Laços Perdidos no Tempo escrita por Danda


Capítulo 4
Capítulo 4




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- Apareçam – Ordenou.

Olhava para o rochedo ainda ouvindo as risadinhas que começavam a irrita-lo.

- Eu não vou avisar mais nenhuma vez – Avisou, olhando ainda na direção que vinha os risos.

Arregalou os olhos quando viu as figuras de duas moças, sairem por de trás do obstáculo, ainda sorrindo um pouco vermelhas.

Aldebaran corou violentamente, ao olhar para elas.

Maldito Ricardo” – pensava.

Foi acreditar naquele primo destrambelhado e por pouco não passaria o maior vexame de sua vida. O que diriam os outros Cavaleiros de Athena se o vissem naquela situação.

Nada digno de um Santo de Ouro” – Provavelmente ouviria do irritante Cavaleiro do 12º Casa.

Tratou de afastar esse pensamento, a final, estava lá para se divertir. E "pagar um mico", de vez em quando, fazia parte…

Seus olhos pararam em um par de olhos cor de mel, que agora lhe fitavam intensamente, estava fascinado de uma tal maneira, que nem ouvia os primos chamarem da água.

- Que droga, cara – Plínio começou irritado, por estar sendo ignorado – O que ele está fazendo?

- Tirando uma com a nossa cara – Rodrigo disse, também, não escondendo a irritação – Pô, quem são aquelas meninas?

- Sei lá – foi a vez de Ricardo se manifestar – ALDEBARAN!! ALDEBARAAN!!

- A CULPA É TUA, SEU IDIOTA – Plínio voltou-se contra Ricardo tentando submergi-lo. Este tentava se safar como podia, com Rodrigo tentando apartar a briga – Você disse que essa praia era deserta, SEU ANORMAL!!

Aldebaran parecia alheio ao que se passava a sua volta, apenas fitando a moça alta, de vesti leve, rosa, estampado com flores.

Nunca tinha visto uma menina tão bonita. Ou talvez até tivesse, mas na altura não tinha prestado atenção.

- Ham!! – Ouviu a outra moça, tirando-o de seu transe. Era loira e bem mais baixa que a outra, com a pele bronzeada – Acho que seus amigos estão se matando na agua…

Aldebaran olhou de imediato para a direção onde Plínio segurava a cabeça de Ricardo em baixo da água, e Rodrigo tentava inutilmente ajudar o irmão.

- PLINIO!! – Aldebaran correu para tentar apartar a “briga”.

Não teve dificuldade em separar os primos, mas, se arrependeu ao ver o olhar fusilador do mais velho.

- PORQUE VOCÊ DEMOROU TANTO? E QUEM SÃO AQUELAS MENINAS?!

- Ei!!- Aldebaran começou a se irritar, e nem sabia porque – Eu não sei quem são aquelas meninas ok!? E não grita, que não fui eu que falei que essa praia era deserta.

- Não, foi esse anormal – Plínio apontava para Ricardo que ainda tentava recuperar do susto – Você é um idiota, Ricardo…

- COMO É QUE EU IA SABER…

Parou ao ver o primo avançar na sua direção mais uma vez, sendo segurado por Aldebaran. Se debatia tentando se libertar do grandão que não tinha dificuldade em mante-lo longe do outro que se encolhia.

- CHEGA!! - Aldebaran disse soltando o outro, vendo que este se assustou. - Olha o barraco… - Disse mais baixo apontando para as meninas que da praia observavam tudo rindo muito.

- Então vai buscar as nossas roupas – Rodrigo disse – Eu já estou começando a ficar com frio…

- Tá, tá…

O Cavaleiro de Touro saiu e pouco depois voltou com as roupas.

Os garotos se vestiram e, saíram da água indo de encontro as moças.

- Vocês não precisavam ter se incomodado connosco - A loira disse com um sorriso que poderia facilmente ser identificado como no mínimo, pervertido.

Ela praticamente engolia Plínio com os olhos.

Um silencio constrangedor se formou entre os integrantes do grupo.

- Não liguem para ela – Ouviram a outra dizer – Ela está brincando. A propósito, meu nome é Linda…

- Linda mesmo… - Aldebaran, murmurou inconscientemente.

A moça lhe sorriu.

Por mais encabulado que estavesse, não conseguia desviar os seus olhos dela. Sentia o coração bombear seu sangue a uma velocidade incrível.

- E o meu é Rosana. – A loira disse, querendo quebrar aquele clima constrangedor que se formou no meio do grupo, com o comentário meio impróprio.

- Nós estamos de passagem – continuou – 1Km na frente tem um barzinho na beira da praia. É para lá que nós vamos…

- Praia deserta né, Mané!? – Plínio deu um tapa na cabeça de Ricardo que chiou desconsertado.

- Vocês não querem vir connosco? – Linda, perguntou, olhando para o mais alto com um sorriso.

- Não sei…

- A Deba, qualé?! Daqui um mês você vai embora…

- Você não é daqui do Rio? – A morena se interessou.

- Não…

- Ele mora na Grécia – Ricardo cortou-o

- Grécia?! – A loira perguntou desconfiada, imaginando que aquele iria ser um grande KO.

- É verdade – Rodrigo se meteu – Ele trabalha de segurança de uma granfina…

- Não a chame assim – Aldebaran falou sério.

Rodrigo levantou os braços com ar de rendição.

- Bem, vocês querem vir ou não? – A loira falou sem paciência.

O olhar do Cavaleiro de Touro continuava pousado sobre a morena.

- Ok – Acabou por concordar.

- Então vamos logo – A loira disse já caminhando. – Como você se chama? – Disse se aproximando de Plínio.

- Eu sou Plínio – O loiro se apresentou – Eu sou primo do grandão ali…

- E o grandão ali, chama…?

- Aldebaran – O Cavaleiro respondeu andando atrás de todos.

- O Rodrigo – Plínio apontou para o que vinha do seu lado esquerdo – E o irmão dele, Ricardo – Apontou com o dedo para trás, para o rapaz que vinha um pouco na frente de Aldebaran.

Era visível que das duas moças, Rosana era a mais descontraída e, um tanto descarada a vista de Aldebaran e da amiga que seguia agora ao lado deste. Via-se, a vontade, o interesse da loira pelo mais velho.

- E vocês são amigos…

- Primos – Plínio corrigiu – Eu sou primo do Aldebaran por parte de pai e, o Rodrigo e o Ricardo são primos dele por parte de mãe…

- Hmm…

Ela enchia ele de pergunta e o rapaz ia respondendo distraidamente como se aquilo fosse algo banal.

Sem comentar nada, Aldebaran e Linda, começou a rir quase ao mesmo tempo.

Foi aí que ambos voltaram a se encarar.

- Acho que até fazem um par bonito – Linda comentou sem graça.

- É…

- Então você mora na Grécia?!

- Desde os meus 6 anos.

- Com seus pais?

- Não – Um estalo deu em sua cabeça e percebeu que não tardaria para as perguntas começarem a lhe complicar. Resolveu mudar de assunto. – Você é do Rio?

- Nunca sai daqui…

Foram o caminho todo conversando. Aldebaran descobriu que a moça que lhe atraia tanto, era mais nova um ano. Tinha uma irmã de 5 anos, e morava apenas com a mãe e, descobriu também, algo que lhe desagradou um pouco: ela tinha um namorado. E o pior!! Ia se encontrar com ele, agora.

Não contou muita coisa sobre si, apenas o que achava relevante, como os amigos do Santuário, ao qual disse que eram amigos de trabalho e, ao qual ela achou graça aos nomes. Contou também, como era a Grécia, vendo os olhos dela brilharem enquanto descrevia a suposta cidade que morava.

Não tardaram muito para chegar no seu destino.

Não esperavam ver tanta gente em um lugar tão pequeno.

O tal bar era apenas um quiosque, onde serviam bebidas. Ficava em um nível um pouco mais alto que a areia da praia, na qual o pequeno balcão circular era rodeado por um uma esplanada com chão de madeira e algumas mesas e cadeiras dispostas desordenadamente.

Havia pessoas sentadas nas mesas, outras em pé ao lado desta, conversando animadamente. Umas apoiadas no balcão e outras sentadas nos degraus que davam acesso as finas areias da praia. Mas o ponto que mais tinha pessoas era a volta de uma das mesas, na qual 5 rapazes tocavam um samba ao qual Aldebaran não conhecia.

Pediram licença para as pessoas que atrapalhavam o caminho e se dirigiram para o meio da roda.

Um dos rapazes que tocava cavaquinho parou de repente, recebendo protestos das pessoas que dançavam.

- Calma!! – Ele gritou – Que a minha fonte de expiração chegou – Se aproximou de Linda e lhe deu um “selinho”, fazendo com que Aldebaran sentisse uma certa pontada no peito. Algo lhe desagradava naquele rapaz de pele bronzeada, cabelos castanho claro, olhos cor de mel e corpo bem definido. Chegou a cogitar ser apenas ciúmes…

A moça sorriu tímida.

- Bobo…

Os olhos do rapaz voltaram-se para o grandalhão que acompanhava sua namorada e estreitou os olhos.

- Quem é você?

Continua…


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