdidos no Tempo escrita por Danda


Capítulo 8
Capítulo 8




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Mu que até então, ouvira tudo calado, arrecadou em seu coração dois sentimentos distintos em relação ao Cavaleiros de Touro. Estava um pouco desapontado com Aldebaran, pela sua imprudência. Sebia que ele era uma cavaleiro estourado, mas imprudente ao ponto de se deitar com uma mulher que mal conhecia. Mas também estava penalizado. Sentia que o amigo, apesar desses longos anos, nunca se esquecera da moça de nome Linda, ao qual não sabia o significado da palavra, mas lhe agradou o nome. Limitou-se a suspirar, olhando para o moreno.

- Tantos anos para tentar esquecer…para superar – Aldebaran, falava de cabeça baixa – E isso acontece.

- Porque aquela moça veio te procurar? – Perguntava algo que já sabia a resposta.

Viu o companheiro suspirar.

- Ela não é minha – limitou-se a balançar a cabeça negativamente. Não olhava para Mu.

- Não?

Essa indagação, fez Aldebaran lhe olhar.

- O que você quer dizer com isso, Mu!?

- Que está na hora de você tirar o retrato da gaveta e, enfrentar seu passado.

- Eu não quero esse passado…

- Mas parece que ele te quer – Mu retrucou, rapidamente.

Agora, Aldebaran, não sabia o que responder. Demorou tempo de mais para querer enfrentar esse passado e, talvez, agora, fosse tarde de mais.

Lembrou das palavras da moça: “…que sobrevivi muito bem sem você” – foi isso que ela dissera.

Mas se isso era verdade, porque tivera o trabalho de o procurar. Se ele era de facto o que pensava ser dela, o que ela pretendia agora!? Castiga-lo?

- Pare de fugir, Aldebaran! – As palavras doces, mas de comando, do Cavaleiro de Áries, entraram pelo seus ouvidos, como balas. Aldebaran, nem se quer, reparou que ele já havia levantado – Comece a agir com a vida, como você age nos combates. Enfrente o que te perturba…

- Não é tão fácil como um inimigo…

- Porque você está se acovardando, Cavaleiro de Touro? – Mu estava diferente. Olhava para o homem sentado, com frieza. – Se ela te procurou, é porque está na hora de você voltar.

- Não sei se consigo…

- Pare com isso, Aldebaran! – Mu perdia a paciência, o que, agora, assustava o moreno.

Mu pensava que se aquela moça veio procurar Aldebaran, era por algum motivo. Sentiu que sim. Tinha um motivo

- Amanhã fale com Athena. Vá até o Brasil.

- Para que? A moça não está aqui, na Grécia?! – Aldebaran não compreendia. Porque Mu, estava tão determinado a faze-lo voltar para sua terra. Porque não limitava-se a falar palavras gentis e amigáveis, que lhe trariam conforto, como sempre fizera.

- Ela está aqui. Mas creio que não é com ela que você tem, ou melhor, voltara, a falar. O assunto não é com ela.

Mas que raio, se passava com Mu?!

Sem que pudesse falar algo, viu o amigo balbuciar um “Boa Noite” e, sair.

Ficou alguns minutos em silencio, olhando para a porta. Mu era seu amigo. Tinha palavras sábias para dizer em horas como aquela. No entanto, não usara nenhuma.

O tempo todo esteve calado. Apenas, ouvia o que relatava. Por momentos, sentia-se ridículo ao contar certas partes, mas olhava para o companheiro, que permanecia, com um ar sério. Sério de mais, para seu gosto.

Ele era seu amigo. E com certeza, só queria seu bem. Talvez, estivesse certo. Já era tempo de enfrentar seu passado. Apesar que, quando imaginava cada pessoa que sabia dessa história. Cada pessoa que tinha presenciado essa história, poderia ter rido nas suas costas e, que possivelmente, ainda ria, o sangue fervia. O ódio se apoderava de seu coração e, sentia que não se reconhecia mais.

Apenas nos últimos tempos, conseguia se soltar mais, e, pensar menos nisso.

Será que se voltasse, tiraria todos esses anos de angústia?

É! Precisava acabar com tudo isso, de uma vez por todas. E se aquela moça, era de facto, quem pensava que era, Linda ia ter que se explicar.

Iria querer todo o tempo que perdeu do lado daquela moça, na qual, no susto, esqueceu de perguntar o nome.

Em toda noite, não dormiu. Ouviu, e sentiu o cosmo, de cada um que passou pela sua casa, sem nunca pregar os olhos. Mas sua mente se fixava na imagem delicada, daquela menina, na qual, carregava um copo com bebida alcoólica na mão.

Não a deixaria mais beber nada daquelas porcarias. Mas que raio de educação levara?!

Lembrou da imagem de Maurício e, viu o porque do copo de álcool na mão da menina.

Aquele depravado. Que espécie de educação poderia, aquela criatura infeliz, dar, para uma criança. Não tinha moral.

E Linda? Como será que ela criara aquela moça? Devia ser uma péssima mãe. Relapsa.

Sim. Agora estava determinado. Iria voltar. Iria pedir explicações. Iria querer seus direitos. Porque se aquela moça não tinha ligação consigo. O que ela foi fazer ali, com aquelas fotos?

A frase! Ela sabia de cor.

Não dava pelo tempo passar. Só percebeu que era de manhã, quando os raios de sol, já um pouco alto, invadiram seu quarto, pela fresta, das cortinas pesada.

Olhou o relógio:

- Dez horas – murmurou, um tanto irritado, por perder a hora.

Com alguma dificuldade se levantou e, se dirigiu para o banheiro, onde tomou um banho rápido. Se vestiu com a mesma rapidez e foi para a cozinha.

Já estava na porta do corredor, quando viu a silhueta de seu vizinho.

Mu, voltou-se rapidamente para o amigo. Poupou no “bom dia” e, lhe sorriu.

- Decidiu? – Foi a única coisa que saiu de sua boca.

O homem, que havia estancado na porta do corredor, entrou na sala e, seguiu para a cozinha.

- Vou para o Brasil – Disse já de dentro da cozinha. Mu, ainda na sala, sorriu vitorioso – Vou falar com Athena e Shion, agora mesmo.

- Neste caso, vou arrumar as minhas coisas – Mu disse na porta da cozinha, assustando Aldebaran, que estava vendo algo dentro da geladeira, a esquerda. De imediato o moreno lhe fitou.

Mu não lhe deu importância.

- Arrume suas coisas, que iremos embora, amanhã de manhã.

Agora, Aldebaran estava atónito, olhando para o rapaz que falava simplesmente.

- Mas…como…?

- Já falei com o Mestre e Athena, logo de manhã. – Mu falou simplesmente – Ela compreendeu, sem ter que lhe explicar nada. Apesar do Shion insistir sobre o que se tratava – O Cavaleiro de Áries gesticulava. – E eu vou com você – Completou.

Aldebaran não sabia o que dizer. Mu estava mesmo empenhado a faze-lo enfrentar aquele passado. Mas porque? Não encontrava resposta.

Estava na dúvida em perguntar, pois sabia que se Mu quisesse lhe dar a volta, iria ficar apenas frustrado. Conhecia bem o guadião de Áries. Quando ele queria algo, era difícil de lhe dar a volta.

- Estou a espera – Mu disse de repente. Ainda estava na porta.

- A espera de que? – O grandalhão, indagou, voltando a atenção para a geladeira e, pegando leite e manteiga, depositando em seguida na mesa, que já contava com uma toalha sempre posta. – Que te pergunte: porque você vai comigo? – Completou, olhando para o amigo, com um sorriso convencido – “ele, pela primeira vez, constatou mal.”

- Não – Mu respondeu, simplesmente, se dirigindo e sentando na mesa, fazendo o sorriso do moreno esmorecer – Que você me convide para o café, antes do nosso ultimo treino.

- Ah! – Aldebaran fez desanimado.

- Quanto ao ir com você – Mu disse, pegando o pão de dentro do cesto que, era acabado de ser colocado sobre a mesa – eu preciso de ferias.

- FERIAS!! – Mascara da Morte e Shura, gritaram no centro do coliseu, quando souberam a noticia, pela boca de Mu, chamando a atenção de todos.

- Eu também quero ferias – Miro disse se aproximando.

Já estavam todos rodeando os guardiões das primeiras casas.

- Para o Brasil, ainda por cima – Aioria não se conformava.

- Mas precisamente, Rio de Janeiro – Aldebaran disse animado, rindo das caras dos coitados que sonhavam com ferias nos países tropicais – Minha terra – Completou.

- A cidade maravilhosa – Aioros comentou.

- Porque não podemos ir, também – Kanon parecia mesmo chateado. Levou um pequeno tapa na cabeça.

- E quem protege Athena? – O irmão perguntou de maneira óbvia.

- Nós teremos a nossa vez também – Dohko ria, da indignação dos outros – Tudo a seu tempo.

- Tempo que já se prolonga de mais – Shura disse cruzando os braços.

- É – Mascara da Morte concordou.

- É nada, Mascara da Morte, eu lembro muito bem, quando você foi para a Italia e, muitos tiveram que ficar.(1) – Afrodite, que até ai não se manifestara, resolveu mostrar sua indignação ao comentário do Cavaleiro de Câncer, levando, deste, uma olhada feroz, que não pareceu ligar.

- Seja como for – Dohko voltou a chamar a atenção dos outros – Eles devem ter assuntos a tratar no Brasil – Disse olhando para Aldebaran, que não percebeu – Quando for importante, voltar para as nossas terras, chegará a nossa vez. Por isso vamos treinar!!

Ouviram o que o Cavaleiro e Libra ordenou e, assim o fizeram.

O resto do dia passou normalmente. Todos compreenderam o que Dohko quis dizer. E nesses termos, talvez fosse melhor ficar por Athenas. Tinham medo do que iriam encontrar. Lembravam, agora, do que Mascara Morte passara, quando voltou para sua terra. Voltara acompanhado por Amanda, que agora estava de ferias na França, com sua tia.

Apesar do que esperava, Aldebaran conseguiu adormecer. Não teve sonho.

Suas malas já estavam prontas.

Estava tudo pronto!

A manhã, correu como o esperado e, os turistas que se encontravam no aeroporto, atrapalhavam um pouco seu caminho.

Apenas quando sentou na cadeira do avião, do lado de um tranquilo Mu, pode respirar aliviado.

Viajar de dia não lhe agradava, mas foi Mu que pensara em tudo.

O porque? Ainda não encontrara a resposta.

Continua…


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Notas finais do capítulo

(1) Referencia a Fic: "Uma noite para reencontrar o passado"



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